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Prezado Intensivista,

Está com dúvidas sobre a atuação do intensivista no ambiente de trabalho?

A Comissão de Defesa e Ética Profissional da AMIB elaborou esse documento com o objetivo de facilitar o entendimento geral.

Saiba sobre a competência legal da AMIB.

A Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) atua na defesa dos interesses corporativos dos seus associados, contribui com a formulação de políticas públicas que interessam à prestação de serviços de medicina intensiva, certifica os especialistas (médicos e enfermeiros) e capacita profissionais de saúde para atuarem nas Unidades de Terapia Intensiva. A atribuição da fiscalização é das Vigilâncias Sanitárias Municipais ou Estaduais.

Quais são as principais informações sobre a rotina diurna e a rotina noturna de uma UTI ADULTO e as principais diferenças.

Em relação ao seu questionamento o norteador é a RDC 07 que coloca necessidade do RT Médico, Rotineiro/diarista e Plantonista sendo entidades distintas com função específica.

Ao mesmo tempo estes profissionais devem possuir atribuições e responsabilidades formalmente designadas garantidas pela direção da Instituição.

Parecer do CFM e CRM (CREMEPE e CREMESP) podem auxiliar no entendimento da função:

A Resolução CFM nº 1493/98, de 15 de maio de 1998, é bem didática ao estipular, nós consideramos: "os pacientes internados em instituições hospitalares não podem ser assistidos apenas pelos médicos plantonistas, cujas atribuições devem ficar voltadas para situações não rotineiras". O médico plantonista da UTI tem como atribuição específica o controle de alterações agudas no estado clínico dos pacientes sob sua vigilância contínua (principalmente em casos de intercorrências ameaçadoras à vida).

Parecer protocolado no CREMEPE sob o número 1331/11, em 04 de fevereiro de 2011, que trata sobre as atribuições dos membros da equipe médica da UTI Neonatal Externa, mais especificamente sobre as atribuições de cada membro da equipe, ou seja, coordenador técnico, diaristas e plantonistas, ressalto:

1- A Resolução RDC nº 7/2010 da ANVISA, no seu Capítulo II, Seção III, Artigo 12 determina que as atribuições e as responsabilidades de todos os profissionais que atuam na unidade de terapia intensiva devem estar formalmente designadas, descritas e divulgadas aos profissionais que atuam na unidade;

2- O Parecer nº 8356/1995 do CREMESP ressalta que “deve ser observado que o intensivista não é apenas um “plantonista”, mas sim um médico que efetivamente presta assistência ao paciente, ainda que, eventualmente, trabalhe em “sistema de plantão”, que aqui se refere a horário das atividades e não a atribuições”;

3- A Resolução nº 170/2007 do CREMESP define as seguintes atribuições na UTI:

a) Um médico diarista responsável pelo acompanhamento diário da evolução clínica dos pacientes internados;

b) Um médico plantonista responsável pelo atendimento na UTI, em suas 24 horas de funcionamento, presente na área física da UTI;

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c) Um responsável técnico com as seguintes atribuições: assessorar a Direção do hospital nos assuntos referentes à sua área de atuação; planejar, coordenar e supervisionar as atividades de assistência ao paciente; promover a implantação e avaliação da execução de rotinas médicas;

coletar dados e elaborar relatório mensal atualizado dos indicadores de qualidade; zelar pelo exato preenchimento dos prontuários médicos; conduzir reuniões periódicas de caráter técnico- administrativo, visando o aprimoramento da equipe; impedir a delegação de atos médicos a outros profissionais de saúde.

Assim, é entendimento deste conselho que as atribuições e responsabilidades de cada membro da equipe médica da UTI, bem como dos demais componentes do corpo clínico do hospital, devem ser definidas pela instituição, devendo, na UTI, as funções mínimas englobarem:

1- Coordenador Técnico da UTI:

● Prestar assistência médica a todos os pacientes internados na unidade;

● Ajudar o plantonista a realizar evolução dos pacientes internados na unidade durante seu turno de trabalho;

● Prestar assistência aos pacientes nas intercorrências durante seu período de trabalho;

● Coordenar as visitas médicas e multidisciplinares que acontecem na UTI, bem como liderar as discussões e decisões tomadas;

● Garantir o adequado preenchimento do prontuário do paciente, também registrando todos os procedimentos realizados e todas as decisões tomadas;

● Cumprir com seu turno de trabalho conforme acerto prévio com a Diretoria Médica;

● Acompanhar o desempenho das equipes médicas da unidade;

● Acompanhar a execução das atividades médica, assistencial e operacional da unidade;

● Assessorar a Direção do hospital nos assuntos referentes à sua área de atuação;

● Zelar pelo fiel cumprimento do regimento interno da instituição, atendendo à política da qualidade da empresa;

● Zelar pelo cumprimento das normas reguladoras do CFM, RDC/CRM, ANVISA e Ministério da Saúde;

● Gerar os indicadores de gestão da unidade, analisá-los e desenvolver planos de ação baseado nesses resultados;

● Realizar e coordenar reuniões administrativas e clínicas periodicamente para capacitação e atualização científica e técnica, e convocar a equipe para participação nas mesmas;

● Planejar, implementar e garantir a qualidade dos processos;

● Elaborar e revisar normas e rotinas técnicas;

● Coordenar as atividades multidisciplinares na condução do paciente;

● Impedir a delegação de atos médicos a outros profissionais de saúde;

● Construir e informar escala de plantão da unidade, cobrando da Direção do hospital que a mesma garanta recursos humanos e técnicos para a realização do serviço na unidade.

2- Médico Diarista/rotineiro da UTI:

● Prestar assistência médica a todos os pacientes internados na unidade;

● Ajudar o plantonista a realizar evolução dos pacientes internados na unidade durante seu turno de trabalho;

● Prestar assistência aos pacientes nas intercorrências durante seu período de trabalho;

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● Coordenar as visitas médicas e multidisciplinares que acontecem durante seu turno de trabalho, discutir com o coordenador da unidade, plantonista e o médico assistente sobre as condutas a serem realizadas nos pacientes;

● Garantir o adequado preenchimento do prontuário do paciente, também registrando todos os procedimentos realizados e todas as decisões tomadas;

● Cumprir com seu turno de trabalho conforme acerto prévio com a Coordenação da Unidade;

● Ajudar a Coordenação da UTI na realização de suas funções;

● Assumir a coordenação da UTI na ausência ou impossibilidade do Coordenador.

3- Médico Plantonista da UTI:

● Prestar assistência médica a todos os pacientes internados na unidade;

● Realizar evolução clínica dos pacientes internados na unidade;

● Prestar assistência aos pacientes nas intercorrências durante seu período de plantão;

● Realizar diariamente a prescrição médica dos pacientes da unidade;

● Coordenar a equipe multidisciplinar do plantão, de acordo com as necessidades dos pacientes internados;

● Acompanhar as visitas médicas e multidisciplinares que acontecem durante seu plantão, junto com o diarista e coordenador da equipe, participando das discussões e decisões tomadas;

● Preencher o prontuário do paciente, registrando todos os procedimentos realizados e todas as decisões tomadas;

● Cumprir com sua escala de plantão, previamente construída e informada pela Coordenação da Unidade;

● Participar das Reuniões Clínicas realizadas pela Coordenação de UTI ou outras lideranças médicas, quando convocado;

● Preencher o livro de ocorrências do plantão.

Por fim, em resposta à última pergunta, se o plantonista pode evoluir os pacientes internados e discutir posteriormente com os diaristas em visita clínica, entendemos que não só pode, como deve evoluir todos os pacientes durante seu turno de plantão, conhecendo assim esses e sabendo de suas prioridades, conhecimento esse necessário durante possíveis intercorrências, e posteriormente discuti-los com os Diaristas e Coordenador.

O mesmo responsável técnico pode assumir a coordenação de quantas UTIs?

Conforme a RDC 7 cujo artigo 13, parágrafo 3 transcrevo ipsis litteris , " § 3o É permitido assumir responsabilidade técnica ou coordenação em, no máximo, 02 (duas) UTI.

Quais são as Normas Técnicas de funcionamento de uma uti Pediátrica e a Neonatal.

Tudo iniciou com a Norma editada em 2010 (RDC 007/2010) que foi erroneamente digitada neste particular, pois mudou algo que já estava pacificado há muito tempo. Até ali era entendimento que tanto o neonatalogista como o Intensivista Pediátrico poderiam chefiar UTIs neonatais. Mas

"subitamente" e sem anuência de nenhuma sociedade o texto foi modificado.

Imediatamente, o próprio MINISTÉRIO DA SAÚDE NA PORTARIA 930 de 10 de maio de 2012 reconhece o erro e refere na página 11 de seu documento como exigências mínimas para UTI neonatal tipo II e III:

a) 1 (um) médico responsável técnico com jornada mínima de 4 horas diárias com certificado de habilitação em Neonatologia ou Título de Especialista em Medicina Intensiva Pediátrica fornecido

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pela Sociedade Brasileira de Pediatria ou Residência Médica em Neonatologia reconhecida pelo Ministério da Educação ou Residência Médica em Medicina Intensiva Pediátrica reconhecida pelo Ministério da Educação;

b) 1 (um) médico com jornada horizontal diária mínima de 4 (quatro) horas, com certificado de habilitação em Neonatologia ou Título de Especialista em Pediatria (TEP) fornecido pela Sociedade Brasileira de Pediatria ou Residência Médica em Neonatologia ou Residência Médica em Medicina Intensiva Pediátrica reconhecida pelo Ministério da Educação ou Residência Médica em Pediatria, reconhecida pelo Ministério da Educação, para cada 10 (dez) leitos ou fração;

c) 1 (um) médico plantonista com Título de Especialista em Pediatria (TEP) e com certificado de habilitação em Neonatologia ou Título de Especialista em Pediatria (TEP) fornecido pela Sociedade Brasileira de Pediatria ou Residência Médica em Medicina Intensiva Pediátrica reconhecida pelo Ministério da Educação ou Residência Médica em Neonatologia ou Residência Médica em Pediatria, reconhecida pelo Ministério da Educação, para cada 10 (dez) leitos ou fração, em cada turno.

Para consolidar este entendimento o CFM emitiu o parecer 13/2014 (acessível no site do CFM e enviado em anexo) no qual é reconhecido que os portadores do Título de habilitação em Medicina Intensiva Pediátrica podem ser responsáveis técnicos por UTI neonatal nas mesmas condições que portadores do título de neonatologia.

Qual a legislação que determina o número de leitos hospitalares necessários para uma uti? Qual a estrutura necessária?

A legislação que determina o número de leitos hospitalares e de tratamento intensivo é a portaria do Ministério da Saúde número 1101 de 12/06/2002. O documento informa que a necessidade de leitos hospitalares é de 2,5 para cada 1000 habitantes e que o número de leitos de tratamento intensivo é 4 a 10% do total. Há uma norma que indica que uma UTI não deva ter menos que 5 leitos.

A RDC-7 que normatiza o funcionamento das UTIs, determina os recursos que o Estabelecimento de Saúde (Hospital) que vai albergar a UTI deva ter disponível.

Alguns destes recursos precisam demanda para a viabilidade financeira. Os serviços de saúde complexos precisam ser alocados conforme critérios técnicos bem aplicados para que sejam viáveis financeiramente, produtivos e acumulem experiência para uma prática segura e eficiente.

Quem é o responsável pela internação do paciente na UTI? Quem assina o atestado de óbito dos pacientes?

Segundo resolução do Conselho Federal de Medicina - Resolução CFM 2077 de 24 de julho de 2014, é direito do paciente ter um médico responsável direto pela sua internação, assistência e acompanhamento até a alta. O médico responsável pode ser qualquer um que faça parte do Corpo Clínico do Estabelecimento de Saúde no qual o paciente esteja internado.

A Declaração de Óbito é um documento importante que forma a base do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Este documento tem valor epidemiológico e jurídico, pois é o documento hábil, conforme preceitua a Lei dos Registros Públicos – Lei 6015/73, para a lavratura, pelos Cartórios de Registro Civil da Certidão de Óbito. Nos hospitais, nos casos de morte natural, ou seja, decorrente de doenças, nos pacientes que receberam assistência médica, a declaração pode ser emitida pelo médico assistente, substituto ou plantonista. Há dois imperativos para a emissão da declaração de óbito: 1- conhecer a causa da morte; 2- examinar

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o paciente e constatar a morte. A emissão da Declaração de Óbito é um ato de livre arbítrio do médico. Ele não pode ser obrigado a fazê-lo. Contudo, o CFM considera um dever ético que o médico, conhecedor das causas que determinaram a morte do paciente, emita o documento.

Quem é o responsável pelas prescrições do paciente internado na UTI?

A prescrição médica é uma atribuição do médico intensivista (diarista ou plantonista) uma vez que há normas, horários, fluxos e outras variáveis que devem ser atendidas, e que variam conforme as características de cada unidade, para que os processos de trabalho se desenvolvam de forma precisa e adequada. Em muitas unidades há também o concurso do farmacêutico clínico que apoia e sustenta o processo de prescrição, interação medicamentosa, verificação das doses, ajuste das vias de administração etc. Há, também, a participação da enfermagem para os aprazamentos.

Como se verifica, trata-se de um processo complexo, multiprofissional e com características peculiares a cada unidade. Este quadro gera dificuldade para os médicos assistentes que podem não estar habituados a estes procedimentos. Isto posto há, também, que se considerar a indicação ou orientação do médico assistente no que se refere à conciliação dos medicamentos de uso contínuo do seu paciente com as novas condições determinadas pelo tratamento intensivo. Há, também, que considerar alguma preferência ou indicação de tratamento do médico assistente. Para tanto o que se recomenda é a discussão do caso entre as partes envolvidas, incluindo paciente ou seu representante, para a elaboração de um plano de tratamento que atenda às necessidades pertinentes, esteja sustentado nas boas práticas aceitas ao seu tempo e esteja de acordo com os valores e a vontade dos pacientes.

Podem as funções de médico diarista/rotineiro serem exercidas por diferentes médicos nos diversos dias da semana?

Em termos, o cerne do trabalho do diarista é sustentar elaborar, reavaliar e sustentar o plano terapêutico. São funções distintas do médico plantonista. Se, por hipótese, o trabalho do médico diarista for distribuído entre vários médicos esta função ficará descaracterizada e não se atingirá o padrão almejado e preconizado pela legislação sanitária.

Na Portaria de Nº 895 – subentende-se que as UTIs podem funcionar com diarista com jornada de 4 horas diárias – e não em matutino e vespertino como recomenda a RDC 07.

A AMIB vem trabalhando através da Comissão de Defesa Profissional incessantemente junto aos órgãos reguladores para o fiel cumprimento da RDC 07. Através da Nota Técnica nº 51/2018, da ANVISA, ficou estabelecido que:”..., as vigilâncias sanitárias estaduais e municipais devem continuar utilizando a RDC nº 7, de 24 de fevereiro de 2010, para fins de autorização de funcionamento e fiscalização junto as UTIs.”. Dessa forma, segue a interpretação de nosso departamento jurídico sobre as diferenças entre resolução e portaria:

"Ao que parece, a consolidação, assim como a mencionada portaria, passaram ao largo das disposições da RDC 7, não configurando, salvo melhor juízo, suporte interpretativo da norma principal, mas, sim, disposição sobreposta sobre o tema.

Pelo que se expôs, entende-se essencial ao pari-passu dos esclarecimentos por essa Insigne Agência Reguladora, com especial atenção aos aspectos mencionados no presente ofício, no que tange a situação de labor do médico intensivista e a segurança e qualidade dos serviços prestados à assistência do paciente, pontos, dentre outros que compõem situação de desassistência no atendimento as UTI´s das instituições hospitalares do todo o país.

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Nesse passo, cabe aqui reforçar a questão da hierarquia das leis. O sistema jurídico brasileiro adota a chamada forma piramidal, na qual, no topo da pirâmide encontram-se as normas de caráter superior e na base, as normas de caráter inferior, que buscam o fundamento de validade jurídica nos degraus superiores da pirâmide; assim vejamos o que dispõe o artigo 59 da Constituição Federal de 1988, a seu respeito: “Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:

I – emendas à Constituição;

II – leis complementares;

III – leis ordinárias;

IV – leis delegadas;

V – medidas provisórias;

VI – decretos legislativos;

VII – resoluções.

Dentro desta hierarquia, as normas legais não podem ser contrariadas em nenhuma hipótese por atos meramente administrativos, como portarias, pois são as normas fundamentais em nosso ordenamento jurídico, cabendo às portarias a mera regulamentação das disposições legais (fruto do processo legislativo)."

É necessário ter o Título de Especialista em Medicina Intensiva reconhecido pela AMIB para dar plantão na UTI?

As normas mínimas para funcionamento das UTIs Brasileiras estão contempladas na RDC-07 (Resolução da Diretoria Colegiada) da Anvisa publicada em 2010 e em vigor desde 2013, três anos após a sua publicação.

O objetivo foi estabelecer padrões mínimos para o funcionamento das UTIs, visando à redução de riscos aos pacientes, visitantes, aos profissionais e ao meio ambiente, incluindo o atendimento de alta qualidade ao paciente crítico.

A AMIB – Associação de Medicina Intensiva Brasileira teve participação importante na elaboração do documento.

A seção III do referido documento contempla as respostas para suas perguntas, tomei a liberdade de grifar os pontos pertinentes aos seus questionamentos.

Seção III Recursos Humanos

Art. 12. As atribuições e as responsabilidades de todos os profissionais que atuam na unidade devem estar formalmente designadas, descritas e divulgadas aos profissionais que atuam na UTI.

Art. 13 Deve ser formalmente designado um Responsável Técnico médico, um enfermeiro coordenador da equipe de enfermagem e um fisioterapeuta coordenador da equipe de fisioterapia, assim como seus respectivos substitutos.

§ 1º O Responsável Técnico deve ter título de especialista em Medicina Intensiva para responder por UTI Adulto; habilitação em Medicina Intensiva Pediátrica, para responder por UTI Pediátrica;

título de especialista em Pediatria com área de atuação em Neonatologia, para responder por UTI Neonatal;

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§ 2º Os coordenadores de enfermagem e de fisioterapia devem ser especialistas em terapia intensiva ou em outra especialidade relacionada à assistência ao paciente grave, específica para a modalidade de atuação (adulto, pediátrica ou neonatal);

§ 3º É permitido assumir responsabilidade técnica ou coordenação em, no máximo, 02 (duas) UTI.

Art. 14. Além do disposto no Artigo 13 desta RDC, deve ser designada uma equipe multiprofissional, legalmente habilitada, a qual deve ser dimensionada, quantitativa e qualitativamente, de acordo com o perfil assistencial, a demanda da unidade e legislação vigente, contendo, para atuação exclusiva na unidade, no mínimo, os seguintes profissionais:

I - Médico diarista/rotineiro: 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração, nos turnos matutino e vespertino, com título de especialista em Medicina Intensiva para atuação em UTI Adulto;

habilitação em Medicina Intensiva Pediátrica para atuação em UTI Pediátrica; título de especialista em Pediatria com área de atuação em Neonatologia para atuação em UTI Neonatal;

II - Médicos plantonistas: no mínimo 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração, em cada turno.

III - Enfermeiros assistenciais: no mínimo 01 (um) para cada 08 (oito) leitos ou fração, em cada turno.

IV - Fisioterapeutas: no mínimo 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração, nos turnos matutino, vespertino e noturno, perfazendo um total de 18 horas diárias de atuação;

V - Técnicos de enfermagem: no mínimo 01 (um) para cada 02 (dois) leitos em cada turno, além de 1 (um) técnico de enfermagem por UTI para serviços de apoio assistencial em cada turno;

VI - Auxiliares administrativos: no mínimo 01 (um) exclusivo da unidade;

VII - Funcionários exclusivos para serviço de limpeza da unidade, em cada turno.

Art. 15. Médicos plantonistas, enfermeiros assistenciais, fisioterapeutas e técnicos de enfermagem devem estar disponíveis em tempo integral para assistência aos pacientes internados na UTI, durante o horário em que estão escalados para atuação na UTI.

Art. 16. Todos os profissionais da UTI devem estar imunizados contra tétano, difteria, hepatite B e outros imunobiológicos, de acordo com a NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde estabelecida pela Portaria MTE/GM n.º 485, de 11 de

novembro de 2005.

Art. 17. A equipe da UTI deve participar de um programa de educação continuada, contemplando, no mínimo:

I - normas e rotinas técnicas desenvolvidas na unidade;

II - incorporação de novas tecnologias;

III - gerenciamento dos riscos inerentes às atividades desenvolvidas na unidade e segurança de pacientes e profissionais.

IV - prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência saúde.

§ 1º As atividades de educação continuada devem estar registradas, com data, carga horária e lista de participantes.

§ 2º Ao serem admitidos à UTI, os profissionais devem receber capacitação para atuar na unidade.

O médico rotineiro (diarista) deve trabalhar aos sábados, domingos e feriados?

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Sim. A RDC - 7 menciona que o médico diarista deve prestar serviços nos períodos matutino e vespertino. Como a assistência aos pacientes submetidos ao tratamento intensivo é contínua, sete dias por por sete dias na semana, trinta ou trinta e um dias por mês, o nosso entendimento é que é necessária a oferta destes serviços em todos os períodos. De outra forma, os médicos plantonistas responsáveis por estes turnos de trabalho ficariam sobrecarregados e assistência fragilizada.

Na falta do médico diarista, pode um médico com experiência e atuação em UTI, sem Título de Especialista em UTI, atuar como rotineiro?

Não. Esta é uma determinação da legislação sanitária vigente. Para a concessão do alvará sanitário de funcionamento é preciso atender esta exigência. O Diretor Técnico do Estabelecimento de Saúde no qual está localizada a Unidade de Tratamento Intensivo pode ser responsabilizado pelo descumprimento da legislação.

O médico com pós-graduação latu sensu, pode atuar como médico diarista (rotineiro)?

Não. Conforme a legislação sanitária o médico diarista tem que ser especialista em medicina intensiva. No Brasil só há dois caminhos para a obtenção do título de especialista: a) - Aprovação em Concurso aplicado pela AMIB sob delegação da AMB; b) Concluir Programa de Residência Médica credenciado pela Comissão de Residência Médica do Ministério da Educação e registro deste título no respectivo Conselho Regional de Medicina.

Há piso salarial para o intensivista?

Não há piso salarial definido para o médico intensivista. Os valores dependem das negociações entre as partes e das características do trabalho. Estes valores podem variam conforme o regime de contratação (CLT, Pessoa Jurídica, Estatuto do Funcionalismo, etc..) o horário (noturnos versus diurnos, finais de semana versus dias úteis) e outras peculiaridades. Lembro que a alocação de pessoal é definida pela legislação sanitária vigente (RDC-7).

Qual a quantidade de médicos intensivistas pediátricos necessários na UTI?

A legislação sanitária vigente que regula o funcionamento das unidades de tratamento intensivo é a RDC-7 cujo texto encaminho no anexo. A legislação determina os recursos mínimos que devem ser alocados. Não há uma caracterização da complexidade do hospital (secundário, terciário ou quaternário). Assim, segundo a RDC-7 o requisito mínimo é de um médico plantonista, para cada turno de trabalho, para cada dez leitos ou fração e um médico diarista (Titulado ou Habilitado) nos períodos matutino e vespertino para cada dez leitos ou fração. O nosso entendimento é que esta é a alocação mínima cabe ao Responsável Técnico da unidade solicitar à Direção do estabelecimento um aumento desta alocação, fundamentado sempre nos aspectos pertinentes à segurança dos processos assistenciais, se assim entender. O atendimento desta demanda dependerá do convencimento da Direção Técnica e do orçamento disponível.

Qual a carga horária de trabalho do Responsável Técnico (RT)?

Considerando-se que a PORTARIA Nº 895/MS, DE 31 DE MARÇO DE 2017, que dispõe, em seu Capítulo III, seção II, subseção II, item 9.I., que: "01 (um) médico responsável técnico com jornada mínima de 4 horas diárias,... (grifo nosso)". E em seu Capítulo II, item 2.1. que: "Unidade de Terapia Intensiva - UTI é um serviço hospitalar destinado a usuários em situação clínica grave

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ou de risco, clínico ou cirúrgico, necessitando de cuidados intensivos, assistência médica, de enfermagem e fisioterapia, ininterruptos, monitorização contínua durante as 24 (vinte e quatro) horas do dia, além de equipamentos e equipe multidisciplinar especializada." (grifo nosso).

Considerando-se o disposto no parecer emitido no Processo consulta CRM MS nº 12/2016, que declara, em resposta à pergunta "Como deve ser o horário do Médico Coordenador?", que "Deve haver definição administrativa quanto ao horário a ser dedicado pelo Coordenador ao setor, devendo estabelecer carga horária proporcional ao número de pacientes da UTI. Se acumular a função de horizontal, as visitas, evoluções e prescrições devem ser realizadas, preferencialmente, pela manhã." (grifo nosso). Declara, também, em resposta à pergunta "O Coordenador deve estar disponível 24 horas por dia em todos os dias do ano, ininterruptamente, como aqui ocorre? (grifo nosso), que não há essa obrigatoriedade.

Considerando-se que a RDC/Anvisa n. 07/2010, estabelece em seu Art. 15 que "médicos plantonistas, enfermeiros assistenciais, fisioterapeutas e técnicos de enfermagem devem estar disponíveis em tempo integral para assistência aos pacientes internados na UTI, durante o horário em que estão escalados para atuação na UTI.". Não há menção a carga horária do RT.

Conclusão

O RT deve comparecer todos os dias úteis na Unidade e ou sempre que necessário. O seu horário de trabalho deve ser conhecido e regular, estabelecido administrativamente em conjunto com a direção técnica do hospital. Ele pode acumular, no máximo, duas Responsabilidades Técnicas, sem que haja conflito de horários que comprometam suas atividades em ambos os serviços.

Concluímos que a carga horária do Médico RT da UTI:

1. Deve ser de, no mínimo 04 horas diárias;

2. Deve ser estabelecida em conjunto com a direção técnica do hospital, segundo contrato que obedeça a legislação trabalhista vigente;

3. Não deve obedecer a um regime de disponibilidade ininterrupta, exceto no período de plantão, quando acumular a função de médico rotineiro da UTI.

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