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Palavras-chave: Messianismo. Salmos de Subida. Pós-exílio. Camponeses.

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Academic year: 2021

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Resumo: durante o período de dominação persa os camponeses de Judá viviam sob re- gime de tolerância cultural e religiosa mas intensa opressão econômica e polí- tica. Desde muito tempo antes eles tinham constituído uma estrutura social em moldes tribais, semelhante ao período anterior à monarquia. Nesse contexto eles releem as esperanças messiânicas antigas. O Sl 132 expressa alguns as- pectos dessas esperanças.

Palavras-chave: Messianismo. Salmos de Subida. Pós-exílio. Camponeses.

O messianismo é uma esperança que esteve presente na religião de Israel e Judá durante todo o período bíblico, tanto do Antigo quanto do Novo Testamento. Ao longo da história ele adquiriu diferentes características em diferentes contextos e em grupos diversos como profetas, sábios e outros.

Pretendemos neste trabalho analisar uma expressão do messianismo judaico no período pós-exílico, particularmente expresso pelos camponeses da época. Possivel- mente outras expressões dessa esperança poderão ser encontradas na Bíblia e relacionadas a este mesmo período. Não pretendemos fazer uma abordagem de todo o pensamento messiânico deste período. Apenas verificar como ele está expresso em um texto determinado.

Iniciamos este trabalho definindo o que é messianismo a partir dos estudos feitos no campo das ciências sociais.

Marcos Paulo Bailão**

POREI UMA LÂMPADA PARA O MEU UNGIDO*

–––––––––––––––––

* Recebido em: 03.06.2015. Aprovado em: 27.06.2015.

** Doutor em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo. Professor na Faculdade de Teologia de São Paulo da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil. E-mail:

mpbailao@gmail.com.br.

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QUE É MESSIANISMO

Messianismo é a crença na vinda de uma pessoa, o messias, que tire o grupo social ou todo o povo da condição de crise em que se encontra e o leve para uma situa- ção de paz e prosperidade. O messias pode ser tanto a própria divindade como um ser humano enviado por ela. É a esperança messiânica existente no meio do grupo que faz emergir o messias, e não a figura messiânica que suscita a crença popular. Ele é uma espécie de catalizador das esperanças do povo.

Para este estudo é importante destacar que a esperança messiânica não se extingue após o desaparecimento do messias ou com a frustração do movimento messiâni- co. Nem mesmo quando ele fracassa no intento de conduzir o grupo social à prosperidade. Ao contrário, ele nunca falha. Se fracassa o intento, é por culpa de outros, não do messias. E a esperança messiânica permanece latente no inconsciente coletivo e se manifesta em outro tempo, às vezes depois de ge- rações, permanecendo a crença de que o messias um dia voltará para, enfim, cumprir sua missão (MOURÃO, 1974).

Outro ponto a se ressaltar é que o messianismo surge em meio a sociedades ou grupos sociais com características específicas, dentre as quais está a de se encontrar em anomia social (QUEIRÓS, 1976). Aqueles que vivem um período de pros- peridade não desenvolvem esperanças messiânicas.

Nosso próximo passo é observar se a sociedade judaíta sob dominação persa, ou algum dos grupos sociais que a compunham, possui tais características.

OS CAMPONESES SOB A DOMINAÇÃO PERSA

Judá apresentou um considerável aumento de população a partir do início do período de dominação persa. Esta população se estabeleceu em pequenas vilas rurais, a grande maioria localizada onde não tinha sido habitado nos períodos imedia- tamente anteriores e que foram fundadas no início do período de dominação persa.

Nessas novas vilas agrícolas foram assentados juntos grupos que retornavam do exílio e grupos que tinham permanecido na Palestina. Tais novas áreas rurais ocupa- das serviriam de instrumento para suprir o império com víveres e aumentar a arrecadação de taxas e impostos.

Organização Social

A organização básica da sociedade camponesa judaíta sob dominação persa se dava em

torno da “casa dos pais” (Ed 2,59; Ne 7,61) ou “cabeça dos pais” (Ne 8,13)

ou ainda simplesmente “os pais”(Ed 2,68; Ne 11,13; 12,22). Esta organização

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procurava ser a reconstrução da instituição social básica da época pré-estatal conhecida como “casa do pai”.

A casa do pai era formada pelo conjunto de três ou quatro gerações habitando juntas e compartilhando da vida econômica, religiosa e social. No período persa, as casas eram constituídas de um número muito maior de membros do que na época anterior à monarquia, porém pretendiam reconstruir a estrutura básica do grupo familiar sendo a primeira instância econômica, social, jurídica e reli- giosa. Mais do que uma reprodução estrutural, era a tentativa de reconstrução ideológica da casa. Umas poucas casas que habitassem próximas formavam vilas sem muros.

As semelhanças que explicam a adoção de um termo que represente a tentativa de reviver a mesma experiência estavam na formação de pequenas vilas que di- vidiam a utilização e produção de recursos, e que eram tratadas pelos órgãos governamentais como unidades administrativas e fiscais. Também deve ser considerado o sistema patriarcal de poder, centralizado na figura do chefe da casa e a recuperação de antigas tradições como base ideológica e de identidade de povo.

Nestas casas deu-se o encontro e a integração entre os que ficaram na Palestina e os pobres que retornaram do exílio. Esta integração se dava a partir de pressões externas oriundas do poder central persa que visava o repovoamento para o in- cremento da produção da região. Nas casas dos pais dava-se também a reunião entre grupos teologicamente distintos.

O templo, em particular, era alvo de interesse dos reis persas. Não apenas pelas rela- ções sociais e de poder que nele eram construídas, mas principalmente pelas relações simbólicas que esta instituição fomentava no meio da população. Do- minar tal universo simbólico representava um grande meio de interferência nos destinos desse povo. O templo também era importante para os grupos camponeses que preservavam seu valor simbólico e teológico como elemento agregador do povo e da resistência ao império.

Se na organização social os camponeses pretendiam recuperar uma estrutura do pas- sado, o mesmo não acontecia na área econômica. Até porque eles não tinham autonomia para isso.

Economia

A economia de Judá estava baseada no aumento da produção agrícola patrocinada pelo

Império Persa. O aumento não representava uma variedade maior de itens, mas

ao contrário, a concentração da produção em torno de alguns poucos víveres

como a oliva, a uva e grãos. Essa era a política do império para os territórios

dominados. Nesse período cresce também o número de instalações de bene-

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ficiamento e industrialização desses gêneros produzindo especialmente óleo de oliva e vinho. A concentração da produção em torno de poucos produtos e o seu beneficiamento tinha por objetivo suprir o centro com produtos vindos da periferia e, ao mesmo tempo, criar uma interdependência entre as regiões dominadas da qual a administração central tirava proveito.

A agricultura em Judá se transforma de uma cultura de subsistência para a produção em escala comercial. Tal transformação levará a um empobrecimento ainda maior de uma grande parcela da população e ao enriquecimento de alguns poucos, ligados ao comércio e à administração imperial. A narrativa de Ne 5,2-5 apre- senta as queixas dos camponeses em meio a uma grave crise:

Porque havia os que diziam: Somos muitos, nós, nossos filhos e nossas filhas;

que se nos dê trigo, para que comamos e vivamos. Também houve os que diziam:

As nossas terras, as nossas vinhas e as nossas casas hipotecamos para tomarmos trigo nesta fome. Houve ainda os que diziam: Tomamos dinheiro emprestado até para o tributo do rei, sobre as nossas terras e as nossas vinhas. No entanto, nós somos da mesma carne como eles, e nossos filhos são tão bons como os deles; e eis que sujeitamos nossos filhos e nossas filhas para serem escravos, algumas de nossas filhas já estão reduzidas à escravidão. Não está em nosso poder evitá-lo;

pois os nossos campos e as nossas vinhas já são de outros (Tradução de João Ferreira de Almeida, revista e atualizada).

Gerstenberger destaca que esta nem deveria ser uma situação permanente e nem deve ter ocorrido em uma única circunstância (GERSTENBERGER, 2011, p.113).

Porém, situações de tal gravidade não são construídas de uma hora para outra e nem se resolvem em pouco tempo. A realidade de grave empobrecimento e anomia social era constante entre os camponeses judaítas sob o domínio persa.

Os camponeses, grupo social que enfrentava tal situação produziu uma coleção de tex- tos que interessam ao nosso estudo.

OS SALMOS DE SUBIDA

Os Sl 120-134 recebem um título cuja tradução não é consenso, mas entendemos como Canto (ou Salmo) de Subida, como também o faz a maioria das traduções.

Mais disputado do que a tradução, é o significado deste título. Embora os títulos não per- tençam ao texto original, parece haver entre os comentaristas uma esperança de que ele possa remeter a algo que auxilie na intepretação desses cantos. Várias alternativas foram propostas, conforme exposto por Siqueira (2008, p. 60-5).

O mais certo e aceito atualmente é que esses cantos fossem entoados durante as peregri-

nações ao Templo de Jerusalém por ocasião de alguma de suas festas (Dt 16,6).

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É sabido que os cânticos faziam parte da peregrinação (Is 30,29; Sl 42,4).

Algumas características comuns a esses salmos reforçam essa ideia. Em primeiro lugar eles são mais curtos do que a média dos salmos, exceção feita ao Sl 132, que difere dos outros Salmos de Subida também em outras das suas caracterís- ticas comuns. Os nomes Jerusalém, Sião e Israel aparecem com frequência não usual no restante do livro. Um significativo número deles alterna entre o estilo individual e o coletivo de tal forma que poderiam ser utilizados tanto por pessoas em meio a um grupo quanto por um grupo de diferentes pessoas reunidas. São temas frequentes assuntos do cotidiano familiar, em particular de pequenos e médios agricultores.

Desses salmos, um particularmente nos interessa, por ser frequentemente considerado messiânico: o Sl 132.

O SALMO 132

Passamos agora a uma análise do Sl 132. Buscamos destacar os elementos exegéticos mais pertinentes ao propósito deste trabalho. Iniciamos com a tradução literal e estudo da estrutura.

Estrutura

Apresentamos aqui uma tradução do texto hebraico do Sl 132, o mais literal possível, distribuindo graficamente os elementos componentes do texto a fim de que se possa perceber visualmente os seus paralelismos e outras relações da poesia.

1

Canto de subidas.

Lembra-te Yahweh de Davi

e de todas as suas humilhações..

2

Que jurou para Yahweh,

fez um voto ao Poderoso de Jacó

3

Não entrarei na tenda de minha casa

E não subirei ao leito de minha cama

4

Não darei descanso para meus olhos, para minhas pálpebras sono

5

Até encontrar lugar para Yahweh,

morada para o Poderoso de Jacó

6

Eis que escutamos dela em Efrata,

a encontramos nos campos de Jaar

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7

Entremos em sua morada,

prostremo-nos diante do escabelo de seus pés

8

Levanta-te Yahweh para o lugar de teu descanso, tu e a arca de teu poder.

9

Teus sacerdotes vistam-se de justiça e teus fiéis exultem

10

Por amor de Davi, teu servo, não repelirás a face do teu ungido

11

Jurou Yahweh para Davi verdade,

não voltará atrás dela

do fruto de teu ventre colocarei no trono para ti

12

Se guardarem teus filhos minha aliança, memorial este que eu lhes ensinar,

também seus filhos para sempre assentarão no trono teu.

13

Porque escolheu Yahweh a Sião,

desejou-a para morada dele

14

Este meu lugar de descanso para sempre, aqui habitarei,

porque a desejei

15

Seu mantimento certamente abençoarei,

seus pobres satisfarei com pão

16

Seus sacerdotes vestirei de salvação e seus fiéis gritarão de alegria

17

Lá farei brotar chifre para Davi

porei lâmpada para meu ungido

18

Seus inimigos vestirei de vergonha e sobre ele brotará sua coroa

A estrutura do Sl 132 não é consenso entre os estudiosos. Propostas diferentes da nossa foram apresentadas por Croatto (2003, p.56-9), Gerstenberger (2001, p.363), Schwantes (2012, p.100-3), Sicre (2000, p.167-8), Terrien (2003, p.844-7) e Zamagna (1989, p. 39-41) entre outros. Outras propostas, das quais nos apro- ximamos foram apresentadas por Allen (2002, p.263-70); Mesters (1998, p.50-3); Hossfeld e Zenger (2011, p.455-8) e outros. Optamos por dividi-lo da seguinte forma: excluindo-se o título Canto de Subidas (v.1a), o salmo é dividido em duas partes principais, ou estrofes, sendo a primeira v.1b-10 e a segunda v.11-18.

A primeira inicia com uma invocação a Yahweh (v.1b), pedindo que ele preste atenção

(lembra-te Yahweh) à condição de Davi. Segue-se a lembrança da promessa

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feita pelo belemita acerca da arca da aliança (v.2-5). Os v.6-8 representam o que fora feito para o cumprimento do juramento. Deve-se notar que os verbos relativos às promessas estão no singular, enquanto os que tratam do seu cum- primento estão no plural. O v. 8, que fecha essa parte contém outro imperativo dirigido a Deus, pedindo que ele tome seu posto no lugar escolhido para seu descanso. O fechamento da primeira estrofe se dá com os v.9-10, em que o v. 9 é regido por dois jussivos cujos sujeitos (teus sacerdotes e teus fiéis) são seres humanos e o v.10 é uma súplica dirigida a Yahweh que retoma a invocação do v.1b, estruturalmente agrupando a estrofe como uma petição dirigida a Deus em favor do ungido, tendo como pano de fundo a promessa e cumprimento em torno de um lugar de repouso para a arca/Yahweh.

A segunda estrofe inicia (v.11-12) com a lembrança da promessa feita por Deus a Davi acerca da permanência dos seus descendentes no trono de Jerusalém, embora a cidade não seja diretamente mencionada. Os v.13-15 representam uma mudança de assunto no que se refere aos imediatamente anteriores, mas retoma o tema do lugar de descanso, agora com Yahweh tendo a pa- lavra e afirmando a sua escolha por aquele lugar. O v. 15 é o fechamento desta parte, com a promessa de saciar a fome do povo, especialmente dos pobres. O fechamento se dá com os v.16-18, sendo que o v. 16 retoma os sujeitos do v.9 (teus sacerdotes e teus fiéis), mas agora como objetos dos verbos cujo sujeito é Yahweh. E os v.17-18 correspondem a bênçãos pro- metidas ao seu ungido.

Entre as duas estrofes há semelhanças e diferenças. As semelhanças são: v.2-5 da pri- meira correspondem aos v.11-12 da segunda; os v.6-8 se assemelham aos v.13- 15, sendo que os v.8 e 15 cumprem a mesma função; e os v.9-10 correspondem aos v.16-18, destacando-se ainda a semelhança entre o v.9 e o v.16. Essas semelhanças mostram uma relação entre as estrofes, uma depende da outra, mesmo havendo diferenças entre elas.

Já as diferenças são a falta da invocação inicial da primeira estrofe (v.1b) na se- gunda; a alteração no autor do juramento, de Davi para Yahweh; o que na primeira era a descrição do cumprimento da promessa feita, na segunda se transforma em decisão de Yahweh em aceitar a promessa como cumprida;

os que agem no v.9 se tornam objeto da ação de Deus no v.15; e o que era pedido no v.10 se torna promessa de bênçãos nos v.17-18. Todas essas alterações podem ser explicadas a partir do entendimento que a primeira estrofe é a petição em favor de Davi, enquanto a segunda é a resposta de Yahweh a esta petição.

Desse modo, percebemos que o Sl 132 é um texto muito bem estruturado em duas par-

tes, sendo a primeira a petição e a segunda, a resposta. Desse modo, uma parte

se integra à outra. Cada uma delas tem seu fundamento em um juramento,

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feito por Davi, na primeira, e Yahweh, na segunda.

Cabe agora observar melhor quem está por trás desse salmo.

Quem São os Fiéis

Os Salmos de Subida em geral, como nós já afirmamos acima, têm sua origem nos camponeses peregrinos a Jerusalém. No Sl 132 esses peregrinos se autode- nominam hassidim fiéis. Das 32 vezes que o termo hassid aparece no Antigo Testamento, 25 estão no Livro de Salmos e outras 3 em cantos fora deste livro, o que demonstra uma predominância de uso no contexto de culto. O sentido exato deste adjetivo só pode ser entendido a partir de seu uso nos textos bí- blicos, porém é possível deduzir que seu significado original, e principalmen- te seu uso no livro de Salmos, é aquele que pratica a hesed, a solidariedade (STOEBE, 1997, p.462). O plural não é designação de um grupo separado dentro do povo, mas se refere àqueles que se congregam em comunidade de culto (RINGGREN, 1986, p.77-8).

Em duas passagens, Sl 86,2 principalmente e Sl 116,15-16, o termo hasid está em paralelo com ebed, servo. Temos que Davi é chamado de servo no v. 10. Se a relação entre essas palavras for julgada válida, podemos entender que o bele- mita aqui está incluído entre os hassidim, o povo cantor deste salmo. Ele não é alguém acima ou à parte do povo, mas um dos seus integrantes. Um cantor como em Crônicas, em lugar de um guerreiro. Tal concepção acerca de Davi nos remete a uma época determinada.

Data

O Sl 132 contém muitas referências a personagens e eventos antigos. Ele trata das pro- messas feitas reciprocamente entre Davi e Yahweh, do transporte da arca da aliança e até cita o epíteto Poderoso de Jacó. A sua linguagem parece arcaica.

Todas essas referências parecem remeter esse salmo a uma época antiga, talvez até do início da monarquia, como pensam Anderson (1992, p.879-80), Dahood (2011, p. 241-2), Allen (2002, p.264-9), Terrien (2003, p.849-50). Há também quem, como Broyles (1999, p.471) pense numa primeira redação mais antiga, seguida de outra no período pós-exílico. Tais conclusões, porém, são refuta- das por Gerstenberger (2001, p.363-9), Hossfeld e Zenger (2011, p.458-60), Schwantes (2012, p. 99-117), Sicre (2000, p.171-2) e Zamagna (1989, p.41-2) que defendem a época após o retorno dos exilados para a sua composição.

É verdade que o salmo faz referência à promessa feita por Yahweh a Davi acerca da

permanência de seus descendentes no trono de Jerusalém (v.11-12). Porém, o

faz de maneira totalmente diferente de 2Sm 7. Lá, a promessa não está condi-

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cionada aos descendentes de Davi guardarem a aliança, como neste salmo. Tal condição não seria imaginável enquanto a monarquia davídica ainda estivesse no poder. Pensando de outro modo, a nota da exigência de fidelidade poderia ser uma explicação para a queda da dinastia e ausência de um governante da- vídico no período de composição do salmo: não há um descendente de Davi no poder porque no passado não guardaram a aliança. Não existe nem mesmo a esperança de profetas, como Ageu e Zacarias, de que um descendente desta dinastia voltasse a ocupar o trono. Também a imagem que cerca a figura do belemita e a visão teológica de Sião neste salmo são incompatíveis com a ide- ologia real dos tempos da monarquia.

Considerando também que o Sl 132 está entre os Salmos de Subida, uma coleção re- conhecidamente pós-exílica, podemos pensar que ele também pertence a esta mesma época. Reforça esta ideia o fato de que a forma com que os temas acima mencionados são tratados neste salmo é bem adequada ao contexto da domi- nação persa: ausência de um monarca davidita, a falta de perspectiva do sur- gimento de um rei e restauração da monarquia e a imagem de Davi como um cantor e não como guerreiro. Então podemos afirmar a composição deste sal- mo durante a dominação persa, até mesmo na segunda metade deste período.

Lugar

Os comentários em geral tem visto algum tipo de relacionamento entre o Sl 132 e o templo, seja ligando-o a alguma cerimônia especial, conhecida ou hipotética, seja em conexão com a liturgia comum. Tal suspeita é levantada pelo fato do salmo reler as tradições de Sião e do transporte da arca para o seu lugar de repouso. Deve-se considerar que se a tradição da arca teve alguma repercus- são na liturgia do templo no período da monarquia judaíta, já não a tinha no período de dominação persa, data de composição do Sl 132. E a Teologia de Sião é muito presente em vários outros Salmos de Subida, como afirmam Crow (1996) e Tuckler (2014).

Apesar das diferenças entre o Sl 132 e os outros Salmos de Subida, como a extensão do seu texto, por exemplo, o lugar deste salmo deve ser procurado junto aos outros deste grupo. Seguindo essa proposta, o lugar do Sl 132 estaria entre os camponeses peregrinos em direção a Jerusalém. O ambiente da romaria justifica a presença de tradições cultuais no texto. Nesse contexto devem ser entendidas as tradições retomadas por este salmo.

O Sl 132 retoma antigas tradições como o davidismo, a arca, a tenda e até um antigo

epíteto divino, o Poderoso de Jacó. É natural pensar que um grupo social,

como os camponeses judaítas sob dominação persa, que se reorganizou recu-

perando a estrutura social de tempos pré-monárquicos, cuja base era a casa,

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também recuperasse parte do universo simbólico ligado àquele contexto vi- vencial. O livro de Rute faz parte do mesmo processo.

Assim, não há porque pensar em outro lugar vivencial para o Sl 132 do que o campesi- nato judaíta sob dominação persa em peregrinação ao templo. Um grupo que, no contexto da opressão econômica que sofria por parte do império cultivava uma esperança messiânica.

A esperança deste grupo de camponeses se expressou através de antigas tradições mes- siânicas recuperadas de tempos antigos. Tendo analisado os aspectos exegéti- cos do Sl 132 mais relevantes para o nosso trabalho, podemos agora observar melhor algumas delas.

A RETOMADA DE ANTIGAS TRADIÇÕES

O Sl 132 recupera tradições antigas. Porém, ao fazê-lo, não as copia simplesmente. Ele as relê para seu tempo, altera seu conteúdo conforme o seu contexto e as aplica ao seu tempo. Um exemplo desse processo é o que é feito com a tradição em torno de Davi.

O Davi Humilhado

Há quatro citações do nome de Davi no Sl 132, algo incomum mesmo para o livro dos Salmos. Somente o Sl 89 contém tantas referências ao rei belemita no mesmo canto. E nos Salmos de Subida, sem contar os títulos/dedicatórias dos Sl 122, 124, 131 e 133, a única citação do nome de Davi não é exatamente uma refe- rência à sua pessoa, mas aos tronos da casa de Davi (Sl 122,5). No Sl 132 a referência é ao belemita, seus sofrimentos e sua atitude de levar a arca para o lugar de repouso, e a promessa de Yahweh sobre ele e sua descendência. As tradições davídicas são o assunto, ou pelo menos, um dos assuntos do salmo.

As tradições davídicas tratadas no Sl 132 apresentam algumas diferenças significativas em relação a seus paralelos na OHD. Por exemplo, e como já destacamos, em 2Sm 7 não há qualquer condição para a permanência dos descendentes de Davi no trono de Jerusalém, ao contrário do v.12. Mais significativo é o fato de que o Davi da tradição deuteronomista é um guerreiro vitorioso e um rei poderoso e, mesmo tendo enfrentado grandes conflitos, é exaltado em suas conquistas.

No Sl 132 Davi é humilhado e identifica-se com os pobres do povo. O rei é Yahweh e o belemita é apenas um dos seus fiéis e incansável adorador. O Davi do Sl 132 é um dos camponeses de Judá que experimentava o sofrimento e a humilhação da opressão persa.

Esse camponês, todavia, é ungido de Yahweh (v.10 e 17), é o seu messias. Sua disposi-

ção em servir a Deus resulta na escolha de Sião como lugar de descanso da arca

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e de Yahweh e nas promessas divinas ao belemita, a partir das quais o povo é abençoado. Davi é uma espécie de canal através do qual o povo é abençoado.

O caráter messiânico de Davi não lhe foi dado por este salmo. Como o messias é uma espécie de catalizador das esperanças messiânicas populares, a ascensão de Davi (1Sm 13 – 2Sm 5) é construída, ao menos em parte, a partir da corres- pondência a tais anseios do campesinato judaíta de tempos pré-monárquicos.

Assim, como já demonstrei em outro trabalho (BAILÃO, 2013), ele se tornou o primeiro messias de Judá e as transferiu posteriormente para seus descen- dentes, conferindo um caráter messiânico à toda a sua dinastia.

Agora, sob dominação persa, sua descendência não mais ocupava o trono e nem havia es- perança de que voltasse a fazê-lo. As esperanças messiânicas retornam para Davi, não como rei, mas como o chefe tribal de sua ascensão. Por isso o Sl 132 recupera também outros elementos importantes do messianismo antigo (a referência a Efrata, v.6) e do período tribal, como a menção ao epíteto Poderoso de Jacó.

A tradição de Davi, desde tempos antigos está relacionada com a do lugar de culto a Yahweh, que também é relida pelo Sl 132.

O Lugar de Repouso

Há quem veja nesse texto referência ao intento do rei belemita em construir o templo para Yahweh (2Sm 7). Porém não é assim no Sl 132. O salmo não fala explicitamente do templo e nem da sua construção. Trata do transporte da arca para o lugar de seu repouso e, segundo a tradição deuteronomista, antes de ser levada para o templo cons- truído por Salomão, ela permaneceu em uma tenda armada para ela por Davi. E mais, segundo 1Re 8,5, quando a arca é levada para o templo, a tenda é levada junto.

Nem mesmo a referência a Sião, no v.13, faz com que haja qualquer ligação entre o Sl 132 e o templo, visto que ali também foi o lugar em que foi erguida a tenda em que foi depositada a arca. O salmo não faz qualquer alusão a importantes funções do templo como, por exemplo, o sacrifício.

O lugar de descanso tem dupla função: por um lado é onde as pessoas, os fiéis de Yahweh o louvam, o adoram diante da arca (v.7). Isso pressupõe que a tenda é lugar de reunião, de encontro entre os fiéis e os sacerdotes (v.9). Por outro lado, a tenda também é o lugar do qual Yahweh abençoa os pobres do povo, os seus fiéis com alimento. A tradição do lugar de descanso se confunde com a da arca, outra tradição relida pelo Sl 132.

A Arca do Poder de Yahweh

O Sl 132 é o único do livro dos salmos que cita diretamente a arca da aliança, fazendo

referência à tradição do transporte da arca por Davi para Jerusalém (2Sm 6).

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Em 2Sm essa passagem está no capítulo imediatamente anterior ao que trata do intento de Davi em construir um templo para Yahweh. Portanto, essas tra- dições estão muito próximas uma da outra.

A referência ao texto de 2Sm 6 no Sl 132, porém, não é perfeita. Não há em 2Sm qualquer indício da promessa feita por Davi, e muito enfatizada nos v.2-5, de que ele não descansaria até encontrar um lugar de descanso para Yahweh. E o v.6 cita dois nomes de lugar que estão ausentes nos escritos deuteronomistas acerca da arca: Efrata e os campos de Jaar. É bastante provável, então, que o autor do Sl 132 tivesse acesso a outra versão da recuperação da arca e do seu translado para Jerusalém.

Ou que estivesse unindo antigas tradições originalmente distintas. A arca era, origina- riamente, um objeto de culto do norte, Israel, principalmente de Efraim. Desde tempos muito antigos ela estava diretamente associada à presença de Deus, seja entendida como o trono de Yahweh ou o escabelo de seus pés. Continua- mente é apresentada nas narrativas como uma espécie de proteção em meio à guerra.

Originalmente a arca não estava associada à esperanças messiânicas. Porém, como afirma Seow (1992, p. 391), com a dramática procissão de transferência da arca e a sua instalação em Jerusalém, tendo Davi à frente, muitas das tra- dições teológicas de Judá se associaram a ela, algumas inclusive, crescendo a partir deste evento, como a escolha de Sião por Yahweh. É correto supor que a forte tradição messiânica que Davi carregava, como trabalhei em outro artigo (BAILÃO, 1994) fosse também associada à arca, em maior ou menor grau. A menção a Efrata no v.6 se explica a partir dessa perspectiva. Efrata era intensamente ligado à tradição messiânica (Mq 5,2) e a Davi, mas em nada relacionado à tradição da arca, especialmente à narrativa de seu resgate junto aos filisteus e transferência para Jerusalém. Portanto, a arca, no Sl 132 é um elemento revestido de esperança messiânica.

O MESSIANISMO CAMPONÊS PÓS-EXÍLICO

O autor do Sl 132 relê antigas tradições como o davidismo e o messianismo, a arca da aliança, Sião e outras. Nessa releitura junta memórias que originalmente não estavam juntas, com a arca e Efrata, conferindo-lhe sentidos novos. Ao reler essas tradições, recupera e reconstrói a esperança messiânica para os campo- neses de Judá por volta do séc. IV a.C.

A tradição central deste salmo e que é muito retrabalhada é a memória em torno de

Davi. Ele é uma figura messiânica, o ungido de Yahweh. Entretanto, diferen-

temente de tradições antigas, não é mais o guerreiro conquistador celebrado

em tempos da monarquia. Ele passa a ser entendido como alguém humilhado,

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como um dos que pertencem aos fiéis, aos camponeses. Ele, ou mais precisa- mente um seu sucessor, outro ungido que represente as esperanças que Davi representou, é alguém que emerge dos grupos camponeses, do povo, como o próprio belemita.

Mas o ungido não é quem abençoa, quem atende às esperanças do povo. Yahweh é quem abençoa os camponeses desde a sua morada, Sião. Ele é escolhido por Deus para ser sua morada devido à disposição de Davi em encontrar um lugar de descanso para Yahweh e a arca de seu poder e assim tê-lo feito conduzindo-os para lá. Com tal afirmação, os camponeses rejeitam o templo enquanto instrumento de poder e dominação persa. A morada de Deus, como afirmado anteriormente, não é o templo, mas a tenda.

Sião é local de encontro de Deus com o ungido, com os sacerdotes e os fiéis. Sacerdo- tes e fiéis estão em paralelo em dois versos do Sl 132: v. 9 e 16, o que nos faz pensar que os mencionados neste salmo não são os sacerdotes sadocitas que dominavam o templo de Jerusalém, mas os que com os camponeses viviam nas vilas, faziam parte do seu cotidiano, sofriam as mesmas aflições e parti- lhavam das mesmas esperanças. Corrobora essa posição o fato de o salmo não mencionar nenhuma das atividades sacerdotais relacionadas ao templo, como o sacrifício. Em Sião, no Sl 132 não existe altar, existe a arca como símbolo da presença de Deus.

O ungido tem importância fundamental na recepção da bênção, pois foi por causa de seu juramento e de sua atitude de encontrar um lugar de descanso para Yahweh e sua arca que Deus escolheu a Sião. A ele foram dadas as promessas das quais agora os fiéis são participantes. Essas promessas são as bênçãos de Yahweh esperadas pelo povo.

Aos pobres, de um modo geral (v.15), ele promete abundância de mantimento. Tal pro- messa está em perfeita sintonia com as necessidades dos camponeses empo- brecidos. Segundo a narrativa de Ne 5 já citada acima, a exploração econômi- ca era tão intensa que muitos eram levados à condição de famintos. Portanto, tal promessa divina responde à necessidade mais intensa e imediata do povo.

Em relação aos sacerdotes é expresso que serão vestidos de justiça e salvação (v. 9 e 16).

O verbo usado para vestir é o mesmo em ambos os casos, apenas diferenciando-se que na primeira ocorrência está no jussivo, expressando um desejo, e na segunda é um hiphil imperfeito em discurso direto de Yahweh, indicando que Deus vesti- rá os sacerdotes. O resultado desses atos é o mesmo: os fiéis se alegrarão.

As principais promessas de Yahweh recaem sobre o ungido e, dele, se propagam para o povo. Não é o messias quem dá a bênção, é Deus. Porém, por intermédio dele as bênçãos se alastram para a comunidade de fiéis.

A primeira promessa é a fazer brotar um chifre para Davi. Isso significa fazer crescer

o seu poder, e com ele, o poder do povo. Tal figura tem relação com o antigo

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epíteto usado para Deus: o Poderoso de Jacó, pois que o sentido original da palavra poderoso era touro. A ideia do estabelecimento do poder messiânico é reforçada pela última frase do salmo. Os camponeses que não tinham o po- der de decidir sobre sua vida, ansiavam por ter a capacidade de escolher seus próprios caminhos.

Eles também desejavam um líder que fosse capaz de guia-los às melhores escolhas.

Assim entendemos a metáfora da lâmpada, à semelhança de como é usada no Sl 119,105, no qual a lâmpada é símbolo de direção, guia. Por um lado, a interpretação tradicional de que a lâmpada simbolizasse a descendência real não cabe na segunda metade do período persa, quando não havia esperança da restauração da monarquia. E nem é possível pensar que os camponeses dese- jassem tanto essa restauração. Por outro lado, se os camponeses recuperaram antigas tradições messiânicas de tempos antigos, é de fácil de entender sua esperança por um líder que lhes servisse de guia, uma lâmpada.

Os inimigos do messias serão envergonhados e não destruídos nem exterminados, como em outros salmos (por exemplo: Sl 18,40; 68,21; 143,12). Tal proposta revela a natureza pacífica do poder do ungido.

Assim, o messianismo do Sl 132 mostra ser a esperança pela vinda do ungido de Yahweh que liderasse o povo na escolha de seu próprio destino, envergonhas- se, mas não destruísse os inimigos e promoveria a justiça e a salvação entre os camponeses judaítas e suprisse de alimento o povo faminto na segunda metade do período de dominação persa.

CONCLUSÃO

O povo camponês de Judá, oprimido pela política econômica do Império Persa, se en- contrava em estado de anomia social. Cada vez mais empobrecidos, estavam perdendo suas terras, sua liberdade e suas famílias. Este cenário é propício para o reaparecimento de esperanças messiânicas que permaneciam na memó- ria coletiva desse povo desde tempos muito antigos.

As peregrinações ao templo de Jerusalém eram ocasiões propícias para o encontro de camponeses de diferentes regiões e troca de experiências e esperanças. O can- to entoado nessas peregrinações reavivava a esperança pela vinda do ungido de Yahweh que lhes conduziria a tempos de paz e prosperidade. O Sl 132 rea- firma tais esperanças e anima o povo a seguir em sua jornada pela vida.

I WILL PUT A LAMP TO MY ANOINTED

Abstract: throughout the Persian domination, the peasants of Judah lived under cultural

and religious tolerance, but under Strong economic and politic oppression. A long

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time ago they have formed a social structure in tribal patterns, similar to time be- fore the monarchy. In this context they reread the ancient messianic hope. The Ps 132 expresses some aspects of this hope.

Keywords: Messianismo. Psalms of ascents. Post-exilic times. Peasants.

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