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Relatório estágio profissional

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Academic year: 2021

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Mestrado Integrado em Medicina

Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa

• Regente – Prof. Doutor Miguel Xavier

Marisa Daniela da Costa Pereira

Relatório Final

Estágio Profissionalizante | 6.º ano

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ... 3

2. CORPO DE TRABALHO ... 3

2.1. ESTÁGIO PARCELAR DE CIRURGIA GERAL ... 4

2.2. ESTÁGIO PARCELAR DE MEDICINA INTERNA ... 4

2.3. ESTÁGIO PARCELAR DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA ... 5

2.4. ESTÁGIO PARCELAR DE SAÚDE MENTAL... 6

2.5. ESTÁGIO PARCELAR DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR ... 7

2.6. ESTÁGIO PARCELAR DE PEDIATRIA ... 8

3. REFLEXÃO CRÍTICA ... 8

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1.

INTRODUÇÃO

O estágio profissionalizante do 6.º ano do Mestrado Integrado em Medicina da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, engloba seis estágios parcelares em áreas de especial importância, nomeadamente, Cirurgia Geral, Medicina Interna, Ginecologia e Obstetrícia, Saúde Mental, Medicina Geral e Familiar e Pediatria.

O presente relatório pretende sumarizar o trabalho desenvolvido ao longo de todo o ano lectivo. Nesse sentido, começo por fazer esta introdução onde apresento os objectivos do estágio profissionalizante, à qual se segue o corpo de trabalho com uma breve descrição das actividades desenvolvidas em cada um dos estágios parcelares. Por fim, apresento uma reflexão crítica onde pretendo confrontar os objectivos a que me propus com as dificuldades sentidas no seu cumprimento e com a minha capacidade de evoluir e de adquirir ou consolidar conhecimentos. Em anexo, apresento os certificados de participação em actividades extra-curriculares.

Uma vez que, em anos anteriores, o contacto que tive com as diferentes especialidades foi maioritariamente de natureza observacional e teórica, pretendia agora uma abordagem mais prática, de forma a completar a minha formação e a aprofundar e consolidar os conhecimentos previamente adquiridos.

Nesse sentido, tinha como objectivos familiarizar-me com as patologias mais frequentes em cada uma das áreas e desenvolver as minhas capacidades ao nível da relação médico-doente e da realização de anamnese e exame objectivo metódicos e completos, assim como da formulação de hipóteses de diagnóstico, selecção e interpretação dos exames complementares adequados e abordagem terapêutica mais indicada a cada caso. Pretendia ainda desenvolver aptidões relativamente à comunicação com os doentes, familiares, colegas e outros profissionais e pretendia também treinar e aperfeiçoar as técnicas médicas e/ou cirúrgicas mais frequentemente efectuadas em cada uma das especialidades.

Em suma, pretendia treinar aptidões, ganhar autonomia, desenvolver um papel activo na execução de actos médicos e cirúrgicos e, sobretudo, desenvolver a identidade, a responsabilidade e os valores essenciais desta profissão.

2.

CORPO DE TRABALHO

Esta secção destina-se a descrever sumariamente, para cada um dos seis estágios parcelares que compõem o estágio profissionalizante, a data e o local em que ocorreram, os tutores atribuídos e as actividades desenvolvidas.

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2.1. ESTÁGIO PARCELAR DE CIRURGIA GERAL

O estágio parcelar de Cirurgia Geral teve a duração de oito semanas e decorreu no Hospital Beatriz Ângelo no período compreendido entre 12 de Setembro e 4 de Novembro de 2016. A regência da disciplina encontra-se atribuída ao Prof. Doutor Rui Maio e a orientação do estágio ficou a cargo da Dra. Rita Garrido.

Este estágio foi dividido numa componente teórica e teórico-prática, com a duração de uma semana, e numa componente prática, com a duração de sete semanas. A componente prática, por sua vez, contemplou duas semanas na Unidade de Cuidados Intensivos, uma semana no Serviço de Urgência Geral e quatro semanas de Cirurgia Geral.

A permanência na Unidade de Cuidados Intensivos permitiu-me contactar com uma forma diferente de abordagem do doente, visto que a instabilidade e a gravidade dos quadros determinam que as actividades observadas neste contexto se foquem essencialmente no raciocínio médico e na resolução emergente de problemas.

A semana destinada ao Serviço de Urgência Geral também assumiu uma especial importância neste estágio, na medida em que me permitiu aperfeiçoar as minhas capacidades de colheita de história clínica em contexto agudo e de observação de doentes com patologia urgente e emergente.

Relativamente às quatro semanas passadas em Cirurgia Geral, tive a oportunidade de acompanhar activamente a minha tutora e, assim, ficar familiarizada com todas as actividades desenvolvidas pelo cirurgião, nomeadamente, actividades de enfermaria, consulta externa, bloco operatório, serviço de urgência, reuniões de serviço e sessões clínicas. Gostaria de destacar a minha permanência no bloco operatório, onde me foi dada a oportunidade de participar como primeira ou segunda ajudante em várias cirurgias, o que me permitiu ter uma percepção muito mais clara daquilo que estava realmente a ser feito. Além disso, o facto de poder manusear os instrumentos cirúrgicos e de poder aplicar na prática as várias técnicas que fui aprendendo contribuiu muito para a consolidação dos meus conhecimentos.

Este estágio culminou com a realização de um mini-congresso no Auditório do Centro de Formação do Hospital Beatriz Ângelo, onde, em conjunto com duas colegas, apresentei um caso clínico intitulado “Não estou torcido, estou entupido!”, referente a um caso de GIST gástrico com apresentação sob a forma de torção gástrica.

2.2. ESTÁGIO PARCELAR DE MEDICINA INTERNA

O estágio parcelar de Medicina Interna teve a duração de oito semanas e decorreu no Hospital Curry Cabral no período compreendido entre 7 de Novembro de 2016 e 13 de Janeiro de 2017. A regência da disciplina encontra-se atribuída ao Prof. Doutor Fernando Nolasco, a direcção do Serviço de Medicina 7.2 está entregue ao Dr. António Panarra e a orientação do estágio ficou a cargo da Dra. Claudia Mihón.

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Durante a minha permanência no Serviço de Medicina 7.2 do Hospital Curry Cabral, tive a oportunidade de acompanhar activamente a minha tutora e, assim, conhecer todas as actividades desenvolvidas pelo médico internista, nomeadamente, actividades de enfermaria, consulta externa, períodos de prolongamento, urgência interna, serviço de urgência, reuniões de serviço e sessões clínicas.

A actividade de enfermaria foi predominante durante as oito semanas de estágio. Neste contexto, avaliei as intercorrências e os sinais vitais de cada doente, conversei com cada um deles e realizei exame objectivo direccionado, registando posteriormente todas as informações em diário clínico. Além disso, analisei criticamente e registei os resultados dos meios complementares de diagnóstico que iam sendo solicitados, efectuei notas de entrada, notas de transferência e notas de alta. Tive ainda a oportunidade de treinar as minhas competências técnicas no que diz respeito à realização de vários procedimentos médicos como gasimetriais arteriais, punções venosas, colocação de oxigénio, realização de electrocardiograma e assisti a vários outros, nomeadamente, colheita de hemocultura e urocultura, colocação de cateter venoso central, toracocentese e paracentese.

Na consulta externa, foi-me possível contactar com uma abordagem diferente daquela que se pratica na enfermaria, o que se revelou bastante enriquecedor.

Nos dias em que estive no serviço de urgência, tive a oportunidade de contactar com várias situações de urgência e com várias patologias na sua fase aguda, ambas situações que não se encontram regularmente na enfermaria. Neste contexto, consegui desenvolver competências no que diz respeito ao reconhecimento de patologias graves, ao estabelecimento de prioridades tanto a nível de meios complementares de diagnóstico como de terapêutica, ao controlo do episódio agudo e à necessidade de internamento ou de seguimento subsequente em consulta.

Este estágio contemplou ainda uma componente teórico-prática que, assim como as sessões clínicas a que tive oportunidade de assistir, me permitiram adquirir novos conhecimentos e consolidar conhecimentos prévios, o que é, sem dúvida, importante para a minha formação médica.

No final do estágio, em conjunto com os meus colegas do 6.º ano, procedemos à apresentação de uma revisão bibliográfica sobre doença renal crónica. Além disso, fui ainda submetida a uma avaliação oral que consistiu na colheita e na discussão da história clínica de um dos doentes internados.

2.3. ESTÁGIO PARCELAR DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA

O estágio parcelar de Ginecologia e Obstetrícia teve a duração de quatro semanas e decorreu no Hospital Lusíadas no período compreendido entre 23 de Janeiro e 17 de Fevereiro de 2017. A regência da disciplina encontra-se atribuída à Prof. Doutora Teresa Ventura, a direcção do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia está entregue ao Dr. António Fonseca e a orientação do estágio ficou a cargo da Dra. Ana Paula Maia.

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Durante as quatro semanas de permanência no Hospital Lusíadas, tive a oportunidade de assistir a várias das actividades desenvolvidas pela Ginecologia e Obstetrícia, nomeadamente, consulta de infertilidade e técnicas de procriação medicamente assistida, consulta de ginecologia, consulta de obstetrícia, consulta de patologia do colo do útero, enfermaria, bloco de partos, bloco operatório, serviço de urgência, exames ginecológicos (vulvoscopia, colposcopia, histeroscopia e histerossalpingografia), reuniões de serviço e sessões clínicas.

A actividade predominante durante este estágio foram as diversas consultas, sendo que que a minha permanência nestes locais me permitiu aprofundar conhecimentos sobre as principais causas de infertilidade e sobre os tratamentos existentes para cada caso. Além disso, pude consolidar conhecimentos relativamente ao planeamento familiar, às alterações do ciclo menstrual, à fase da menopausa, à patologia do colo do útero mais frequentemente encontrada e às infecções ginecológicas mais comuns. Consegui ainda aprender as particularidades do aconselhamento pré-concepcional, da avaliação da mulher grávida e da puérpera, além de me familiarizar com as situações que levam a gestações de alto risco.

Este estágio culminou com a realização de uma apresentação, onde fiz uma breve revisão bibliográfica sobre o método de contracepção ESSURE, para a equipa de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Lusíadas.

2.4. ESTÁGIO PARCELAR DE SAÚDE MENTAL

O estágio parcelar de Saúde Mental teve a duração de quatro semanas e decorreu no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa no período compreendido entre 20 de Fevereiro e 17 de Março de 2017. A regência da disciplina encontra-se atribuída ao Prof. Doutor Miguel Xavier e a orientação do estágio ficou a cargo da Dra. Ana Margarida Batista.

Este estágio iniciou-se com dois dias de aulas teórico-práticas na Faculdade de Ciências Médicas, que permitiram rever conceitos e saber como aplicá-los na prática clínica. Durante o período subsequente, estive integrada no Serviço de Psiquiatria Geriátrica, onde tive a oportunidade de assistir às actividades desenvolvidas na enfermaria, na consulta externa de Neuropsiquiatria e também nas reuniões do serviço. Assisti ainda a aulas do Internato Médico e a uma sessão clínica, que decorreram no Auditório do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa. Além disto, tive ainda a oportunidade de me dirigir ao serviço de urgência do Hospital de São José para integrar a equipa de Psiquiatria escalada. Durante a maior parte do estágio de Saúde Mental, estive na enfermaria do Serviço de Psiquiatria Geriátrica, onde tive a oportunidade de acompanhar vários doentes e de aprofundar os meus conhecimentos sobre a Saúde Mental da população mais idosa. Neste contexto, pude presenciar uma forma diferente de abordagem do doente, visto que as características inerentes à idade e à própria doença, por vezes, podem dificultar a comunicação com o doente. Foi-me dada ainda a oportunidade de assistir à realização de

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entrevistas familiares e à realização de avalização cognitiva e funcional das actividades de vida diárias. Além disso, pude aplicar várias vezes ferramentas como MMSE e MOCA, o que me deixou bastante familiarizada com estas formas de avaliação do estado mental. Houve casos ainda em que foi necessário recorrer a internamento compulsivo, sendo que pude observar todo o processo que é efectuado nesse sentido.

Na consulta externa de Neuropsiquiatria, contactei com pacientes em idade adulta, contudo, a grande maioria dos casos observados correspondiam a doentes idosos e, portanto, as patologias observadas sobrepuseram-se àquelas observadas em contexto de enfermaria, porém numa fase não descompensada.

Nesse sentido, a minha permanência no serviço de urgência assumiu uma especial importância, na medida em que me permitiu complementar a abrangência da minha aprendizagem e obter conhecimentos em outras valências da Saúde Mental.

2.5. ESTÁGIO PARCELAR DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR

O estágio parcelar de Medicina Geral e Familiar teve a duração de quatro semanas e decorreu na USF Santo Condestável no período compreendido entre 20 de Março e 21 de Abril de 2017. A regência da disciplina encontra-se atribuída à Prof. Doutora Isabel Santos e a orientação do estágio ficou a cargo da Dra. Catarina Empis.

Durante o período de estágio, acompanhei a minha tutora na realização dos diferentes tipos de consulta, nomeadamente, Saúde do Adulto, Diabetes Mellitus, Saúde Infantil e Juvenil, Saúde Materna, Planeamento Familiar e Consulta Aberta. Através da observação repetida, consegui compreender as particularidades de cada tipo de consulta e tive a oportunidade de iniciar várias consultas de forma autónoma. Neste contexto, fui adquirindo cada vez mais autonomia e confiança na condução da entrevista clínica e na realização do exame objectivo, assim como na realização de procedimentos práticos quando necessário, interpretação e pedido ponderado de exames complementares, estabelecimento de um diagnóstico e proposta de um plano de intervenção adequado a cada caso.

Acompanhei ainda a enfermeira e a assistente social em visitas domiciliárias, o que me permitiu compreender a globalidade dos serviços prestados e a importância que as visitas domiciliárias e os serviços sociais têm para assegurar a qualidade de vida de uma grande fração de doentes, principalmente aqueles mais idosos e sem suporte familiar adequado.

Gostava de referir ainda que este estágio me permitiu capacitar ainda mais da importância da Medicina Geral e Familiar na saúde das populações, na medida em que esta é uma especialidade centrada na pessoa e na promoção da sua saúde.

No final deste estágio, realizei o Diário de Exercício Orientado e fui submetida a uma avaliação oral que incidiu sobre os casos observados e as actividades desenvolvidas durante as quatro semanas de permanência na USF.

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2.6. ESTÁGIO PARCELAR DE PEDIATRIA

O estágio parcelar de Pediatria teve a duração de quatro semanas e decorreu no Hospital Dona Estefânia no período compreendido entre 24 de Abril e 19 de Maio de 2017. A regência da disciplina encontra-se atribuída ao Prof. Doutor Luís Varandas e a orientação do estágio ficou a cargo da Dra. Mafalda Paiva.

Durante as quatro semanas de permanência no Hospital Dona Estefânia, acompanhei a minha tutora e participei nas suas actividades diárias, que incidiram sobretudo na enfermaria de Pediatria Médica, consulta de Pediatria Geral, serviço de urgência, reuniões clínicas e sessões científico-pedagógicas. A minha permanência nestes locais permitiu-me consolidar conhecimentos sobre as patologias mais frequentemente observadas em idade pediátrica, assim como sobre a sua abordagem diagnóstica e terapêutica. Consegui observar também algumas entidades patológicas menos comuns, o que se revelou de grande importância na extensão da minha aprendizagem. Tive ainda a oportunidade de consolidar conhecimentos sobre o aconselhamento que deve ser efectuado de acordo com cada faixa etária e sobre o acompanhamento adequado do desenvolvimento da criança, assim como os sinais a que devemos estar atentos para detectar precocemente qualquer alteração que possa interferir.

Além disso, foi-me dada a possibilidade de aumentar a abrangência deste estágio através da presença na consulta de Reumatologia, na consulta de Hematologia e na consulta de Imunoalergologia, sob orientação esporádica de outros assistentes. Considero este facto uma mais-valia para a minha aprendizagem, na medida em que me permitiu contactar com entidades patológicas raramente observadas nas consultas e na enfermaria de Pediatria Geral e, assim, alargar e consolidar conhecimentos nestas áreas médicas.

A permanência no serviço de urgência foi também um complemento ao estágio de Pediatria, na medida em que me permitiu contactar com variadas situações agudas e que necessitam de uma abordagem imediata e precisa, de forma a estabelecer um diagnóstico correcto e instituir o tratamento adequado.

Este estágio culminou com a realização de um seminário, onde tive a oportunidade de fazer uma breve revisão bibliográfica sobre a síndrome SAPHO – sinovite, acne, pustulose, hiperostose e osteíte.

3.

REFLEXÃO CRÍTICA

Como referi anteriormente, pretendia que este ano me possibilitasse uma abordagem mais prática das diversas especialidades, de forma a completar a minha formação e, sobretudo, a garantir a preparação necessária para as próximas etapas do meu percurso. Considero que adquirir e consolidar conhecimentos teóricos e transpô-los para a prática clínica é essencial para a conservação dos conhecimentos a longo prazo e, portanto, este

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estágio profissionalizante assume-se como um dos principais e mais importantes elementos de todo o Mestrado Integrado em Medicina.

As minhas expectativas eram enormes, porém, os meus receios também eram significativos – a minha experiência anterior era principalmente observacional e tinha ainda algumas dúvidas em relação a conhecimentos teóricos – o que me deixou bastante insegura mas que, simultaneamente, me impeliu a procurar e a querer sempre mais. Analisando retrospectivamente, sinto que esta minha postura pró-activa e interessada me ajudou a retirar o melhor que cada um dos estágios me proporcionou, ajudou-me a crescer enquanto profissional e, mais importante ainda, ajudou-me a crescer enquanto pessoa. Sei que tenho ainda um longo percurso a percorrer, mas o que levo daqui certamente será uma vantagem para o meu futuro profissional. Posso dizer, sem dúvida, que me sinto dotada das capacidades, aptidões, autonomia e valores necessários para lidar com confiança e com responsabilidade perante os desafios que a Medicina me colocar daqui em diante. Assim sendo, considero cumprido o meu principal objectivo para este estágio, que se revelou uma experiência bastante enriquecedora e com um enorme carácter formativo.

Quanto aos restantes objectivos que delineei para este estágio, nem sempre foi possível alcançá-los na sua globalidade, ao passo que, em outras ocasiões, os consegui superar. Ainda assim, considero que o balanço foi muito positivo e tendeu a meu favor.

Relativamente ao estágio parcelar de Cirurgia Geral, considero que atingi a generalidade dos objectivos a que me propus, sobretudo no que diz respeito à minha capacidade de realizar procedimentos cirúrgicos básicos. Agora, sinto-me preparada e capaz de aplicar, de forma autónoma, as técnicas que pratiquei e que aperfeiçoei, quando assim me for solicitado.

O estágio parcelar de Medicina Interna superou os meus objectivos e as minhas expectativas e, sobretudo, fez-me acreditar em mim enquanto médica. Fui completamente integrada na equipa que me foi atribuída e, desde o primeiro dia, percebi que teria as mesmas tarefas e as mesmas responsabilidades que todos os restantes elementos. Trabalhei sempre de forma autónoma e percebi que tinha capacidades e aptidões que até então desconhecia – percebi que tenho confiança nos meus conhecimentos e percebi que me sinto segura a realizar diversos procedimentos.

No estágio parcelar de Ginecologia e Obstetrícia expectava a possibilidade de realizar alguns procedimentos tutelados, o que acabou por não acontecer, principalmente em contexto de consulta e enfermaria. O local onde me foi dada mais autonomia e onde realmente consegui aplicar os meus conhecimentos de forma prática foi o bloco operatório, onde tive a oportunidade de participar como segunda ajudante em várias intervenções cirúrgicas. Ainda assim, a minha permanência nos restantes locais permitiu-me desenvolver as minhas capacidades de raciocínio clínico, de realizar uma marcha diagnóstica e de implementar as medidas terapêuticas mais frequentes.

Em relação ao estágio parcelar de Saúde Mental, a minha permanência no Serviço de Psiquiatria Geriátrica permitiu-me aprofundar os meus conhecimentos sobre a Saúde Mental da população mais idosa, o que considero uma mais-valia para a minha formação,

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na medida em que, provavelmente terei que lidar com esta faixa etária, tendo em conta a actual distribuição etária da nossa população. Além disso, também me foi possível contactar com outras faixas etárias e com outras valências da Saúde Mental durante os períodos de urgência. Assim sendo, considero que este estágio ultrapassou as minhas expectativas devido à abrangência de patologias com que me permitiu contactar.

O estágio parcelar de Medicina Geral e Familiar também superou largamente as minhas expectativas. Um dos meus principais objectivos era compreender as particularidades da relação médico-doente e, sem dúvida, a experiência que adquiri neste estágio será muito útil para o meu futuro porque consegui entender como me devo adaptar perante cada doente. Além disso, foi-me dada a oportunidade de iniciar várias consultas autonomamente, o que me permitiu, por um lado, ganhar experiência e treinar/aperfeiçoar vários procedimentos e, por outro lado, também me permitiu ganhar confiança e capacitar-me das minhas qualidades e das minhas falhas.

No estágio parcelar de Pediatria foi-me dada a oportunidade de frequentar as consultas de Reumatologia, Hematologia e Imunoalergologia, onde consegui contactar com variadas patologias, algumas delas pouco frequentes, e com as quais provavelmente não contactaria nas consultas e na enfermaria de Pediatria Geral, onde permaneci na maior parte do estágio. Considero este facto como uma mais-valia pois, no futuro, estarei mais atenta e mais consciencializada para a possibilidade da presença de patologia destas áreas, o que certamente me permitirá prestar cuidados de saúde de maior qualidade. Assim sendo, este foi também um dos estágios que me permitiu atingir a globalidade dos meus objectivos e permitiu-me ainda superar as minhas expectativas pessoais relativamente ao contacto com diferentes áreas.

Gostaria ainda de referir que, através da minha experiência durante este ano, pude perceber que o rácio tutor/aluno é um dos principais determinantes da qualidade da aprendizagem. Nos estágios em que o rácio foi 1/1, senti-me mais supervisionada e consegui por em prática as minhas aptidões mais frequentemente, o que, sem dúvida, é bastante útil na conservação dos conhecimentos a longo prazo.

Apesar de este ser um ano em que a componente prática predomina, considero que as aulas teórico-práticas e as sessões clínico-científicas, que nos proporcionam ou a que temos oportunidade de assistir, são uma mais-valia para a nossa aprendizagem. Por um lado, permitem rever conceitos e saber como aplicá-los na prática clínica, por outro, têm um papel relevante na aquisição, sistematização e consolidação de conhecimentos e fomentam ainda a necessidade da aprendizagem constante que esta profissão requer.

Para finalizar, não posso deixar de agradecer a todos os profissionais de saúde com quem contactei durante este estágio profissionalizante por toda a disponibilidade, amabilidade, dedicação, conselhos e, sobretudo, por me motivarem, acreditarem sempre em mim e por me incutirem o gosto pela Medicina. Queria agradecer também à Faculdade de Ciências Médicas e a todos aqueles que trabalham de forma a garantir o ensino de qualidade que me foi proporcionado durante estes seis anos de formação.

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