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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA CAMPUS II - AREIA - PB

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

CAMPUS II - AREIA - PB

RENDIMENTO DO MARACUJAZEIRO AMARELO SUBMETIDO À PODA DE RAMOS PRODUTIVOS

IVANILDO CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE

AREIA - PB MARÇO - 2009

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IVANILDO CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE

RENDIMENTO DO MARACUJAZEIRO AMARELO SUBMETIDO À PODA DE RAMOS PRODUTIVOS

AREIA - PB MARÇO- 2009

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IVANILDO CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE

RENDIMENTO DO MARACUJAZEIRO AMARELO SUBMETIDO À PODA DE RAMOS PRODUTIVOS

Dissertação apresentada à Universidade Federal da Paraíba, como parte das exigências do Programa de Pós-graduação em Agronomia, Área de Concentração em Agricultura Tropical, para obtenção do título de Mestre em Agronomia.

ORIENTADOR: Prof. Dr. Lourival Ferreira Cavalcante

AREIA - PB MARÇO - 2009

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IVANILDO CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE

RENDIMENTO DO MARACUJAZEIRO AMARELO SUBMETIDO À PODA DE RAMOS PRODUTIVOS

APRESENTADA EM 13 / 03 /2009

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________ Prof. Dr. Lourival Ferreira Cavalcante

ORIENTADOR

_________________________________________ Dr. Edson Batista Lopes

EXAMINADOR

_______________________________________ Profª. Drª. Raunira da Costa Araújo

EXAMINADORA

AREIA - PB MARÇO - 2009

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Aos meus Pais

JOSÉ CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE e

MARIA CELINA DE ALBUQUERQUE (In Memórian)

DEDICO

À minha esposa GERALDA. S. M. C. ALBUQUERQUE pela

Paciência e incentivo, e aos meus filhos INGREDY M.

CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE e IGOR M. CAVALCANTI DE

ALBUQUERQUE.

Aos meus irmãos: IVANILDA C. DE ALBUQUERQUE (In Memórian),

MARIA DE LURDES C. DE ALBUQUERQUE,

IVONEIDE C. DE ALBUQUERQUE e IVAN CAVALCANTI DE

ALBUQUERQUE

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AGRADECIMENTOS

À DEUS, pela constante presença.

Ao programa de Pós Graduação em Agronomia pela oportunidade

da realização do curso.

Ao Professor Dr. Lourival Ferreira Cavalcante, pela orientação,

ensinamentos, paciência, e especialmente pelo estímulo às minhas

atividades profissionais.

Ao Dr. Miguel Barreiro Neto, pelo incentivo àqueles que buscam o

conhecimento.

Ao Dr. Edson Batista Lopes, pelo apoio recebido para poder

concluir este trabalho.

À Profª. Drª. Raunira da Costa Araújo pelas sugestões e críticas à

melhoria deste trabalho.

Aos Professores Jacinto Luna, Egberto Araújo, Ademar Pereira

Walter Esfraim e Napoleão Beltrão pelo carinho, ensinamentos,

incentivos e paciência.

Aos colegas de curso Raquel Melo, Ozimar Coutinho, Aldenir

Barbosa, Leandro do Vale e Luciano Marques pelo apoio e

amizade.

Aos colegas da EMEPA-PB, Josinaldo Queiroz, Dr. Manoel Ferreira

de Vasconcelos e Dr. Carlos Henrique pela inestimável ajuda.

Aos membros da equipe Lofeca que trabalham com o maracujazeiro

amarelo: Adriana Diniz, Alex Rebequi, Jarisson Nunes, Thiago Dias

e Vinícius Cunha pela ajuda e amizade.

Aos funcionários do Setor de Fitossanidade Nino, Tomaz, Sr.

Francisco e Cosme pelo apoio e amizade.

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S U M Á R I O 1. INTRODUÇÃO 1 2. REVISÃO DE LITERATURA 4 2.1. A planta 4 2.2. Exigências Edafoclimáticas 4 2.3. Manejo da Cultura 5

2.4. Solo, Composição Mineral e Exigências Nutricionais 5

2.5. Espaçamento 7

2.6. Sistema de Sustentação 7

2.7. Poda em plantas frutíferas 8

2.7.1. Definição 8

2.7.2. Objetivos da poda 9

2. 7.3. Morfologia e fisiologia das plantas submetidas à poda 10

2.7.4. Poda do maracujazeiro amarelo 12

3. MATERIAIS E MÉTODOS 15

3.1. Localização, Clima e Solo 15

3.2. Delineamento Experimental, Preparo das Covas, Plantio e Condução 16

3.3. Variáveis Estudadas 17

3.4. Avaliação Estatística 19

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 20

5. CONCLUSÕES 36

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Atributos físicos e químicos do solo na camada de 0 – 20 cm. Lagoa Seca.

15

Tabela 2. Resumos das análises de variância com base no quadrado médio, referentes ao numero de frutos por planta (NFP) e por área (NFA), massa média dos frutos (MMF), produção por planta (PP) e produtividade (P), diâmetro longitudinal (DL) e transversal (DT) de frutos de maracujazeiro amarelo, em função da poda dos ramos produtivos das plantas em duas safras consecutivas.

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Tabela 3. Resumos das análises de variância com base no quadrado médio, referentes espessura de casca (EC), massa de casca (MC), porcentagem de casca (PC), massa de semente (MS), percentagem de sementes (PS), massa de polpa (MP) e rendimento de polpa do maracujazeiro amarelo, em função da poda dos ramos produtivos das plantas em duas safras consecutivas.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Esquema demonstrativo da poda dos ramos produtivos. 16 Figura 2. Número de frutos por planta produzidos em duas safras consecutivas em função da poda dos ramos produtivos, em duas safras consecutivas.

23

Figura 3. Número de frutos por hectare em duas safras consecutivas, em função da poda dos ramos produtivos em duas safras consecutivas.

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Figura 4. Número total de frutos colhidos por área das safras 1 e 2, em função da poda dos ramos produtivos.

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Figura 5. Massa média de frutos em função da poda dos ramos referente a duas safras consecutivas.

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Figura 6. Produção por planta em duas safras consecutivas, em função da poda de ramos produtivos em duas safras consecutivas.

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Figura 7. Produtividade por safra em função da poda dos ramos produtivos em duas safras consecutivas.

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Figura 8. Produtividade total de maracujazeiro amarelo, em função da poda dos ramos produtivos.

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Figura 9. Comprimento dos frutos de maracujazeiro amarelo, em função da poda de ramos produtivos.

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Figura 10. Diâmetro transversal dos frutos de maracujazeiro amarelo, em duas safras consecutivas.

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Figura 11. Espessura da casca dos frutos de maracujazeiro amarelo cultivado, em função de seis podas de ramos, em dois ciclos consecutivos.

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Figura 12. Massa de casca dos frutos de maracujazeiro amarelo, em função da poda dos ramos produtivos em duas safras consecutivas.

31

Figura 13. Percentagem de casca dos frutos de maracujazeiro amarelo, em função da poda dos ramos produtivos, em duas safras consecutivas.

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Figura 14. Relação entre a percentagem de casca e o rendimento em polpa do maracujazeiro amarelo.

32

Figura 15. Massa de sementes por fruto de maracujazeiro amarelo, em função da poda dos ramos em duas safras consecutivas.

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Figura 16. Percentagem de sementes dos frutos de maracujazeiro amarelo, em função da poda dos ramos produtivos em duas safras consecutivas.

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Figura 17. Massa de polpa dos frutos de maracujazeiro amarelo, em função da poda dos ramos produtivos em duas safras.

34

Figura 18. Rendimento de polpa dos frutos de maracujazeiro amarelo em função da poda dos ramos em produtivos em duas safras consecutivas.

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ALBUQUERQUE, I. C. Rendimento do maracujazeiro amarelo submetido à poda de ramos produtivos. Areia - PB, 2009. 42 p. Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal da Paraíba.

RESUMO – O maracujazeiro por ser uma planta de hábito trepador e de crescimento indeterminado, para sua condução torna- se indispensável à utilização de estruturas de sustentação, sobre a qual a planta é submetida a podas periódicas favorecendo a integridade da estrutura de sustentação e qualidade do produto final. Um experimento foi desenvolvido no período de março/2007 a novembro/2008, na área experimental da Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária do Estado da Paraíba – EMEPA-PB, situada no município de Lagoa Seca, Estado da Paraíba, Brasil. O estudo teve como objetivo avaliar o efeito da poda dos ramos produtivos, sobre algumas variáveis de produção do maracujazeiro amarelo. Os tratamentos foram dispostos em blocos ao acaso em quatro repetições, e sete plantas por parcela usando o esquema fatorial 6 x 2, referente às plantas sem poda e aquelas com a poda dos ramos produtivos efetuada após a segunda, terceira, quarta, quinta e sexta gema, respectivamente para avaliação da capacidade produtiva da cultura em duas safras consecutivas. As variáveis referentes ao número de frutos colhidos, produção por planta, produtividade e percentagem de semente dos frutos aumentaram da primeira para a segunda safra com maior significância para o tratamento com a poda feita após a terceira gema de cada ramo produtivo. Apesar da superioridade desses componentes de produção, nos tratamentos com a poda dos ramos efetuadas após a terceira gema, a massa média dos frutos diminuiu da primeira para a segunda safra e os maiores valores corresponderam às plantas dos ramos podados depois da segunda gema.

Palavras-chave: Passiflora edulis f. flavicarpa Deg, poda do maracujá, produção de frutos, rendimento de polpa.

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ALBUQUERQUE, I. C. Yellow Passion fruit yield submitted to pruning productives branches. Areia - PB, 2009. 42 p. Dissertation (Master Science in Agronomy) - Center of Agrarian Sciences, Federal University of Paraíba. Brazil.

ABSTRACT- An experiment was carried out during the period from March/2007 to November/2008, in the Lagoa Seca Experimental Station area belonging of the Paraíba Agricultural Research Corporation - EMEPA-PB, located in Lagoa Seca, County, Paraíba State, Brazil. This study aimed to evaluate the effect of pruning of the productives branches, on some pruduction variables of yellow passion fruit plants. The treatments were arranged in trial randomized blocks in four replications and seven plants per plot using the factorial scheme 6 x 2, referring to the plants without pruning and with pruning those branches of production conducted after the second, third, fourth, fifth and sixth respectively yolk to evaluate the productive capacity of the crop in two consecutive seasons. The fruits number yield per plant, seed yield fruit and fruit percentage of fruit increased of the first to second season with more significance for the treatments with the pruning done after the third gem of each productive branch. Despite the superiority of these components of production present superiority the treatments with pruning made after third gem of each productive branch, the average fruit mass decreased from first to second season and the highest values correspond to pruned branches of plants after the second gem.

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1. INTRODUÇÃO

O maracujazeiro (Passiflora edulis) é originário de regiões tropicais, principalmente da América Latina. A cultura do maracujá tem o Brasil como centro de origem de um grande número de espécies da família Passifloracea, sendo o maracujazeiro amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa DEG.) o seu principal representante.

As espécies de maracujá mais cultivadas no Brasil e no mundo são os maracujás azedo ou maracujá amarelo (P. edulis f. flavicarpa DEG), maracujá roxo (Passiflora edulis SIMS) e o maracujá doce (Passiflora alata DRYAND). O maracujá azedo de casca amarela é o mais cultivado no mundo, e responsável por mais de 95% dos plantios comerciais do Brasil (AGUIAR & SANTOS, 2001; CUNHA et al., 2002; PIRES & MATA, 2004; RODRIGUES, 2007). O maracujazeiro apresenta grande importância no setor agrícola, devido às características físico-químicas e farmaco-terapêuticas dos frutos, alta produtividade e grande aceitação no mercado mundial. Das 150 espécies de maracujá nativo do Brasil, mais de 60 produzem frutas que podem ser aproveitadas direta ou indiretamente como alimento. A cultura do maracujazeiro ganhou destaque no Brasil a partir do início da década de 70, embora nos anos 50 já existissem indústrias processadoras e envasadoras de suco desta fruta.

No cenário mundial, o Brasil é o maior produtor da fruta para suco. A produção brasileira de maracujá, no ano de 2004, foi de 491.619 toneladas em uma área plantada de 37.252 ha (IBRAF, 2008). Esta produção engloba todos os estados brasileiros e o Distrito Federal, apresentando boas perspectivas para ampliação da área cultivada. A Bahia se destaca como o maior produtor, com 125.741 toneladas, o Espírito Santo com 63.021, São Paulo com 56.957, o Rio de Janeiro com 41.500 e o Sergipe com 37.830 (HAFLE, 2005).

A cultura do maracujazeiro possui significativa participação no mercado nacional. A evolução da produção do maracujá amarelo possibilitou ao Brasil se destacar como maior produtor mundial. Entretanto, a produtividade nacional ainda é baixa, em torno de 13,8 t ha -1 ano-1 (IBGE, 2006), devido a problemas fitossanitários, técnicas inadequadas de cultivo e carência de material biológico de alta qualidade.

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No Estado da Paraíba, a exemplo do Brasil e do Nordeste, o maracujazeiro amarelo também apresenta importância socioeconômica. Segundo dados do IBGE (2006) na Paraíba foi colhida uma área de 852 hectares, quantidade produzida de 6. 453 toneladas, rendimento médio de 7.573 kg ha -1 e valor da produção de R$ 4. 875. 000,00. Dentre os municípios mais produtivos e com frutos de melhor qualidade destacam-se Cuité, Nova Floresta e Remígio, mas também é produzido em menor escala nos municípios da Ararúna, Picuí e alguns municípios do semi-árido, da zona da mata e do litoral (CAVALCANTE et al., 2002a ; SANTOS, 2005; MACEDO, 2006).

Diante dos problemas acarretados por doenças, nas regiões semi-áridas, a cultura do maracujazeiro em breve deverá ser considerada como cultura anual, fato que já vem ocorrendo em algumas áreas mais tecnificados, onde adensam o cultivo, chegando a plantar 2.300 plantas/ha, visando atingir maior produtividade com rendimentos de 10 a 20 t/ha na entressafra, quando a oferta de frutos é reduzida e, por isso, são conseguidos melhores preços no mercado (SÃO JOSÉ, 1997).

O nível de produção dos pomares paulistas é um pouco maior em relação aos demais, devido à adoção de medidas culturais, como a utilização de adubação parcelada, polinização manual e controle sistemático de pragas e doenças. Sob irrigação, manejo adequado e polinização manual, o maracujazeiro amarelo pode produzir até 70 t/ha num período de três anos. A maior concentração da produção ocorre no segundo ano após o plantio, atingindo até mais de 40 t/ha (MELETTI et al., 2000; MACEDO, 2006).

Após o plantio, a muda do maracujazeiro pode emitir várias brotações laterais que precisam ser removidas semanalmente, deixando-se apenas o ramo principal que deve ser conduzido por um tutor, até o arame da espaldeira. Após sua fixação no arame por suas gavinhas, a ponta ou ápice do ramo principal deve ser cortado para, surgimento de brotações laterais, destas, as duas mais vigorosas e mais próximas do fio de arame devem ser conduzidas em sentidos opostos (CAVALCANTE et al.,2002a). Quando cada um desses ramos atingirem as estacas, devem ter suas pontas ou ápices podadas novamente, para que novos ramos sejam emitidos formando uma cortina. Após os ramos em forma de cortina produzirem a primeira safra, devem ser novamente podados e retirados os tecidos mortos e doentes, pois o maracujazeiro só frutifica nos ramos novos.

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O trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da poda dos ramos produtivos a altura da segunda, terceira, quarta, quinta e sexta gema em relação aos ramos não podados no rendimento do maracujazeiro amarelo, em duas safras consecutivas.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. A planta

O maracujazeiro é uma planta dicotiledônea da família Passifloracea onde se destaca o gênero Passiflora, com três espécies de importância econômica: Passiflora

edulis Sims f.flavicarpa Deg, conhecido como maracujá amarelo ou azedo; Passiflora edulis Sims, como maracujá roxo e Passiflora alata Dryand, conhecido como

maracujá doce (MELETTI & MAIA, 1999).

As plantas do maracujazeiro são de hábito trepador, sub-lenhosa, crescimento vigoroso e contínuo, sistema radicular de pouca profundidade, com folhas lobadas e verdes, com gavinhas (órgãos de sustentação) e gemas vegetativas (originam ramas) na axila da folha. A flor é hermafrodita com estigmas localizados acima das anteras, dificultando a polinização. O fruto do maracujá é uma baga de formato variável, podendo ser globoso, ovóide ou piriforme, massa variando de 30 a 300g, com diâmetro variável podendo atingir até 9 cm, com cor variando entre amarela, roxa, esverdeada e avermelhada. A polpa do fruto tem cor amarelada a alaranjada, sementes numerosas, variando de 200 a 300 sementes ovais e pretas (RUGGIERO et al., 1996; MELETTI et al, 2000). Atualmente são comuns na literatura, frutos com mais de 300 sementes em função de melhorias no sistema de produção (DANTAS, 2003; COSTA & COSTA, 2005; RODRIGUES, 2007).

2.2. Exigências Edafo climáticas

O maracujazeiro é cultivado em áreas com latitude de 0 até 30º sul, nas regiões próximas ao equador possui crescimento continuo da planta. À medida que se afasta desta condição, apresenta períodos de produção e de repouso. Diante deste fato, é necessário conhecer o comportamento da planta sob diferentes condições climáticas, para melhor estabelecer o sistema de poda e a época a ser realizada (CEREDA, 1994).

A cultura desenvolve-se bem em regiões com temperatura entre 20 a 32ºc. Não tolera geada e ventos frios. Para o florescimento e frutificação há necessidade de calor, solos úmidos e férteis e dias longos. As baixas temperaturas e o período de inverno contribuem para a queda da produção (MANICA, 1981; FREITAS, 2001).

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A cultura produz em nível econômico onde a precipitação anual oscila de 800 a 1.750 mm bem distribuídos, sendo que as regiões com chuvas intensas e frequentes não são recomendadas para o cultivo do maracujazeiro por ocorrer lavagem do grão de pólen, refletindo na perda de polinização e conseqüentemente no rendimento.

Em regiões onde há irregularidade na distribuição das chuvas ou não atende a demanda de evaporação da cultura, recomenda-se o fornecimento d’água através da irrigação localizada e superficial de acordo com as condições edafoclimáticas da região (SÃO JOSÉ et al., 2000).

2.3. Manejo da cultura

O manejo do maracujazeiro envolve práticas desde a produção de mudas à colheita, passando pela adubação orgânica e mineral, sistema de sustentação ou espaldeira e controle fitossanitário (STEIMBERG, 1991; COSTA & COSTA, 2005; RODRIGUES, 2007).

O sucesso da exploração do maracujazeiro está na dependência do manejo cultural, com ênfase no sistema de condução, suprimento mineral no período da sua maior exigência nutricional, no controle de pragas, doenças e na realização de polinização cruzada quando o agente polinizador natural, a mamangava (Xilocopa spp) não atua suficientemente (QUAGGIO & PIZA JÚNIOR, 1998; CAVALCANTE et al., 1999; SILVA & OLIVEIRA, 2001; DANTAS, 2007).

Assim como a maioria das plantas cultivadas, o maracujazeiro-amarelo é avaliado, pelo crescimento em altura, diâmetro do caule, área foliar, número de folhas e de ramos emitidos, crescimento da raiz principal, além de estudar a produção de fitomassa das raízes, caules e da avaliação nutricional das folhas e rendimento das plantas (RUGGIERO et al., 1996; SANTOS, 1999; BRITO, 2000; RODOLFO JÚNIOR et al., 2008).

2.4. Solo, Composição Mineral e Exigências Nutricionais

Os solos mais apropriados ao desenvolvimento da cultura do maracujazeiro são os arenosos e areno-argilosos, profundos e bem drenados. Não se desenvolve adequadamente em solos de baixadas, pedregosos ou com possibilidades de

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encharcamento, uma vez que, essas situações favorecem a incidência de doenças do sistema radicular (LIMA et al., 2002).

O conhecimento das exigências da cultura e do seu estado nutricional é de relevante importância dentro do processo produtivo, pois, se por um lado a necessidade de fertilizantes é grande, por outro, os custos financeiros com adubação são elevados, fazendo-se necessário aperfeiçoar cada vez mais o uso desses insumos com a finalidade de se obter o maior rendimento com o menor custo de produção (BORGES et al., 2001; CARVALHO et al., 2001; ALVES, 2003; CAVALCANTE et al.,2008).

A fertilização é uma das técnicas mais importantes para o desenvolvimento e produção do maracujazeiro amarelo, devendo ser fornecida mensalmente ou aumentando as doses a partir da floração (QUAGGIO & PIZA JÚNIOR, 1998; DIAS et al. 2004), devido a planta ser nutricionalmente exigente nos seus diversos estágios, sendo a maior absorção e translocação de nutrientes nas fases de floração e frutificação.

O nitrogênio juntamente com o potássio, são os nutrientes mais absorvidos pelo maracujazeiro. O nitrogênio atua como componente estrutural na composição de proteínas e por isso é fundamental no desenvolvimento vegetativo das plantas estimulando a emissão e crescimento das gemas floríferas, frutíferas e gavinhas (RODRIGUES & ANDRADE, 1996). Em condições de deficiência, as plantas apresentam crescimento lento, ramos finos e em menor número, redução da área foliar, clorose generalizada e queda prematura das folhas mais velhas.

O potássio atua como ativador enzimático é responsável pela síntese e degradação de compostos orgânicos e participa no processo de abertura e fechamento dos estômatos. A deficiência de potássio reduz a produção de matéria seca da planta e de frutos, provocando queda precoce, além de interferir negativamente na qualidade dos frutos e do suco. Nas folhas mais velhas constata-se a clorose progressiva dos bordos para o centro nas mais velhas, encurvando os bordos para baixo (ARAÚJO et al., 2005).

A eficiência da fertilização depende das exigências da cultura, do clima, da idade das plantas e da fertilidade potencial do solo. É uma cultura exigente em macro e micronutrientes, por isso se faz necessário fracionar a adubação nos diferentes estágios da cultura, com a finalidade de disponibilizar os nutrientes para as plantas de acordo com suas exigências em seus vários estágios. Por isso, divide-se: adubação

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de plantio realizada no preparo das covas; adubação de formação do pomar realizada dos 30 aos 90 dias após o plantio; adubação de produção que compreende o início da floração até meados da frutificação (RIZZI et al.,1998; CAVALCANTE et al., 2002b).

2.5. Espaçamento

Atualmente no Brasil, o sistema de produção do maracujá amarelo está sendo submetido a uma série de mudanças, destacando-se o plantio adensado, que apesar de registrar menores rendimentos por planta alcançam-se maiores produtividades. As causas responsáveis pelas mudanças foram provocadas, basicamente pelo declínio na produção, perda da longevidade produtiva de três para até menos de dois anos e qualidade dos frutos do maracujazeiro produzido. Dentre as causas responsáveis pela perda da longevidade produtiva, duas têm sido apresentadas mais frequentes: o definhamento precoce e a morte prematura, que se manifestam no intervalo de um a dois anos após o transplantio nas mais diversas idades do pomar (SANTOS FILHO, 1998; CAVALCANTE et al., 2002b).

Diante do exposto, o espaçamento a ser adotado entre plantas deve ser de, no mínimo, 3 m e de no máximo 5 m. O espaçamento entre fileiras vai depender do porte das máquinas e equipamentos já disponíveis na propriedade rural, caso seja mecanizado ou manual, e da utilização, ou não, do espaçamento entre as fileiras para cultivos de outras espécies, mas não deve ser inferior a 2 m (SILVA & OLIVEIRA, 2001).

2.6. Sistema de Sustentação

O maracujazeiro é uma planta vigorosa, semi-lenhosa, de hábito trepador que apresenta a característica de possuir um intenso crescimento, de maneira que necessita de um sistema auxiliar de sustentação, o qual deve favorecer a boa distribuição da ramagem, facilitar tratos culturais e propiciar adequada aeração e luminosidade para índices elevados de produtividade. Tradicionalmente, são utilizados quatro sistemas de sustentação: a) latada ou caramanchão; b) espaldeira com um arame instalado no topo das estacas; c) espaldeira em “T”, espaldeira em

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cruz vertical com 2 e com 3 fios de arame (CEREDA, 1994; ALBUQUERQUE & ALBUQUERQUE, 1988; SILVA & OLIVEIRA, 2001).

A escolha do sistema de condução é muito importante, pois deve-se considerar o elevado peso da planta e de sua produção, além do alto custo de implantação da cultura e, por isso, sistemas alternativos estão sendo estudados (MELETTI & MAIA, 1999).

O sistema de condução mais recomendado é o de espaldeira ou cerca com 1 fio de arame, por ser menos oneroso, entretanto exige uma orientação de haste principal para que a distribuição dos principais ramos produtivos não seja prejudicada. Na construção das espaldeiras são utilizados mourões e estacas de 2,5 m de comprimento, os quais são enterrados a até 50 cm ou mais. As estacas são espaçadas de 4 a 6 m, e a colocação do arame deve ser efetuada antes do plantio das mudas (MARIOT, 1998).

Na lavoura de maracujá amarelo o importante é manter o maior número possível de ramos produtivos, isto é aqueles que formam as cortinas. Nesse sentido, conforme propuseram Cavalcante et al. (2002b) o produtor deve adotar o sistema de condução com base em material biologicamente idôneo para se ter um pomar fitotecnicamente homogênio, arejado, nutricionalmente equilibrado e se houver necessidade, proceder a polinização cruzada, manual ou artificial. Caso esses pré-requisitos básicos sejam mantidos, a incidência de pragas e doenças se torna menos importante e o empreendimento adquire viabilidade econômica (SANTOS FILHO, 1998).

2.7. Poda em plantas frutíferas

2.7.1. Definição

O termo poda vem do latim putare, que significa limpar, tirar. A definição clássica sobre a arte da poda em plantas frutíferas é citada por Souza (1986), no qual define a poda como um conjunto de cortes executados numa árvore, com o fim de lhe regularizar a produção, aumentar e melhorar os frutos, mantendo o completo equilíbrio entre a frutificação e a vegetação normal, e, também com o fim de ajudar a tomar e a conservar a forma própria da sua natureza, ou mesmo, de sujeitar a formas consentâneas aos propósitos econômicos de sua exploração. Souza (1986) e Simão

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(1998) definem a poda, do ponto de vista acadêmico, como sendo uma técnica de orientar as plantas, com a remoção metódica de suas partes vegetativas, com o objetivo de melhorá-la em algum aspecto para os interesses do produtor.

A poda por si só, no entanto, não resulta, em produções satisfatórias com qualidade dos frutos. Essa prática é uma das operações necessárias a serem executadas para atingir estes objetivos, e deve ser tão importante quanto outros fatores, como: fertilização adequada para corrigir possíveis deficiências nutricionais do solo, irrigação e drenagem para manter um nível adequado de umidade, controle fitossanitário para combate de pragas e doenças, afinidade do enxerto e porta-enxerto, plantas auto-férteis ou compatíveis, polinização, condições climáticas e edáficas favoráveis. (CEREDA, 1994; CEREDA & FERREIRA, 1998).

A aplicação e a forma de executar a poda variam de espécie para espécie, sendo que algumas podas poderão ser decisivas para uma espécie, enquanto que para outra, ela é praticamente dispensável. Como regra geral para se estabelecer a importância da poda sobre a cultura, pode-se relacionar ao fator intensidade e objetivo da exploração frutícola, ou seja, o tamanho de ciclo e os períodos de produção, além do tipo de produto exigido pelo mercado (tamanho e qualidade dos frutos). O principal fator associado à técnica de poda pode ser apontado como o responsável pela execução da técnica, o podador, que deverá fazer uso de seus conhecimentos e habilidades sendo supervisionada, quando necessário por um gestor que sugere a modelagem do pomar, e que obtenha os resultados esperados, levando em consideração a fisiologia e a biologia da planta, aplicada com moderação, oportunidade e na época ideal (CEREDA & FERREIRA, 1998).

2.7. 2. Objetivos da poda

A poda, como qualquer outra técnica, empregada na agricultura apresenta benefícios quando aplicada de forma correta, sendo que, estes benefícios, estão vinculados e podem, em muitas vezes, serem substituídos pelos objetivos da poda. Dentre as funções da poda, os autores Souza, (1986), Cereda, (1994), IBRAF, (2008) consideram que a prática pode induzir maior vigor a planta, produzir mais frutos e com melhor qualidade, manter a planta com um porte conveniente ao seu manejo, induzir a planta em produzir mais ramos vegetativos, conduzir a planta a uma aeração

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adequada, regular alternância das safras, de modo a obter anualmente colheitas com regularidade.

2. 7. 3. Morfologia e fisiologia das plantas submetidas à poda

O conhecimento de alguns requisitos de morfologia e fisiologia vegetal auxilia quanto aos princípios básicos da poda.

Em atendimento à morfologia da planta a ser podada, se faz necessário o conhecimento da posição, distribuição, função dos ramos das gemas e da circulação da seiva. As raízes das fruteiras extraem do solo a solução, água e os nutrientes que promovem as funções metabólicas necessárias para a manutenção e sobrevivência da cultura, sendo a dinâmica de absorção, regida, pela diferença de potencial, entre os meios, solo-planta-atmosfera. Esta seiva mineral, quando transformada em seiva orgânica, irá circular as regiões periféricas da planta, nutrindo os órgãos e determinando seu crescimento e evolução, tais como: o desenvolvimento das raízes, o crescimento dos brotos, aumento dos ramos, folhas, gemas e a frutificação. Diante disso, é que o crescimento da planta tende sempre a se concentrar nos ponteiros dos ramos, o que se denomina dominância apical, que quando eliminada, através da poda, ocorre uma melhor redistribuição da seiva, favorecendo a brotação lateral das gemas (TAIZ & ZEIGER, 2004).

As plantas frutíferas, no início do desenvolvimento, apresentam um balanço de energia praticamente nulo, pois gastam toda a seiva orgânica em seu próprio crescimento. Porém, após o avanço, em seus estágios de crescimento, sendo variável de espécie para espécie, a planta atinge um bom nível de desenvolvimento como: tronco com elevado diâmetro e rigidez, copa expandida e raízes amplas, taxa fotossintética intensa resultando em aumento nos teores de energia, passando a serem armazenadas, em forma de reservas como: açúcares, carboidratos, amidos, lipídeos, glicídios. Quando essas reservas atingem uma taxa suficiente em quantidade, a planta reconhece esse momento através da atuação enzimática e hormonal, passando a promover a maturação das gemas florais de frutificação (TAIZ & ZEIGER, 2004; PEREIRA, 2008).

Quanto aos fatores relacionados à fisiologia vegetal, além dos citados, destacam-se ainda a relação que existe entre o vigor e a produtividade. O excesso de vegetação reduz a quantidade de frutos, e o excesso de frutos é prejudicial à

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qualidade da colheita. Assim pode-se compreender melhor que a poda, visa justamente estabelecer um equilíbrio entre esses extremos, para evitar, uma explosão vegetativa, causando um problema ainda maior para o produtor, refletindo perdas na produtividade e na qualidade dos frutos colhidos.

Baseado na arquitetura vegetal, Simão (1998) estabeleceu diretrizes que devem ser levadas em consideração entre os fatores morfológicos e fisiológicos, no procedimento de poda nas plantas, são eles:

a) O vigor e a capacidade produtiva de uma planta depende, em grande parte, das condições climáticas e edáficas;

b) Há uma relação dependente entre o desenvolvimento da copa e o sistema radicular. Esse equilíbrio promove o vigor e a longevidade das plantas;

c) A circulação rápida de seiva tende a favorecer o desenvolvimento vegetativo, enquanto a lenta favorece o desenvolvimento dos ramos frutíferos;

d) A seiva, devido à fotossíntese, tende a se dirigir para os ramos mais expostos a luz, em relação àqueles submetidos à sombra;

e) As folhas são órgãos que realizam a síntese das substâncias minerais, e a sua redução debilita o vegetal;

f) Há espécies que só frutificam em ramos formados anualmente, e outras produzem durante vários anos nos mesmos ramos;

g) O aumento do diâmetro do tronco está em relação inversa com a intensidade da poda;

h) O vigor das gemas depende da sua posição e do seu número nos ramos; i) Quanto mais severa for à poda em um ramo, maior é o seu vigor;

j) A poda drástica retarda a frutificação. As funções reprodutivas e vegetativas são antagônicas.

Por isso, é indispensável ao podador, conhecer a parte da planta que está cortando, pois, de conformidade com cada planta em particular, há ramos cuja supressão é indispensável, porém, em outras uma eliminação resultaria em grave prejuízo para a produção, porque encerram neles a própria safra de frutos oriundos de suas gemas.

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2.7.4. Poda do maracujazeiro amarelo

O ciclo vegetativo da cultura do maracujazeiro pode ser considerado rápido se comparado entre as frutíferas, com o florescimento e a frutificação prolongada durante o ano, sendo influenciada pelo fotoperíodo, temperatura, disponibilidade de água e pelo manejo adotado pelo agricultor. Assim, a junção das condições estabelecidas pela cultura, e proporcionada pelo agricultor, como a irrigação no suprimento das necessidades hídricas das plantas, assume grande importância para uma boa produção, contribuindo para o aumento da produtividade, além de melhorar a qualidade do fruto (MANICA, 1981; RUGGIERO, 1987; LIMA et al., 1998).

O bom aproveitamento da cultura, atualmente é medida pelas suas características produtivas e qualitativas, sendo o seu principal indicador, o fruto. A produção de frutos do maracujazeiro ocorre em ramos produtivos do ano, o que propicia acúmulo de massa vegetal no sistema de condução, havendo a necessidade do uso da poda. A utilização das técnicas de podas é pouco estudada e aplicada pelos agricultores, principalmente para o maracujazeiro amarelo, no qual apresentam peculiaridades que impõem condições específicas quanto ao seu manejo de podas.

A poda pode ser definida, como uma técnica de conservação da vegetação, seja ela nativa, ornamental, ou de grandes áreas cultivadas comercialmente para a produção de alimentos, e que pode ser executada, dependendo do objetivo, para direcionar o melhor desempenho possível da planta. De uma maneira geral, pode-se dizer que as podas são executadas no intuito de promover correções no desenvolvimento das plantas, de acordo com as necessidades de luz, adubação, irrigação, florescimento, mantendo a cultura em condições ideais e com desempenho adequado às suas características (SILVA et al., 2004).

Entre os tipos de poda utilizados na agricultura, de forma geral, destacam-se: a poda de formação, na qual se tenta orientar o crescimento da cultura para que garanta uma melhor arquitetura, proporcionando melhor luminosidade, facilidade de colheita e que respeite o espaçamento estabelecido, evitando competição interespecífica; poda de frutificação, a qual é realizada após o estabelecimento da cultura onde são retiradas as gemas vegetativas, associadas às técnicas de estresses hídricos e aplicações químicas de indutores, promovendo a diferenciação celular, passando da fase vegetativa para a fase de florescimento e frutificação; a poda de renovação, que tem como base, a retirada de ramos que já produziram, para

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que, após o estágio de repouso da cultura, a planta volte a crescer, com a formação de novos ramos, com novas gemas reprodutivas; e, finalmente, a poda de limpeza, que consiste na eliminação dos ramos secos e doentes, sendo realizada, sempre que necessário (TEIXEIRA, 1994; SILVA et al., 2004). No cultivo do maracujazeiro são mais utilizadas a poda de formação e de renovação.

A poda de formação, segundo Lima & Cunha, (2004) é realizada entre 15 e 30 dias após o plantio, dependendo do tamanho das mudas plantadas e da altura da espaldeira em relação ao solo. Nesse período, se inicia a operação de poda de formação, eliminando-se todos os brotos laterais, deixando-se apenas o ramo mais vigoroso, que será conduzido através do tutor até o fio de arame do sistema de sustentação. Quando a planta ultrapassar o arame, aproximadamente 10 cm, se deve eliminar o broto terminal, que irá contribuir com a emissão de brotos laterais, que serão conduzidos para os dois lados do arame, caso seja em espaldeira.

A retirada do broto terminal ocorre então o, desponte que consiste na retirada dos meristemas de crescimento das duas gemas laterais, até estas atingirem o espaçamento utilizado entre plantas, a fim de estimular o desenvolvimento de novas gemas laterais que formarão os ramos produtivos. As ramificações que surgem dos ramos laterais, sobre a espaldeira, em direção ao solo devem ficar livres para facilitar o arejamento e a penetração de luz, fatores muito importantes no processo produtivo e na redução do ataque de pragas e doenças. Paralelamente, torna-se necessária a eliminação das gavinhas que provocam o entrelaçamento das hastes e dos ramos produtivos.

A poda de renovação é realizada devido o crescimento contínuo e indeterminado do maracujazeiro, sendo uma prática necessária, que é realizada após a colheita dos frutos, onde se inicia o segundo ciclo produtivo da cultura, com a formação de novas gemas vegetativas e floríferas.

No entanto, a literatura apresenta resultados conflitantes nas práticas culturais, entre elas a questão da poda de frutificação. Alguns autores citam vantagens dessa prática, como: ramos mais saudáveis, eliminação de focos de doenças pela remoção de ramos doentes, redução do peso que as plantas exercem sobre a espaldeira. Além disto, a poda facilita pulverizações, colheitas e reduz a incidência de pragas e doenças devido ao aumento da insolação e arejamento. Conforme Medina (1980) e Simão (1998), as produções frutíferas não se desenvolvem de modo idêntico nas

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especial. Resultados satisfatórios foram obtidos com a poda de frutificação segundo Cereda (1994). Entretanto, Manica (1981) e Lima (1998) verificaram que a poda de frutificação foi prejudicial às plantas do maracujazeiro, uma vez que obtiveram menores produções.

Em contra partida, Garcia & Fariñas (1975) obtiveram valores 25% maior com a poda leve, em relação às plantas não podadas ou severamente podadas, e, apenas 10% quando comparadas com aquelas medianamente podadas. Tal comportamento pode ser explicado com base em resultados obtidos por Cereda & Urashima (1989), após constatarem que ramos podados de um ciclo para outro apresentaram a taxa de crescimento maior, favorecendo o surgimento de maior quantidade de flores, em relação aos ramos não podados.

Bueel (1955) testou podas deixando três e sete nós por ramo, observando que a maior produção foi obtida em ramos com três nós. Posteriormente o mesmo autor efetuou podas deixando de um a cinco nós por ramo e a maior produção foi obtida com dois nós ou três gemas. Cereda (1976) obteve maior produção em ramos podados a 75 cm abaixo do arame, em relação aqueles não podados e os podados a 50 e 150 cm abaixo do arame. A poda drástica ou severa reduz a produção do maracujazeiro, propiciando a morte de ramos (BOWER & DEDOLPH, 1959).

Apesar de essa prática melhorar as condições da cultura, segundo Ataíde (2005), um tipo de poda aplicado a uma determinada região nem sempre deve ser aplicado à outra pelos resultados apresentados serem contraditórios. Tal comportamento, de acordo com Cereda & Ferreira (1998), se deve aos vários fatores que afetam a fisiologia da planta e que não foram levados em consideração.

Conforme relata Larcher (2000), o crescimento e o desenvolvimento das plantas são regulados tanto por fatores endógenos como exógenos, que sincronizam o desenvolvimento da planta com as mudanças sazonais do ambiente. Portanto, o conhecimento desses fatores é importante para um adequado manejo da poda, segundo as características da região em que está instalada a lavoura.

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. Localização, Clima e Solo

O trabalho foi desenvolvido no período de março de 2007 a dezembro de 2008, em área experimental da Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária do Estado da Paraíba - EMEPA-PB, localizada no município de Lagoa Seca - PB, inserido na micro região homogênea de Campina Grande – PB, integrante da meso região do Agreste Paraibano, e situada pelas coordenadas geográficas a 07° 09’ 28” de latitude sul; 35° 52’ 24” a oeste do meridiano de Greenwich e a 634 metros acima do nível do mar. O clima do município de Lagoa Seca é do tipo tropical chuvoso seco e úmido, com período chuvoso de abril a agosto com valores médios de pluviosidade de 940 mm, temperatura media anual de 22,6°c e umidade relativa do ar de 60% (ARAÚJO, 2008).

O solo onde foi instalado o experimento foi classificado como Neossolo Regolítico com textura arenosa, na camada de 0-20 cm, possui os atributos físicos e químicos determinado conforme metodologia adotada pela EMBRAPA (1997) indicados na Tabela 1.

Tabela 1. Atributos físicos e químicos do solo na camada de 0 – 20 cm. Lagoa Seca Atributos físicos Atributos químicos

Variável Valor Variável Valor Areia grossa (g kg-1) 489 pH em água 5,7

Areia fina (g kg-1) 341 M.O (g dm-3) 12,6 baixo

Silte (g kg-1) 91 P (mg dm-3) 5,0 muito baixo

Argila (g kg-1) 79 K+(mg dm-3) 121,0 bom

Ada (g kg-1) 38 Ca2+ (cmolc dm-3) 1,39 médio GF (%) 52 Mg2+ (cmolc dm-3) 1,29 bom

ID (%) 48 SB (cmolc dm-3) 2,99 médio Ds g cm-3 1,79 Al3+ + H+(cmolc dm-3) 2,72 médio Dp g cm-3 2,71 CTC 5,71 médio

Pt m3 m-3 0,37 V(%) 52,4 médio Ada = argila dispersa em água; GF e ID= respectivamente grau de floculação e índice de dispersão; DS, DP e Pt = respectivamente densidade do solo, densidade de partículas e porosidade total; SB = soma de

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3.2. Delineamento Experimental, Preparo das Covas, Plantio e Condução

O delineamento experimental utilizado foi o blocos ao acaso, disposto em esquema fatorial 2 x 6, com 4 repetições. Os fatores em estudo constaram de duas safras (ciclo de produção) e seis tipos de podas, conforme descriminação: T1 = cortina tradicional (convencional), sem poda dos ramos produtivos (testemunha = controle); T2 = poda dos ramos produtivos após a segunda gema; T3 = poda dos ramos produtivos após a terceira gema; T4= poda dos ramos produtivos após a quarta gema; T5 = poda dos ramos produtivos após a quinta gema e T6 = poda dos ramos produtivos após a sexta gema. Todas as podas foram feitas de cima para baixo conforme indicado na Figura 1.

Figura 1. Esquema demonstrativo da poda dos ramos produtivos.

As covas foram abertas nas dimensões de 40 x 40 x 40 cm, e preenchidas com material da camada superficial do solo juntamente com 10 L de esterco bovino de relação C/N 16:1, 300 g de calcário dolomítico, 60 dias antes do plantio. Após o enchimento, as covas foram irrigadas durante um período de 30 dias, para solubilização do calcário e neutralização do alumínio trocável. Em seguida, foram aplicados 30 dias antes do plantio 50 g de P2O5 na forma de superfosfato simples conforme sugestão de CAVALCANTE et al. (2002b).

O plantio foi feito na segunda semana de março/2007, cujas sementes foram obtidas de seleção massal de plantas matrizes da estação experimental EMEPA – PB localizada em Lagoa Seca - PB, cultivadas no espaçamento de 4 metros entre

Estaca 20 cm do solo 1,8 m Superfície do solo Ramo principal Ramo Produtivo Ramo Produtivo

Ramo Secundário Arame

Gemas Estaca

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plantas, nas linhas e 2 metros entre linhas, usando espaldeira com um arame liso nº 14 instalado a 1,8 m de altura no topo das estacas. A condução das mudas, foi feita em haste única e de forma alternada até o arame de sustentação no topo das estacas, sendo efetuada a poda da gema apical, quando a planta estava com 10 à 15 cm acima da espaldeira, para emissão de dois ramos laterais que foram orientados em sentidos opostos.

As adubações em cobertura com N P K foram feitas baseada na análise de solo e uniformes para todos os tratamentos, no seguinte calendário: a) no início da primeira florada do pomar efetuou-se uma aplicação de 220 g de uma mistura de N P K contendo 70 g de uréia, 60 g de superfosfato simples e 90 g de cloreto de potássio; b) 60 e 120 dias após a floração, as dosagens de nitrogênio e potássio foram repetidas. Ao final da primeira safra (primeiro ciclo produtivo), as plantas foram submetidas a uma poda de produção e uma adubação com N P K igual à fornecida no início da primeira florada. No início da segunda floração das plantas, em função do aumento do número dos ramos produtivos, a adubação com N P K foi aumentada para 290 g da mistura correspondente a 100 g de uréia, 80 g de superfosfato simples e 110 g de cloreto de potássio. Nos demais períodos, isto é, a 60 e 90 dias após a segunda florada foram repetidas as doses de N e K respectivamente (CAVALCANTE et al., 2002b).

No período da estiagem o suprimento de água de boa qualidade as plantas foi feito pelo método de aplicação localizada por gotejamento fornecendo-se 20 litros de água por planta a cada dois dias, adotando - se a sugestão de GONDIM (2003) que recomenda 10 L planta-1 dia-1.

3.3. Variáveis Estudadas

a) A colheita foi feita diariamente retirando-se das plantas os frutos com pelo menos 20% da área da casca com coloração amarela. Em seguida, foram acondicionados em sacos adequados à aeração e semanalmente, eram contados e pesados para se avaliar o número e massa média dos frutos; produção por planta e produtividade por safra (ciclo produtivo). O período de colheita foi de outubro a março referente ao primeiro ciclo, e de julho a dezembro correspondente ao segundo ciclo. Em cada um dos ciclos foram

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espessura da casca medida com paquímetro de precisão 1: 50. A espessura da casca foi medida nos quatro pontos cardeais de cada porção utilizando a média de oito valores por fruto. A percentagem de polpa (PP), de casca (PC) e

de semente (PS), foi obtida pelas expressões: a) PP = (

MMF MP )100; b) PC = ( MMF MC )100; c) PS = ( MMF MS )100: Em que: MP, MC e MS = respectivamente

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3.4. Avaliação Estatística

Os resultados foram submetidos à análise de variância para diagnóstico dos efeitos significativos entre os tratamentos pelo teste “F” e comparação das médias pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade segundo Pimentel Gomes & Garcia (2002).

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir dos resumos das análises de variância se verificou que a interação poda dos ramos produtivos (P) x safra (S), exerceu efeitos significativos sobre os componentes da produção avaliados pelo número de frutos por planta (NFP) e por área (NFA), massa média dos frutos (MMF), produção por planta (PP) e produtividade (P), indicados na Tabela 2, e também na massa de semente (MS), percentagem de sementes (PS) e massa da polpa dos frutos (MPF) (tabela 3). Estes resultados estão de acordo com a Literatura, uma vez que a poda dos ramos das cortinas ou terciários resulta no surgimento de maior número de ramos produtivos e, com efeito, resulta em maior número de frutos colhidos por planta, promovendo maiores rendimentos do maracujazeiro amarelo (CEREDA, 1994; RUGGIERO et al., 1996; CEREDA & FERREIRA, 1998). Por outro lado, Lima (1998) e Santos (1999) não obtiveram respostas positivas da poda dos ramos terciários do maracujazeiro amarelo, em relação às plantas não podadas. As demais variáveis como diâmetro transversal ou equatorial (DT) (Tabela 2), massa de casca (MC) e percentagem da casca dos frutos (PCF) (Tabela 3), sofreram influência significativa dos efeitos isolados da poda dos ramos terciários entre as duas safras consecutivas. Verificou-se também que a espessura da casca (EC) e rendimento em polpa dos frutos (RPF), foram influenciados entre as distintas safras (Tabela 3), e dentre todas as variáveis estudadas, apenas o diâmetro longitudinal (DL) ou comprimento dos frutos não sofreu influência de nenhuma fonte de variação isolada e da interação entre ambas (Tabela 2).

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Tabela 2. Resumo das análises de variância com base no quadrado médio, referentes ao número de frutos por planta (NFP) e por área (NFA), massa média dos frutos (MMF), produção por planta (PP) e produtividade (P), diâmetro longitudinal (DL) e transversal (DT) de frutos de maracujazeiro amarelo, em função da poda dos ramos produtivos das plantas em duas safras consecutivas.

QUADRADO MÉDIO

Fonte de variação G. L. NFP NFA MMF PP P DL DT

Blocos 3 58,69NS 59189561,63NS 90,26NS 0,29NS 453934,82NS 4,98NS 1,27NS

Poda dos ramos (P) 5 611,12** 1025173763,02** 298,97** 9,53** 14920719,83** 16,14NS 1,58* Safra (S) 1 101586,40** 164516719075,50** 52054,42** 943,14** 1473898247,48** 0,14NS 126,97** P x S 5 331,69** 608942513,02** 420,66* 4,97** 7775290,28** 7,68NS 7,61NS Resíduo 33 42,04 115710394,96 157,16 0,91 1436691,88 20,03 9,95 Tratamentos 11 230,43** 15698845496,00** 5059,32** 92,33NS 144307118,01** 10,84NS 15,72NS Total 47 - - - - C.V. (%) -- 10,12 13,26 8,85 12,69 12,71 5,68 4,32

QM=SQ/G; QM = quadrado médio; SQ = soma de quadrados; GL = grau de liberdade; NS = não significativo; * e** = respectivamente significativo para p>0,05 e p>0,01.

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Tabela 3. Resumos das análises de variância com base no quadrado médio, referentes a espessura da casca (EC), massa da casca (MC), porcentagem de casca (PC), massa de semente (MS), porcentagem de sementes (PS), massa de polpa (MP) e rendimento de polpa(RP) do maracujazeiro amarelo, em função da poda dos ramos produtivos das plantas em duas safras consecutivas.

QUADRADO MÉDIO

Fonte de variação G. L. EC MC PC MS PS MP RP

Blocos 3 0,14NS 112,47NS 15,21NS 3,13NS 1,98NS 77,48NS 26,44NS

Poda dos ramos (P) 5 0,74NS 295,08* 106,86* 15,75** 9,87* 212,11* 97,91*

Safra (S) 1 11,02** 30.340,96** 922,25** 14,96* 69,60** 3584,56** 499,23** PXS 5 0,57NS 97,09NS 75,17NS 14,40** 9,10* 221,41* 36,18NS Resíduo 33 0,82 114,33 32,62 3,12 3,38 79,05 29,56 Tratamentos 11 1,60NS 2936,53** 166,58NS 15,07** 14,95** 522,92** 106,34** Total 47 - - - - C.V. (%) - 9,02 12,92 9,93 45,72 59,31 16,18 13,71

QM=SQ/GL.; QM = quadrado médio; SQ = soma de quadrados; GL = grau de liberdade; NS = não significativo; * e** = respectivamente significativo para p>0,05 e p>0,01.

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A poda dos ramos evidenciou exercer efeitos estimulantes de substâncias com a emissão de novos ramos de gemas produtivas se refletindo em aumento do número de frutos colhidos por planta e por área, como vista nas Figuras 2 e 3. A tendência dos resultados esta compatível com a registrada por Santos (2001), ao concluírem que o número de ramos produtivos das plantas aumentou do primeiro para o segundo ciclo, promovendo maior número de frutos colhidos por planta e por área respectivamente.

O número de frutos por planta e por área aumentou da primeira para a segunda safra até a poda dos ramos imediatamente após a terceira gema, decrescendo com o aumento do número de gemas remanescentes nos ramos produtivos. Ao considerar que o maracujazeiro amarelo produz com viabilidade econômica em ramos do ano (CEREDA & FERREIRA, 1998), aqueles mantidos com maior número de gemas do primeiro para o segundo ciclo produtivo a vantagem de emissão de novos ramos foi comprometida (Figura 2).

b b b b b b a a a a a a 0 35 70 105 140 0 2 3 4 5 6 F ru to s p o r p la n ta

Poda dos ra mos da s cortina s (gema ra mo-1)

sa fra 1 sa fra 2 A

Figura 2. Número de frutos por planta produzidos em duas safras consecutivas em função da poda dos ramos produtivos.

O número de frutos colhidos por planta (Figura 2) e por área (Figura 3) não evidencia significância estatística da poda dos ramos produtivos, referentes a cada safra isoladamente, mas aponta uma marcante superioridade da produção do maracujazeiro amarelo do primeiro para o segundo ciclo produtivo. Dentre os tratamentos, a maior superioridade se refere à poda dos ramos produtivos

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imediatamente após a terceira gema, na segunda safra com valores médios de 135.5 frutos por planta-1 (Figura 2) e 169.406 frutos ha-1 (Figura 3) respectivamente. O comportamento dos resultados não estão de acordo com Ruggiero et al. (1996) e Lima (1998) ao constatarem que a poda dos ramos produtivos não resultou em aumento da produção do maracujazeiro amarelo.

b b b b b b a a a a a a 0 30000 60000 90000 120000 150000 180000 0 2 3 4 5 6 N ú m er o d e fr u to s (s a fr a h a -1)

Poda dos ra mos da s cortina s (gema ra mo-1)

sa fra 1 sa fra 2 A

Figura 3. Número de frutos por hectare em duas safras consecutivas, em função da poda dos ramos produtivos.

A tendência dos resultados da segunda safra foi mantida para a avaliação do total de frutos colhidos nas duas safras como indicado na Figura 4, com significância estatística dos ramos podados após a terceira gema. Comparativamente, o valor máximo de 165.615 frutos ha-1 foi inferior ao valor médio de 190.396 frutos ha-1 colhidos por Santos (2001) e 218.377 frutos ha-1 apresentado por Rodolfo Júnior (2007), em duas colheitas consecutivas de maracujazeiro amarelo com os ramos podados após a terceira gema.

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bc b a bc bc c 125000 155000 185000 215000 1 2 3 4 5 6 F ru to s c o lh id o s p o r á re a

Poda dos ra mos da s cortina s (gema ra mo-1)

A

Figura 4. Número total de frutos colhidos por hectare nas safras 1 e 2, em função da poda dos ramos produtivos.

A massa média dos frutos, apesar de ser influenciada pela interação poda x safra teve comportamento invertido em relação ao número de frutos colhidos da primeira para a segunda safra. Os valores da primeira safra variaram de 155 a 202 g frutos-1 e decresceu para a amplitude 102 a 110 g fruto-1 com reduções porcentuais de 34 e 46% entre os frutos da primeira para a segunda safra respectivamente. Apesar dos declínios constados na Figura 5, os expressivos aumentos do número de frutos colhidos por planta e por área, no mesmo período resultaram no aumento da produção por planta e produtividade.

A redução da massa média da primeira para a segunda safra com amplitude de 155 a 202g fruto-1 para 102 a 110g fruto-1 é resultado de uma série de fatores dentre eles: a) o aumento do número de ramos, folhas e frutos em função da idade e das podas das plantas; b) necessidade de um calendário de monitoramento da nutrição das plantas e da fertilidade do solo; c) controle da irrigação no período da estiagem (RUGGIERO et al., 1996; CAVALCANTE et al., 2002b; PEREIRA, 2008). Essa inconveniência se constitui em perdas do mercado consumidor da primeira para a segunda safra que, em geral, exige frutos com massa superior a 170 gramas (MELETTI et al., 2000). A situação se agrava ainda mais uma vez que atualmente o mercado já exige frutos com massa média superior a 200g (RODOLFO JÚNIOR et al., 2008).

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a a a a a a b b b b b b 50 100 150 200 250 0 2 3 4 5 6 M a ss a m é d ia d e f ru to s (g f ru to -1)

Poda dos ra mos da s cortina s (gema ra mo-1)

sa fra 1 sa fra 2 A

Figura 5. Massa média de frutos em função da poda dos ramos referente a duas safras consecutivas.

O aumento do número de frutos por planta e por hectare proporcionou aumento da produção da primeira para a segunda safra. Observa-se diferença significativa entre as duas safras em que a produção da safra 2 supera significativamente a safra 1, com maior valor, para o tratamento com 2 nós, isto é 3 gemas mantidas (Figura 6). Verificou-se também que a produção por planta da safra 1 variou de 2,34 a 4,18 kg planta-1 para 10,1 a 14,9 kg planta-1 na safra 2, com maior valor para o tratamento com a poda efetuada após a terceira gema ou segundo nó. Apesar da superioridade do tratamento com poda dos ramos produtivos após a terceira gema, em relação aos demais, a produção de 14,9 kg planta-1 foi inferior aos 22 kg planta-1 obtidos por Santos (2001) em plantas podadas na terceira gema de cima para baixo dos ramos produtivos.

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b b b b b b a a a a a a 0 2 4 6 8 10 12 14 16 0 2 3 4 5 6 P ro d u ç ã o ( k g p la n ta -1)

Poda dos ra mos da s cortina s (gema ra mo-1)

sa fra 1 sa fra 2 A

Figura 6. Produção por planta em duas safras consecutivas, em função da poda de ramos produtivos.

A variação da produtividade média da primeira para a segunda safra foi 3.892,6 para 14.975,3 kg ha-1 com aumento percentual de 284,71% (Figura 7). Dentre os tratamentos o mais promissor foi o 3 (ramos podados após a terceira gema ou segundo nó).

As produções por safra (Figura 7) oscilaram de 2.929,4 para 5.180,9 kg ha-1 na safra 1 e de 12.616,8 para 18.627,7 kg ha-1 na safra 2. Essa superioridade, apesar da redução da massa média no mesmo período é resposta do aumento de ramos produtivos e dos frutos colhidos por planta. Evidencia-se também, como apresentado por Santos (2001); Santos (2005) e Rodolfo Júnior et al. (2008) com rendimentos médios 22,18 e 37 t ha-1 em plantas podadas após a terceira gema do ramo produtivo, a necessidade dessa prática como meta ou garantia de produção economicamente viável da primeira para a segunda safra. Por outro lado, registra-se baixa produção na primeira safra com média de 3.892,6 kg ha-1 mantendo-sebem inferior a média do rendimento da Paraíba, que mesmo sendo baixa com valor de 7.413 kg ha-1 é bastante superior (IBGE, 2006).

(42)

b b b b b b a a a a a a 0 4000 8000 12000 16000 20000 0 2 3 4 5 6 P ro d u ti v id a d e p o r sa fr a ( k g h a -1)

Poda dos ra mos da s cortina s (gema ra mo-1)

sa fra 1 sa fra 2 A

Figura 7. Produtividade por safra em função da poda dos ramos produtivos.

A produtividade total aumentou em função da poda dos ramos produtivos até a manutenção de três gemas, por ramo (Figura 8) atingindo valor máximo de 23.705 kg ha-1 declinando para até 18.820, 16.687 e 16.074 kg ha-1 nos tratamentos com os ramos produtivos podados imediatamente após a 4, 5 e 6 gema mantendo-se os ramos com 3, 4 e 5 nós remanescentes respectivamente. Esse valor de 23,705 t ha-1 foi superior as 22 e 18 t ha-1 colhidos por Santos (2001) e Santos (2005), bem como expressivamente superior à média nacional que é de 13.395 kg ha-1 (IBGE, 2006).

Pelo declínio do número de frutos colhidos, produção por planta, independentemente do aumento dessas variáveis da primeira para a segunda safra, a poda de modo a manter os ramos das plantas com mais de três gemas ou dois nós remanescentes da primeira para a segunda safra não resultou em benefícios à cultura. Esse comportamento do maracujazeiro amarelo está referendado na maior parte da Literatura, inclusive por Cereda & Ferreira (1998), mas a poda dos ramos da cortina após a terceira gema tem se refletido em aumento expressivo do número de frutos colhidos e produtividade da cultura (ANDRADE, 1998; SILVA et al., 2004; RODOLFO JÚNIOR et al., 2008).

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b b a b b b 15000 17500 20000 22500 25000 1 2 3 4 5 6 P ro d u ti v id a d e t o ta l (k g h a -1)

Poda dos ra mos da s cortina s (gema ra mo-1)

A

Figura 8. Produtividade total de maracujazeiro amarelo, em função da poda dos ramos produtivos.

O comprimento ou diâmetro longitudinal dos frutos não variou estatisticamente em função dos tratamentos; os valores variaram de 77,1 a 81,4 mm, entre os ramos podados (Figura 9) e de 78,7 para 78,9 mm da primeira para a segunda safra. Esses resultados situam-se na mesma faixa dos frutos colhidos por Queirós et al. (1998) com oscilação média de 7,9 a 8,2 mm e inferior a amplitude de 89,1 a 93,0 mm apresentado por Santos (2001).

a a a a a a 76 78 80 82 1 2 3 4 5 6 C o m p ri m e n to d e f ru to ( m m )

Poda dos ramos das cortinas (gema ramo-1)

Figura 9. Comprimento dos frutos de maracujazeiro amarelo, em função da poda de ramos produtivos.

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Quanto ao diâmetro transversal ou equatorial não se registrou efeito significativo da interação poda x safra, mas os dados variaram significativamente para poda dos ramos e entre as safras. Conforme indicado na Figura 10, o diâmetro sofreu redução de 74,6 para 71,3 mm da primeira para a segunda, expressando declínio percentual de 4,5%. Esses valores apesar de inferiores à variação de 7,9 a 8,6 mm apresentado por Santos (2005), superior à média de 73 mm por Meletti et al. (2002) e à oscilação de 68,1 a 70,1 mm, registrada por Lima et al. (2002).

Os valores médios de diâmetro longitudinal e diâmetro transversal ou equatorial na faixa de 79 a 82 e de 71,3 a 74,6 mm, classificam os frutos produzidos nas duas safras como de tamanho grande a médio, como evidencia a classificação de Lima e Rossi (2002) para o maracujá comercializado nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, e de calibre 3 para a classificação nacional.

a a a a a a 71 72 73 74 1 2 3 4 5 6 D iâ m e tr o t ra n sv e rsa l (m m )

Poda dos ramos das cortinas (gema ramo-1)

Figura 10. Diâmetro transversal dos frutos de maracujazeiro amarelo em função da poda, em duas safras consecutivas.

A espessura da casca assim como o diâmetro transversal sofreu influência estatística dos tratamentos apenas entre as safras. Os valores são considerados excessivamente altos; para Meletti et al. (2002) frutos de maracujazeiro amarelo com espessura da casca acima de 8 mm, resulta em perda de rendimento em polpa e em suco. Nesse sentido, se constata que mesmo sendo elevada, a espessura da casca foi significamente reduzida de 10,6 para 9,6 mm da primeira para a segunda safra (Figura 11). Os dados em apreço superaram os apresentados por Fortaleza et al.

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(2005), que foram inferiores a 8 mm, mas foram marcadamente superiores à variação de 5 a 6 mm, registrado por Queirós et al. (1998) em plantas sem poda dos ramos produtivos. a a a a a a b b b b b b 8 9 10 11 12 0 2 3 4 5 6 E sp e ss u ra d a c a sc a ( m m )

Poda dos ra mos da s cortina s (gema ra mo-1)

sa fra 1 sa fra 2

Figura 11. Espessura da casca dos frutos de maracujazeiro amarelo cultivado, em função de seis podas de ramos, em dois ciclos consecutivos.

A massa da casca, a exemplo da espessura, independentemente da poda dos ramos, diminuiu da primeira para a segunda safra (Figura 12). Nos frutos da safra 1, a massa de casca variou de 93,5 a 118,6 gramas, e da safra 2 de 49,9 a 68,8 gramas. A redução da primeira para a segunda safra é resposta da diminuição da espessura da casca e também da massa média dos frutos da primeira para a segunda safra, como apresentado na Figura 5.

a a a a a a b b b b b b 40 60 80 100 120 0 2 3 4 5 6 M a ss a d e ca sc a (g )

Poda dos ra mos da s cortina s (gema ra mo-1)

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Figura 12. Massa da casca dos frutos de maracujazeiro amarelo, em função da poda dos ramos produtivos em duas safras consecutivas.

As reduções da espessura da massa da casca resultaram na diminuição significativa da percentagem de casca dos frutos da primeira para a segunda safra como indicado na Figura 13. A amplitude média foi de 56,5 a 69,9% na primeira safra e de 46,0 a 57,1% na safra seguinte apresentado na Figura 14. Os valores obtidos superam a média de 58,5% obtida por Accorsi et al. (1992), ao avaliarem a intensidade da poda, do maracujazeiro amarelo e a variação de 49,1 a 54,9% apresentado por Santos (2001).

a a a a a a b b b b b b 40 50 60 70 0 2 3 4 5 6 P e rc e n ta g e m d e c a sc a

Poda dos ra mos da s cortina s (gema ra mo-1)

sa fra 1 sa fra 2

Figura 13. Percentagem de casca dos frutos de maracujazeiro amarelo, em função da poda dos ramos produtivos, em duas safras consecutivas.

Y = 95,66 - 0,963X R² = 0,87 50 55 60 65 34 38 42 46 P re ce nt ag em de c as ca (%) Rendimento em polpa (%)

(47)

Figura 14. Relação entre a percentagem de casca e o rendimento em polpa do maracujazeiro amarelo.

A interação poda x safra induziu efeitos significativos na massa de sementes. Dentre os tratamentos o maior valor (8,89) foi obtido nas plantas podadas após a terceira gema, ou segundo nó, na segunda safra (Figura15). Este valor está compatível com Santos (2001) ao verificarem em plantas não podadas que a variação de sementes por frutos foi de 8,1 a 9,2 g. Ao considerar que as plantas de todos os tratamentos foram igualmente supridas com água, adubação e tratos culturais, à poda do ramo na terceira gema promoveu maior massa de sementes por fruto.

a a b b b a b b a a a b 0 2 4 6 8 10 0 2 3 4 5 6 M a ss a d e se m e n te s ( g )

Poda dos ra mos da s cortina s (gema ra mo-1)

sa fra 1 sa fra 2

Figura 15. Massa de sementes por fruto de maracujazeiro amarelo, em função da poda dos ramos em duas safras consecutivas.

A tendência para a massa de sementes foi basicamente à mesma para a percentagem de sementes, no que se refere à poda dos ramos das plantas, isto é com o maior valor percentual referente ao tratamento com a poda feita após a terceira gema dos ramos produtivos (Figura 16).

Referências

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