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Núcleo Clínica Psicanalítica de Crianças: Atendimento psicoterapêutico de crianças e orientação a pais

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Academic year: 2021

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Núcleo 2.9 - Clínica Psicanalítica de Crianças:

Atendimento psicoterapêutico de crianças e orientação a pais

Departamentos Envolvidos: Psicodinâmica e Desenvolvimento

Coordenador:

Ana Maria Trapé Trinca

Professores:

Ana Maria Trapé Trinca Ana Cristina Marzolla

Anete Maria Busin Fernandes Celia Maria de Souza Terra Katia El-Id

Rosa Maria Tosta

Ênfase:

Psicologia, Práticas Clínicas e Saúde

Justificativa:

Partindo do princípio estabelecido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90) de que toda criança tem direito aos atendimentos necessários para que seu desenvolvimento, tanto físico como mental, possa se processar da forma mais saudável possível, a atuação do psicólogo junto a ela se torna essencial. O diagnóstico precoce de dificuldades emocionais da criança em formação e o seu tratamento podem ajudá-la a enfrentar conflitos de natureza interna e/ou externa e, assim, torná-la apta para enfrentar situações adversas e conduzi-la em direção à maior integração psíquica.

Este Núcleo elegeu por tema a criança que sofre devido a perturbações de ordem psicológica e que necessita de ajuda especializada para prosseguir em seu processo evolutivo de modo saudável. Os transtornos que interferem negativamente em seu desenvolvimento vão desde a necessidade de elaborar situações adversas no relacionamento familiar, escolar, social, passando pelos distúrbios funcionais (alimentação, sono, controle dos esfíncteres, etc.) até aqueles que caracterizam quadros mais graves (fobias, compulsões, etc.).

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A psicoterapia infantil ocupa lugar privilegiado dentro do contexto clínico, pois a intervenção psicoterapêutica na infância pode auxiliar a criança a reconhecer o que se passa em sua interioridade e no campo relacional. Propicia espaço e tempo para a expressão de seus sentimentos e fantasias, e leva ao fortalecimento do ego infantil de forma a favorecer o enfrentamento ao meio circundante, tornando-a mais capaz de lidar com ele e até mesmo de modificá-lo a seu favor. Suas ressonâncias podem ultrapassar o limiar do atendimento à criança: tratar uma criança é tratar direta ou indiretamente as pessoas com quem ela convive: pais, irmãos, colegas, professores, e outros.

Assim, este Núcleo se propõe a habilitar os alunos na realização de:

a) Atendimentos psicoterapêuticos infantis,

b) Orientações a pais de modo individual ou em grupos.

A teoria de referência que fundamenta a atividade teórico-prática do Núcleo é a psicanálise. As descobertas, a partir de Freud, sobre inconsciente, sexualidade infantil, organização e destinos do Complexo de Édipo, bem como sobre a importância das primeiras relações da criança com os pais como base para as futuras relações de objeto, revolucionaram o que se pensava sobre a criança até então. Serviram como ponto de partida para novas descobertas realizadas por psicanalistas que o sucederam, como Melanie Klein e Donald W.

Winnicott, que trouxeram importantes contribuições para a psicoterapia infantil.

Relação do núcleo com a formação até o 4º ano:

A prática da psicoterapia infantil ajuda a desenvolver habilidades importantes na formação profissional do psicólogo, como:

 compreender diversos padrões de comunicação através das múltiplas linguagens utilizadas pela criança: brincar, dramatizar, desenhar, recortar, silenciar;

 ser continente das aflições vividas pela criança;

 desenvolver a capacidade de observação clínica, que será aplicável a inúmeras situações profissionais;

 apropriar-se de uma visão evolutiva das origens dos processos psicopatológicos, que pode oferecer o suporte necessário ao profissional para desenvolver ações preventivas.

 acolher e trabalhar as angústias dos familiares associadas à situação que traz a criança à consulta, possibilitando novas percepções e mudanças em sua relação com a criança, tornando-os aliados no seu atendimento;

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 atuar em diferentes momentos do desenvolvimento psíquico (do nascimento à vida adulta), e em outras situações em que o ser humano necessite de ajuda;

 propiciar experiências que ajudarão o futuro psicólogo na compreensão e apreensão do ser infantil e também do adulto, já que os conflitos apresentados na vida adulta são, muitas vezes, ressonâncias da problemática psíquica vivida pela criança;

Relação com a ênfase:

A psicoterapia infantil ocupa lugar privilegiado dentro do contexto clínico, pois a intervenção psicoterapêutica na infância pode auxiliar a criança a reconhecer o que se passa em sua interioridade, a fortalecer o ego infantil de forma a favorecer o enfrentamento ao meio externo, a torná-la mais capaz de suportá-lo e até mesmo de modificá-lo a seu favor. Suas ressonâncias podem ultrapassar o limiar do atendimento à criança: tratar uma criança é tratar direta ou indiretamente as pessoas com quem ela convive: pais, irmãos, colegas, professores, etc.

É grande a demanda para atendimento psicoterapêutico infantil e os recursos para absorvê-la são restritos tanto na rede pública quanto nos convênios de saúde. Além disso, as clínicas-escola também recebem um grande número de solicitações para atendimento psicoterapêutico de crianças e de seus familiares. A participação da família contribui na melhoria dos sintomas apresentados pela criança, devido ao entrosamento familiar resultante da compreensão do que se passa com ela.

Objetivos do Núcleo:

 Oferecer subsídios teóricos e técnicos para a prática da psicoterapia infantil que habilitem o psicólogo a trabalhar diretamente com a criança em psicoterapia;

 Oferecer subsídios teóricos e técnicos para a prática do atendimento dos familiares, paralelamente ao atendimento da criança;

 Oferecer subsídios teóricos e técnicos para a prática do atendimento, tanto em situações clínicas como institucionais;

 Oferecer subsídios teóricos e técnicos para o atendimento de outros protagonistas da situação na qual a criança está inserida, como a escola e outros contextos;

 Instrumentalizar o psicólogo para que possa atuar nos diferentes segmentos sociais em que sua presença se faça necessária;

 Preparar o profissional para observar, compreender e interpretar as manifestações psíquicas da criança sob a ótica psicanalítica, desde os mais remotos estágios do desenvolvimento;

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 Refletir sobre situações que favoreçam o desenvolvimento do pensamento clínico e sobre a atuação profissional perante o sujeito criança em diferentes etapas do seu desenvolvimento e em diferentes contextos clínicos;

 Oferecer subsídios teórico-práticos para orientar o psicólogo quanto à prevenção de distúrbios mentais;

 Propiciar o desenvolvimento da função do psicólogo como um agente de saúde;

 Aguçar o interesse pela investigação clínica.

Descrição do processo de auto – avaliação do núcleo:

A auto-avaliação do núcleo será feita através de reuniões em pequenos grupos de supervisão, onde serão abordados:

a) o desenvolvimento das atividades nos programas teóricos e na supervisão;

b) revisão das estratégias de aula e do conteúdo programático dos programas;

c) considerações sobre os pontos positivos e os pontos que podem ser revistos no Núcleo.

d) observações sobre a integração das disciplinas teóricas e a atividade clínica.

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Programa 1: Psicoterapia Psicanalítica Infantil:

Fundamentos, Princípios e Aplicação

Professora: Célia Maria de Souza Terra/Anete Maria B Fernandes Nº créditos: 02

Ementa:

Este programa oferecerá subsídios sobre a teoria da técnica que fundamentarão e nortearão a prática da psicoterapia infantil psicanalítica na modalidade individual, tais como: o ‘setting’, a linguagem não verbal, a transferência, etc. Oferecerá uma visão das formas de interpretação e manejo da situação terapêutica sob a ótica de Klein e Winnicott.

Objetivos:

 Oferecer subsídios teóricos sobre a técnica de psicoterapia infantil através do brinquedo na primeira infância, latência e puberdade.

 Propiciar condições para conhecer e compreender o manejo da interpretação na psicoterapia infantil individual sob a ótica kleiniana e winnicottiana

 Refletir sobre a necessidade e consequências da adaptação da técnica em diferentes situações.

Conteúdo Programático:

 História do Desenvolvimento da Técnica

o Trabalhos precursores da técnica de psicanálise infantil:

- Além do Princípio do Prazer;

- Associação de Ideias em uma menina de quatro anos;

- Análise de uma Fobia em um menino de cinco anos;

- Sonhos Infantis;

- Psicologia do Escolar.

o Melanie Klein e a técnica através do brinquedo

 O “setting” na psicoterapia individual:

- Características materiais e seu significado;

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- O contrato com os pais e com a criança;

- A relação psicoterapeuta x criança x pais

- Critérios para o término do processo terapêutico.

 A Linguagem Não Verbal

- Mecanismos da linguagem não verbal;

- Simbolismo;

- Interpretação.

 Transferência e Contratransferência;

-Identificação Projetiva e Contra Identificação Projetiva.

 Questões técnicas colocadas pelos diferentes estágios de desenvolvimento infantil:

- a técnica com crianças pequenas;

- a técnica na latência;

- a técnica na puberdade.

 A interpretação segundo alguns autores:

- Klein – caso Richard;

- Winnicott – caso Piggle

- Kernberg e Chazan – Cornell University

 Temas Diversos

- A personificação no brincar;

- Tendências criminosas em crianças normais;

- A interpretação lúdica.

Formas de Avaliação:

 Realização das leituras propostas e participação nas aulas.

 Apresentação de um seminário em grupo.

 Apresentação individual, por escrito, do conteúdo do seminário.

 Apresentação de relatório final sobre o(s) caso(s) em atendimento no estágio, articulando-o aos conteúdos trabalhados nos programas e supervisão, de acordo com roteiro elaborado pelos professores do Núcleo.

Bibliografia:

a) Bibliografia Básica

1. KLEIN, M. (1969) Psicanálise da Criança. São Paulo: Ed. Mestre Jou.

2. ABERASTURY, A. (1982) Psicanálise da Criança: Teoria e Técnica.

Buenos Aires: Ed. Paidós.

3. WINNICOTT, D.W. (1975) O Brincar e a Realidade. Rio de Janeiro: Ed.

Imago

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4. KERNBERG, P. e CHAZAN, S. (1993) Crianças com Transtornos de Comportamento. Porto Alegre: Artes Médicas.

b) Bibliografia Complementar

1. KLEIN, M. (1976) Narrativa da Análise de uma Criança. Rio de Janeiro:

Ed. Imago.

2. _________ (1970) Contribuições à Psicanálise. São Paulo: Ed. Mestre Jou.

3. RODRIGUÉ, E. & RODRIGUÉ, G.T. DE (1966) El Contexto Del Proceso Analítico. Buenos Aires: Ed. Paidós.

4. SEGAL, H. (1983) A Obra de Hanna Segal. Rio de Janeiro: Ed. Imago

5. WINNICOTT, D.W. (1987) The Piggle – Relato do Tratamento Psicanalítico de uma Menina. Rio de Janeiro: Ed. Imago.

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Programa 2: Transtornos Psíquicos na Infância e Atualizações Terapêuticas

Professora:

Ana Maria Trapé Trinca

Nº créditos: 02

Ementa:

Com o propósito de fornecer subsídios da teoria psicanalítica para o atendimento em psicoterapia, o programa pretende: ampliar o conhecimento do aluno a respeito dos distúrbios psíquicos infantis; incrementar o estudo dos processos que determinam a história da criança e de sua doença, de modo a identificar, focalizar e compreender os desvios psicopatológicos em relação ao desenvolvimento emocional esperado e à vinculação afetiva da criança, a partir de seus estágios primitivos; introduzir o aluno no conhecimento teórico-prático das alternativas psicoterapêuticas atuais voltadas ao atendimento terapêutico abreviado de crianças em situações emergenciais, aos cuidados do bebê e à relação mãe-bebê.

Objetivos:

 Ampliar o conhecimento do aluno a respeito dos distúrbios psíquicos infantis, com o propósito de fornecer subsídios da teoria psicanalítica para o atendimento em psicoterapia.

 Propor o estudo aprofundado dos processos que determinam a história da criança e de sua doença, de modo a identificar, focalizar e compreender os desvios psicopatológicos em relação ao desenvolvimento emocional esperado e à vinculação afetiva da criança, a partir de seus estágios primitivos.

 Complementar o conhecimento teórico-prático com a apresentação das alternativas psicoterapêuticas atuais voltadas ao atendimento terapêutico abreviado de crianças em situações emergenciais, aos cuidados do bebê e à relação mãe-bebê.

A disciplina se fundamenta em teorias psicanalíticas. Através do estudo de vários autores, faz-se um trajeto vinculando os processos do desenvolvimento psíquico da criança e os sintomas e transtornos derivados de mecanismos mentais específicos, que são responsáveis por seu encaminhamento aos cuidados terapêuticos.

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Conteúdo Programático:

Módulo 1

 Leitura psicanalítica dos processos de vinculação afetiva entre mãe e filho nos períodos pré, peri e pós-natal. Estudos e pesquisas atuais em Psicologia e outras áreas da ciência a respeito do bebê enquanto feto e do recém-nascido, considerando suas peculiaridades e habilidades específicas neste período de vida.

 Dificuldades emocionais maternas e suas consequências para o estabelecimento do vínculo mãe-filho durante a gestação: normal, de alto risco, com drogadição, em personalidades psicóticas, na adolescência, na gestação resultante de fertilização assistida, na gravidez múltipla, etc.

 Possíveis focos de perturbações emocionais iniciais na formação do vínculo mãe-neonato e sua repercussão no desenvolvimento do bebê. Processos iniciais básicos de identificações e projeções.

Módulo 2

 Conceitos de normalidade e doença em autores da psicanálise e da psiquiatria infantil.

 Adoecimento psíquico conjunto de mãe e filho. A contribuição de Renné Spitz.

 Conceitos básicos da teoria kleiniana, focalizando as perturbações no processo iniciais de desenvolvimento e suas decorrências.

 Conceitos básicos da teoria winnicottiana sobre o bom desenvolvimento da criança e algumas perturbações decorrentes de falhas neste bom desenvolvimento: o falso-self, a tendência anti-social, a psicose.

 Compreensão psicodinâmica dos processos das manifestações sintomáticas infantis e dos quadros psicopatológicos frequentes na clínica psicológica: distúrbios funcionais; doenças psicossomáticas; perturbações emocionais; distúrbios de aprendizagem; autismo e psicose infantis.

Módulo 3

 Observação clínica do bebê segundo Freud, M. Klein, Esther Bick e Winnicott.

 Técnicas psicoterapêuticas diferenciadas atuais: para o bebê; para a relação mãe-filho; indicação de terapias com tempo determinado em situações emergenciais; técnicas especiais para atendimento infantil fundamentadas pela psicanálise.

Formas de Avaliação:

 Presença e participação do aluno em sala de aula.

 Leitura obrigatória dos textos sugeridos.

 Apresentação de seminários e de trabalhos escritos referentes a ele.

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 Trabalho final feito em conjunto com as outras disciplinas do Núcleo, abordando temas ligados a esta disciplina.

Bibliografia:

a) Bibliografia Básica

1. MARCELLI, D. - Manual de Psicopatologia da Infância de Ajuriaguerra.

Trad. Patrícia Chittoni Ramos. Porto Alegre: Artmed, 1998.

2. MAZET, P. & STOLERU, S. - Manual de psicopatologia do recém- nascido. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.

3. ABERASTURY, A. - El psicoanálisis de niños y sus aplicaciones. México:

Paidós, 1996.

4. DI LORETO, O. Origem e modo de construção das moléstias da mente (Psicopatogênese). São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004.

b) Bibliografia Complementar

1. CRAMER, B. e PALACIO-ESPASA, F. - Técnicas psicoterápicas mãe- bebê. Estudos clínicos e técnicos. Artes Médicas: Porto Alegre, 1993.

2. DEBRAY, R. - Bebês-mães em revolta. Tratamentos psicanalíticos conjuntos dos desequilíbrios psicossomáticos precoces. Porto Alegre:

Artes Médicas, 1988.

3. KLEIN, M.; HEIMANN, P.; ISAACS, S.; RIVIÈRE, J. - Os Progressos da Psicanálise. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1982.

4. TRINCA, A. M. T. - A Intervenção terapêutica breve e a pré-cirurgia infantil. O Procedimento de Desenhos-Estórias como instrumento de intermediação terapêutica. São Paulo: Vetor Editora, 2003.

5.

WILHEIM, J. – O que é Psicologia Pré-Natal? Coleção Primeiros Passos.

São Paulo: Brasiliense, 1992.

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Programa 3: O Atendimento a Pais de Crianças em processo de Psicoterapia

Professora:

Katia El-Id

Nº créditos: 02

Ementa:

Neste programa serão desenvolvidas reflexões sobre temas de relevância do contexto familiar que afetam a criança, em articulação com os atendimentos aos pais e/ou familiares conduzidos pelos alunos, oferecendo-lhes possibilidade de sistematização sobre o atendimento a pais a partir de sua prática.

Objetivos:

Possibilitar ao aluno o conhecimento e desenvolvimento de diferentes modalidades de atendimento a pais ou familiares de crianças em processo de psicoterapia, instrumentalizando-o para o atendimento a pais, sempre que necessário, conforme previsto no estágio.

Desenvolver reflexões sobre configurações familiares especiais, bem como sobre situações críticas na vida da criança, na perspectiva da construção de princípios norteadores para intervenções junto aos familiares, oferecendo ao aluno oportunidade para reflexão e sistematização de diferentes possibilidades de atuação decorrentes de sua prática.

Conteúdo Programático:

Programa teórico-prático que se propõe a estabelecer um diálogo entre as reflexões decorrentes dos atendimentos aos pais e familiares durante o estágio e as questões suscitadas pelos temas que serão trabalhados no programa, a saber:

1. A criança e o contexto familiar. As funções da família.

2. Considerações sobre a função do sintoma no contexto familiar.

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3. Configurações familiares especiais (adoção, separação dos pais, crianças com deficiência, os irmãos gêmeos, filhos gerados por fertilização assistida, novas configurações familiares etc.).

4. Circunstâncias familiares críticas (morte de pais ou irmãos;

enfermidades graves de crianças ou familiares; desemprego dos pais; dependências químicas na família; situações de violência contra a criança, dentre outros).

Através da reflexão em classe sobre o atendimento a pais e familiares desenvolvido no estágio, serão construídas reflexões sobre:

a) O trabalho de orientação a pais como retaguarda ao trabalho de psicoterapia com a criança.

b) A necessidade de diferentes procedimentos no atendimento a pais:

psicoterapia, aconselhamento e orientação

Formas de Avaliação:

O aluno será avaliado:

a) por sua participação nas aulas, através da discussão de textos indicados, bem como das supervisões sobre os atendimentos a familiares conduzidos pelos estagiários;

b) pela realização de seminários teóricos (apresentação oral e por escrito);

c) pela entrega de relatórios das sessões de atendimento a pais;

d) pela realização de trabalhos semestrais de articulação teórico- prática.

Bibliografia:

a) Bibliografia Básica

1. O'SHAUGNESSY, E. & outros (1975) Orientação Psicológica para os Pais. Clínica Tavistock de Londres, Rio de Janeiro: Imago.

2. ROSEMBERG, A.M.S. (2002) O Lugar dos Pais na Psicanálise de Crianças, S.Paulo: Escuta.

3. MOTTA, I. F. (2006) Orientação de Pais: Novas perspectivas no Desenvolvimento de Crianças e Adolescentes. São Paulo: Casa do Psicólogo.

4, MANNONI, M. (1971) A criança, sua "doença" e os outros. Rio de Janeiro: Zahar Editores

b) Bibliografia Complementar

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1. ABERASTURY, A. (1972) El psicoanalisis de niños y sus aplicaciones. Buenos Aires: Ed. Paidós.

2. DOLTO, F. (1989) Dialogando sobre crianças e adolescente.

Campinas: Papirus.

3. MANNONI, M. (1983) A Primeira Entrevista em Psicanálise. Rio de Janeiro: Ed. Campus.

4. MANNONI, M. (1971) A criança, sua "doença" e os outros. Rio de Janeiro: Zahar Editores

5. PSYCHÊ – REVISTA DE PSICANÁLISE, Edição Temática (Análise de crianças), Ano V, n.8, 2001, S.Paulo: Unimarco Editora.

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Programa 4: Consultas Terapêuticas: Teoria, Técnica e Aplicações

Professora:

Rosa Maria Tosta

Nº créditos: 01

Ementa:

Considerando a demanda atual de atendimento psicoterápico pontual e eficaz à criança e seus pais/ familiares em diferentes situações, tanto no contexto clínico como no contexto institucional, especialmente quando entra em cena a exigência de intervenções com focos específicos, este curso apresenta os fundamentos teóricos e técnicos das consultas psicoterapêuticas.

Objetivos:

1. Fornecer os subsídios teóricos e técnicos da proposta de consultas terapêuticas de D. W. Winnicott.

2. Compreender e discutir casos com diferentes quadros clínicos que possibilitem uma compreensão do manejo da técnica.

3. Conhecer como a técnica é utilizada por D. W. Winnicott, seus seguidores e também por profissionais de nosso meio.

4. Apresentar modos de aplicação desta técnica em grupos e/ou com pais/ familiares.

5. Refletir sobre a aplicação das consultas psicoterápicas no contexto clínico e institucional.

Conteúdo Programático:

Módulo I – Introdução e fundamentos teóricos

1. Conceito de saúde e doença e tipos de psicoterapia.

2. Ambiente, desenvolvimento emocional e integração do self.

3. Transicionalidade e Brincar.

Módulo II - Da técnica

1. Caracterização da técnica

- o manejo clínico e o processo comunicacional terapeuta- paciente

- enquadre terapêutico e o jogo da espátula

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2. Condições exigidas para sua utilização: da parte do profissional e da parte da família

3. A importância do uso dos recursos transicionais:

- jogo de rabiscos - estórias infantis

4. Alcances terapêuticos e limites da técnica

Módulo III - Aplicações

1. Em casos de crianças com diferentes quadros clínicos 2. Em grupos e com pais

3. Em diferentes contextos de atendimentos clínicos e institucionais.

Formas de Avaliação:

Realização das leituras propostas, participação em sala, seminários, trabalhos escritos.

Bibliografia:

a) Bibliografia Básica

1. TOSTA, R. M. Os princípios das consultas terapêuticas como parâmetros para a Clínica Winnicottiana. In: RABISCO - Revista de Psicanálise, vol.2, nº 1, maio 2012.

2. WINNICOTT, D. W. Consultas terapêuticas em Psiquiatria infantil. Rio de Janeiro: Imago, 1984.

3. WINNICOTT, D. W. O ambiente e os processos de maturação: estudos sobre a teoria do desenvolvimento emocional. Porto Alegre: Artes Médicas, 1983.

b) Bibliografia Complementar

1. WINNICOTT, D. W. O Brincar e a Realidade. Rio de Janeiro: Imago, 1975.

2. WINNICOTT, C. et al. (org.) Explorações Psicanalíticas: D.W. Winnicott.

Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1994.

3. WINNICOTT, D. W. Textos Selecionados. Da Pediatria à Psicanálise. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1993.

4. WINNICOTT, D. W. Tudo começa em casa. São Paulo, Martins Fontes, 2005.

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Estágio Supervisionado

Professores:

Ana Maria Trapé Trinca Ana Cristina Marzolla

Celia Maria de Souza Terra Rosa Maria Tosta

Ementa:

Atividade feita com grupo de alunos, em que a supervisão promoverá ao estagiário a integração dos conhecimentos proporcionados nos programas com a experiência exercida no atendimento de crianças em psicoterapia.

Objetivos:

Através da prática supervisionada da psicoterapia de crianças propõe-se que os alunos desenvolvam:

 A observação, a compreensão e a interpretação da linguagem infantil;

 O manejo da técnica de atendimento individual e suas implicações éticas, considerando a condição do ser criança;

 A identificação das ansiedades, conflitos e fantasias próprias de cada criança, bem como dos conteúdos emergentes em cada encontro psicoterapêutico;

 A compreensão dos conceitos teóricos sobre funcionamento e desenvolvimento psíquico, bem como sobre técnicas psicoterapêuticas;

 O interesse pela investigação clínica.

Atividades Previstas para os alunos:

 atendimento psicoterapêutico a crianças, durante todo o ano;

 atendimento aos pais ou outras pessoas envolvidas com a criança, em consultas terapêuticas ou em orientação, de acordo com a necessidade de cada caso;

 Relato por escrito das sessões;

 Supervisão semanal;

 Relatório semestral sobre o desenvolvimento do processo psicoterapêutico sob sua responsabilidade.

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Formas de Avaliação:

O desempenho do aluno será avaliado na supervisão considerando:

 Postura ética ao atender o caso;

 Compromisso em relação ao paciente;

 Respeito ás normas da Clínica Psicológica “Ana Maria Poppovic”;

 Participação nas supervisões;

 Envolvimento e colaboração com os atendimentos dos colegas de supervisão;

 Apresentação por escrito das sessões terapêuticas nas supervisões semanais;

 Apresentação de relatório semestral sobre o caso sob sua responsabilidade.

Instituições e Clientela:

Crianças de zero a 12 anos (de acordo com o art. 2º do ECA), que apresentam sintomas decorrentes de diferentes conflitos psíquicos, de perturbações ligadas ao desenvolvimento emocional ou de questões devidas a desajustes familiares, que são encaminhadas para serem atendidas na Clínica Psicológica “Ana Maria Poppovic”. As crianças que foram atendidas pelo Núcleo de Psicodiagnóstico terão preferência na chamada para atendimento.

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Auto-avaliação do Núcleo 2.9 – Clínica Psicanalítica de Crianças:

Atendimento terapêutico individual e em grupo

Conforme solicitação da Coordenação do Curso de Psicologia da FACHS, encaminho, na qualidade de Coordenadora do N2.9 – Clínica Psicanalítica de Crianças: Atendimento terapêutico individual e em grupo, ano 2016/2017, a auto-avaliação realizada com os alunos do ano 2016.

Para efetuarmos a avaliação final, recorremos a três momentos: no primeiro momento os alunos receberam um questionário em que estavam colocadas as questões apontadas abaixo. Em um segundo momento, a avaliação final constou de uma conversa em grupo com todos os alunos e professoras. Finalmente, a equipe se reuniu para comentar, analisar e fazer uma avaliação final.

A avaliação do Núcleo, portanto, se norteou nos seguintes itens, respondidos pelos alunos:

a) Avaliar a importância do Núcleo na sua formação profissional b) Sugerir possíveis revisões no conteúdo teórico e didático.

c) Opinar sobre o desenvolvimento das atividades nos programas teóricos e na supervisão, focalizando as estratégias de aula e do conteúdo programático dos programas

d) Fazer observações sobre a integração das disciplinas teóricas e a atividade clínica

e) Refletir sobre a experiência obtida no atendimento clínico, incluindo a supervisão e o atendimento de pacientes.

Na sua maioria, os alunos avaliaram que a experiência prática, aliada aos conhecimentos de abordagens teóricas e técnicas psicanalíticas, direcionadas ao atendimento psicoterapêutico infantil, foi muito gratificante e

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importante. Sentiram-se privilegiados em se apropriar de experiências e conhecimentos específicos para especializar-se na área do atendimento infantil. Comentaram favoravelmente sobre a experiência obtida no atendimento psicoterapêutico das crianças e nas orientações dos pais.

Puderam observar na prática a presença de conceitos psicanalíticos complexos e abstratos, como transferência, contra-transferência, projeção, identificação projetiva etc.

De modo geral não propuseram modificações na parte teórica das disciplinas. Sugeriram a introdução de autores psicanalíticos contemporâneos que trabalham com crianças, além dos autores clássicos. Propuseram o aumento de crédito das aulas do Programa 4 (1 hora), pois consideraram o tempo insuficiente para o aprofundamento dos temas. Os alunos se envolveram bastante com o conhecimento de aspectos da teoria winnicottiana, porém o tempo exíguo não permitia o aprofundamento das discussões.

Considerando o grupo como um todo, não houve queixas significativas.

Alguns alunos criticaram quando as aulas eram baseadas em power point, enquanto outros as consideravam como boa estratégia didática. Em relação ao conteúdo programático, os alunos reconheceram que poderiam ter aproveitado muito mais as aulas teóricas se tivessem se dedicado mais às leituras sugeridas por todas as professoras. Várias tentativas de justificativas foram dadas por eles, como elaboração do TCC, muitas tarefas e atividades dos outros cursos, estágios distantes da PUC etc. Quanto à relação entre as disciplinas ofertadas e a prática, alguns alunos sugeriram que o Núcleo oferecesse autores mais atuais além dos tradicionais. Identificaram a articulação entre as disciplinas teóricas e a atuação clinica no estágio, uma vez que as disciplinas teóricas ofereceram os subsídios necessários aos atendimentos desenvolvidos na Clínica.

Ressaltaram a importância de terem a experiência no atendimento psicoterapêutico individual de crianças, na abordagem psicanalítica, acompanhados pelas teorias e supervisões. Comentaram sobre as dificuldades

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na leitura e interpretação do brincar infantil, bem como a difícil tarefa de lidarem com crianças muitas vezes muito comprometidas emocionalmente. Foram unânimes em relação à importância das supervisões em grupo, que implicava na participação de todos e no aprendizado comum decorrente da supervisão dos atendimentos dos colegas. Apontaram a importância no aprendizado do manejo clinico tanto do atendimento à criança diretamente no processo de psicoterapia, quanto no atendimento aos pais, considerando que se tratava de experiência profissional significativa, que permitiria que pudessem ousar na aventura de atender crianças e seus pais depois de formados. A experiência no atendimento clínico ofereceu-lhes, também, a oportunidade de vivenciarem a importância e o significado dos fenômenos da transferência e da contra- transferência, ao integrarem-nos ao processo terapêutico. Ao mesmo tempo, sentiram a grande necessidade da terapia pessoal do profissional que se aventura na tarefa de atender outro ser humano.

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AVALIAÇÃO DA EQUIPE

As professoras tiveram opiniões unânimes quanto ao pouco investimento dos alunos em relação à leitura de textos. O fator TCC se tornou um argumento básico, que os alunos utilizam com muita frequência, no 1º semestre do ano.

Por outro lado, notava-se um certo comodismo por parte dos alunos, que preferiam, frequentemente, ficar na posição de ouvintes, deixando ao professor a tarefa de inserir-lhes o conhecimento apenas através da fala.

Há uma expectativa dos alunos em relação ao aumento de horas das aulas do Programa 4. No entanto, apesar de estarmos sensíveis às solicitações dos alunos, enfrentamos a impossibilidade técnica no manejo das horas, que impede a ampliação dos créditos teóricos.

De modo geral, os alunos mostraram-se implicados e interessados nos atendimentos, mostrando-se participativos e responsáveis junto aos pacientes.

Vivenciaram, também, frustrações frente às participações reticentes de pais frente às dificuldades emocionais dos filhos, frente às desistências inexplicadas, às faltas dos pacientes impeditivas do acompanhamento mais

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eficaz da psicoterapia. Alguns alunos, também, revelaram estar menos implicados com o envolvimento clínico e com o envolvimento com o paciente.

A equipe do núcleo considera relevante que a formação inicial do aluno como psicoterapeuta de crianças seja fundamentada nos autores que construíram a base da psicanálise de crianças, tal como proposto no núcleo; o contato com autores mais contemporâneos poderá ser ampliado, desde que assegurado o aprendizado das teorias e técnicas fundantes, sobre as quais poderão ser acrescidos outros saberes.

Como resultado final do estágio, as professoras avaliaram que o Núcleo contribuiu de modo bastante satisfatório com a formação dos alunos, que se abriram para o universo da clínica da infância. Ao lado disso, destacaram a contribuição relevante do Núcleo 2.9 para a Clínica Psicológica Ana Maria Poppovic, atendendo inúmeras crianças e seus pais/responsáveis durante todo o ano de 2016.

Fico à disposição para esclarecimentos.

Cordialmente,

___________________________

Profª Dra. Ana Maria Trapé Trinca Coordenadora do N2.9 – 2016/2017

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