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REVISÃO FINAL TJ SP. 3 a edição. Com base no Edital da Vunesp Revisão ponto a ponto. Escrevente Técnico Judiciário COORDENAÇÃO AUTORES

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2021

REVISÃO FINAL TJ – SP

Escrevente Técnico Judiciário

Com base no Edital da Vunesp

• Revisão ponto a ponto •

COORDENAÇÃO Henrique Correia

AUTORES

Alan Martins, Danilo da Cunha Sousa, Duda Nogueira, Emannuelle Gouveia, Luciano Alves Rossato, Marcelo Sbicca, Paulo Henrique Boldrin, Paulo Lépore, Rodolfo Gracioli

revista atualizada ampliada

3

a

edição

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P arte I – e dItaL s IstematIzado

1. APRESENTAÇÃO Olá, leitor(a).

Neste capítulo, abordaremos todos os assuntos de Língua Portuguesa exigidos pela banca VUNESP nas provas de Tribunais.

Sugiro que siga a ordem dos assuntos tratados porque um conteúdo depende de outro.

Para entender melhor, o edital foi sistematizado.

Saliento que é de suma importância aplicar a teoria, isto é, resolver questões para fixar a matéria. Estude, por exemplo, pronome e resolva várias questões sobre pronome da banca.

Perceberá, então, que a língua portuguesa não é tão difícil assim, mas é fundamental estu- dar de forma correta para obter um bom desempenho na avaliação iminente. Lembre-se de que são mais de 20 de Língua Portuguesa.

Indicação de livro: Questões comentadas de Língua Portuguesa VUNESP – 518 questões comentadas – alternativa por alternativa –, separadas por assuntos.

Excelsos estudos!

2. EDITAL SISTEMATIZADO

Cargo: Escrevente Técnico Judiciário

Itens do edital No livro Onde encontrar

1. Análise, compreensão e interpretação de diversos tipos de textos verbais, não verbais, literários e não literários.

2. Informações literais e inferências possíveis.

3. Ponto de vista do autor.

4. Estruturação do texto: relações entre ideias; recursos de coesão.

Interpretação de texto

Coesão e coerência

PARTE VI – 1

PARTE V – 1

5. Significação contextual de palavras e expressões.

Interpretação de texto Ortografia

Reforma Ortográfica

PARTE VI – 1 PARTE II – 1 PARTE II – 3

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Cargo: Escrevente Técnico Judiciário

Itens do edital No livro Onde encontrar

6. Sinônimos e antônimos.

7. Sentido próprio e figurado das palavras. Semântica PARTE II – 1 8. Classes de palavras: emprego e sentido que impri-

mem às relações que estabelecem: substantivo, adjetivo, artigo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição e conjunção.

Morfologia

Classes gramaticais PARTE III – 1 a 10 4. Estruturação do texto: relações entre ideias; recursos

de coesão.

Análise Sintática Período composto

PARTE IV – 1, 2, 3 PARTE IV – 4

9. Concordância verbal e nominal. Concordância PARTE IV – 5

10. Regência verbal e nominal. Regência PARTE IV – 6

11. Colocação pronominal. Pronome PARTE III – 5

12. Crase. Crase PARTE IV – 7

13. Pontuação. Pontuação PARTE IV – 8

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P arte II – F onoLogIa Capítulo 1. Ortografia e Semântica

1. INTRODUÇÃO

Ortografia deriva das palavras gregas ortho que significa “correto” e graphos que signi- fica “escrita”. Assim sendo, trata-se da escrita correta das palavras.

Torna-se importante seu estudo por ser um tópico pedido em concursos. Dicas para facilitar o estudo, já que não é aconselhável ler todas as regras:

1) Ao se deparar com palavras novas, ou seja, desconhecidas, procure o significado no dicionário e anote para que fixe melhor.

2) Faça muitos testes de concursos, pois as palavras exigidas pelas bancas se repetem.

2. O ALFABETO

O alfabeto da língua portuguesa é formado por 26 letras (21 consoantes e 5 vogais).

Cada letra apresenta uma forma minúscula e outra maiúscula. Veja:

a A (á) g G (gê ou guê) m M(eme) s S (esse) y Y (ípsilon)

b B (bê) h H (agá) n N (ene) t T (tê) z Z(zê)

c C (cê) i I(i) o O (ó) u U (u)

d D (dê) j J (jota) p P (pê) v V (vê)

e E (é) k K (cá) q Q(quê) w W (dáblio)

f F (efe) l L (ele) r R (erre) x X (xis)

Observação: emprega-se também o ç, que representa o fonema /s/ diante das letras: a, o, e u em determinadas palavras.

3. EMPREGO DAS LETRAS K, W E Y

REGRA EXEMPLO

Em nomes de pessoas originários de outras línguas e

seus derivados. Kant, kantismo; Darwin, darwinismo; Taylor, taylorista.

Em nomes próprios de lugar originários de outras lín-

guas e seus derivados. Kuwait, kuwaitiano.

Em siglas, símbolos, e mesmo em palavras adotadas como unidades de medida de curso internacional.

K (Potássio), W (West), kg (quilograma), km (quilôme- tro), Watt.

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4. EMPREGO DE X E CH 4.1. Emprega-se o X

REGRA EXEMPLO EXCEÇÃO

Após um ditongo. caixa, frouxo, peixe recauchutar e seus derivados guache, caucho

Após a sílaba inicial “en”. enxame, enxada, enxaqueca

palavras iniciadas por ch que rece- bem o prefixo en-: encharcar (de charco), enchiqueirar (de chiqueiro), encher e seus derivados (enchente, enchimento, preencher)

Após a sílaba inicial “me-”. mexer, mexerica, mexicano,

mexilhão mecha

Em vocábulos de origem indígena ou africana e nas palavras inglesas aportuguesadas.

abacaxi, xavante, orixá, xará,

xerife, xampu chapecó, alcachofra, chafariz, cachaça, cochicho, cochilar

Nas seguintes palavras

bexiga, bruxa, coaxar, faxina, graxa, lagartixa, lixa, lixo, puxar, rixa, oxalá, praxe, roxo, vexame, xadrez, xarope, xaxim, xícara, xale, xingar, etc.

4.2. Emprega-se o dígrafo CH

REGRA EXEMPLO

Ao passar do latim para o por- tuguês, as sequências “cl”, “pl” e

“fl”, transformaram-se em “ch”

afflare → achar

clamare → chamar

planus → chão

Em palavras com origem francesa.

• Avalanche (Avalónch), Cachê (Cachet)

• Cachecol (Cacher), Chalé (Chalet)

Chassi (Chânssis), Champanhe (Champagne)

Champignon (Champignon), Chantilly (Chantilly)

Chance (Chance), Chapéu (Chapeau)

Chantagem (Chantage)

5. EMPREGA-SE O G

REGRA EXEMPLO EXCEÇÃO

Nos substantivos terminados em

–agem, –igem, –ugem barragem, miragem, viagem, origem,

ferrugem pajem

Nas palavras terminadas em –

ágio, –égio, –ígio, –ógio, –úgio estágio, privilégio, prestígio, relógio, refúgio

Nas palavras derivadas de outras

que se grafam com g engessar (de gesso), massagista (de massagem), vertiginoso (de vertigem)

Nos vocábulos

algema, auge, bege, estrangeiro, geada, gengiva, gibi, gilete, hegemo- nia, herege, megera, monge, rabu- gento, vagem.

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Direito Penal

ITENS DO EDITAL ITENS DAS DICAS

ARTIGOS 293 A 305; 307; 308; 311-A, CP. 1. DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA ARTIGOS 312 A 317; 319 A 333; 336 A 337; 339 A 347;

357 E 359, CP. 2. DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ARTIGO 327, CP 2.1. CONCEITO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO

ARTIGOS 312 A 317; 319 A 326, CP. 2.2. DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL ARTIGOS 328 A 333; 336 A 337, CP. 2.3. DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULARES

CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

ARTIGOS 339 A 347; 357 E 359, CP. 2.4. DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA

1. DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA (ARTS. 293 A 305; 307; 308; 311-A, CP)

• Nos crimes contra a fé-pública, tutela-se a presunção de veracidade que se emana dos documentos.

Requisitos dos crimes de falsidade

Imitação da verdade

Imitatio veri: mudança do verdadeiro Imitatio veritatis:

imitação do verdadeiro Dano potencial

Dolo

Art. 293, CP, FALSIFICAÇÃO DE PAPÉIS PÚBLICOS

Conceito de papel público: são os de feitura atribuída privativamente à adminis- tração do Estado ou a entidade de direito público cujos objetivos particulares são realizados no interesse da coletividade e que se ajustam ao programa funcional do Poder Público (Júlio Fabbrini Mirabete. Manual de Direito Penal. v. 3. p. 223).

• Condutas criminosas: Falsificar, fabricando ou alterando os documentos públicos a seguir enumerados. Nos §§ 2º e 3º, há outras condutas que também fazem incidir a pena do crime em comento.

• Há inúmeros papéis públicos, mas o crime só se caracterizará se a falsidade recair sobre um daqueles enumerados pelo art. 293, CP.

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Papéis públicos enumerados no art.

293, CP

I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão legal destinado à arrecadação de tributo;

II – papel de crédito público que não seja moeda de curso legal;

III – cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro esta- belecimento mantido por entidade de direito público;

IV – talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável;

V – bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por Estado ou por Município.

• Quem falsifica vale postal incide na figura penal prevista no art. 47 da Lei nº 6.538/78, que revogou tacitamente o art. 293, III, CP.

Pena: reclusão, de dois a oito anos, e multa.

Art. 294, CP, PETRECHOS DE FALSIFICAÇÃO

• Condutas criminosas: Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objetos destinados à falsificação.

• Objeto material: é o objeto que se usa para fazer a falsificação.

• Se o agente pratica uma das condutas do art. 294, CP, para o fim de falsificar papel público e faz a falsificação, apenas responde pelo crime do art. 293, CP. O crime de petrechos de falsificação (crime meio) é absorvido pelo crime de falsificação de papéis públicos (crime fim).

Pena: reclusão, de um a três anos, e multa.

Art. 295, CP, CAUSA DE AUMENTO DE PENA

• Aumenta-se a pena de sexta parte, se o autor de um dos dois crimes anteriores for funcionário público e se prevalece desse cargo para cometer o crime.

Art. 296, CP, FALSIFICAÇÃO DE SELO OU SINAL PÚBLICO

• Condutas criminosas: Falsificar, fabricando ou alterando os documentos enume- rados a seguir. Outras condutas estão enumeradas no art. 296, § 1º, CP.

Documentos (objeto material)

I – selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de Município;

II – selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião.

Pena: reclusão, de dois a seis anos, e multa.

• Quem usa o selo público, ciente da falsidade, incide na mesma pena (art. 296,

§ 1º, I, CP).

• Aumenta-se a pena de sexta parte, se o autor de um dos dois crimes acima, for fun- cionário público e se prevalece desse cargo para cometer o crime.

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2 Direito Penal 195 DOCUMENTO (arts. 297 a 299, CP)

Documento Forma escrita

Valor Probatório

Expressão de um fato ou manifestação da

vontade Autor

certo

Não são considerados documentos Escrito a lápis

Fotografias isoladas Fotocópia não autenticada Falsificação grosseira, facilmente perceptível

Documento eletrônico: pode ser passível de crime de falsidade, desde que cons- tante de página ou sítio na rede mundial de computadores que possa ter sua autenticidade aferida por assinatura digital. A regulamentação que garante a auten- ticidade, a integridade e a validade jurídica de documentos em forma eletrônica se dá pela Medida Provisória n. 2.200-2, de 24 de agosto de 2001, que instituiu a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil) e a responsabilidade por essa base é da Autarquia Federal, o ITI – Instituto Nacional de Tecnologia da Informação, ligado à Presidência da República (contrario sensu – Info nº 610/STJ).

Art. 297, CP, FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO

• Condutas criminosas: Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alte- rar documento público verdadeiro.

Falsificar: reproduzir, imitando um documento verdadeiro;

Alterar: modificar ou alterar o documento verdadeiro

Falsidade material: o documento público ou parte dele é falso em sua estrutura.

Significa formar um documento materialmente ou alterá-lo. Por exemplo, uma grá- fica produz espelho de CNH falsa.

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Falsidade de documento público: (art. 297, CP). Documento público: é o elabo- rado por funcionário público no desempenho de suas funções: escritura pública, RG, CPF, CTPS, alvará judicial, etc.

Documentos públicos por equiparação: emanado de entidade paraestatal, título ao portador ou transmissível por endosso, ações da sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.

O particular pode ser sujeito ativo do crime de falsidade de documento público, se fazer um documento que deveria ser elaborado por funcionário público ou adultera um documento público.

Falsidade grosseira: se a falsificação não for apta a ludibriar terceiros, a conduta é atípica, pois ausente a potencialidade lesiva.

• Se a falsidade tiver o fim de se praticar crime de estelionato, o crime de falsidade material é absorvido pelo crime patrimonial (Súmula 17, STJ).

Pena: reclusão, de dois a seis anos, e multa.

Causa de aumento de pena: aumenta-se a pena de sexta parte: se o funcionário público for o autor da falsificação e se valer de sua função para cometer o crime (art.

297, § 1º, CP).

Crimes de falsidade de documentos relativos à Previdência Social: art. 297, §§ 3º e 4º, CP: na verdade, seria falsidade ideológica, já que o que é falso é o conteúdo do documento, o fato que expressa. Mas, por falta de técnica de legislador, foi incluído no art. 297, tendo as mesmas penas deste, portanto.

Art. 298, CP, FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PARTICULAR

• Condutas criminosas: Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro.

Falsidade de documento particular: documento particular tem conceito residual, ou seja, é aquele que não é elaborado por funcionário público no exercício de suas funções ou não é equiparado pela lei a documento público.

Falsidade material: o documento particular ou parte dele é falso em sua estrutura.

Significa formar um documento materialmente ou alterá-lo. Por exemplo, faz-se rasura no valor do contrato de locação entre particulares.

• A cópia autenticada de um documento particular continua particular. No entanto, se a falsificação recair precisamente sobre a autenticação, haverá falsificação de docu- mento público.

Falsidade grosseira: se a falsificação não for apta a ludibriar terceiros, a conduta é atípica, pois ausente a potencialidade lesiva.

• Se a falsidade tiver o fim de se praticar crime de estelionato, o crime de falsidade material é absorvido pelo crime patrimonial (Súmula 17, STJ).

Documento particular por equiparação: cartão de crédito ou de débito.

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2 Direito Penal 197

Pena: reclusão, de um a cinco anos, e multa.

• Não há causa de aumento no crime de falsidade de documento particular.

Art. 299, CP, FALSIDADE IDEOLÓGICA

• Conduta criminosa: Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante.

Falsidade Ideológica: o documento é materialmente verdadeiro, emanado de quem tenha atribuição para fazê-lo, mas o conteúdo que expressa é falso.

Condutas da falsidade ideológica

Comissivas

Inserir declaração falsa ou diversa da que devia

constar Fazer Inserir declaração falsa ou diversa da que devia

constar

Omissiva Omi�r declaração que

deveria constar

• O autor do documento pode não responder pelo crime, se não for ciente da decla- ração falsa. Por exemplo, “A” passou uma informação falsa a um funcionário público que produz uma certidão com esses dados falsos, sem saber desse fato. Somente,

“A” responde pelo crime.

• Somente haverá crime de falsidade ideológica se o autor agir com um fim espe- cial: prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridica- mente relevante.

• Na falsidade ideológica, o documento pode ser público ou particular, conforme o art. 299, CP. Porém, a pena é maior se for público.

Pena: reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento for público.

Pena: reclusão, de um a três anos, e multa, se o documento for particular.

Causa de aumento de pena de sexta parte

O agente é funcionário público e comete o crime prevalecendo-se do cargo;

OU

a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil

• Na falsidade material, é imprescindível o exame de corpo de delito; enquanto falsidade ideológica não pode ser provada por perícia, já que, nesse caso, o docu- mento é materialmente verdadeiro.

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Falsidade Material Falsidade Ideológica Fabricação de espelho de RG em uma gráfica não

autorizada para emiti-lo

Funcionário Público tem um espelho de RG verda- deiro em suas mãos e, com atribuição para preenchê- -lo, acrescenta dados falsos

Particular tem espelho em branco de um RG ver- dadeiro e o preenche com dados falsos ou mesmo verdadeiro

Particular fornece dados inverídicos ao funcionário público que tem atribuição para emitir RG

Art. 300, CP, FALSO RECONHECIMENTO DE FIRMA OU LETRA

• Condutas criminosas: Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma ou letra que o não seja.

• Trata-se de crime próprio: o autor do crime tem que ter a atribuição legal para pro- ceder ao reconhecimento de firma ou letra, como o Tabelião, o Oficial de Registro e os funcionários que tenha recebido essa delegação.

• O particular pode cometer tal crime se em concurso de agentes com o Tabelião ou outro que tenha atribuição para reconhecer firma ou letra.

Firma: assinatura manuscrita de alguém;

Letra: sinal gráfico, representativo de vocábulos da linguagem escrita.

Pena: reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento for público.

Pena: reclusão, de um a três anos, e multa, se o documento for particular.

Art. 301, CP, Certidão ou atestado ideologicamente falso

• Condutas criminosas: Atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública, fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem.

• Trata-se de crime próprio: o autor do crime tem que ter a atribuição legal para ates- tar ou certificar, como o funcionário público que emite atestado documentos neces- sários à habilitação a cargo público.

• O particular pode cometer tal crime se em concurso de agentes com o funcionário público que tem atribuição para fazer certidão e atestado.

• A diferença com o crime de falsidade ideológica é que, no crime do art. 301, CP, há uma finalidade específica que haja benefício a alguém se habilitar a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem.

• o funcionário público emite certidão de antecedentes criminais negativa, sendo que o interessado tem condenação anterior, com o fim específico de que esse interes- sado seja habilitado em concurso público, comete o crime do art. 301, CP.

Pena: detenção, de dois meses a um ano. Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.

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2 Direito Penal 199

Art. 301, § 1º, CP, falsidade material de atestado ou certidão

• Condutas criminosas: Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou alte- rar o teor de certidão ou de atestado verdadeiro, para prova de fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem.

• A diferença com o crime de falsidade material é que, no crime do art. 301, § 1º, CP, há uma finalidade específica: haja benefício a alguém se habilitar a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem.

Pena: detenção, de três meses a dois anos. Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena privativa de liberdade, a de multa.

Art. 302, CP, Falsidade de atestado médico

• Condutas criminosas: Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso.

• Trata-se de crime próprio: o autor do crime tem que ser médico e dá o atestado falso.

• O particular pode cometer tal crime se em concurso de agentes com o médico.

• Por exemplo: o médico dá atestado a uma pessoa, dizendo que ela está acometida de tuberculose, quando na verdade a pessoa não está.

Pena: detenção, de um mês a um ano. Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.

Art. 303, CP, Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica

• Condutas criminosas: Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que tenha valor para coleção, salvo quando a reprodução ou a alteração está visivelmente anotada na face ou no verso do selo ou peça.

• Selo ou peça filatélica: é selo ou qualquer outro documento, como cartão, geral- mente relacionados a Países, voltados para colecionadores.

Pena: detenção, de um a três anos, e multa.

• Na mesma pena incorre quem, para fins de comércio, faz uso do selo ou peça filatélica.

Art. 304, CP, USO DE DOCUMENTO FALSO

• Conduta criminosa: Fazer uso de um dos documentos falsos na forma dos arts. 297 a 302, CP.

• Trata-se de um tipo penal remitido, uma vez que faz referência a outros tipos penais para a sua configuração.

• Posição majoritária: aquele que falsifica um documento e depois faz uso dele, só responde pelo crime de falsidade. De acordo com essa corrente, o uso de docu- mento falso, material ou formalmente, seria mero post factum impunível.

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• Qualquer que seja o documento, se a exibição for em decorrência de exigência de autoridade, há o crime de uso de documento falso. Assim, se o agente exibe o RG falso em decorrência de exigência de policial há o crime do art. 304, CP.

• Policiais em cumprimento de mandado de busca e apreensão domiciliar encontram o documento falso em uma gaveta, não há crime de uso de documento falso, pois não foi a pessoa que o apresentou, que dele fez uso.

Exceção: Em uma blitz policial, o condutor se recusa a apresentar a CNH, que é falsa.

Os policiais, então, fazem a busca e encontram o documento no interior do porta- -luvas. Nesse caso, há crime de uso de documento público, uma vez que a CNH é documento de porte obrigatório pelos motoristas (art. 159, § 1º, CTB).

Finalidade especial: fazer prova de fato relevante juridicamente.

Elemento normativo do tipo penal: só há crime se a pessoa não tinha autorização legal para destruir suprimir ou ocultar o documento.

Pena: a cominada à falsificação ou à alteração.

• Assim, se o uso for de documento falso ideologicamente, aplica-se a pena do crime de falsidade ideológica.

Art. 305, CP, SUPRESSÃO DE DOCUMENTO

• Conduta criminosa: Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor.

Finalidade especial: benefício próprio ou de outrem ou em prejuízo alheio.

Pena: reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é público.

Pena: reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é particular.

Art. 307, CP, FALSA IDENTIDADE

• Conduta criminosa: Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem.

Falsa identidade: o agente não usa um documento falso, mas se identifica falsa- mente. Ou seja, mente em relação a um elemento de identificação, como nome, estado civil, sexo, idade, filiação, nacionalidade, etc.

Finalidade específica: obter alguma vantagem ou causar prejuízo a terceiros.

• O Supremo Tribunal Federal, ao examinar o RE 640.139/DF, cuja repercussão geral foi reconhecida, entendeu que o princípio constitucional da autodefesa não alcança aquele que atribui falsa identidade perante autoridade policial com o objetivo de ocultar maus antecedentes, sendo, portanto, típica a conduta prati- cada pelo agente.

Pena: detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui ele- mento de crime mais grave.

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2 Direito Penal 201

Art. 308, CP, Uso de documentos de terceiro como se fosse próprio

• Conduta criminosa: Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer documento de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento dessa natureza, próprio ou de terceiro.

• Trata-se de crime subsidiário ao crime de falsa identidade. No art. 308, CP, há singela apresentação do documento de terceiro sem que haja identificação pelo agente criminoso.

• USO DE DOCUMENTO FALSO. PRETENDIDA DESCLASSIFICAÇÃO DO DELITO CON- TRA A FÉ PÚBLICA PARA O TIPO PREVISTO NO ARTIGO 308 DO CÓDIGO PENAL.

CRIME QUE PRESSUPÕE A UTILIZAÇÃO DE DOCUMENTO VERDADEIRO. IMPOSSIBI- LIDADE. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO EVIDENCIADO. 1. O delito previsto no artigo 308 do Código Penal exige, para a sua configuração, que o agente se utilize de documento verdadeiro, de titularidade de outrem, como se fosse seu, para ocul- tar a sua verdadeira identidade. 2. Na hipótese, o paciente utilizou-se de passaporte alheio, nele inserindo a sua fotografia, circunstância que evidencia a falsidade do documento e impede a desclassificação pretendida.

Pena: detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.

Art. 311-A, CP, Fraudes em certames de interesse público

• Conduta criminosa: Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso dos certames públicos a seguir enumerados.

Certames

I – concurso público;

II – avaliação ou exame públicos;

III – processo seletivo para ingresso no ensino superior;

IV – exame ou processo seletivo previstos em lei.

• Condutas equiparadas: quem permite ou facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas às informações mencionadas.

Finalidade especial: beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibili- dade do certame.

• Exemplo: alguém divulga as questões ou o gabarito do concurso antes de sua realização.

• A partir desse tipo penal, a chamada “cola”, como a eletrônica, passou a ser conside- rada crime.

• Trata-se de crime formal, pois não se exige o efetivo benefício ou prejuízo à credibili- dade do certame. Basta a conduta que vise um ou outro objetivo. Se houver o dano, há a qualificadora.

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Pena: reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Qualificadora: Se da ação ou omissão resulta dano à administração pública (art.

311-A, § 2º, CP).

Pena da qualificadora: reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

Causa especial de aumento de pena (para a forma simples e para a qualifica- dora): Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido por funcionário público.

2. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 2.1. Conceito de Funcionário Público (art. 327, CP)

• Para fins penais, há um conceito de funcionário público próprio, previsto no art. 327 do Código Penal. Conceito esse que não se limita aos crimes previstos no Código, mas se estende à legislação extravagante, como a Lei nº 8.137/1990.

• O conceito abarca quem exerce transitoriamente ou sem remuneração cargo, emprego ou função. É o caso dos jurados do Tribunal do Júri.

• O modo de investidura no serviço público é indiferente. Pode ser por meio de con- curso público (servidor de carreira), de eleição (prefeitos, vereadores, vice-prefeitos etc.) ou de livre nomeação (Ministros de Estado).

• Não importa se se trata de agente político (como membro de um dos Poderes ou do Ministério Público), servidor público estatutário, celetista ou ocupante de função pública.

• Estagiário no serviço público: é considerado funcionário público para efeitos penais (STJ – RHC 21951/MT – Rel. Min. Félix Fisher. DJ. 02/09/2008).

• Para fins penais: o art. 327, caput, do Código Penal, se aplica tanto às hipóteses em que o funcionário público é autor do crime (por exemplo, concussão, excesso de exação, corrupção passiva), quanto às hipóteses em que é vítima ao lado do Estado, da infração penal (por exemplo, desacato, desobediência e resistência). (STJ – HC nº 52.989/AC, Rel. Min. Félix Fisher, DJ. 23/05/2006)

• Funcionário público por equiparação: Art. 327, § 1º, do Código Penal.

• A expressão entidade paraestatal do art. 327, § 1º, do Código Penal, deve ser inter- pretada ampliativamente e deve abranger: autarquias, fundações públicas, socie- dades de economia mista, empresas públicas, entidades do sistema S (SESI, SENAI, SENAC) etc.

• São equiparados a funcionários públicos os empregados das pessoas jurídicas de direito privado que mantêm contratos de concessão, permissão, autorização e con- vênios com o Poder Público, desde que o objeto desse contrato seja uma atividade típica da Administração Pública, como a prestação de serviços de saúde por uma Santa Casa.

Revisao Final TJ SP_Correia.indb 202

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