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RELATÓRIO DE DISCIPLINA DE MERCADO Informação Semestral de 30 de Junho de 2017

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RELATÓRIO DE DISCIPLINA DE MERCADO

Informação Semestral de 30 de Junho de 2017

1.

NOTA INTRODUTÓRIA

O Banco de Moçambique, através do Aviso n.º 3/GBM/2012, determinou a adopção do acordo de Basileia II com efeitos a partir de 1 de Janeiro de 2013 onde refere que o sector bancário deve adoptar técnicas progressivamente mais sofisticadas de avaliação de riscos, em especial nas vertentes de risco de crédito, dos riscos de mercado e do risco operacional. Este regime visa assegurar a convergência internacional de mensuração de capitais face ao risco inerente da actividade financeira cujo objectivo consiste em:

• Fortalecer a estrutura de capital das instituições; • Promover a estabilidade financeira; • Favorecer a adopção das melhores práticas de gestão de riscos; e • Estimular maior transparência e disciplina de mercado. O presente relatório foi preparado com o objectivo de dar resposta as exigências do Pilar III do Basileia II, em conformidade com o estabelecido na regulamentação em vigor e em linha com as melhores práticas nacionais e internacionais.

O presente relatório, cumprindo o previsto no Aviso n.º 16/GBM/2017 do Banco de Moçambique, tem por objectivo complementar as contas do Banco relativas ao primeiro semestre de 2017, através da divulgação ao mercado de informações sobre a solvabilidade e liquidez do BancABC parte do Atlas Mara (formalmente designado por African Banking Corporation Moçambique, S.A. e adiante simplesmente designado por “Banco” ou “BancABC”), da exposição aos diferentes riscos, bem como das principais políticas e práticas adoptadas para assegurar a adequada e prudente gestão dos seus riscos.

A estrutura do relatório visa cumprir com o definido no Aviso n.º 16/GBM/2017 assegurando o correcto e exaustivo entendimento do perfil de risco e posição de solvabilidade e liquidez do Banco. Assim, os conteúdos além de terem subjacente a óptica prudencial, foram construídos tendo em vista a disponibilização da informação relevante para o mercado, cumprindo o espírito e melhores práticas do Pilar III do Basileia II. Os valores monetários apresentados, excepto quando claramente explícitos, encontra-se em milhares de Meticais e reflectem as posições do Banco à data de 30 de Junho de 2017.

2.

DECLARAÇÃO DE RESPONSABILIDADE

A presente declaração de responsabilidade emitida pelo Conselho de Administração do BancABC incide sobre o Relatório de Disciplina de Mercado, com referência a 30 de Junho de 2017, no âmbito do cumprimento dos requisitos descritos no Aviso n.º 16/GBM/2017 do Banco de Moçambique.

No que respeita a informação apresentada no presente Relatório de Disciplina de Mercado, o Conselho de Administração do BancABC: • Certifica que foram desenvolvidos todos os procedimentos considerados necessários e que, tanto quanto é do seu conhecimento, toda a informação divulgada é verdadeira e fidedigna; • Assegura a qualidade de toda a informação divulgada; • Compromete-se a divulgar, tempestivamente, quaisquer alterações significativas que ocorram no decorrer do exercício subsequente aquele a que o presente relatório se refere. Maputo, 31 de Agosto de 2017 Conselho de Administração do BancABC parte do Atlas Mara

3.

ÂMBITO DE APLICAÇÃO

3.1. Divulgações Qualitativas

A informação presente neste relatório é referente ao BancABC, uma Sociedade Comercial de direito Moçambicano, constituída sob a forma de Sociedade Anónima, com sede na Av. Julius Nyerere, n.º 999, Cidade de Maputo, matriculada na Conservatória do Registo das Entidades Legais sob o n.º 12155, titular do NUIT 400071837. O BancABC é um Banco comercial privado constituído em Moçambique a 30 de Setembro de 1999 e tornou-se subsidiária da ABC Holdings Limited (constituída no Botswana) a partir de 1 de Janeiro de 2002. As suas actividades principais são a banca de grandes empresas, de investimento e a retalho, assim como serviços financeiros semelhantes de natureza diversa. A sociedade é detida, 99.9% pelo ABC Holdings, uma Sociedade Holding que a 31 de Agosto de 2014 foi adquirida pelo Grupo Atlas Mara, uma sociedade financeira quotada na Bolsa de Valores de Londres. O Grupo Atlas Mara é uma sociedade de capitais internacionais voltados para a edificação de instituições de crédito de excelência em África com participações no Uganda, Tanzania, Zambia, Zimbabwe, Botswana e Moçambique através do BancABC Moçambique.

A Sociedade tem participações na empresa seguradora Diamond Seguros com 19.06% (dezanove por cento) do seu Capital, e 20.20% (Vinte por cento) na Sociedade Interbancária de Moçambique (SIMO), uma instituição detida maioritariamente pelo Banco de Moçambique e com participações dos Bancos Comerciais. Contudo, em termos prudenciais, não consolida a informação financeira referente as mesmas, pelo que a informação aqui reportada é numa perspectiva individual.

O presente relatório de Disciplina de Mercado encontrar-se-á a disposição do público para consulta no endereço electrónico do Banco (www.bancabc.co.mz).

4.

GESTÃO DE RISCO

4.1. Introdução

Sendo uma entidade viva e actuante, o BancABC encontra-se sujeito a um conjunto de riscos, directa e indirectamente, ligados a sua actividade cuja gestão pode permitir ou impossibilitar o alcance dos objectivos traçados pela instituição.

Desta feita, a gestão eficiente destes riscos faz parte do processo normal de gestão do Banco e desempenha um papel fundamental no desenvolvimento equilibrado e sustentado do BancABC. Para além de contribuir para a optimização do binómio rendibilidade/risco da instituição, assegura também que o perfil de risco do Banco esteja alinhado com a visão e posições estratégicas definidas pelos accionistas.

O BancABC tem por política e princípio uma gestão de risco rigorosa e dotadas de todos os meios necessários para assegurar a viabilidade e sustentabilidade do modelo de negócio e da estratégia do Banco, gestão esta que é regida por princípios, procedimentos e metodologias de controlo e reporte ajustados à dimensão e complexidade do Banco a cada momento.

4.2. Princípios e Políticas

De forma a estar alinhado às melhores práticas a nível mundial, o BancABC está, constantemente, a melhorar as directrizes e princípios orientadores que governam a sua gestão de risco e o seu modelo de negócio. O processo de gestão de risco do Banco visa, essencialmente, identificar, avaliar, solucionar, monitorar e reportar todos os riscos materialmente relevantes a que a instituição encontra-se sujeita, tanto interna como externamente, de modo a que os mesmos se mantenham em níveis adequados e, dessa forma, não afectem a situação patrimonial do Banco.

Como estratégia de governança, o Banco adoptou a prática de ERM (Enterprise Risk Management) tendo definido a gestão de risco como o processo de gestão a 3 níveis, conhecidos como as 3 linhas de defesa:

Unidades de Negócio e Suporte • Departamento de Risco • Auditoria Interna

As 3 linhas de defesa visam clarificar e tornar transparente o papel de cada um dos intervenientes no processo de gestão de risco do Banco definindo o que cabe a cada uma das linhas:

1ª Linha de Defesa (Unidades de Negócio e Suporte) – Unidades que gerem directamente os riscos. Tem

como responsabilidade primária identificar, avaliar e mitigar os riscos que assumem.

2ª Linha de Defesa (Departamento de Risco) – Unidade de assessoria em gestão de risco. Cabe ao

Departamento de Risco assessorar o negócio na identificação, avaliação e implementação de soluções que visem colocar os níveis de risco do Banco dentro do seu apetite, assim como monitorar e reportar as exposições de risco do Banco aos diferentes stakeholders. Como 2ª linha de defesa, o Departamento de Risco assume e é o principal promotor de boas práticas de gestão de risco pelas unidades de negócio e suporte.

3ª Linha de Defesa (Auditoria Interna) – Unidade de supervisão das actividades do Banco. A Auditoria Interna

tem como responsabilidade assegurar que o Comité de Gestão e todos os colaboradores respeitam e seguem as directrizes definidas pelo Conselho de Administração.

4.3. Estruturas de Gestão

Sendo uma actividade permanente e inerente a vida da instituição, a gestão de risco é uma actividade desenvolvida a todos os níveis do Banco, sendo de principal importância o tom e a liderança dada pelos membros a nível do Conselho de Administração.

É responsabilidade do Conselho de Administração e do Comité de Gestão, enquanto órgãos decisores do Banco, partilharem o mesmo nível de compreensão da dimensão e materialidade dos riscos da instituição e definir o grau de tolerância ao risco a que o BancABC deve estar exposto, bem como conceber políticas e procedimentos de gestão de risco ajustados aos riscos que emergem da actividade desenvolvida.

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O BancABC tem vindo a desenvolver automatismos e melhorias na sua estrutura de gestão e acompanhamento dos diferentes riscos, procurando dotar, gradualmente e a medida das disponibilidades internas e do mercado, às estruturas orgânicas de meios técnicos e humanos que se revelam ajustados aos riscos a que as suas actividades encontram-se expostas.

O Banco aprovou a sua estratégia de Gestão Empresarial de Risco (Entrerprise-wide Risk Management), definindo o papel dos vários intervenientes neste processo. As responsabilidades de cada um dos intervenientes no processo de gestão de risco são:

Conselho de Administração – É o órgão de Administração que actua em representação dos

accionistas. Assegura o acompanhamento e cumprimento dos objectivos pré-definidos, assim como a optimização do binómio retorno/risco através de um conjunto de ferramentas e acções: − Definição e revisão da Missão, Visão e Valores; − Definição e alinhamento dos Objectivos Estratégicos com a envolvente contextual; − Aprovação e acompanhamento do Plano Estratégico; − Aprovação e acompanhamento do cumprimento das Políticas de Gestão dos vários riscos; − Aprovação e acompanhamento do perfil de risco do Banco.

Comité de Auditoria – É um comité do Conselho de Administração que tem como responsabilidade

principal revêr o perfil de risco do Banco, bem como os relatórios financeiros e da auditoria interna. Tem ainda como responsabilidades:

− Opinar sobre as demonstrações financeiras do Banco; − Emitir parecer relativamente ao sistema de controlo interno; − Avaliar o desempenho da Auditoria Interna e Externa;

− Considerar e avaliar quaisquer assuntos importantes que possam ser referidos ao Comité pelo Conselho de Administração.

Comité de Revisão de Empréstimos – É igualmente um Comité do Conselho de Administração,

cuja responsabilidade principal é de revêr o performance da carteira de crédito do Banco. É um comité específico para o risco de crédito que avalia, opina e dá recomendações à gestão quanto a gestão do risco de crédito.

Comité de Gestão (MANCO) – É um órgão colegial com poder decisório que actua em representação

do Conselho de Administração, ao qual cabe apreciar e deliberar sobre todos os assuntos relevantes à gestão do Banco. O Comité de Gestão é o agente principal de gestão de risco do Banco e é composto por todos os directores dos departamentos que compõem a organização. A semelhança do Conselho de Administração, o Comité de Gestão tem também comités específicos dedicados aos diferentes riscos a que o Banco encontra-se exposto:

Comité de Crédito (MANCO Credit) – Comité específico do Comité de Gestão que tem como

tarefas: − Monitorar a evolução e a qualidade da carteira de crédito da instituição; − Revêr e aprovar propostas de crédito que estejam dentro da sua alçada; − Revêr e aprovar renovações e reestruturações de crédito que estejam dentro da sua alçada; − Monitorar e controlar a carteira de delinquentes; − Fazer recomendações às áreas relevantes sobre medidas a serem tomadas quanto a gestão do risco de crédito.

Comité de Activos e Passivos (ALCO) – Comité específico do Comité de Gestão que tem como

tarefas: − Monitorar a evolução do rácio de solvabilidade do Banco; − Monitorar a estrutura e evolução do balanço do Banco; − Monitorar os níveis de liquidez e a cobertura de responsabilidades; − Monitorar a margem de juro e analisar indicadores macroeconómicos que poderão ditar alterações; − Monitorar a evolução das taxas de câmbio e o cumprimento do Banco aos limites prudenciais do Banco Central.

Comité de Risco e Controlos (RCC) – Comité específico do Comité de Gestão que tem como

tarefas:

− Rever o perfil de risco operacional do Banco; − Discutir o Relatório de risco operacional do Banco;

− Monitorar o grau de implementação das medidas de mitigação de risco (controlos internos); − Monitorar a evolução dos indicadores de risco chave;

− Monitorar a evolução das perdas operacionais do Banco.

Departamento de Risco – Departamento de assessoria da instituição no que concerne a gestão de

risco. Cabe ao Departamento de Risco, monitorar as exposições de risco da instituição e assegurar que as mesmas encontram-se dentro dos limites estabelecidos pelo Conselho de Administração. É também responsabilidade do Departamento de Risco fazer recomendações para a melhoria do sistema de gestão de risco da instituição.

Departamento de Tesouraria – Responsável pela gestão do balanço do Banco, a Tesouraria é o

ponto de convergência da instituição no que concerne a activos e passivos, gestão de custos de fundos e dos níveis de liquidez e do cumprimento das Reservas Obrigatórias que o Banco deve obedecer.

Departamento de Auditoria Interna – No âmbito da gestão de risco, compete ao Departamento

de Auditoria Interna o apoio ao Conselho de Administração na verificação do cumprimento das políticas e procedimentos, e a eficácia e eficiência dos controlos que mitigam os riscos associados aos processos e transacções do Banco, isto é, presta assessoria à Administração do Banco quanto ao desempenho das atribuições definidas para cada unidade orgânica, mediante às directrizes, políticas e objectivos previamente determinados.

Departamento Compliance – No âmbito da gestão do risco, o Departamento de Compliance é

responsável pelo programa de compliance do Banco, monitoria do grau de cumprimento das normas que a instituição deve seguir pelos vários Departamentos, assim como a manutenção do sistema de prevenção ao branqueamento de capitais.

4.4. Perfil e Instrumentos de Gestão

É apanágio do Banco a gestão pró-activa e efectiva do seu perfil de risco, a correcta aferição da materialidade dos mesmos, assim como a definição de um modelo de governança, gestão abrangente e adequada à sua complexidade e dimensão.

O Banco dotou-se, e continua a dotar-se, dos instrumentos apropriados para assegurar a identificação, avaliação, resolução, monitoria e reporte de todos os riscos relevantes, sendo que alguns dos principais instrumentos de gestão utilizados para dar corpo às políticas e princípios de gestão de risco são:

5.

ESTRUTURA DO CAPITAL

5.1. Informação Qualitativa

(4)

RELATÓRIO DE DISCIPLINA DE MERCADO

Informação Semestral de 30 de Junho de 2017

De 31 Dezembro à 30 de Junho 2017, a estrutura de capitais do BancABC teve uma redução de 21.5 milhões de Meticais conduzidos, principalmente, pela redução do valor do empréstimo dos accionistas que viu o seu montante reduzir na mesma proporção resultante da desvalorização do Dólar Norte-Americano face ao Metical. Desta feita, o montante dos fundos próprios totais do BancABC reduziu de 1,927 milhões de Meticais a 31 de Dezembro de 2016 para 1,905 milhões de Meticais a 30 de Junho de 2017.

6.

ADEQUAÇÃO DO CAPITAL

6.1. Informação Qualitativa O cálculo do rácio de solvabilidade é feito com base no Aviso n.º 15/GBM/2013 do Banco de Moçambique. A adequação do rácio de solvabilidade e a manutenção de buffers para efeitos prudenciais são monitorados regularmente pela gestão do Banco, e esta informação é partilhada com o Banco de Moçambique numa base mensal.

Para o cálculo dos requisitos mínimos de Capital, o BancABC usa o método padrão para o risco de crédito e o método do indicador básico para o risco operacional. Em relação ao risco de mercado, o Banco recorre aos procedimentos de cálculo previstos no Anexo do Aviso n.º 13/GBM/2013 do Banco de Moçambique, que define as regras de cálculo dos requisitos de fundos próprios no que concerne ao risco cambial.

Adicionalmente, o Banco realiza o seu Processo de Auto-avaliação da Adequação do Capital Interno (Internal Capital Adequacy Assessment Process – ICAAP), de acordo com as normas aplicáveis do Banco de Moçambique (Aviso n.º 20/GBM/2013 e Circular n.º 2/SCO/2013). Este processo visa garantir que todos os riscos a que o Banco encontra-se exposto são devidamente avaliados, detalhando a maneira como o Banco pretende mitigar os efeitos adversos dos mesmos bem como a determinação do montante de capital necessário, corrente e futuro, para fazer face ao perfil de risco identificado. O Banco realiza, também, mensalmente testes de esforço da adequacidade do seu capital para suportar choques projectados nos riscos de crédito, taxa de juro, taxa de câmbio e liquidez. Os resultados do ICAAP bem como dos testes de esforço demonstram a adequacidade dos níveis de capitais do Banco para suportar os choques projectados. 6.2. Informação Quantitativa

a) Requisitos de Capital para o Risco de Crédito por Classes de Risco

Para o risco de crédito, o Banco considera o descrito no Aviso n.º 11/GBM/2013 do Banco de Moçambique, onde consta a definição do risco de crédito e os pressupostos a ter em conta para o seu cálculo.

Como pode ser visto pela tabela acima, os activos ponderados pelo risco em Junho de 2017, situaram-se nos 7,035 milhões de Meticais, uma redução comparado aos 7,721 milhões de Meticais em Dezembro de 2016. A redução nos activos ponderados pelo risco deveu-se a reduçãodo crédito às empresas e as exposições às contrapartes, onde estas reduziram, no seu total, em 622 milhões de Meticais. A redução das exposições às empresas deveu-se ao redução da carteira bancária e as exposições as contrapartes à valorização do Metical em relação ao Dolar Norte-Americano.

b) Requisitos de Capital para o Risco de Mercado

No que diz respeito ao risco de mercado, o Banco efectuou o cálculo de acordo com o previsto no Aviso n.º 13/ GBM/2013 do Banco de Moçambique, que prescreve que a base de cálculo dos requisitos de fundos próprios, relativos aos riscos cambiais, deve incidir sobre o mais elevado das posições líquidas curtas ou longas em divisas ou ouro.

Tendo em conta o descrito acima, os activos ponderados pelo risco para a cobertura do risco de mercado diminuiram de 170.6 milhões de Meticais em Dezembro de 2016 para 57.7 milhões de Meticais em Junho de 2017, uma diminuição feita com vista a manter níveis mínimos de posições abertas.

c) Requisitos de Capital para o Risco Operacional

Para o risco operacional, o Banco efectuou o cálculo tendo em consideração o descrito no Aviso n.º 12/ GBM/2013 do Banco de Moçambique, utilizando o Método do Indicador Básico. Para este método a base de cálculo corresponde a 15.0% da média aritmética dos últimos 3 anos do indicador relevante anual positivo (a soma da margem líquida de juros com outras receitas líquidas, numa base anual, reportadas ao final do exercício financeiro). Os activos ponderados pelo risco para cobertura do risco operacional em Junho de 2017 situaram-se nos 187.2 milhões de Meticais, acima dos 139.4 milhões de Meticais registados em Dezembro de 2016, resultante do aumento das operações e das receitas líquidas do Banco.

d) Rácio de Solvabilidade Total

Decorrente de todos os fenómenos registados no primeiro semestre de 2017, o rácio de solvabilidade do Banco subiu de 24.00% a 31 de Dezembro de 2016 para 26.18% a 30 de Junho de 2017, conforme descrito na tabela abaixo.

7.

RISCO DE CRÉDITO

7.1. Informação Qualitativa 7.1.1. Introdução De acordo com as disposições regulamentares (Aviso n.º 11/GBM/2013), as Instituições de Crédito devem determinar requisitos de fundos próprios para o risco de crédito.

Assim sendo, para efeitos de cálculo de requisitos de fundos próprios para a cobertura do risco de crédito a 30 de Junho de 2017, o BancABC adoptou o Método Padrão Simplificado segundo o qual o cálculo das posições ponderadas pelo risco são determinadas pela aplicação de coeficientes de ponderação tendo em conta a classe de risco em que a posição se enquadra, bem como a sua qualidade de crédito.

7.1.2. Definições Relevantes para Efeitos Contabilísticos

Risco de Crédito – É a possibilidade de impactos negativos nos resultados ou no capital, devido a incapacidade de uma contraparte honrar com os seus compromissos financeiros perante a instituição.

Crédito Vencido – Traduz-se no incumprimento do plano de reembolso estabelecido entre o Banco e uma contraparte, independentemente das razões que levaram a tal incumprimento. O crédito vencido é reconhecido no primeiro dia de default (incumprimento).

Crédito em Incumprimento – Representa o crédito vencido há mais de 90 dias, de acordo com o estabelecido no Aviso n.º 16/GBM/2013, de 31 de Dezembro.

Crédito em Imparidade – É todo aquele que, em função da análise efectuada (individual ou colectiva), apresenta sinais objectivos de expectativas de perdas conforme o modelo interno de imparidade.

7.1.3. Métodos para a Correcção de Valor na Carteira de Crédito a) Determinação de Imparidade Segundo as Normas Internacionais de Relato Financeiro – NIRF 39 (International Accounting Standards – IAS 39), um activo (ou grupo de activos) encontra-se em situação de imparidade quando existe evidência objectiva de ocorrência de perdas, após o reconhecimento inicial do activo, que possam impactar os fluxos de caixa futuros estimados. O actual modelo de imparidade usado pelo BancABC efectua os cálculos de imparidade de duas formas distintas:

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em grupos homogéneos. Para estes contratos, as imparidades são calculadas de forma colectiva sendo aplicada a PD (probability of default) para créditos, tendo como base o histórico do Banco e o valor actual dos respectivos créditos.

2. Análise Individual – Quando são agrupados todos os contratos que apresentem sinais de imparidade. Para esta carteira de crédito, as PDs variam até aos 100% em função da maturidade do crédito e das expectativas de recebimentos.

b) Determinação de Provisões Regulamentares

As provisões regulamentares mínimas da carteira de crédito são calculadas em função das directrizes emanadas no Aviso n.º 16/GBM/2013, de 31 de Dezembro, do Banco de Moçambique, que define as taxas a serem aplicadas tanto para os riscos gerais de crédito como para o crédito vencido.

As provisões são calculadas da seguinte forma:

Provisões para Riscos Gerais de Crédito – Incidem sobre o valor total do crédito, incluindo o representado por aceites, garantias e avales prestados, mas excluindo o crédito vencido;

Provisões para Crédito Vencido – Incidem sobre o valor total dos créditos que estejam enquadrados nas classes de risco abaixo indicadas:

• Classe 1 – até 30 dias; • Classe 2 – de 31 a 90 dias; • Classe 3 – de 91 a 180 dias; • Classe 4 – de 181 a 360 dias; • Classe 5 – acima de 360 dias. As taxas, segundo o Aviso n.º 16/GBM/2013, de 31 de Dezembro, variam do mínimo exigido para os riscos gerais de crédito, até ao máximo de 100% do montante exposto para a classe 5.

7.1.4. Movimento das Perdas por Imparidade

O movimento de perdas de imparidade durante o exercício de Dezembro 2016 a Junho 2017 apresenta-se como se segue:

Durante o primeiro semestre de 2017, as imparidades foram 125.1 milhões de Meticais, não tendo afectado significativamente a lucratividade da instituição.

7.1.5. Política de Gestão de Risco de Concentração

De acordo com a regulamentação em vigor, Circular 03/SCO/2013 do Banco de Moçambique referente a 31 de Dezembro de 2013, entende-se por risco de concentração de crédito “uma exposição ou grupo de exposições em risco, com potencial de produzir perdas de tal modo elevadas, que coloquem em causa a solvabilidade do Banco ou a capacidade para manter as suas principais operações. O risco de concentração de crédito decorre da existência de factores de risco comuns ou correlacionados entre diferentes contrapartes, de tal modo que a deterioração daqueles factores implica um efeito adverso simultâneo na qualidade de crédito de cada uma daquelas contrapartes”.

Para garantir uma gestão eficaz do risco de concentração, o Banco tem em conta as seguintes etapas: • Identificação – Identificação do risco de concentração tendo em conta, principalmente, os limites

definidos pelo Banco Central (25% dos fundos próprios), para clientes individuais e em relação de grupo.

• Avaliação – Avaliação da magnitude dos riscos identificados e o seu impacto, com vista a que os mesmos sejam mitigados e reportados.

• Monitoria – Acompanhamento da evolução e o estado dos riscos avaliados, por via de relatórios internos e externos; • Controlo – Controlo dos riscos identificados, através de procedimentos de mitigação. A gestão do risco de concentração tem por base a definição de limites internos à exposição relativamente a determinados tipos de contrapartes e/ou tipo de crédito. Periodicamente, faz-se uma monitoria e actualização destes limites em função da evolução das exposições e assim como das condições do mercado. Para além dos limites internamente definidos, o Banco controla ainda o seu risco de concentração através da observação dos limites à exposições significativas a uma contraparte individual ou a um grupo de contrapartes relacionadas. Factores de risco considerados para a análise de correlações entre as contrapartes, relativamente aos factores de risco subjacentes ao incumprimento de conjunto de contrapartes, são igualmente relevantes:

− Região Geográfica; − Tipo de Produto; − Clientes e relações entre os mesmos; − Sector de Actividade Económica; − Agências de crédito de exportações (ECA) e ECAI usados. Para o primeiro semestre de 2017, o Banco utilizou as avaliações de qualidade de crédito atribuídas pelas agências de crédito de exportações (ECA) definidas no endereço electrónico (www.oecd.org), da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). As posições em risco de Países e Instituições sem classificação pela ECA foram ponderadas segundo as normas do Banco de Moçambique, segundo o Aviso n.º 11/GBM/2013, de 31 de Dezembro. 7.2. Informação Quantitativa 7.2.1. Exposição Bruta ao Risco de Crédito

A 30 de Junho de 2017, o valor total das posições em risco originais era de 10,270 milhões Meticais, abaixo dos 11,000 milhões de Meticais no final de 2016, e encontrava-se distribuída pelas classes de risco definidas no Aviso 11/GBM/2013 do Banco de Moçambique, conforme exposto na tabela acima.

A posição a 30 de Junho de 2017 encontrava-se repartida em 10,026 milhões de Meticais em Posições Patrimoniais e 244 milhões de Meticais em Posições Extrapatrimoniais.

7.2.2. Distribuição Geográfica das Exposições de Crédito

O Anexo 1 ao presente relatório apresenta o mapa das distribuições geográficas das exposições de crédito. De acordo com o mapa acima referido, mais de 60% da carteira do banco é composta por activos da zona sul, especificamente na Cidade de Maputo, encontrando-se a mesma mais concentrado em empresas. Tal facto justifica-se pelo histórico do BancABC, tomando em consideração que a instituição de crédito está mais vocacionada para a Banca Corporativa. Para as exposições fora do país, as mesmas circunscrevem-se a facilidades à outras Instituições de Crédito, dentro e fora do Continente Africano. Tratam-se de concessões a curto prazo feitas pelo Banco, sendo estas principalmente constituídas por exposições dentro do Grupo BancABC como alternativa ao excesso de liquidez que o Banco apresentava em moeda estrangeira.

7.2.3. Distribuição das Exposições por Prazos de Maturidades Contratuais Residuais

O Anexo 2 ao presente relatório, apresenta o mapa de exposições por prazos de maturidades contratuais residuais.

De uma posição de risco de 10,026 milhões de Meticais, 8,131 milhões de Meticais (cerca de 81%) são exposições até um 1 ano, sendo o remanescente acima deste período.

Dos 1,894 milhões de Meticais remanescentes, 883 milhões de Meticais referem-se a exposição às Empresas consubstanciando facilidades concedidas para financiamentos em activos fixos e investimentos de capital por parte destas.

8.

MITIGAÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO

8.1. Informação Qualitativa

8.1.1. Medidas de Mitigação do Risco de Crédito

Medidas de mitigação de risco de crédito são todos os procedimentos adoptados pelo Banco de forma a reduzir o impacto do risco de crédito caso este materialize-se. Estas medidas traduzem-se na constituição de garantias e colaterais, que facilmente possam ser convertidas em dinheiro de forma a permitir a liquidação da exposição. A concessão de financiamentos por parte do Banco tem como política a existência de um equilíbrio entre o conforto de cliente e o conforto do Banco, relativamente as condições que deverão guiar as facilidades de crédito. Deste modo, a concessão de crédito sem garantias por parte do Banco é realizada a título excepcional e quando existirem fortes evidências sobre a robustez financeira e capacidade de cumprimento por parte do mutuário. Os principais tipos de garantias e colaterais exigidos pelo Banco são:

− Fianças e avales;

− Hipotecas de imóveis habitacionais; − Hipotecas de imóveis comerciais; − Hipotecas e penhores de equipamentos;

− Penhores de depósitos ou outros activos financeiros; − Garantias bancárias on first demand.

Tradicionalmente, os créditos à habitação tem como colateral o próprio imóvel objecto de financiamento, sendo que para esta tipologia de crédito, o risco encontra-se geralmente coberto em níveis iguais ou superiores a 100%. Entre Junho e Dezembro de 2016, o Banco não tinha uma carteira de derivados de crédito.

8.1.2. Políticas e Processos de gestão e avaliação de Garantias e Colaterais

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RELATÓRIO DE DISCIPLINA DE MERCADO

Informação Semestral de 30 de Junho de 2017

As garantias hipotecárias são avaliadas por entidades especializadas para a avaliação de imóveis com as quais o Banco tem estabelecidos acordos para a prestação destes serviços. O Banco considera um haircut (desconto) de 25% para os imóveis habitacionais e 35% para os imóveis comerciais, tomando somente em conta, como provável retorno, o valor residual.

Os penhores de depósitos ou outro tipo de penhores financeiros são aceites desde que se encontrem em custódia/depositados no BancABC.

Em termos prudenciais, as garantias usadas para redução do risco de crédito são:

• Penhor de Depósitos – Quando denominados na mesma moeda e com prazo de vencimento igual ao prazo da operação de crédito.

• Hipoteca de Habitação do Mutuário – Quando a última data de avaliação do imóvel for inferior a 3 anos e a data de vencimento igual ao prazo da operação de crédito.

• Garantias Pessoais – Nos termos previstos no Aviso n.º 11/GBM/2013.

8.1.3. Concentração de Riscos ao nível de mitigantes tomados

As garantias e colaterais tomados pelo Banco tem em conta, não só a qualidade dos mesmos para suprir eventos de incumprimento, bem como a facilidade que o Banco tem e converte-los em activos líquidos tanto a nível formal como a nível prático. Desta feita, é importante que os activos tidos como garantia tenham suficiente cobertura e não estejam onerados.

A política do Banco é de ter garantias e colaterais livres de ónus e numa base individual (sem concentrações) de modo a evitar desafios de convertibilidade na eventualidade de execução dos mesmos.

8.2. Informação Quantitativa Como pode ser visto pela tabela acima, as garantias por imóveis e os depósitos são as técnicas utilizadas pelo Banco para a redução da exposição ao risco de crédito. As garantias por imóveis são principalmente utilizadas no financiamento à habitação.

9.

RISCO DE MERCADO

9.1. Introdução Por risco de mercado, entende-se a possibilidade de perdas nos resultados ou no justo valor de instrumentos financeiros detidos pelo Banco resultante de alterações nas variáveis de mercado. Em mercados desenvolvidos, onde os Bancos Comerciais para além da função tradicional de intermediários financeiros são também agentes participantes em bolsas de valores, o risco de mercado apresenta um peso significativo, tomando em consideração a quantidade de instrumentos financeiros que abarcam a carteira de negociação destas instituições.

No contexto do BancABC, as únicas variáveis do mercado que desempenham um factor preponderante para a sua actividade são as taxas de juro e as taxas de câmbio, permitindo deste modo, afirmar que o risco de mercado do Banco resume-se a estas duas variáveis.

9.2. Estratégias e Processos de Gestão

As estratégias e processos de gestão são específicos para o caso das taxas de juro ou taxas de câmbio.

9.2.1. Taxas de Juro

Não tendo o Banco instrumentos financeiros detidos para a venda no seu balanço, todos os activos e passivos que o mesmo apresenta são detidos até a maturidade e para fins de investimento.

A estratégia de gestão do risco de taxa de juro por parte do Banco consiste em manter níveis de rentabilidade entre activos e passivos (margem de juros) suficientemente amplos, que só por si, consigam garantir a lucratividade da Instituição.

Esta medida implica a gestão de forças antagónicas entre os mutuários, que pretendem taxas de juro baixas, e entre os depositantes, que anseiam por elevadas taxas de investimento.

Uma vez que as taxas de juro activas são determinadas pelo mercado, a estratégia da gestão foca-se na manutenção de níveis baixos de taxas de juro passivas. Para tal, o Banco tem enveredado em várias actividades de redução dos seus custos de fundos, principalmente pelo aumento da diversidade da sua base de depósitos.

Com esta prática de gestão, o Banco vem computando e monitorando a margem de juros líquida (Net Interest Margin) diariamente.

O Conselho de Administração estabelece somente o limite sobre o grau de desajuste de taxa de juro. A gestão da política e estratégia relacionada com a taxa de juro é definida no Comité ALCO, implementado pelo Departamento de Tesouraria e supervisionado pelo Departamento de Risco.

9.2.2. Taxas de Câmbio

O risco das taxas de câmbio traduz-se nas prováveis perdas resultantes de movimentos adversos aos montantes esperados das taxas de câmbio, que reduzam o valor das posições longas ou curtas do Banco nas diversas divisas.

As taxas de câmbio em Moçambique são resultado da procura e oferta de divisas pelos vários intervenientes o que, para além de dependerem da valorização nas bolsas internacionais, são também dependentes da disponibilidades da mesmas no mercado local.

O Banco, no âmbito da intermediação cambial, incorre em posições de compra (posições longas) e de venda de divisas (posições curtas) que, dependendo da movimentação do câmbio, podem resultar em perdas caso haja uma desvalorização (em posições longas) ou valorização (em posições curtas) das respectivas divisas. Para limitar este risco por parte dos Bancos Comerciais, o Banco de Moçambique definiu, através do Aviso n.º 15/GBM/13, de 31 de Dezembro, que as Instituições de Crédito não devem apresentar, no fecho de cada dia, uma posição global superior a 20% dos seus fundos próprios, nem uma posição cambial em cada moeda estrangeira que exceda 10% dos referidos Fundos Próprios.

A directiva acima, obriga os Bancos Comerciais a fecharem as suas posições em divisas ou manterem posições abertas pequenas, limitando o impacto de perda em caso de variações cambiais.

Em cumprimento à directiva do Banco Central, o BancABC tem obedecido ao disposto, sendo que a posição cambial é monitorada e reportada diariamente, ao Banco de Moçambique.

9.3. Sistemas de quantificação do Risco de Mercado

Os sistemas de quantificação são os instrumentos ao dispôr do BancABC para monitoria e gestão dos riscos de mercado.

Estando o mercado financeiro em Moçambique ainda numa fase embrionária, o principal risco de mercado a que o Banco encontra-se exposto é o risco de taxa de câmbio e as suas flutuações ao longo do tempo. Para assegurar que o Banco encontra-se preparado para gerir com segurança este risco, a sala de mercados dispõe de planilhas de controlo da variação das taxas de câmbio a nível internacional ligadas as maiores redes de informação financeira (Reuters e Bloomberg) que permite averiguar a flutuações de todas as moedas internacionais.

Estas mesmas planilhas encontram-se também ao dispôr do Departamento de Risco, as quais usa as mesmas para monitoria das flutuações nas taxas de câmbio, assim como a monitoria das posições tomadas pela sala de mercados e os resultados dessas transacções. Todas estas medidas visam assegurar que o Banco encontra-se apto a fazer face aos riscos de taxa de câmbio.

Relativamente aos riscos de taxas de juro, com a adopação da taxa de referência interbancária (MIMO Rate), o sistema financeiro nacional passou para um regime de taxas de juro flexíveis no que concerne ao crédito, com diversos desafios para a gestão da qualidade e rentabilidade das carteiras de créditos dos Bancos.

(7)

9.4. Políticas de cobertura e mitigação 9.4.1. Taxa de Juro

As políticas de cobertura e mitigação para o risco de taxa de juro, por parte do Banco, consistem em manter níveis de diferencial de taxas de juro amplos o suficiente, com o objectivo de manter a lucratividade da Instituição.

Assim sendo, foi definido o limite mínimo deste diferencial, o qual tem sido monitorado diariamente, por parte do Departamento de Risco e discutido mensalmente pelo Comité de Activos e Passivos (ALCO), de modo a verificar o seu progresso e definir medidas correctivas, caso seja necessário.

O Banco também verificou uma melhoria neste matéria tendo, em 2016, aprimorado a técnica de Funds Transfer Pricing (FTP), como um instrumento guia para as unidades de negócio relativamente ao custo de fundos que o Banco pretende, assim como a rentabilidade desejada dos seus activos.

9.4.2. Risco da Taxa de Câmbio

Para o risco da taxa de câmbio, o Banco obedece aos limites definidos pelo Banco de Moçambique no Aviso n.º 15/GBM/2013, que indica que para a posição individual em cada moeda estrangeira, este não deve ter posições superiores a 10% dos seus Fundos Próprios, e para a posição global, não deve ser superior a 20%.

10. RISCO OPERACIONAL

10.1. Introdução

O risco operacional é, tradicionalmente, definido como a probabilidade de perdas nos resultados derivados de erros ou acções intencionais de pessoas, processos ou sistemas.

Este é um risco ligado directamente ao processo de organização interna da Instituição e dos controlos que a mesma implementa para mitigar os riscos decorrentes das pessoas internas ou externas à Instituição, assim como a prestação de serviços por parte das mesmas.

A gestão de risco operacional é tomada como uma actividade de grande importância para o Banco, uma vez que esta permite melhorar a eficiência dos processos e a prestação de serviços por parte da Instituição, garantindo também que medidas apropriadas sejam postas em prática com o objectivo de reduzir ou a probabilidade ou o impacto de eventos negativos. Deste modo, foi criado um conjunto de medidas que visam assegurar a boa gestão do risco operacional:

− Criação de uma unidade orgânica especializada em questões de risco operacional; − Aquisição de um software que facilite o processo de gestão do risco operacional; − Realização de workshops, com vista a criar conhecimento por parte dos membros do Banco, sobre questões de risco operacional; − Registo de eventos e perdas, de forma a estar a par dos eventos que ocorrem na Instituição; − Realização de actividades de avaliação de risco e controlos (Risk and Control Assessments – RCAs); − Criação de um comité específico para discussão de assuntos ligados ao risco operacional (RCC); − Outros. Todas estas medidas demonstram o grau de seriedade com que o Banco toma e assume relativamente à gestão do risco operacional.

10.2. Método de Avaliação de Capital para a Cobertura do Risco Operacional

Segundo as directivas do Aviso n.º 12/GBM/2013, de 31 de Dezembro, para o cálculo dos requisitos de capital para o risco operacional, os Bancos podem optar por um de um total de três métodos:

• Método do Indicador Básico (Basic Indicator Approach – BIA); • Método Padrão (Standardized Approach – TSA);

• Método Padrão Alternativo (Alternative Standardized Approach – ASA).

Cada um dos métodos acima descritos é evolutivo em grau de complexidade, assim como dos indicadores que devem ser empregues.

Para o caso do BancABC, o Banco adopta o Método do Indicador Básico (BIA), uma vez que os parâmetros dos restantes métodos ainda não enquadram-se na complexidade do Banco. Pelo método BIA, a base de cálculo dos requisitos de fundos próprios para a cobertura do risco operacional corresponde a 15.0% da média aritmética dos últimos três anos do indicador relevante anual positivo. Segundo ainda as directivas do Aviso n.º 12/GBM/2013, o indicador relevante para o BIA é o resultado da soma da margem de juros com outras receitas líquidas, numa base anual, reportada ao final do exercício financeiro, dos três últimos anos anteriores ao ano de reporte. O Aviso n.º 12/GBM/2013 resume este indicador no quadro abaixo: Deste modo, os resultados dos três últimos anos e os requisitos de Capital foram:

11.

PARTICIPAÇÕES PATRIMONIAIS – DIVULGAÇÕES REFERENTES

À CARTEIRA BANCÁRIA

11.1. Informação Qualitativa

A rúbrica Participações Patrimoniais é representada pelo valor das acções detidas pelo BancABC na Sociedade Interbancária de Moçambique (SIMO), uma sociedade financeira detida maioritariamente pelo Banco de Moçambique com participação social dos Bancos Comerciais, e na Empresa Diamond Seguros, uma sociedade financeira do ramo dos seguros constituída por capitais nacionais e estrangeiros.

O BancABC, em termos prudenciais, não consolida a informação financeira referente às mesmas.

11.2. Informação Quantitativa

11.2.1. Valor dos Investimentos Registados no Balanço

Durante o primeiro semestre de 2017, o montante de participações do Banco em entidades manteve-se nos 13.8 milhões de Meticais, o mesmo montante que detinha em Dezembro de 2016; sendo o somatório de 7.5 milhões de Meticais na Sociedade Interbancária de Moçambique (SIMO) e 6.3 milhões de Meticais na Sociadeda Seguradora Diamond Seguros.

12. RISCO DE TAXA DE JURO NA CARTEIRA BANCÁRIA

12.1. Informação Qualitativa

Como referido anteriormente na secção relativa ao risco de mercado, a taxa de juro, sendo uma variável de acordo com o mercado, constitui um elemento do qual o Banco não detém controlo e cujas variações adversas podem resultar em perdas, quer directamente nos resultados do exercício económico ou indirectamente no valor dos activos detidos para a venda.

Visto que as transacções de compra e venda de instrumentos financeiros ainda não são frequentes no contexto nacional, o risco da taxa de juro para o Banco cinge-se ao diferencial de taxas de activos e passivos e o impacto que as variações do mercado podem ter sobre os ganhos do Banco.

O risco da taxa de juro por parte do Banco é, principalmente, acompanhado pela monitoria do diferencial da margem de juros, a qual vem sendo calculada numa base diária.

Paralelamente a esta actividade, o Banco elabora ainda mapas, nos quais é possível analisar a distribuição temporal dos activos e passivos, permitindo verificar as diferenças (gaps) e avaliar o impacto na margem de juro relativamente à variações nas taxas.

Como indicador de suporte e avaliação diária, a taxa de referência para operações de empréstimo do Banco (Prime Lending Rate) tem como base a taxa de custo de fundos da instituição, a qual é directamente influenciada pelas taxas da política monetária estabelecida pelo Banco de Moçambique.

12.2. Informação Quantitativa

Para tomar em conta o risco da taxa de juro que existe na carteira bancária, a Autoridade de Supervisão recomenda o uso do modelo anexo à Circular n.º 02/ESP/2014.

A exposição ao risco da taxa de juro da carteira bancária, para efeitos regulamentares, é calculada com base no modelo a circular acima referida, classificando todas as rúbricas do activo, passivo e extrapatrimoniais que sejam sensíveis a taxas de juro e que não pertençam à carteira de negociação, por horizontes temporais. O modelo utilizado baseia-se numa aproximação ao Modelo do Duration e consiste num cenário de testes de esforço correspondentes a uma deslocação paralela da curva de rendimentos de +/- 2% em todos os escalões da taxa de juro.

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RELATÓRIO DE DISCIPLINA DE MERCADO

Informação Semestral de 30 de Junho de 2017

ANEXOS

Anexo 1. Distribuição Geográfica das Exposições de Crédito

Anexo 2. Distribuição das Exposições de Crédito por Prazos de Maturidades Contratuais Residuais

Referências

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