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ÁREAS PARA PRODUÇÃO FLORESTAL MANEJADA: DETALHAMENTO DO MACROZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO DO ESTADO DO PARÁ.

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DETALHAMENTO DO MACROZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO DO ESTADO DO PARÁ.

Adalberto Veríssimo Carlos Souza Jr.

Danielle Celentano Rodney Salomão

Denys Pereira Cíntia Balieiro

Apoio à Pesquisa:

Secretaria Especial de Produção do Governo do Estado do Pará Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente do Pará

Instituto de Terras do Pará

Fundação Gordon and Betty Moore

(4)

Revisão de Texto:

Tatiana Corrêa Veríssimo

Foto da Capa:

Danielle Celentano

Editoração Eletrônica:

RL/2 Comunicação e Design

Imazon

Rua Domingos Marreiros 2020. Fátima • Belém • PA • CEP 66060-160 Tel: (91) 3182-4000 • Fax: (91)3182-4027

imazon@imazon.org.br • http://www.imazon.org.br

Os dados e as opiniões expressas neste trabalho são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião dos financiadores do estudo.

VERÍSSIMO, Adalberto.

Áreas para Produção Florestal Manejada: Detalhamento do Macrozoneamento Ecológico Econômico do Estado do Pará./ Adalberto Veríssimo, Carlos Souza Jr., Danielle Celentano, Rodney Salomão, Denys Pereira e Cíntia Balieiro. – Belém: Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, 2006.

81p.; 21 X29,7cm

(5)

Agradecemos a colaboração dos funcioná-

rios do Iterpa, Sectam e Seprod do Governo

do Estado do Pará para a elaboração deste

relatório. Sâmia Nunes, Júlia Ribeiro, Heron

Martins e Katiuscia Fernandes colaboraram

nas análises espaciais. Agradecemos à Bren-

da Brito pelo auxílio nas análises sobre a si-

tuação fundiária e Paulo Barreto pela colabo-

ração nas análises de oferta e demanda da

produção madeireira do Pará.

(6)

Lista de Figuras . . . 8

Lista de Tabelas . . . 9

Lista de Siglas . . . 10

RESUMO EXECUTIVO . . . 11

INTRODUÇÃO . . . 16

MÉTODOS . . . 19

3.1.Avaliação da Demanda por Áreas Florestais . . . 19

3.2.Avaliação da Oferta de Áreas Florestais . . . 20

3.3.Identificação dos Polígonos Florestais . . . 20

3.4.Caracterização dos Polígonos Florestais . . . 21

3.5.Recomendações de Uso nos Polígonos Florestais. . . 26

3.6.Potencial Florestal . . . 27

3.7.Bases de Informações . . . 27

RESULTADOS . . . 29

4.1.Avaliação da Demanda por Áreas Florestais . . . 29

4.2.Avaliação da Oferta de Áreas Florestais . . . 31

4.3.Identificação dos Polígonos para Produção Florestal . . . 33

4.4.Caracterização dos Polígonos Florestais . . . 34

Análise 1. Macrozoneamento Econômico Ecológico (ZEE-Pará) . . . 34

Análise 2. Vegetação . . . 36

Análise 3. Potencial Florestal . . . 39

Análise 4. Alcance Econômico . . . 40

Análise 5. Pressão Humana . . . 41

Análise 6. Estradas não-oficiais . . . 42

Análise 7. Exploração Florestal . . . 44

Análises Secundárias . . . 46

4.5. Recomendações de Uso nos Polígonos Florestais . . . 49

4.6. Área Potencial para Produção Florestal no Pará . . . 50

CONCLUSÕES . . . 54

RECOMENDAÇÕES . . . 55

REFERÊNCIAS . . . 56

(7)

Polígono Florestal 1: Portel . . . 59

Polígono Florestal 2: Melgaço . . . 60

Polígono Florestal 3: Senador José Porfírio . . . 61

Polígono Florestal 4: Prainha . . . 62

Polígono Florestal 5: Almeirim I . . . 63

Polígono Florestal 6: Aveiro . . . 64

Polígono Florestal 7: Juriti . . . 65

Polígono Florestal 8: São Félix do Xingu . . . 66

Polígono Florestal 9: Alenquer . . . 67

Polígono Florestal 10: Óbidos . . . 68

Polígono Florestal 11: Oriximiná . . . 69

Polígono Florestal 12: Faro . . . 70

Polígono Florestal 13: Iriri . . . 71

Polígono Florestal 14: Almeirim II . . . 72

Anexo II. Unidades de Conservação de Uso Sustentável. . . 73

Anexo IV. Tabelas Extras . . . 76

Anexo V. Análises Secundárias . . . 77

(8)

Figura 1. Zonas de produção madeireira do Estado do Pará . . . 12

Figura 2. Áreas potenciais para a produção florestal no Pará . . . 14

Figura 3. Sugestão para os novos polígonos voltados à produção florestal no Pará . . 15

Figura 4. Vegetação no Pará 2005 (IBGE 1997, Inpe 2005) . . . 16

Figura 5. Pólos e zonas madeireiras do Pará, 2004 (Lentini et al. 2005). . . 17

Figura 6. Etapas usadas para a classificação da vegetação . . . 22

Figura 7. Método para o mapeamento de estradas não-oficiais . . . 24

Figura 8. Método para estimar a área de floresta explorada . . . 25

Figura 9. Zonas madeireiras do Estado do Pará . . . 29

Figura 10. Polígonos potenciais para produção florestal no Pará . . . 33

Figura 11. ZEE e os polígonos potenciais para a produção florestal no Pará (Sectam 2005) . . . 35

Figura 12. Vegetação nos polígonos potenciais para a produção florestal no Pará (IBGE) . . 36

Figura 13. Vegetação nos polígonos potenciais para a produção florestal no Pará (Imazon 2005) . . . 36

Figura 14. Alcance econômico madeireiro nos polígonos para produção florestal no Pará (Lentini et al. em preparação) . . . 40

Figura 15. Pressão humana nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará (Barreto et al. 2005) . . . 41

Figura 16. Estradas não-oficiais nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará (Souza Jr. et al. 2005) . . . 43

Figura 17. Cicatrizes de exploração nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará (Imazon 2005) . . . 44

Figura 18. Planos de manejo nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará (MMA 2004) . . . 45

Figura 19. Situação fundiária nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará (Incra) . . . 46

Figura 20. Áreas requeridas nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará. (Iterpa) . . . 47

Figura 21. Recomendações de uso para os polígonos florestais . . . 49

Figura 22. Síntese da oferta potencial de áreas florestais no Estado do Pará . . . 51

Figura 23. Áreas de uso sustentável existentes e propostas . . . 53

Figura 24. Áreas Protegidas do Pará (ISA 2004; MMA 2006) . . . 74

Figura 25. Assentamentos Rurais do Pará (Incra 2003) . . . 74

Figura 26. Macrozoneamento Econômico Ecológico do Pará (Sectam, 2005) . . 75

Figura 27. Assentamentos Rurais em torno das áreas potenciais para produção florestal no Pará (Incra 2003) . . . 77

Figura 28. Áreas Protegidas e polígonos potenciais para produção florestal no Pará (ISA 2004, MMA 2006). . . 78

Figura 29. Biodiversidade nas áreas com potencial para produção florestal no Pará (ISA et al. 2001) . . . 78

Figura 30. Aptidão agrícola nas áreas com potencial para produção florestal no Pará (IBGE 2002) . . . 79

Lista de Figuras

(9)

Tabela 1. Síntese da demanda por área florestal no Pará . . . 13

Tabela 2. Áreas potenciais para produção florestal no Pará . . . 14

Tabela 3. Sugestão para os novos polígonos para produção florestal no Pará . . . 15

Tabela 4. Bases de informações utilizadas . . . 28

Tabela 5. Características das zonas madeireiras no Pará . . . 30

Tabela 6. Demanda por área (km

2

) para produção madeireira no Pará. . . 30

Tabela 7. Oferta de área (km²) para produção madeireira no Pará . . . 31

Tabela 8. Unidades de Conservação de Uso Sustentável (exceto Resex) no Pará, 2006 . . 31

Tabela 9. Área potencial para produção madeireira manejada no Pará no Cenário 1 . . . 32

Tabela 10. Área potencial para produção madeireira manejada no Pará no Cenário 2 . . 32

Tabela 11. Área potencial para produção madeireira manejada no Pará no Cenário 3 . . 32

Tabela 12. Polígonos potenciais para produção florestal no Pará . . . 34

Tabela 13. ZEE e os polígonos potenciais para produção florestal no Pará (Sectam 2005) . . . 35

Tabela 14. Vegetação nos polígonos para produção florestal no Pará (IBGE escala 1:2.500.000) . . . 37

Tabela 15. Vegetação nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará (Imazon, escala 1:50.000) . . . 38

Tabela 16. Potencial de uso nos polígonos para produção florestal no Pará . . . . 39

Tabela 17. Alcance econômico madeireiro nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará . . . 40

Tabela 18. Pressão humana nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará (Barreto et al. 2005) . . . 42

Tabela 19. Estradas não-oficiais nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará . . . 43

Tabela 20. Exploração madeireira nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará (Imazon e MMA) . . . 45

Tabela 21. Situação fundiária nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará (Incra 2003) . . . 47

Tabela 22. Estimativa das áreas requeridas ao Iterpa (Iterpa 2005)¹ . . . 48

Tabela 23. Recomendações para os polígonos potenciais para produção florestal no Pará . . . 49

Tabela 24. Recomendação por polígono potencial para produção florestal no Pará . . . 50

Tabela 25. Áreas potenciais para a produção florestal no Estado do Pará¹ . . . 50

Tabela 26. Áreas potenciais para a produção florestal no Estado do Pará de acordo com as Zonas Madeireiras . . . 52

Tabela 27. Critérios adotados nos levantamentos das formações florestais (IBGE 1996) . . . 76

Tabela 28. Biodiversidade nos polígonos com potenciais para produção florestal no Pará (ISA et al. 2001) . . . 80

Tabela 29. Aptidão agrícola nos polígonos com potencial para produção florestal no Pará (IBGE 2002) . . . 81

Lista de Tabelas

(10)

APA Área de Proteção Ambiental APP Área de Preservação Permanente Arie Área de Relevante Interesse Ecológico Flona Floresta Nacional

Flota Floresta Estadual

Ibama Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Imazon Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia Inpe Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

Incra Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária Ipea Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas

Iterpa Instituto de Terras do Pará ISA Instituto Socioambiental MMA Ministério do Meio Ambiente Nasa Agência Espacial Norte-Americana Oemas Órgãos Estaduais de Meio Ambiente RDS Reserva do Desenvolvimento Sustentável Resex Reserva Extrativista

Sectam Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente do Estado do Pará

Seprod Secretaria Especial de Produção do Governo do Estado do Pará SFB Sistema Florestal Brasileiro

SIG Sistema de Informações Geográficas Sivam Sistema de Vigilância da Amazônia

Snuc Sistema Nacional de Unidades de Conservação UC Unidade de Conservação

ZEE Macrozoneamento Ecológico-Econômico do Estado do Pará.

Lista de Siglas

(11)

Este relatório sintetiza os resultados do detalhamento do ZEE nas áreas potenciais para produção florestal manejada. O es- tudo, uma iniciativa da Seprod, foi execu- tado pelo Imazon no período de novem- bro de 2005 a fevereiro de 2006. O docu- mento esteve em consulta pública entre fevereiro e junho de 2006 e foi apresenta- do oficialmente em junho de 2006 na Sec- tam. Os objetivos gerais do estudo foram:

(i) avaliar a demanda por áreas florestais para produção manejada no Estado; (ii) avaliar o potencial de oferta de áreas flo- restais para produção manejada no Esta- do; e (iii) identificar e avaliar novas áreas com potencial para produção florestal ma- nejada no Estado.

Potencial Florestal. O Estado do Pará (1,25 milhão de quilômetros quadrados) possui uma grande extensão de florestas (70% do Estado), com predominância de florestas ricas em espécies de valor comer- cial (madeireiro e não-madeireiro). As con- dições de relevo (em geral, plano a suave- mente ondulado), a grande extensão de rios navegáveis, uma ampla rede de estradas e o clima chuvoso, porém com estação seca definida, oferecem condições favoráveis para a atividade florestal. Esses fatores têm favorecido o rápido crescimento da ativi- dade madeireira no Estado do Pará.

RESUMO EXECUTIVO

Produção Florestal. Em 2004, as 860 indústrias madeireiras

1

em funcionamento no Pará extraíram 11, 1 milhões de me- tros cúbicos de madeira em tora, o que representou 46% da madeira em tora da Amazônia Legal. A produção de madeira processada (serrada, beneficiada, lâminas e compensados) foi cerca de 4,6 milhões de metros cúbicos. A renda bruta gerada pela indústria madeireira no Estado alcan- çou US$ 1,1 bilhão, dos quais metade foi proveniente de exportações. O número de empregos diretos e indiretos no setor flo- restal do Pará foi aproximadamente 184 mil (Lentini et al. 2005).

A produção florestal está distribuída de forma heterogênea no Estado. A indústria madeireira está concentrada nas zonas Leste e no Estuário, que representam con- juntamente 74% da produção madeireira do Estado. Os outros 26% da produção madeireira do Pará ocorrem nas zonas Central, Norte, Oeste e Sul (Figura 1).

Apesar da importância econômica, o setor florestal enfrenta uma crise sem pre- cedentes, ocasionada pela falta de defini- ção fundiária em áreas do Estado e es- cassez de áreas designadas para produ- ção florestal. Além disso, somente uma proporção pequena da produção florestal é feita de acordo com as práticas de ma- nejo florestal

2

.

1

Além disso, há 732 microsserrarias operando na região do Estuário, cujo consumo total de madeira em tora é inferior a 10% do total extraído no Pará (Lentini et al. 2005). Para maiores detalhes, acessar o livro “Fatos Florestais da Amazônia 2005” na página do Imazon www.imazon.org.br.

2

Consiste em corte seletivo baseado no inventário florestal 100% das árvores comerciais; planejamen-

to das estradas, pátios e ramais de arraste; corte prévio de cipós; corte direcionado das árvores e

arraste planejado. Além disso, o plano de manejo deve conter técnicas para estimular a regeneração e

o crescimento das árvores comerciais e um cronograma de exploração anual (Amaral et al. 1998).

(12)

Figura 1. Zonas de produção madeireira do Estado do Pará.

Demanda por área florestal. A indús- tria madeireira do Pará necessita de apro- ximadamente 167 mil quilômetros quadra- dos (16,7 milhões de hectares) de área florestal líquida

3

para manter o consumo de matéria-prima com base na produção de 2004 – aproximadamente 11,2 milhões de metros cúbicos de madeira em tora.

Essa estimativa assume um ciclo de corte de 30 anos e uma intensidade média de extração de 20 metros cúbicos por hecta- re. Em um cenário em que houvesse um incremento na produção em 1% ao ano

(mantida a mesma intensidade de corte e ciclo de rotação), a demanda por área flo- restal líquida aumentaria para aproximada- mente 225 mil quilômetros quadrados (22,5 milhões de hectares). No caso de ocorrer o mesmo incremento na produ- ção de 1% ao ano, mas com uma com- pensação na melhoria do rendimento de 5% (isto é, maior eficiência na conversão de madeira em tora para madeira proces- sada), a demanda por área florestal seria aproximadamente 201 mil quilômetros quadrados (Tabela 1).

3

Refere-se à área florestal a ser destinada para exploração madeireira manejada. Excluem-se as

áreas sem valor comercial, áreas inacessíveis e as APPs. A definição exata da área e do volume a ser

extraído depende da realização do censo ou inventário florestal 100%.

(13)

Tabela 1. Síntese da demanda por área florestal no Pará.

Cenário 1. Manutenção do consumo atual de madeira em tora.

Cenário 2. Aumento significativo no consumo de tora em função do cresci- mento (1% ao ano) na demanda por madeira processada durante um ciclo de 30 anos.

Cenário 3. Aumento razoável no consumo de tora considerando-se maior demanda por madeira processada (1% ao ano) parcialmente compensada por uma melhoria (5%) no rendimento industrial.

4

Exclui todas as florestas existentes na categoria de Unidade de Conservação de Proteção Integral, Terras Indígenas, Resex e Áreas Militares, bem como as florestas destinadas à criação de futuras Unidades de Conservação de Proteção Integral de acordo com o ZEE.

5

Nas Resex, a exploração madeireira poderá ocorrer somente em bases comunitárias (baixa intensi- dade) e sob condições específicas definidas no plano de manejo de cada unidade.

Oferta de áreas florestais. A área flo- restal bruta para produção florestal poten- cial soma aproximadamente 432 mil qui- lômetros quadrados

4

. Porém, em torno de 182 mil quilômetros quadrados são flo- restas sem aptidão para uso econômico por uma ou mais das seguintes razões:

florestas com valor comercial muito bai- xo, florestas já exploradas de forma pre- datória, florestas situadas em áreas de topografia extremamente acidentada, flo- restas inseridas nas APPs. Portanto, as flo- restas com potencial para uso florestal no Pará somam aproximadamente 250 mil quilômetros quadrados (25 milhões de hectares). Essas áreas serão referidas nes- te relatório como “área florestal potenci- al” (Tabela 2). Além disso, o Estado do Pará possui aproximadamente 21 mil quilôme- tros quadrados de florestas em Resex, as

quais apresentam restrições para a explo- ração florestal

5

.

A área florestal potencial é composta pe-

las seguintes categorias: (i) 83 mil quilôme-

tros quadrados são florestas potenciais exis-

tentes nas Unidades de Conservação de Uso

Sustentável (Flonas, APAs, RDS) já estabele-

cidas; (ii) 120 mil quilômetros quadrados são

florestas potencias nos polígonos identifica-

dos neste estudo para o estabelecimento de

novas Unidades de Conservação de Uso Sus-

tentável e, em menor proporção, áreas para

concessão florestal (fora de UC) e/ou assen-

tamento florestal; (iii) 7 mil quilômetros qua-

drados são florestas remanescentes em As-

sentamentos Rurais; e (iv) aproximadamen-

te 41 mil quilômetros quadrados compreen-

dem áreas florestais líquidas dispersas no Es-

tado como áreas devolutas e áreas potenci-

almente privadas (Tabela 2, Figura 2).

(14)

Tabela 2. Áreas potenciais para produção florestal no Pará.

¹ A categoria “Outros” refere-se a áreas florestais líquidas dispersas no Estado como áreas devolutas e áreas potencialmente privadas.

Figura 2. Áreas potenciais para a produção florestal no Pará.

Novas Áreas para Produção Florestal.

Para identificar as novas áreas com poten- cial para a produção florestal, selecionamos 14 polígonos totalizando uma área flores- tal bruta de aproximadamente 166 mil qui- lômetros quadrados (16,5 milhões de hec- tares). Esses polígonos foram definidos sub- traindo-se da área do Pará as seguintes categorias: (i) áreas de vegetação não flo-

restal e as áreas já desmatadas; (ii) Terras

Indígenas, Unidades de Conservação e Ter-

ras Militares existentes; (iii) assentamen-

tos de reforma agrária; (iv) áreas de flo-

resta remanescentes dispersas no territó-

rio; e (v) áreas propostas pelo governo

estadual para a criação de Unidades de Con-

servação de Proteção Integral de acordo

com o ZEE (Lei Estadual nº 6.745/05).

(15)

Analisamos para cada polígono o potencial para uso florestal com base na aptidão flores- tal (vegetação), acesso (alcance econômico), sinais de ocupação (pressão humana e estra- das não-oficiais) e destinação prevista de acor- do com o ZEE. Excluímos aproximadamente 46 mil quilômetros quadrados da área total analisada que é de 166 mil quilômetros qua- drados, por constituírem florestas sem poten- cial para uso econômico (condições topográfi- cas desfavoráveis, baixo valor florestal, explo-

ração predatória etc.). Portanto, a área flores- tal potencial nos polígonos analisados foi apro- ximadamente 120 mil quilômetros quadrados.

Destinação Potencial das Novas Áre- as Florestais. De acordo com as análises realizadas no âmbito do detalhamento do ZEE, sugerimos preliminarmente que as ca- tegorias de uso para as novas áreas desti- nadas à produção florestal sejam as des- critas na Tabela 3 e Figura 3.

Tabela 3. Sugestão para os novos polígonos para produção florestal no Pará.

Figura 3. Sugestão para os novos polígonos para produção florestal no Pará.

(16)

O Estado do Pará possui aproximada- mente 1,25 milhão de quilômetros quadra- dos (15% do território nacional). Em 2005, o Pará era predominantemente coberto por florestas (70%), com 18% de áreas des- matadas e 12% de vegetação não-flores- tal (Figura 4). Em 2004, a população do Estado era de 6,9 milhões de habitantes

INTRODUÇÃO

(IBGE 2005). A economia no Pará é larga- mente baseada na mineração industrial (es- pecialmente, minério de ferro e bauxita), exploração e processamento de madeira e agropecuária. Em 2002, o PIB do Estado atingiu cerca de R$ 25,5 bilhões (Ipea 2002), enquanto a renda per capita foi R$

3.887 (posição 20 entre os Estados).

Figura 4. Vegetação no Pará 2005 (IBGE 1997, Inpe 2005).

Quarenta e dois por cento das terras do Estado são Áreas Protegidas

6

. Desse to- tal, 21,7% são Terras Indígenas; enquan- to 14,6% são formadas por Unidades de Conservação de Uso Sustentável; e 5,6%

são áreas compostas por Unidades de Conservação de Proteção Integral. Além disso, o Estado abriga 5,1% de assenta- mentos de reforma agrária e 1,9% de Ter- ras Militares, áreas de quilombos e reser- vas estaduais para pesquisa científica. De

acordo com o Censo Agropecuário de 1994, as áreas privadas somam apenas 18% do Estado (IBGE 1996). O restante (33%) são terras potencialmente devolu- tas ou privadas em disputa.

O Estado do Pará possui aptidão para a atividade florestal. Há abundância de flo- restas ricas em madeiras de valor comer- cial; as condições de relevo (em grande parte, plano a suavemente ondulado) são favoráveis para exploração florestal, que é

6

Inclui as UCs criadas pelo governo federal no oeste do Pará (área de influência da BR-163) em 13 de

Fevereiro de 2006, cujos decretos foram publicados dia 14 de fevereiro pelo Diário Oficial da União.

(17)

facilitada pela grande extensão de rios na- vegáveis e pela localização estratégica do Estado em relação aos mercados de ma- deira (interno e externo). Esses fatores têm contribuído para a expansão da ativi- dade madeireira no Estado. Entretanto, a grande maioria da exploração ainda é rea- lizada de forma não-manejada.

Em 2004, o Estado do Pará abrigava 860

7

empresas madeireiras distribuídas em 33 pólos madeireiros (Figura 5). Naquele ano, foram extraídos 11,2 milhões de

metros cúbicos de madeira em tora (46%

da produção amazônica) e produzidos 4,6 milhões de metros de madeira processa- da (madeira serrada, produtos beneficia- dos, lâminas e compensados). O setor madeireiro empregou mais de 180 mil pes- soas de forma direta e indireta. A renda bruta gerada pelo setor florestal foi de aproximadamente US$ 1,1 bilhão (Lentini et al. 2005). Em 2004, o valor das expor- tações de madeira do Pará atingiu US$ 543 milhões (MDIC 2005).

Figura 5. Pólos e zonas madeireiras do Pará, 2004 (Lentini et al. 2005).

7

Além disso, há 732 microsserrarias, em geral informais, operando no Estado.

Apesar de sua importância socioeconô- mica, o setor madeireiro do Pará enfrenta uma crise sem precedentes com o cance- lamento de centenas de planos de manejo e a ameaça de fechamento de dezenas de empresas. A principal causa dessa crise é a falta de regulamentação fundiária, o que

impossibilita a aprovação dos planos de

manejo. Em resposta a essa crise foram

adotadas algumas medidas estratégicas,

dentre as quais se destacam: (i) a elabo-

ração e a aprovação da Lei de Gestão de

Florestas Públicas em março de 2006; (ii)

o decreto federal de criação do Distrito Flo-

(18)

restal no oeste do Pará, um instrumento de apoio ao desenvolvimento florestal na- quela região; e (iii) o ZEE em 2005 (Lei Estadual nº 6.745/05).

A lei de Gestão de Florestas Públicas, san- cionada pelo Presidente da República em março de 2006, tem por objetivos: (i) re- gulamentar a gestão das florestas em áreas públicas (União, Estados e municípios); (ii) criar o SFB como órgão regulador da ges- tão das florestas públicas e ao mesmo tem- po promotor do desenvolvimento florestal;

e (iii) criar o Fundo Nacional de Desenvolvi- mento Florestal para promover o desenvol- vimento tecnológico, assistência técnica e incentivos para o desenvolvimento do setor florestal. A lei define três formas de gestão:

(i) UC para produção florestal (por exem- plo, Flonas/Flotas, RDS); (ii) uso comunitá- rio (Assentamentos Florestais, Resex, PDS etc.); e (iii) concessões florestais fora de UC.

A concessão só será aplicada após a cons- tatação de que não existe demanda para a criação de UC e/ou uso comunitário. A es- colha será feita com base no melhor preço e menor impacto ambiental. A concessão não implica em qualquer direito ou posse sobre as áreas. Nos dez anos iniciais, a área total de concessão prevista será de 13 mi- lhões de hectares (3% da Amazônia Legal).

O Distrito Florestal, criado em fevereiro de 2006 pelo governo federal, é um instru- mento para priorizar ações de políticas pú- blicas direcionados para o desenvolvimento das atividades florestais manejadas. As prin- cipais atividades previstas no distrito inclu- em regularização fundiária, crédito rural, melhoria da infra-estrutura e apoio à mo- dernização do parque industrial, gestão de áreas públicas e assistência técnica. O Dis- trito Florestal, situado no Oeste do Pará (área de influencia da BR 163), abrange uma área de 190 mil quilômetros quadrados.

O ZEE, aprovado em 2005, é um instru- mento central da política de ordenamento

territorial do Pará. Os objetivos gerais desse macrozoneamento são incentivar o desen- volvimento das atividades econômicas em bases manejadas e reduzir os conflitos fun- diários e o desmatamento ilegal. De acordo com o ZEE, a área territorial do Estado foi distribuída em quatro grandes zonas, a sa- ber: (i) Terras Indígenas (pelo menos 28%

do Estado); (ii) Unidades de Conservação de Uso Sustentável existentes e a serem criadas (pelo menos 27% do Estado); (iii) Unidades de Conservação de Proteção In- tegral existentes e propostas (pelo menos 10% do Estado). E, finalmente, uma zona para a consolidação de atividades produti- vas de no máximo 35% do território esta- dual. Em resumo, o ZEE prevê 65% da área do Estado para conservação e uso florestal e 35% para a consolidação de atividades produtivas, principalmente a agropecuária.

Para atingir as metas estabelecidas pelo ZEE na zona destinada às Unidades de Con- servação de Uso Sustentável, será neces- sário criar cerca de 15,6 milhões de hecta- res (12,4% do território) desse tipo de Uni- dade. Essa categoria de UC permite conci- liar uso sustentável e conservação dos re- cursos naturais (Palmieri et al.2005). A maior parte das categorias de Unidades de Conservação de Uso Sustentável como Flo- nas/Flotas, RDS e APAs permite o uso raci- onal dos recursos florestais madeireiros. Em condições especiais, é possível extrair ma- deira das Resexs sob regime de manejo flo- restal comunitário. Para saber mais sobre as atividades econômicas permitidas nes- sas Unidades, consulte o Anexo 2.

Os objetivos deste estudo são: (i) ava- liar e quantificar a demanda de áreas para a produção florestal no Estado do Pará;

(ii) avaliar e quantificar a oferta de áreas

de florestas para a produção florestal no

Estado do Pará; e (iii) identificar e carac-

terizar as áreas florestais potenciais para

produção florestal manejada.

(19)

Para a avaliação de demanda e oferta de áreas florestais, dividimos o Estado do Pará em seis zonas madeireiras (Leste, Sul, Central, Oeste, Norte e Estuarina). As zo- nas foram criadas a partir de uma análise de proximidade econômica das florestas aos pólos madeireiros. Dessa forma, para cada uma das áreas de floresta foi possí- vel identificar qual o pólo madeireiro que obteria maior rentabilidade para explorar aquela floresta. Nessas zonas, estimamos a área florestal necessária para suprir a demanda de madeira e a área florestal potencial disponível (oferta).

MÉTODOS

3.1. Avaliação da Demanda por Áreas Florestais

Para a avaliação da demanda, analisamos dados da produção de madeira fornecidos pelo levantamento primário conduzido pelo Imazon nos pólos madeireiros em 2004 (Len- tini et al. 2005). Para isso (Quadro 1), inicial- mente dividimos a produção madeireira em tora (metros cúbicos de tora com ano base em 2004) pela intensidade de exploração. Em seguida, multiplicamos esse resultado pelo ciclo de corte. Por último, dividimos o resul- tado por 100, transformando assim a unida- de em quilômetros quadrados (Quadro 1).

8

Segundo Lentini et al. (2005), a produção de madeira em tora em 2004 foi de 11,2 milhões de metros cúbicos.

Área demandada = (km²)

Produção de madeira em tora (m³) Intensidade de exploração (m³ tora/hectare)

Ciclo de corte (anos) 100

( x )

Quadro 1. Cálculo da demanda de área para produção florestal no Pará.

M = C * (1 + i)

t

Onde,

M = Montante final; C = Capital inicial; i = Taxa % por período de tempo e t = número de períodos de tempo

Quadro 2. Fórmula dos juros compostos.

Para a avaliação da demanda, consideramos três cenários de produção —todos adotando uma intensidade de exploração de 20 metros cúbicos por hectare e um ciclo de corte de 30 anos:

1: Mantendo-se o consumo de madeira em tora igual a 2004

8

.

• 2: Aumento da produção processada de 1% ao ano, calcu- lado por meio de juros compostos (Quadro 2).

• 3: Aumento da produção processada de 1% ao ano calcula-

do por meio de juros compostos (Quadro 2) e aumento no

rendimento de processamento em 5%.

(20)

3.2. Avaliação da Oferta de Áreas Florestais

As análises de oferta foram conduzidas considerando-se as zonas madeireiras do Estado (detalhes no item 3.1). Para con- tabilizar a área florestal disponível (oferta bruta), excluímos as áreas antropizadas, as áreas não-florestais (cerrados, campos naturais etc), as Terras Indígenas, as Uni- dades de Conservação de Proteção Inte- gral (existentes e propostas para atingir as metas propostas pelo ZEE) e as Áreas Mi- litares (Quadro 3). Entretanto, parte da flo- resta disponível (oferta bruta) não pode ser explorada. Isso porque parte já foi ex- plorada; porque as condições de relevo e declividade não são favoráveis; e porque é proibido explorar nas APPs. Por isso, para

calcular a oferta potencial de áreas flores- tadas para a produção de madeira, esti- mamos o potencial de uso por zona (Qua- dro 3). Dessa forma, excluímos da área florestal disponível parte das áreas já ex- ploradas de forma predatória (descrição detalhada no item 3.3.1) e as áreas com topografia acima de 800 metros obtidas a partir dos dados da missão Shuttle Radar Topography Mission-SRTM (JPL 2006).

Excluímos também as áreas florestais si- tuadas a uma distância de até 100 metros das margens da rede hidrográfica princi- pal. Finalmente, excluímos os focos de ca- lor detectados até 2005 (Inpe 2005) com um raio de 2 quilômetros, bem como as áreas de influência das sedes municipais até um raio de 20 quilômetros.

3.3. Identificação dos Polígonos Florestais

Utilizamos cinco análises para identificar os polígonos potenciais para a produção florestal no Estado do Pará. Primeiro, ex- cluímos áreas do Estado com vegetação não-florestal (IBGE 1997) e as áreas des- matadas (Inpe 2005) (Figura 4). Segun- do, excluímos da floresta remanescente as áreas já protegidas

9

, como Terras Indíge- nas e UCs estabelecidas até fevereiro de 2006 (ISA 2004, MMA 2006) (Figura 24, Anexo 3). Terceiro, excluímos as áreas de assentamento de reforma agrária estabe-

lecidas até 2002 (Incra 2003) (Figura 25, Anexo 3). Quarto, excluímos florestas re- manescentes situadas nas zonas leste e sul do Pará por representarem áreas insu- ficientes para formarem polígonos e por serem provavelmente privadas. Finalmen- te, excluímos as áreas propostas para cri- ação de Unidades de Conservação de Pro- teção Integral pelo Governo do Estado do Pará no âmbito do ZEE (Sectam 2005) (Figura 26, Anexo 3). As áreas resultantes dessas subtrações foram delimitadas em 14 polígonos florestais com potencial para produção florestal no Pará.

9

Inclui as UCs criadas pelo governo federal em 13 de Fevereiro de 2006, cujos decretos foram publica- dos dia 14 de fevereiro pelo Diário Oficial da União.

Quadro 3. Disponibilidade de áreas florestais (oferta bruta e potencial).

Área florestal disponível (oferta bruta)

Inclui (+) = Áreas Florestais (públicas, devolutas, privadas e assentamen- tos), Flonas, APA e RDS.

Exclui (-) = Áreas Antropizadas (desmatamentos, queimadas e centro ur- banos), áreas não-florestais, Terras Indígenas, Áreas Militares, Resex e Uni- dades de Conservação de Proteção Integral existentes e propostas.

Oferta Potencial = (Oferta Bruta X Potencial de Uso) /100

(21)

3.4. Caracterização dos Polígonos Florestais

Os 14 polígonos florestais identificados cobriram 29 cenas do satélite Landsat (185 x 185 km cada cena). Uma oferta limitada de imagens do satélite Landsat não permi- tiu a utilização de imagens do mesmo ano para compor o mosaico (união de duas ou mais imagens para compor a área de es- tudo) para o mapeamento detalhado dos polígonos florestais. Por isso, os mosaicos foram compostos por imagens dos anos 2003, 2004 e 2005. Inicialmente, as ce- nas de cada área florestal foram georefe- renciadas para coordenadas UTM e, em seguida, utilizadas para extrair áreas des- matadas, florestas, florestas exploradas, estradas e corpos d’água. Posteriormen- te, caracterizamos essas áreas florestais por meio das seguintes análises:

Análise 1. ZEE. Sobrepusemos os polí- gonos florestais ao mapa do Macrozone- amento do Pará (Lei Estadual ¹ 6.745/05) para identificar as categorias de uso ou conservação estabelecidas no âmbito do zoneamento.

Análise 2. Vegetação. A classificação da vegetação foi realizada em uma escala bem detalhada (1:50.000) por meio téc- nicas de sensoriamento remoto que utili- zam imagens de satélite das faixas do vi- sível, infravermelho, radar e dados de to- pografia SRTM/Nasa (Figura 6). Para isso, combinamos esse mapeamento detalha- do (1:50.000) com o mapa de cobertura vegetal disponível pelo IBGE/Sivam (2005) na escala 1:250.000. Além disso, utiliza- mos os relatórios de campo sobre os le- vantamentos das formações florestais do

Projeto RadamBrasil (IBGE 1996) (Tabela 25, Anexo 4).

No processamento das imagens, inicial-

mente, eliminamos os sinais de neblina e fu-

maça das imagens Landsat para reduzir pos-

síveis erros na classificação. Em seguida,

georreferenciamos as imagens Landsat com

as imagens do mosaico da Nasa, Projeto

Zulu. As imagens de Radar (Jers – estação

úmida e seca) e SRTM (Shuttle Radar Topo-

graphic Mission 2000) foram registradas

com base nas imagens Landsat, prevalecen-

do a resolução espacial das imagens Land-

sat (30 metros). O passo seguinte foi fundir

as imagens de satélite Landsat (bandas 1-

7) e as de radar e sobrepor o mapa de ve-

getação do IBGE/Radam com as imagens

fundidas (cobertura do solo mais topogra-

fia) para a coleta visual de 2.000 amostras

de treinamento por classe de formação flo-

restal na imagem. Essa amostragem foi apli-

cada na classificação automática por árvore

de decisão, método de classificação auto-

mático de rápido processamento e pouca

interferência do analista, que separa classes

com características espectrais distintas (i.e.,

água, solos, florestas). O produto da classi-

ficação automática foi combinado com a

classificação de desmatamento 2004, tor-

nando possível distinguir o desmatamento

das formações não-florestais. Os ruídos ge-

rados na classificação foram eliminados com

filtros espaciais baseados em segmentação

de imagens que consideram as semelhan-

ças espaciais dos pixels. Após a aplicação

dos filtros foi realizada a edição matricial da

classificação final por meio do programa Clas-

sEdit (ENVI 3.2) na escala de 1:50.000 para

corrigir eventuais erros de classificação.

(22)

1. Floresta Densa Aluvial 6. Floresta Aberta Submontana 2. Floresta Densa de Terras Baixas 7. Formações Não-Florestais 3. Floresta Densa Submontana 8. Desmatamento

4. Floresta Aberta Aluvial 9. Corpos D’água 5. Floresta Aberta de Terras Baixas

Figura 6. Etapas usadas para a classificação da vegetação.

Análise 3. Potencial Florestal. Para esti- mar o potencial florestal, inicialmente calcu- lamos o potencial de uso de cada polígono florestal identificado. Assim, excluímos da área total as áreas já desmatadas; as man- chas não-florestais; as áreas exploradas pela atividade madeireira (descrição do método no item 3.3.1); as áreas com topografia acima de 800 metros obtidas a partir dos dados da missão Shuttle Radar Topography

Mission-SRTM (JPL 2006), 100 metros das margens da rede hidrográfica principal; os focos de calor até 2005 (Inpe 2005) com um raio de 2 km; e as áreas de influência das sedes municipais com raio de 20 km. A área florestal resultante foi então classifica- da com base nos dados de vegetação e volume do Projeto Radam (IBGE 1996) (Quadro 4) em três classes de valor poten- cial: baixo, médio e alto.

O mapa final foi sobreposto às regiões de Floresta Ombrófila Densa e Floresta Ombrófila Aberta contidas no mapa IBGE e Sivam (1997) na escala de 1:250.000.

Isso foi feito para extrair informações das

formações de floresta densa e aberta, dado

que o classificador automático utilizado não

conseguiu separar essas classes de vege-

tação. O resultado é um mapa da cober-

tura florestal contendo nove classes:

(23)

Quadro 4. Potencial florestal das tipologias florestais (IBGE 1996).

Análise 4. Alcance econômico. Utiliza- mos modelos de alcance econômico da ati- vidade madeireira desenvolvidos por Sou- za Jr. et al. (1997) e Veríssimo et al.

(1998). Esses modelos estimam a distân- cia máxima dos atuais pólos madeireiros economicamente viáveis para explorar madeira ao considerar os custos de extra- ção, transporte e processamento de ma- deira. Os dados de custo de produção e de transporte utilizados na modelagem de al- cance econômico atual são provenientes de levantamentos socioeconômicos dos pólos madeireiros no Estado do Pará fei- tos pelo Imazon em 1998 e 2004 (Lentini et al. 2005).

O alcance econômico foi estimado por meio da modelagem de custo de superfí- cie na escala 1:50.000. Esse método de- termina o custo de transporte cumulativo para transportar toras de madeira da flo- resta para o pátio das serrarias dos pólos madeireiros, considerando-se os diferen- tes tipos de superfície. O modelo de alcan- ce utiliza informações de estradas (IBGE 1999), localização de centros de produ- ção de madeira serrada (Lentini et al.

2005), navegabilidade dos rios e dados socioeconômicos da atividade madeireira.

O resultado dessa análise indica as áreas com alta, média e baixa acessibilidade para a atividade madeireira, bem como as áre- as inacessíveis.

Análise 5. Pressão humana. Essa análi- se revela as áreas com sinais de ocupação humana, consolidada e incipiente, identifi- cadas a partir de focos de calor, desmata- mento, estradas oficiais, centros urbanos, assentamentos de reforma agrária e áre- as de mineração. Para efeito dessa análi- se, consideramos o termo “pressão hu- mana consolidada” como “alta pressão” e as áreas com pressão humana incipiente como “média pressão”.

Análise 6. Estradas não-oficiais As análi-

ses para a identificação das estradas não-

oficiais foram conduzidas por Souza Jr., de

acordo com o método proposto por Bran-

dão e Souza Jr. (2006). As estradas foram

mapeadas por meio de interpretação visual

de imagens Landsat (bandas 3, 4 e 5) na

escala 1:50.000 (Figura 7). O software Arc-

gis 3.2 foi usado para digitalizar todas as

estradas identificadas. Ao comparar as ima-

gens digitalizadas com o mapa de estradas

oficiais de 2001 (Ministério dos Transportes

2002), os autores puderam distinguir as es-

tradas não-oficiais das estradas oficiais.

(24)

Figura 7. Método para o mapeamento de estradas não-oficiais.

Análise 7. Exploração madeireira. Ma- peamos a exploração madeireira utilizan- do imagens Landsat TM por meio do mé- todo desenvolvido por Souza Jr. (2005) (Figura 8). Esse mapeamento consiste na identificação de pátios e estradas madei- reiras e de áreas de floresta que sofreram impacto no dossel. Para esse mapeamen- to, as imagens foram transformadas para reflectância, utilizando o programa ACORN, o qual remove as interferências atmosfé- ricas das imagens restando apenas o sinal da superfície. Para quantificar os compo- nentes puros (floresta, solo, vegetação morta etc.) dentro de cada pixel, aplica- mos o Modelo de Mistura de Pixel nas ima- gens de reflectância, resultando nas ima- gens de fração de solos, NPV (Non-pho- tosynthetic vegetation – vegetação mor-

ta) e GV (Green Vegetation – vegetação viva). As imagens de fração foram combi- nadas gerando uma imagem NDFI (Nor- malized Difference Fraction Index) para realçar o sinal de degradação causada pela exploração madeireira. A partir do NDFI, realizamos a interpretação visual digitali- zando as feições das cicatrizes de explo- ração florestal, caracterizadas pelas aber- turas de pátios de estocagem de toras de madeira (1 a 3 pixels), conectadas às es- tradas abertas nas áreas com floresta (ra- mais). Estimamos a área a partir da deli- mitação da área afetada pela exploração.

Adicionalmente, utilizamos o número e a

área dos planos de manejo florestal exis-

tentes nos polígonos potenciais autoriza-

dos pelo Ibama para os períodos de 2003

a 2004.

(25)

Figura 8. Método para estimar a área de floresta explorada.

Análise Secundária

Situação fundiária. A situação fundiária de cada polígono foi classificada de acordo com dados fornecidos pelo Incra e pelo Iterpa. O Incra disponibilizou informações cartográficas para o Estado por meio dos polígonos das áreas arrecadadas (resultan- tes de arrecadação sumária), discrimina- das (resultantes de ações discriminatóri- as) e dos imóveis rurais. O Iterpa disponi- bilizou informações cartográficas por meio das linhas (contornos) das áreas requeri- das para titulação. Os dados de requeri- mentos fornecidos pelo Iterpa foram con- siderados como indicativo de pressão, embora não haja informação sobre ocu- pação. Mesmo que essas áreas não este- jam desmatadas, há um presumível inte- resse de ocupação. As áreas não identifi- cadas como federais, imóveis rurais e as- sentamentos de reforma agrária foram classificadas como potencialmente devo- lutas.

Situação do entorno. Por meio da sobre- posição de mapas, analisamos a presença de Áreas Protegidas e de Assentamentos Rurais no entorno dos polígonos florestais identifi- cados. Consideramos importante o conheci- mento da situação de entorno dessas áreas, uma vez que é possível localizar tanto as fu- turas pressões (no caso de assentamentos) como os corredores ecológicos potenciais (no caso de Áreas Protegidas).

Biodiversidade. Analisamos a importância biológica nos polígonos florestais identificados de acordo com o mapa elaborado no semi- nário de Macapá em 1999 (ISA et al. 2001).

Potencial agrícola. Analisamos o poten-

cial agrícola dos polígonos florestais com

base no mapa do potencial agrícola pro-

duzido pelo IBGE (2002). Esse mapa clas-

sifica o território de acordo com a poten-

cialidade agrícola dos solos, levando em

conta fatores como fertilidade, caracterís-

ticas físicas e morfológicas, principais limi-

tações e topografia.

(26)

3.5. Recomendações de Uso nos Polígonos Florestais

Elaboramos um resumo para cada um dos 14 polígonos florestais analisados (Anexo 1). Os critérios para as recomen- dações estão relacionados principalmente à cobertura florestal (aptidão florestal), pressão antrópica e destinação de uso pre- vista pelo ZEE (Lei Estadual ¹ 6.745/05).

Neste relatório, sugerimos quatro catego- rias para destinação das áreas: (i) área com potencial para criação de Flonas/Flo- tas; (ii) área com potencial para criação de APAs florestais; (iii) área com potencial para concessão florestal fora de UC e/ou Assentamento Florestal; e (iv) área com potencial para outras categorias de UC, tais como APAs, RDS etc.

Categoria 1: Florestas Nacionais ou Estaduais (Flonas/Flotas)

As Flonas/Flotas são Unidades de Con- servação de Uso Sustentável caracteriza- das pela cobertura florestal de espécies nativas, cujo objetivo principal é o uso múltiplo dos seus recursos florestais com base em técnicas de manejo florestal (Ar- tigo 17 do Snuc). Além disso, as Flonas têm a função de garantir a proteção dos serviços ambientais, propiciar as ativida- des de recreação e apoiar pesquisa cientí- fica. As Flonas/Flotas permitem que a po- pulação residente e empresas interessa- das ¯por meio de concessão¯ utilizem os recursos naturais de acordo com o plano de manejo da Unidade. As Flonas/Flotas requerem desapropriação, indenização e retirada de ocupantes. Entretanto, as po- pulações tradicionais podem permanecer residindo na Unidade.

As principais variáveis utilizadas para selecionar as áreas destinadas à criação

de Flonas/Flotas no Estado Pará são: (i) área prevista para a criação de Unidades de Conservação de Uso Sustentável pelo ZEE; (ii) aptidão florestal; e (iii) baixa e média pressão humana.

Categoria 2: APAs Florestais

APA é uma área extensa, com sinal de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualida- de de vida e bem-estar das populações humanas. Os seus objetivos são proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilida- de do uso dos recursos naturais. As APAs são constituídas por terras públicas ou pri- vadas (MMA 2005). A APA florestal

10

suge- rida é uma APA na qual há garantia legal da conservação da cobertura florestal. Por exemplo, a APA Tapajós (criada pelo go- verno federal em fevereiro de 2006) tem essa característica, pois no seu decreto de criação foram definidos a manutenção da cobertura florestal e o domínio público de suas terras. As principais variáveis utiliza- das para selecionar as áreas destinadas à criação da APA Florestal no Estado Pará são:

(i) área prevista para a criação de Unidades de Uso Sustentável pelo ZEE; (ii) aptidão florestal; (iii) alta pressão humana.

Categoria 3: Concessão florestal fora de UC e/ou Assentamento Florestal

Área com potencial para uso florestal na forma de concessão florestal em áreas públicas fora de UC podendo ser tanto con- cessões para empresas privadas como também para uso florestal pelas popula- ções tradicionais e/ou agricultores familia- res por meio dos “Assentamentos Flores- tais”. Esses assentamentos são uma nova modalidade de área para uso social defini-

10

O termo APA Florestal refere-se a um tipo de APA no qual o uso será florestal e, portanto, haverá

restrições às atividades de conversão florestal. Além disso, como foi adotado no caso da APA do

Tapajós, estabelecida em fevereiro de 2006, as áreas devolutas existentes na APA serão alocadas

como “floresta pública” e, portanto, não haverá titulação privada.

(27)

da pelo governo federal, cuja finalidade é promover o manejo florestal comunitário ou em pequena escala. As principais variá- veis utilizadas para selecionar as áreas des- tinadas à criação da APA Florestal no Esta- do Pará são: (i) área prevista para conso- lidação pelo ZEE; (ii) aptidão florestal; (iii) baixa ou média pressão humana.

Categoria 4: Outras categorias de UC Nas áreas previstas para a criação de Unidades de Conservação de Uso Susten- tável pelo ZEE, mas com baixa aptidão para produção florestal (especialmente, baixo potencial madeireiro) e baixa ou média pressão humana, recomendamos conside- rar outras categorias de Unidades de Con- servação de Uso Sustentável como RDS e Resex. Se a pressão humana for alta, en- tão a sugestão seria o estabelecimento de uma APA.

RDS: É uma área natural que abriga po- pulações tradicionais cuja existência baseia- se em sistemas sustentáveis de explora- ção dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados às con- dições ecológicas locais e que desempe- nham um papel fundamental na proteção da natureza e na manutenção da diversi- dade biológica. É de domínio público, por- tanto, as áreas particulares incluídas em

seus limites devem ser, quando necessá- rio, desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei (MMA 2005).

Resex: É uma área utilizada por popula- ções extrativistas tradicionais cuja subsis- tência baseia-se no extrativismo e na agri- cultura de subsistência e na criação de ani- mais de pequeno porte. Tem como objeti- vos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da Unidade. É de domínio público com seu uso concedido às populações extrativistas tra- dicionais (MMA 2005).

3.6. Potencial Florestal

Compilamos os dados referentes às áreas para uso florestal existentes no Pará, bem como os polígonos florestais identifi- cados nesse levantamento. Em seguida, apresentamos uma estimativa da área flo- restal potencial desses polígonos no Pará considerando as áreas existentes e aque- las propostas para uso florestal (descrita no item 3.2 dos métodos).

3.7. Bases de Informações

Para a elaboração deste relatório utili-

zamos as informações resumidas na Ta-

bela 4.

(28)

Tabela 4. Bases de informações utilizadas.

(29)

4.1. Avaliação da Demanda por Áreas Florestais

O Estado do Pará foi dividido em seis zo- nas, a saber: Central, Estuarina, Leste, Nor- te, Oeste e Sul (Figura 9, Tabela 5). A Zona Central (153 mil quilômetros quadrados), cujo pólo principal é Altamira, foi responsável por 6% da produção madeireira em 2004. A zona Estuarina (171 mil quilômetros quadrados), cujo principal pólo é Breves, foi responsável por 26% da produção madeireira do Estado.

RESULTADOS

A zona Leste (126 mil quilômetros quadra- dos), cujo pólo madeireiro principal é Para- gominas, respondeu por 48% da produção madeireira do Pará. A zona Oeste (313 mil quilômetros quadrados), cujo pólo principal é Novo Progresso, foi responsável por apenas 12% da produção madeireira do Estado. Fi- nalmente, a zona Norte (252 mil quilôme- tros quadrados), cujo pólo principal é Santa- rém, foi responsável por apenas 2% da pro- dução madeireira em 2004.

Figura 9. Zonas madeireiras do Estado do Pará.

(30)

A área florestal necessária para a ma- nutenção da produção madeireira atual (cenário 1) fica em torno de 167 mil quilô- metros quadrados (Tabela 6). Em um ce- nário assumindo um crescimento na de- manda por madeira processada de 1% ao ano (cenário 2), a área florestal necessá- ria subiria para cerca 225 mil quilômetros quadrados. Finalmente, em um cenário no qual a produção processada crescesse 1%

ao ano, mas ao mesmo tempo houvesse uma melhoria de 5% no rendimento de

processamento, a área florestal necessá- ria seria aproximadamente 201 mil quilô- metros quadrados.

A demanda sofre grande variação en- tre as zonas madeireiras em todos os ce- nários estudados. Quase metade da de- manda ocorre na zona Leste. Isso porque essa zona é responsável por 48% da pro- dução madeireira atual do Pará. Por outro lado, a demanda é menor na zona Norte, onde há poucas indústrias instaladas em função das difíceis condições de acesso.

Tabela 6. Demanda por área (km

2

) para produção madeireira no Pará.

Cenário 1. Manutenção do consumo atual de madeira em tora.

Cenário 2. Aumento significativo no consumo de tora em função do crescimento (1% ao ano) na demanda por madeira processada durante um ciclo de 30 anos.

Cenário 3. Aumento razoável no consumo de tora, considerando-se maior demanda por madeira processada (1% ao ano) parcialmente compensada por uma melhoria (5%) no rendimento industrial.

Tabela 5. Características das zonas madeireiras no Pará.

(31)

4.2. Avaliação da Oferta de Áreas Florestais

A oferta bruta total de áreas florestais no Pará foi 432 mil quilômetros quadra- dos, enquanto a oferta potencial atingiu 250 mil quilômetros quadrados (Tabela 7). Essa

oferta potencial inclui as Flonas, APAs e RDS existentes no Estado (Tabela 8), os Assen- tamentos Rurais, os polígonos florestais avaliados por este estudo, bem como uma fração de áreas privadas (principalmente na zona Leste) ainda com cobertura florestal.

Tabela 7. Oferta de área (km²) para produção madeireira no Pará.

¹ Uso potencial das áreas florestais disponíveis para a atividade florestal (ver item 3.2 dos métodos).

² Oferta Potencial = Oferta Bruta * Potencial de Uso

Tabela 8. Unidades de Conservação de Uso Sustentável (exceto Resex) no Pará, 2006.

1

Área publicada no decreto de criação.

2

Estão excluídas da área total as áreas já desmatadas e as formações não- florestais.

3

Para estimar a área útil, usamos o método do potencial de uso (apresentado no item 3.2 dos métodos).

Consideramos os resultados das análi- ses de demanda, oferta e o uso potencial de cada zona para calcular o saldo de área para exploração florestal em cada cená- rio (Tabelas 9, 10 e 11). O saldo total de áreas para a produção florestal no Estado varia de um mínimo de 25 mil quilôme- tros quadrados a um máximo de 83 mil quilômetros quadrados, dependendo do cenário. Em todos os cenários, as zonas Leste e Sul apresentam saldo negativo, o que corrobora com levantamentos de

campo que mostram uma redução da

exploração madeireira e migração das in-

dústrias madeireiras nessa região. A zona

do Estuário apresenta saldo baixo em to-

dos os cenários. Por sua vez, a zona Cen-

tral, Oeste e Norte apresentam saldo po-

sitivo de área para exploração florestal em

todos os cenários estudados. O forneci-

mento de matéria-prima proveniente de

reflorestamento pode amenizar o saldo,

principalmente nas zonas sul e leste do

Estado.

(32)

Tabela 9. Área potencial para produção madeireira manejada no Pará no Cenário 1.

* Intensidade de corte de 20m³/ha e ciclo de 30 anos.

Tabela 10. Área potencial para produção madeireira manejada no Pará no Cenário 2.

* Intensidade de corte de 20m³/ha, ciclo de 30 anos e aumento da produção pro- cessada de 1% ao ano.

1

Montante final (consumo no ano 30), de acordo com a fórmula dos juros compostos.

Tabela 11. Área potencial para produção madeireira manejada no Pará no Cenário 3.

* Intensidade de corte de 20m³/ha, ciclo de 30 anos e aumento de 5% no rendimento.

1

Montante final (consumo no ano 30), de acordo com a fórmula dos juros

compostos (aumento da produção processada de 1% ao ano).

(33)

4.3. Identificação dos Polígonos para Produção Florestal

Identificamos 14 polígonos potenciais para a produção florestal no Estado do Pará

Figura 10. Polígonos potenciais para produção florestal no Pará.

11

Flonas, APAs e RDS existentes.

(Figura 10), cuja soma atinge 166 mil qui-

lômetros quadrados (Tabela 12). Além dis-

so, consideramos aproximadamente 109

mil quilômetros quadrados (área florestal

bruta) já estabelecidos

11

(ver Tabela 8).

(34)

Tabela 12. Polígonos potenciais para produção florestal no Pará.

1

Os nomes sugeridos são os nomes dos municípios com maior contribuição em área.

2

Nome sugerido pelo governo estadual.

4.4. Caracterização dos Polígonos Florestais

Nesta seção, apresentamos os resulta- dos gerais das análises principais e secun- dárias conduzidas para a caracterização dos polígonos florestais identificadas. No Anexo 1, apresentamos os resultados es- pecíficos (uma figura e uma ficha resumo) para cada polígono florestal identificado.

Análise 1. Macrozoneamento Econômico Ecológico (ZEE-Pará)

O ZEE aprovado pela Lei Estadual ¹ 6.745/05 estabelece quatro zonas de uso e conservação para o Estado do Pará. A primeira zona inclui as Terras Indígenas e os quilombolas e representam 28% do Es- tado. Uma segunda zona é destinada para as Unidades de Conservação de Uso Sus- tentável, as quais somam 27% do territó- rio ao considerar as Unidades existentes, bem como aquelas a serem criadas. A ter-

ceira zona é alocada para as Unidades de Conservação de Proteção Integral (Parques, Reservas Biológicas e Estação Ecológica) existentes e a serem criadas totalizando até 10% do território. Por fim, o ZEE estabele- ce uma zona para a consolidação e desen- volvimento de atividades produtivas (35%).

Portanto, de acordo com esse macrozo- neamento, o Estado será dividido em 65%

das áreas para uso sustentável e conser- vação florestal e 35% para a consolidação de atividades produtivas.

Dos 14 polígonos florestais identificados,

10 polígonos (77% da total estudada) es-

tão total ou parcialmente situados na zona

destinada às Unidades de Conservação de

Uso Sustentável. Por outro lado, os outros

quatro polígonos florestais estão totalmente

localizados em zonas destinadas à consoli-

dação do desenvolvimento de atividades

produtivas (somando 23% da área estu-

dada). Os resultados dessa análise estão

apresentados na Figura 11 e Tabela 13.

(35)

Figura 11. ZEE e os polígonos potenciais para a produção florestal no Pará (Sectam 2005).

Tabela 13. ZEE e os polígonos potenciais para produção florestal no Pará (Sectam 2005).

(36)

Análise 2. Vegetação

A grande maioria (83%) da área flores- tal contida nos 14 polígonos estudados possui florestas densas, enquanto 12% da área florestal é coberta por florestas aber- tas e apenas 5% são formações não-flo- restais e desmatamentos.

Para uma análise mais detalhada da ve- getação (considerando-se os tipos aluvial, terras baixas, submontana e montana), ob- servamos pequenas diferenças entre os re-

sultados gerados pelo método do IBGE e Imazon. Essas diferenças ocorrem em fun- ção das diferentes escalas adotadas nas duas análises. Para o IBGE, a escala foi (1:2.500.000), enquanto na análise do Ima- zon a escala adotada foi bem mais detalha- da (1:50.000) (Tabelas 14 e 15, Figuras 12 e 13). Uma maior precisão dos tipos de ve- getação florestal somente será obtida com os estudos de campo a serem realizados durante a etapa de elaboração dos planos de manejo dos polígonos florestais.

Figura 12. Vegetação nos polígonos potenciais para a produção florestal no Pará (IBGE).

Figura 13. Vegetação nos polígonos potenciais para a produção florestal no Pará (Imazon 2005).

(37)

37

Imazon

(38)

ará

Tabela 15. Vegetação nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará (Imazon, escala 1:50.000).

(39)

Análise 3. Potencial Florestal

A cobertura vegetal é o principal deter- minante do potencial florestal (IBGE 1996).

Os polígonos florestais 1 (Portel), 2 (Mel- gaço), 4 (Prainha), 5 (Almeirim I), 6 (Avei- ro), 7 (Juruti), 9 (Parú), 10 (Trombetas I), 11 (Trombetas II), 12 (Faro) e 14 (Almei- rim II) são cobertas por florestas conside- radas com alto potencial florestal. Por sua vez, os polígonos 3 (Senador José Porfí- rio), 8 (São Félix do Xingu) e 13 (Iriri) es-

tão cobertos por tipologias florestais con- sideradas com médio potencial.

A maioria (72%) da área total dos po- lígonos avaliados possui potencial para uso florestal. Por outro lado, 28% do ter- ritório analisado tem baixo potencial flo- restal por abrigar formação não-flores- tal, desmatada ou área florestal com re- levo extremamente acidentado. Os resul- tados do potencial de uso e potencial flo- restal de cada polígono estão resumidos na Tabela 16.

Tabela 16. Potencial de uso nos polígonos para produção florestal no Pará

(40)

Figura 14. Alcance econômico madeireiro nos polígonos para produção florestal no Pará (Lentini et al. em preparação).

Análise 4. Alcance Econômico

A maioria (63%) da área dos polígo- nos está economicamente acessível para a atividade madeireira. Por outro lado, 31%

da área desses polígonos encontram-se

inacessíveis nas condições atuais de infra- estrutura de transporte. Mesmo os polí- gonos da calha norte, onde estão as áre- as inacessíveis, possuem parte de suas áreas acessíveis para a exploração flores- tal (Figura 14 e Tabela 17).

Tabela 17. Alcance econômico madeireiro nos polígonos potenciais

para produção florestal no Pará.

(41)

Análise 5. Pressão Humana

Revela a dimensão e a localização da pressão humana nas áreas potenciais para a produção florestal no Pará. Quanto mai- or é a pressão, menor é o potencial de uso florestal, uma vez que haveria maior pro- babilidade de a área florestal ter sido ex- plorada. As áreas de alta pressão humana incluem desmatamento, centros urbanos e Assentamentos Rurais. As áreas de pres- são média englobam as áreas em torno dos focos de calor e áreas de interesse para a mineração. Nos polígonos florestais ana-

lisados há um gradiente de pressão huma- na. As áreas de alta pressão humana re- presentam menos de 4% do território dos polígonos. Por sua vez, as áreas de média pressão somam 50% do território, en- quanto as áreas sem pressão humana atin- gem 46% do território (Figura 15, Tabela 18). Em termos específicos, os polígonos 8 (São Félix do Xingu), 5 (Almeirim I) e 1 (Portel) apresentam maior pressão huma- na. Por outro lado, os polígonos 9 (Parú), 10 (Trombetas I), 11 (Trombetas II) e 12 (Faro), situados na zona Norte do Estado, sofrem menor pressão humana.

Figura 15. Pressão humana nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará

(Barreto et al. 2005).

(42)

Tabela 18. Pressão humana nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará (Barreto et al. 2005).

Análise 6. Estradas não-oficiais

As estradas não-oficiais estão definindo uma nova dinâmica de ocupação na Ama- zônia (Souza et. al , 2005). Essas estra- das são construídas em terras públicas por agentes privados (principalmente madei- reiros) e funcionam como catalisadoras da exploração madeireira predatória e grila- gem de terras. Além disso, as estradas

estão diretamente ligadas ao desmata-

mento e representam um forte indicador

de pressão humana. A maior densidade de

estradas não-oficiais ocorre nos polígonos

4 (Prainha) (1.171 km/ 10.000 km²) e 8

(São Félix do Xingu) (1.133 km/ 10.000

km²). Por outro lado, nos polígonos 2 (Mel-

gaço) e 13 (Iriri) não foram detectados

ocorrência de estradas não-oficiais (Figu-

ra 16, Tabela 19).

(43)

Figura 16. Estradas não-oficiais nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará (Souza Jr. et al. 2005).

Tabela 19. Estradas não-oficiais nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará.

(44)

Análise 7. Exploração Florestal

Identificamos 93 cicatrizes de explora- ções madeireiras recentes (2004-2005) nos 14 polígonos analisados. A área total afetada pela exploração madeireira nesses polígonos foi de 118,3 mil hectares (Figu- ra 17, Tabela 20). Os polígonos florestais 1 (Portel) e 4 (Prainha) apresentaram o maior número de cicatrizes de exploração.

Por outro lado, nos polígonos 6 (Aveiro), 8 (São Felix do Xingu), 9 (Parú), 12 (Faro), 13 (Iriri) e 14 (Almerim II) não foram iden- tificadas cicatrizes de exploração madei- reira recente.

Há 93 planos de manejo florestal auto- rizados pelo Ibama nos polígonos anali-

sados (Figura 18, Tabela 20). Entre os anos de 2003 e 2005, a área autorizada para a exploração foi cerca de 110 mil hectares. Como nesse período também houve a suspensão e até mesmo o can- celamento de muitos planos, o número de planos de manejo florestal serve como um indicador de interesse da área pelo setor madeireiro. A maioria (70%) dos planos de manejo florestal estava situada no polígono 1 (região de influência do município de Portel). Por outro lado, os polígonos 3 (Senador José Porfírio), 8 (São Félix do Xingu), 9 (Parú), 11 (Trom- betas II), 12 (Faro), 13 (Iriri) e 14 (Al- meirim II) não abrigavam nenhum plano de manejo florestal.

Figura 17. Cicatrizes de exploração nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará

(Imazon 2005).

(45)

Figura 18. Planos de manejo nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará (MMA 2004).

Tabela 20. Exploração madeireira nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará (Imazon e MMA).

1

fonte: Imazon

2

fonte: MMA

3

Não foram identificadas cicatrizes de exploração madeireira recentes.

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