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Indicadores ambientais para diagnóstico dos processos de eutrofização na unidade de gerenciamento de recursos hídricos 6 - Alto Tietê - São Paulo/ SP – Brasil.

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE MESTRADO EM CIDADES INTELIGENTES E SUSTENTÁVEIS. HERALDO DONATELLI FILHO. INDICADORES AMBIENTAIS PARA DIAGNÓSTICO DOS PROCESSOS DE EUTROFIZAÇÃO NA UNIDADE DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS 6 - ALTO TIETÊ - SÃO PAULO/SP - BRASIL. São Paulo 2019.

(2) Heraldo Donatelli Filho. INDICADORES AMBIENTAIS PARA DIAGNÓSTICO DOS PROCESSOS DE EUTROFIZAÇÃO NA UNIDADE DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS 6 - ALTO TIETÊ - SÃO PAULO/SP - BRASIL. ENVIRONMENTAL INDICATORS FOR DIAGNOSIS OF EUTROPHICATION PROCESSES IN THE WATER RESOURCES MANAGEMENT UNIT 6 - ALTO TIETÊ - SÃO PAULO/SP - BRASIL. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Cidades Inteligentes e Sustentáveis, da Universidade Nove de Julho – UNINOVE, como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Cidades Inteligentes e Sustentáveis. Orientadora: Profª. Dra. Andreza Portella Ribeiro. São Paulo 2019.

(3) Donatelli Filho, Heraldo. Indicadores ambientais para diagnóstico dos processos de eutrofização na unidade de gerenciamento de recursos hídricos 6 Alto Tietê - São Paulo/ SP – Brasil. / Heraldo Donatelli Filho. 2019. 100 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Nove de Julho - UNINOVE, São Paulo, 2019. Orientador (a): Drª. Profª. Andreza Portella Ribeiro 1. Indicadores ambientais. 2. Eutrofização. 3. Moradias irregulares em área de mananciais. 4. Índice de estado trófico. 5. Índice de qualidade das águas. I. Ribeiro, Andreza Portella. II. Titulo. CDU 711.4.

(4) INDICADORES AMBIENTAIS PARA DIAGNÓSTICO DOS PROCESSOS DE EUTROFIZAÇÃO NA UNIDADE DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS 6 - ALTO TIETÊ - SÃO PAULO/SP - BRASIL. Por Heraldo Donatelli Filho. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Cidades Inteligentes e Sustentáveis da Universidade Nove de Julho – UNINOVE, como requisito para obtenção do grau de Mestre em Cidades Inteligentes e Sustentáveis, apresentada à Banca Examinadora formada por:. ___________________________________________________________ Prof.ª Dra. Andreza Portella Ribeiro - Universidade Nove de Julho – UNINOVE. ___________________________________________________________ Prof. Dr. Maurício Lamano Ferreira – Universidade Nove de Julho – UNINOVE. ___________________________________________________________ Prof. Dr.- Harry Alberto Bollmann - Pontifícia Universidade Católica - PUCPR. São Paulo, 28 de março de 2019.

(5) Dedico este trabalho ao meu avô, Lívio Luís Miozzo (in memoriam), aos meus pais, Roseli e Heraldo, meu irmão Brunno e a minha sobrinha Brunna, pessoas importantes da minha vida, que me inspiram a ser alguém melhor a cada dia..

(6) Agradecimentos Agradeço a Deus, seus Divinos Tronos, Sua Lei Maior e Sua Justiça Divina, por me ampararem e proverem experiências necessárias à minha evolução. À minha orientadora, Profª. Drª. Andreza Portella Ribeiro, pela paciência, dedicação e por compartilhar seus conhecimentos durante essa etapa. Contribuições essenciais ao meu desenvolvimento acadêmico. Aos Docentes do Programa de Mestrado em Cidades Inteligentes e Sustentáveis, agradeço todo empenho em compartilhar conhecimentos e experiências. Agradeço aos professores membros da banca prof. Dr. Maurício Lamano Ferreira e Prof. Dr. Harry Alberto Bollmann, por aceitarem o convite para participarem da minha banca de Defesa de Dissertação de Mestrado, trazendo contribuições enriquecedoras para essa pesquisa. Aos amigos Raquel Cristina de Souza, Rodrigo Pires, Débora Machado, Bruna Brandini, entre tantos que participaram dessa jornada ao meu lado, contribuindo com suas experiências trazendo alegria e descontração. Em especial agradeço a Jane da Cunha Calado, pela amizade e companheirismo, responsabilidade e toda a dedicação, dentro e fora da universidade... um grande exemplo a ser seguido. Estendo meus agradecimentos a todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a elaboração desse trabalho: Prof. Dr. José Osman dos Santos, pelas contribuições na análise estatística, Profª. Camila Malta, aos alunos Leonardo, Anderson e a todos os demais. Agradeço à Suely Maria Iafrate Neta, pela dedicação e responsabilidade com a qual lida com os assuntos acadêmicos do CIS. Agradeço à Universidade Nove de Julho – UNINOVE – pela bolsa de estudos concedida e por me proporcionar a oportunidade de um curso de Pós-Graduação diferenciado e de alta qualidade. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES – pelo apoio financeiro concedido. E a todos os colegas do mestrado, pelo enriquecimento das aulas, por meio de seus conhecimentos e experiências..

(7) “Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio.” (Heráclito de Êfeso).

(8) Resumo A disponibilidade e qualidade da água tornou-se um tema discutido mundialmente, considerando-se seus diferentes usos como: recreação, pesca, irrigação, abastecimento público e geração de energia. Nesse sentido, um dos grandes desafios para garantir a qualidade de recursos hídricos refere-se aos problemas inerentes ao lançamento indevido de nutrientes nos rios e reservatórios, o que favorece o surgimento do fenômeno eutrofização. A eutrofização pode ser observada no sistema aquático por meio do aumento da floração de algas, como as cianobactérias, que são tóxicas. Este estudo apresenta a análise dos indicadores ambientais e diagnóstico dos processos de eutrofização, obtidos a partir dos relatórios referentes à Rede de Monitoramento de Qualidade das Águas Superficiais [RMQAS], para a Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos 6 [UGRH-6] - Bacia do Alto Tietê, que compreende a Região Metropolitana de São Paulo, disponibilizados pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo [CETESB]. Para investigar o grau de eutrofização dos corpos hídricos foram considerados dados quantitativos, no período entre 1996 e 2016, de clorofila – a [Cla] e fósforo total [PT], que são os principais parâmetros utilizados na determinação de graus tróficos por contaminações, oriundas de efluentes domésticos. O estudo baseou-se na premissa de que o esgoto lançado sem tratamento nas áreas de mananciais deve ser o fator preponderante para a ocorrência da eutrofização, uma vez que o crescimento urbano desordenado nas Áreas de Proteção e Recuperação de Mananciais [APRM] tem contribuído significativamente para a deterioração ambiental, conforme apresentado em mapas de distribuição espacial elaborados com Índices de Estado Trófico [IET] que foram calculados. Nos mapas verificou-se o espalhamento do adensamento populacional, nas regiões que compreendem as áreas dos mananciais e sua influência para a deterioração de suas águas, devido à recepção dos efluentes domésticos sem tratamento. Destacou-se que, nos principais reservatórios que abastecem a RMSP (Billings e Guarapiranga), pode-se observar a evolução dos valores de IET ao longo dos anos, fazendo com que os IET calculados variassem a classificação de águas em eutróficas, supereutróficas e hipereutróficas. Concluiu-se que o processo de urbanização é contínuo e que, mesmo com políticas públicas voltadas à preservação da qualidade das águas de abastecimento, são necessárias ações de natureza técnica, que evitem o enriquecimento de nutrientes, como o fósforo, em corpos hídricos. Indica-se também a importância da elaboração de um estudo que permita identificar as fragilidades na integração e efetivação de políticas sociais e educacionais, para que de fato se consiga minimizar os impactos causado pelo descarte de efluentes não tratados nas redes de esgoto; prática comum verificada em ambientes aquáticos, que prejudica a qualidade das fontes, como no caso da Bacia do Alto Tietê e afeta o abastecimento público da RMSP. Palavras-chave: Indicadores ambientais. Eutrofização. Moradias irregulares. Mananciais. Índice de estado trófico. Índice de qualidade das águas..

(9) Abstract The availability and quality of water became a topic discussed worldwide, considering its different uses as: recreation, fishing, irrigation, public supply and power generation. In this sense, one of the great challenges to guarantee the quality of water resources refers to the problems inherent to the undue release of nutrients in rivers and reservoirs, which favors the emergence of the eutrophication phenomenon. Eutrophication can be observed in the aquatic system by increasing the flowering of algae, such as cyanobacteria, which are toxic. This study presents the analysis of the environmental indicators and diagnosis of eutrophication processes, obtained from the reports on the Surface Water Quality Monitoring Network [RMQAS], for the Water Resources Management Unit 6 [UGRH-6] - Basin of the Alto Tietê, which comprises the Metropolitan Region of São Paulo, made available by the Environmental Company of the State of São Paulo [CETESB]. In order to investigate the degree of eutrophication of water bodies, quantitative data were considered between 1996 and 2016 for Chlorophyll - a [Cl-a] and Total Phosphorus [PT], which are the main parameters used in the determination of trophic degrees by contamination, originating from domestic effluents. The study was based on the premise that untreated sewage in spring areas should be the preponderant factor for the occurrence of eutrophication, since it has been observed a rapid urban growth in Water Resources Protection and Recovery Areas [APRM], which has contributed significantly for environmental deterioration, as presented in the maps elaborated with Trophic State Indices [EIT]. In the maps, it was verified the spreading of the population density, in the regions that comprise the areas of the springs and their influence for the deterioration of their waters, due to the reception of the domestic effluents without treatment. Also, it was observed in the main reservoirs that supply the RMSP (Billings and Guarapiranga) the evolution of the EIT values over the years, the values of EIT showed the classification of waters in eutrophic, supereutrophic and hypereutrophic. It was concluded that the urbanization process is continuous and that, even with public policies aimed at preserving the quality of the water supply, technical actions are necessary, which prevent the enrichment of nutrients, such as phosphorus, in water bodies. It is also pointed out the importance of the elaboration of a study that identifies the fragilities in the integration and effectiveness of social and educational policies, so that in fact it is possible to minimize the impacts caused by the disposal of untreated effluents in sewage networks; common practice in aquatic environments, which impairs the quality of the sources, as in the case of the Alto Tietê Basin and affects the public supply of the RMSP. Keywords: Environmental indicators. Eutrophication. Slums. Spring. Index of trophic status. Water quality index..

(10) Siglas e Abreviaturas SIGLA. NOMENCLATURA. ‰ ANA APM APP APRM As CBH Cd CETESB CH₄ CHla CNRH CO₂ CONAMA CRH Cu DAEE DGRH EMPLASA ETE FEHIDRO H₂S Hg IAP IBGE IBAMA IET IQA ISA ISTO MMA N OELD ONU P PAHs Pb PCBs PCJ PDPA PERH PM PMDI PT RMBS RMRP RMSP SABESP SEADE SIGRH SISNAMA SMA SNUC SSRH UGRHI Zn. PERMILAGEM OU "POR MIL" AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS ÁREA DE PROTEÇÃO DE MANACIAIS ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE ÁREA DE PROTEÇÃO E RECUPERAÇÃO DE MANANCIAIS ARSÊNIO COMITÊ DE BACIA HIDROGRÁFICA CÁDMIO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO GÁS METANO CLOROFILA - a CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS DIÓXIDO DE CARBONO CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE CONSELHO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS COBRE DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS EMPRESA PAULISTA DE PLANEJAMENTO METROPOLITANO ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO FUNDO ESTADUAL DE RECURSOS HIDRÍCOS SULFETO DE HIDROGÊNIO OU "GÁS SULFÍDRICO" MERCÚRIO ÍNDICE DE QUALIDADE DAS ÁGUAS BRUTAS PARA FINS DE ABASTECIMENTO PÚBLICO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS ÍNDICE DE ESTADO TRÓFICO ÍNDICE DE QUALIDADE DAS ÁGUAS INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL ÍNDICE DAS SUBSTÂNCIAS TÓXICAS E ORGANOLÉPTICAS MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE NITROGÊNIO ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS FÓSFORO HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS POLICÍCLICOS CHUMBO BIFENILPOLICLORADO PIRACICABA, CAPIVARI, JUNDIAÍ PLANO DE DESENVOLVIMENTO E PROTEÇÃO AMBIENTAL POLÍTICA ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS PROGRAMA MANANCIAIS PLANO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO FÓSFORO TOTAL REGIÃO METROPOLITANA DA BAIXADA SANTISTA REGIÃO METROPOLITANA DE RIBEIRÃO PRETO REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO COMPANHIA DE SANEAMENTO BÁSICO DO ESTADO DE SÃO PAULO FUNDAÇÃO SISTEMA ESTADUAL DE ANÁLISE DE DADOS SISTEMA INTEGRADO DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS SISTEMA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA SECRETARIA DE SANEAMENTO E RECURSOS HÍDRICOS UNIDADE GERENCIADORA DE RECURSOS HÍDRICOS ZINCO.

(11) Lista de Figuras Figura 1.. Mapeamento de favelas, núcleos e loteamentos irregulares na RMSP........ 24. Figura 2.. RMSP e a delimitação de Área de Proteção aos Mananciais ....................... 25. Figura 3A.. Assentamentos irregulares - Cantinho do Céu A – Represa Billings........... 26. Figura 3B.. Assentamentos irregulares - Cantinho do Céu B – Represa Billings........... 26. Figura 3C.. Assentamentos irregulares - Cantinho do Céu C – Represa Billings........... 26. Figura 3D.. Assentamentos irregulares - Cantinho do Céu D – Represa Billings........... 26. Figura 3E.. Assentamentos irregulares - Cantinho do Céu E – Represa Billings........... 26. Figura 3F.. Assentamentos irregulares - Cantinho do Céu F – Represa Billings............ 26. Figura 4.. Municípios que integram a Região Metropolitana de São Paulo ................. 27. Figura 5.. Delimitação das APRM na RMSP............................................................... 29. Figura 6.. Divisões do limnociclo ............................................................................... 34. Figura 7.. Esquema com as principais etapas do processo de eutrofização ................. 35. Figura 8.. Mecanismos dos fluxos dos nutrientes ........................................................ 37. Figura 9.. Classificação do Estado Trófico para rios segundo Índice Carlson Modificado.................................................................................................. 41. Figura 10.. Classificação do Estado Trófico para reservatórios segundo Índice de Carlson Modificado .................................................................................... 41. Figura 11.. Indicadores utilizados pela CETESB para determinação da qualidade da água para consumo humano ........................................................................ 44. Figura 12.. Valores de referência – IQA / IAP............................................................... 45. Figura 13.. Divisão do estado de São Paulo em 22 UGRHI e suas classificações......... 50. Figura 14.. Divisão do estado de São Paulo em 22 UGRHI (Lei n. 16.337/2016)......... 51. Figura 15.. Sistema Integrado Metropolitano – SIM com os principais reservatórios e transferências de água entre UGRHI........................................................... 54. Figura 16.. Distribuição do IET para os pontos monitorados em todos os anos no período 2013-2017 na Bacia do Rio Tietê................................................... 55. Figura 17.. Carga orgânica poluidora doméstica gerada, coletada, tratada e remanescente nas UGRHI 05-PCJ e 06-AT em 2017.................................. 56.

(12) Figura 18.. Síntese dos dados de qualidade das águas superficiais da UGRHI 06-AT... 56. Figura 19.. Esquema com as principais etapas do processo de elaboração dos mapas.......................................................................................................... 58. Figura 20.. Exemplo de mapas elaborados e suas informações..................................... 59. Figura 21A.. Distribuição espacial dos valores de IET, calculados a partir dos dados brutos de relatórios CETESB, para UGRHI – 6 Alto Tietê 1996 – período chuvoso ...................................................................................................... 61. Figura 21B.. Distribuição espacial dos valores de IET, calculados a partir dos dados brutos de relatórios CETESB, para UGRHI – 6 Alto Tietê 1996 – período seco............................................................................................................. 62. Figura 22A.. Distribuição espacial dos valores de IET, calculados a partir dos dados brutos de relatórios CETESB, para UGRHI – 6 Alto Tietê 2001 – período chuvoso....................................................................................................... 64. Figura 22B.. Distribuição espacial dos valores de IET, calculados a partir dos dados brutos de relatórios CETESB, para UGRHI – 6 Alto Tietê 2001 – período seco.............................................................................................. 66. Figura 23A.. Distribuição espacial dos valores de IET, calculados a partir dos dados brutos de relatórios CETESB, para UGRHI – 6 Alto Tietê 2006 – período chuvoso....................................................................................................... 68. Figura 23B.. Distribuição espacial dos valores de IET, calculados a partir dos dados brutos de relatórios CETESB, para UGRHI – 6 Alto Tietê 2006 – período seco............................................................................................................. 69. Figura 24A.. Distribuição espacial dos valores de IET, calculados a partir dos dados brutos de relatórios CETESB, para UGRHI – 6 Alto Tietê 2011 – período chuvoso....................................................................................................... 71. Figura 24B.. Distribuição espacial dos valores de IET, calculados a partir dos dados brutos de relatórios CETESB, para UGRHI – 6 Alto Tietê 2011 – período seco............................................................................................................. 72. Figura 25A.. Distribuição espacial dos valores de IET, calculados a partir dos dados brutos de relatórios CETESB, para UGRHI – 6 Alto Tietê 2016 – período chuvoso....................................................................................................... 74. Figura 25B.. Distribuição espacial dos valores de IET, calculados a partir dos dados brutos de relatórios CETESB, para UGRHI – 6 Alto Tietê 2016 – período seco............................................................................................................. 75.

(13) 1. Sumário Introdução ....................................................................................................... 15. 1.1. Questão de pesquisa .......................................................................................... 19. 1.2. Objetivos ........................................................................................................... 19. 1.2.1. Objetivo geral ................................................................................................... 19. 1.2.2. Objetivos específicos ......................................................................................... 19. 1.3. Estrutura da Pesquisa ........................................................................................ 20. 2. Referencial teórico .......................................................................................... 21. 2.1. O planejamento Urbano e as Questões Ambientais........................................... 21. 2.1.1. Área de Proteção Ambiental [APA] e Área de Proteção Permanente [APP] .. 22. 2.1.2. Plano da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê ...................................................... 22. 2.1.3. Plano Diretor da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê ......................................... 23. 2.2. A ocupação do solo e Áreas de proteção .......................................................... 23. 2.2.1. Padrão de Urbanização de São Paulo e sua Região Metropolitana ................ 27. 2.2.2. Instrumentos legais para preservação de áreas de interesse ........................... 28. 2.2.3. Unidades de Conservação da Natureza ............................................................ 28. 2.2.4. Áreas de Proteção de Mananciais [APM] ........................................................ 28. 2.3. Reservatórios .................................................................................................... 30. 2.3.1. As políticas públicas para preservação e recuperação dos mananciais .......... 31. 2.4. Eutrofização....................................................................................................... 34. 2.4.1. Mecanismos da Eutrofização............................................................................. 36. 2.4.2. Fatores que ocasionam a Eutrofização............................................................. 38. 2.4.3. Comunidades Fitoplanctônicas......................................................................... 38. 2.4.4. Avaliação da Trofia........................................................................................... 39. 2.5. Água: Classificação e Definição de Uso............................................................ 42. 2.5.1. Definição Sobre os Corpos D’água ................................................................. 42.

(14) 2.5.2. Classificação dos Corpos D’água..................................................................... 42. 2.5.3. Rede de Monitoramento e Indicadora de Qualidade........................................ 43. 2.5.4. Variáveis da Rede Básica.................................................................................. 43. 2.5.5. Índice de Qualidade das Águas......................................................................... 45. 2.5.6. Indicadores que compõem o IQA...................................................................... 46. 2.6. Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos – UGRHI............................ 48. 2.6.1. Bacia do Rio Tietê.............................................................................................. 48. 2.6.2. Região Hidrográfica da Vertente Paulista do Rio Grande............................... 49. 2.6.3. Trecho Paulista da Bacia do Rio Paraíba do Sul.............................................. 49. 2.6.4. Região Hidrográfica da Vertente Litorânea...................................................... 49. 2.6.5. Região Hidrográfica da Vertente Paulista do Rio Paranapanema................... 49. 2.6.6. Região Hidrográfica Aguapé / Peixe................................................................. 49. 2.6.7. Bacia Hidrográfica do Rio São José dos Dourados.......................................... 50. 2.6.8. Vocação Econômica Principal das UGRHI ..................................................... 50. 2.6.9. UGRHI - 6 ......................................................................................................... 51. 2.6.9.1. Caracterização Geral........................................................................................ 51. 2.6.9.2. População ........................................................................................................ 52. 2.6.9.3. Economia........................................................................................................... 52. 2.6.9.4. Principais Rios................................................................................................... 52. 2.6.9.5. Principais Reservatórios .................................................................................. 52. 2.6.9.6. Aquíferos............................................................................................................ 52. 2.6.9.7. Informações Hidrícas........................................................................................ 52. 2.6.9.8. Vegetação Remanescente.................................................................................. 53. 2.6.9.9. Disponibilidade e Demanda dos Recursos Hídricos......................................... 53. 2.6.10. Rede de Monitoramento..................................................................................... 54. 3. Metodologia..................................................................................................... 57.

(15) 3.1. Mapas com IET ................................................................................................. 57. 3.2. Tratamentos Estatísticos.................................................................................... 59. 4. Resultados e Discussão.................................................................................... 60. 4.1. Alternativas para Preservação das Águas e dos Mananciais............................. 76. 4.2. Experiências Nacionais e internacionais: Ação Tecnológica para Saneamento de Mananciais............................................................................... 77. Considerações Finais ...................................................................................... 80. Estudos Futuros............................................................................................... 81. Referências....................................................................................................... 82. APÊNDICE A - Indicadores de qualidade relatórios CETESB............... 98. APÊNDICE B – Mapa representativo do Estado de São Paulo.................. 99. APÊNDICE C – Mapa representativo da UGRHI – 6 (Alto Tietê) .......... 100.

(16) 15. 1 Introdução Uma das atuais preocupações da sociedade é garantir água potável para as próximas gerações, visto que sua falta afetará diretamente a sobrevivência da vida humana no planeta. Nas últimas décadas, testemunhou-se o aumento populacional e industrial, gerando impactos no meio ambiente e contribuindo para a poluição dos rios, reservatórios, lagos e estuários. Em países onde se destaca a falta de infraestrutura básica, como saneamento, abastecimento de água e o tratamento das águas residuais, a situação se traduz em grande preocupação sobre riscos à saúde humana e ao equilíbrio dos ecossistemas (Booth, Roy, Smith, & Capps, 2016). A degradação de compartimentos ambientais perturba a movimentação ecológica dos corpos hídricos, trazendo consequências adversas aos seres vivos (Um, 2016). A expansão não planejada das cidades resulta em diversos transtornos à sociedade, como a impermeabilização do solo, modificações na drenagem urbana, enchentes, deslizamentos, tragédias causadas pela alteração no escoamento natural das águas pluviais, alterações climáticas, dentre outros (Mendonça, & Leitão, 2008). O adensamento urbano também resulta em disparidades sociais acentuadas, populações vulneráveis, sendo as condições de habitação, a expressão mais clara desse cenário. As formas de ocupação e uso do solo, sem considerar as especificidades de determinada área, têm favorecido a ocorrência de efeitos negativos ao ambiente, que culminam em situações de riscos para grande parcela da sociedade (Moura, 2011). Nesse sentido, destacam-se os assentamentos urbanos informais, popularmente conhecidos como favelas. Muito comuns em países onde as desigualdades sociais são protagonistas nas agendas públicas, pois além dos riscos naturais e suas consequentes catástrofes, a população que habita tais moradias, inevitavelmente, está suscetível à precariedade de infraestrutura básica urbana, como esgoto, água potável, dentre outros (Hale, Scoggins, Smucker, & Suchy, 2016). Dessa forma, aumentam os riscos associados às doenças de veiculação hídrica, como dengue em seus múltiplos tipos, malária e as doenças diarreicas, que afetam a população em diferentes faixas etárias, trazendo à tona questões da ordem de saúde pública (Muñoz-Sanchez, Bertolozzi, 2007). Essa é uma realidade do Brasil que, embora contemple 12% de toda água doce do planeta, tem seu recurso natural mal distribuído. Além disso, a preservação de seus mananciais é insatisfatória. Por exemplo, a instalação de moradias irregulares em áreas de preservação ambiental, como reservatórios de abastecimento de água tornou-se comum no país e, como consequência, observam-se grandes prejuízos à disponibilidade de água de qualidade para o.

(17) 16. consumo humano. (Alvim, Kato, & Rosin, 2015; Cardoso-Silva, Nishimura, Padial, Mariani, Coschini-Carlos, & Pompêo, 2014; ONU, 2017; CETESB, 2017; ANA, 2018). A crise atual, sobre a escassez de água de qualidade é proveniente da redução global desse recurso, que acompanhou o adensamento demográfico exacerbado, as diversificações de seu uso, perdas de mecanismos de retenção, a poluição dos corpos hídricos e demais compartimentos do ecossistema. Essa situação impõe dificuldades ao planejamento urbano sustentável, visto que, contribui para o colapso socioeconômico entre regiões e países, colocando em risco a manutenção da vida. Portanto, a preocupação em garantir fontes de água que satisfaçam demandas quantitativas e qualitativas, de forma segura e confiável, para os diversos usos de qualquer comunidade aflige todo o território nacional, sobretudo em grandes centros urbanos (Piveli, 2005). Esse é o caso de São Paulo, a maior megalópole da América do Sul, que em sua Região Metropolitana [RMSP] abrange 19,1 milhões de habitantes (IBGE, 2016). A RMSP engloba o mais importante polo financeiro, industrial e comercial do Brasil. Tal característica, por um lado lhe confere status de alavanca do desenvolvimento, por outro, se traduz em grandes desafios, como o de melhorar os padrões de prestação de serviços, em um contexto de severas limitações físicas (Silva, 2016). Não apenas a RMSP, mas todo o estado passa por situações críticas intermitentes, que dizem respeito à garantia de água em quantidade e qualidade para o abastecimento de sua população. As áreas de mananciais da RMSP, responsáveis pela produção da água utilizada para abastecimento público e manutenção das atividades econômicas, ocupam 52% de sua área total. Esse percentual inclui total ou parcialmente 25 municípios, os quais têm sofrido intensos processos de eutrofização, assoreamento e toxicidade (Whately, & Cunha, 2006). A situação da qualidade das águas na RMSP tem se agravado por consequência do número crescente de assentamentos urbanos informais, em áreas de mananciais. Esse aumento foi acompanhado pelo efeito negativo nos indicadores de qualidade, principalmente, pelo descarte de efluentes domésticos, sem tratamento, diretamente nos corpos d’água, somando-se ainda aos rejeitos industriais lançados clandestinamente (Corcoran, Nellemann, Baker, Bos, Osborn, & Savelli, 2010). Entre os anos de 2014 e 2016, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo [CETESB], principal órgão ambiental do país, indicou que a RMSP encontrava-se à beira de um colapso urbano e ambiental, devido aos efeitos locais causados pelas mudanças climáticas,.

(18) 17. ausência de chuvas e enorme redução na disponibilidade de água para abastecimento. À época, sucedeu-se a maior seca já ocorrida em 84 anos (CETESB, 2017). A situação atual ainda não é reconfortante, pois os parâmetros considerados para classificar o estado de qualidade das águas em São Paulo, são prejudicados pelos episódios recorrentes de disponibilidade. Situação particularmente evidenciada nas represas que compõem o Sistema Cantareira (responsável por 45% do fornecimento de água, para cerca de, 9 milhões de habitantes da RMSP). Assim, usualmente, o poder público estadual responsabiliza o “clima” pela observância de valores de indicadores aquém do esperado para a qualidade da água dos mananciais (Alvim, Kato, & Rosin, 2015). Dentre os parâmetros monitorados nos corpos hídricos está o Índice de Estado Trófico [IET]. A eutrofização é um processo natural que ocorre nas águas, sobretudo em lagos e reservatórios. No entanto, quando acompanhado de atividades antrópicas, a eutrofização é a consequência das alterações nos ecossistemas aquáticos, com o aumento da concentração de nutrientes, principalmente de nitrogênio [N] e fósforo [P], provenientes de efluentes domésticos, agrícolas e industriais, o que, certamente, vai interferir na qualidade e disponibilidade da água de abastecimento humano (Harper, 1992; Espinola, 2001). Dentro na situação atual, as áreas de mananciais, que incorporam os reservatórios de abastecimento, passaram a ter um papel muito importante, pois revelam as consequências do uso e ocupação do solo, dentro dos limites da sua bacia de drenagem e, portanto, devem ser monitorados e gerenciados para que se possa assegurar a melhor qualidade de água possível (Fiorillo, 2006). Dessa forma, neste estudo será apresentada uma análise sobre indicadores ambientais recomendados para classificar a qualidade das águas em unidades de gerenciamento. Como objeto da pesquisa, foi escolhida a Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos 6 [UGRHI 6], que abrange a RMSP. Para tanto, a partir de relatórios publicados pela CETESB, foram levantados indicadores de qualidade, medidos ao longo de 21 anos, em reservatórios e rios pertencentes à UGRHI 6. Além da importância já evidenciada é oportuno indicar que a estrutura legal do Brasil vêm se aprimorando, dada à complexidade do tema “gestão e manejo de recursos hídricos”, reconhece-se que as políticas públicas ligadas à cidade e ao meio ambiente estão inseridas em discussões, na qual os problemas contemporâneos sociais contestam as características setoriais dessas políticas (Alvim, Kato, & Rosin, 2015). Espera-se que esse diagnóstico propicie um melhor entendimento sobre a realidade das águas de abastecimento, de forma a preencher lacunas referentes às ações necessárias de.

(19) 18. planejamento e gestão de áreas protegidas, considerando-se, tanto a preservação ambiental, como as dinâmicas sociais e urbanas. Tomando-se, ainda, como referência, o fato de que os planos e projetos públicos, via de regra, desenvolvem-se de forma oposta, desarticulada e instável, diante de acordos políticos de curto e médio prazo (Fistarol, Coutinho, Moreira, Venas, Cánovas, Paula Jr., Coutinho, Moura, Valentin, Tenenbaum, Paranhos, Valle, Vicente, Filho, Pereira, Kruger, Resende, Thompson, C. C., Salomon, & Thompson, L. F., 2015)..

(20) 19. 1.1 Questão de Pesquisa Para a consecução do estudo, a pesquisa se pautou na seguinte questão: De que forma a presença de moradias irregulares tem afetado a qualidade das águas em áreas de mananciais que abastecem a UGRHI 6, que abrange a cidade de São Paulo - SP e sua Região Metropolitana? 1.2 Objetivos 1.2.1 Objetivo Geral Analisar os indicadores ambientais para o diagnóstico dos processos de eutrofização, no sistema hídrico, utilizando-se o mapeamento da UGRHI 6 e os pontos monitorados pela CETESB, referentes aos indicadores de eutrofização, seguido da avaliação sobre a contribuição dos efluentes, lançados nos corpos hídricos, para o enriquecimento dos nutrientes nos locais monitorados, de maneira a evidenciar a relação entre o despejo de efluentes domésticos com áreas que apresentaram altos índices de estado trófico [IET]. 1.2.2 Objetivos Específicos -. Analisar os indicadores de qualidade da água apresentados em relatórios da CETESB,. referentes UGRHI – 6; -. Levantar três parâmetros fisicoquímicos (dados secundários), considerados pela CETESB,. para monitorar a água, sendo: fósforo total [PT], clorofila-a [Cl-a] e o Índice de Estado Trófico [IET], importantes para diagnosticar a eutrofização nos reservatórios que atendem a RMSP; -. Elaborar mapas, a partir das coordenadas geográficas dos pontos de monitoramento da. CETESB, em áreas de mananciais, evidenciando se as áreas supereutróficas e hipereutróficas coincidem com as áreas que apresentam maior ocorrência de assentamentos urbanos informais..

(21) 20. 1.3 Estrutura do trabalho.

(22) 21. 2 Referencial Teórico 2.1 O planejamento urbano e as questões ambientais O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE] define Meio Ambiente como “o conjunto dos agentes físicos, químicos, biológicos e dos fatores sociais suscetíveis de exercerem um efeito direto ou indireto, imediato ou em longo prazo, sobre todos os seres vivos, inclusive o homem” (IBGE, 2004). Diante do surgimento da industrialização houve a necessidade de se urbanizar o mundo. Essa condição modificou a relação entre homem e natureza, promovendo os atuais problemas ambientais urbanos (Lefebvre, 1978; 1999). De maneira simplificada, a urbanização consiste na transferência de pessoas do meio rural (campo) para o meio urbano (cidade). Esse processo se expandiu no século XIX, nas nações mais desenvolvidas e, no século XX, nas nações à margem do capitalismo (Martins, 2006). O antagonismo entre as moradias nobres, as moradias de baixa renda e o desenvolvimento sustentável é frequente nas cidades brasileiras. Em uma simples avaliação urbanística é possível verificar diversas formas de impacto ambiental, que vão além dos limites das cidades: poluição do ar oriunda de veículos automotores, poluição dos sistemas hídricos, devido ao despejo dos efluentes domésticos, a impermeabilização do solo, frente à forma de ocupação, prejuízo às florestas, mangues e nascentes, pela falta de fiscalização sobre o uso do solo, dentre outras situações (Milaré, Machado, 2011). O embate envolvendo moradores de classe socioeconômica baixa, que ocupam áreas ameaçadas ou ambientalmente vulneráveis, sinaliza a dupla consternação da gestão e planejamento urbanos. Uma delas está na circunstância da ilicitude, afastamento material, subcidadania (inexistência dos direitos à cidade e à moradia) e a má qualidade de vida urbana que atinge toda a população que, sem opções, ocupam áreas impróprias. A outra está figurada na agressão ambiental e nos sistemas que são primordiais para a manutenção e reprodução da própria vida humana, a exemplo dos mananciais (Almeida, 2014). O choque entre as manifestações ambientalistas e dos moradores de áreas ameaçadas ou ambientalmente vulneráveis alcança somente vítimas de um processo, no qual os principais atores (autoridades governamentais) não participam. A solução primordial para preservação de áreas vulneráveis em contexto urbano (córregos, margens de rios, mangues, várzeas, matas e encostas) será obtida quando os problemas com os assentamentos urbanos informais forem equacionados. No entanto, a temática sobre moradias para população de baixa renda é, por.

(23) 22. vezes relegada ao segundo plano, pelas instituições, desde a administração pública até o judiciário (Maricato, 2015). No Brasil encontram-se diversas formas de áreas urbanas ocupadas ilegalmente, tais como: •. Ocupações realizadas em espaços destinados a outra finalidade (em ruas e áreas verdes);. •. Ocupações em áreas de aterramentos de manguezais ou charcos, as quais, normalmente pertencem à Marinha ou à União;. •. Ocupações em áreas de preservação ambiental, onde as construções são realizadas em margens de rios, mananciais e também nas serras, restingas, dunas e mangues;. •. Ocupações em áreas de risco, tais como: terrenos íngremes, próximo às redes de alta tensão, entre outros. Tais características assumem dupla ilegalidade, primeiro pela falta de posse do terreno. ou moradia em geral, e também, pela ocupação de áreas protegidas por lei (Saule Junior, 1999; Holz, 2008). 2.1.1 Área de Proteção Ambiental [APA] e Área de Proteção Permanente [APP] Área de Proteção Ambiental [APA] é uma categoria de unidade de conservação federal. O objetivo das APA’s consiste em proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. Dentro das APA’s, existem várias Áreas de Preservação Permanente [APP]; a responsabilidade de preservação das APP fica a critério do proprietário do terreno, que deve, inclusive, recompor a vegetação original, caso a mesma tenha sido alterada (ISA, 2019). 2.1.2 Plano da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê A função do Plano da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê é englobar diretrizes para a orientação dos Planos Diretores dos municípios, como também, metas de curto, médio e longo prazo para o aproveitamento, recuperação, proteção, conservação dos recursos hídricos, em âmbito regional. Além destas atribuições, devem ser incluídos os diagnósticos de situação específica das UGRHI, definindo ações, obras e projetos, junto às responsabilidades executivas, custos, fontes de recursos e cronograma de execução. A elaboração desse Plano de Bacia fica a critério do Comitê de Bacia Hidrográfica Alto Tietê [CBH – AT] (FUSP, 2009)..

(24) 23. 2.1.3 Plano Diretor da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê O Plano Diretor de aproveitamento de recursos hídricos da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, visa o controle das cheias da capital paulista e dos municípios vizinhos, por meio de barragens e desassoreamento dos rios Tietê, Tamanduateí, Pinheiros e seus principais afluentes, além do abastecimento da RMSP e destino final do esgoto gerado pela população. Com a ampliação da complexidade da infraestrutura houve a necessidade de abranger toda a macrometrópole paulista, municípios e Bacias vizinhas, para atender a população crescente de forma adequada e realizar o aproveitamento dos recursos hídricos de forma satisfatória. DAEE, 2015. 2.2 A ocupação do solo e áreas de proteção A relação entre o direito à moradia e o meio ambiente sadio e equilibrado é garantida pela Constituição Brasileira e, desta forma, ambas as situações estão protegidas, impedindo o retrocesso social. Porém, existe desarmonia entre esses direitos fundamentais, na qual há indivíduos que exercem os seus direitos à moradia em áreas ambientalmente protegidas por lei (Alexyr, 2011). Diante deste conflito, uma solução pode ser abordada suprimindo temporariamente o exercício de um desses direitos, visando sempre o menor prejuízo ao outro. No caso das habitações irregulares em áreas de rios e mananciais, o direito à moradia prejudica o direito ao meio ambiente sadio e equilibrado, devido a fatores como falta de saneamento básico, que gera poluição em áreas protegidas por lei, haja vista que a água é um bem natural, finito e essencial à manutenção da vida no planeta. (Milaré, Machado, 2011). O Estado deve cumprir sua função de preservação do direito ao meio ambiente, exercer o direito à moradia, removendo as famílias que ocupam, ilegalmente, as áreas de preservação permanente, concretizando seu direito à moradia em locais e condições apropriadas. (Almeida, 2014) A questão ambiental, nas últimas décadas, tem sido progressivamente absorvida nas discussões e diretrizes do planejamento urbano e rural dos municípios brasileiros. Formada por diversas leis, a grande dificuldade se dá na sua execução, especialmente na maior região metropolitana da América do Sul: a Grande São Paulo (Maricato, 2015). A estrutura físico-territorial é sobreposta por conflitos sociais, entre as diferentes agendas municipais, políticos, administrativos, intermunicipais, entre outros (Sobarzo, 2010; Santos, 2013). A expansão da mancha urbana foi observada em diversas cidades brasileiras até a década de 1980, como consequência da migração rural-urbana e também do incentivo do.

(25) 24. Estado para que os trabalhadores ingressassem nas indústrias (Santoro, Cobra, & Bonduki, 2010; Lollo, 2013). Assim, o processo de industrialização com alta demanda de pessoal culminou em baixos salários, favorecendo a urbanização precária, onde os próprios moradores construíam suas habitações durante o período de folga, ao longo de muitos anos, ignorando a legislação urbanística e ocupando áreas protegidas informalmente (Maricato, 2015). A Figura 1 ilustra o mapeamento de favelas e núcleos habitacionais irregulares, em áreas de reservatórios na RMSP.. Figura 1. Mapeamento de favelas, núcleos e loteamentos irregulares na RMSP Fonte: Base Cartográfica da Prefeitura Municipal de São Paulo, 2010.. Para acompanhar a acelerada expansão, foram criadas normas de controle da ocupação do território, as quais visavam restringir a ocupação em áreas de proteção ambiental, tais como a Legislação Estadual de Proteção aos Mananciais (Leis Estaduais n. 898/75 e n. 1172/76). A legislação (revisada em 1997) dividiu o território em duas áreas: a de preservação permanente,.

(26) 25. segundo o Código Florestal e as áreas com permissão para instalação de assentamentos urbanos, sob rigorosas condições, referentes às taxas de ocupação, aproveitamento do solo e impermeabilização dos lotes, que podem variar conforme a proximidade do manancial protegido (Bellenzani, 2002). Na Figura 2, observa-se a delimitação das Áreas de Proteção aos Mananciais.. Figura 2: RMSP e a delimitação de Área de Proteção aos Mananciais. Fonte: de “SSRH/DGRH”, 2018. Nas áreas de proteção de mananciais registraram-se os mais diferentes usos, a ocupação irregular crescente originou bairros com as maiores taxas de crescimento demográfico (Jannuzzi, P.M, 2007). Na Figura 3 (A-F) pode-se visualizar os assentamentos urbanos informais no entorno da Represa Billings, reservatório inserido em Áreas de Proteção aos Mananciais [APM]..

(27) 26. A. B. C. D. E. F. Figuras 3 (A-F): Imagens relativas a assentamentos urbanos informais - Cantinho do Céu – Represa Billings, RMSP. Fonte: de “Fábio Knoll – Sehab”, 2016.

(28) 27. 2.2.1 Padrão de Urbanização de São Paulo e sua Região Metropolitana A RMSP localiza-se no planalto paulista, com altitude aproximada de 800 m acima do nível do mar. A área pertence à Bacia Hidrográfica do Alto Tietê e, além da capital paulista, a megalópole São Paulo é composta por outros 38 municípios (Figura 4), com extensão territorial de 8.501 km2 (Costa, & Tsukumo, 2013). Em termos populacionais, a RMSP registrou, aproximadamente, 20.639.281 de habitantes (EMPLASA, 2011), ocupando a 6ª posição, em comparação às outras regiões metropolitanas do mundo, sendo considerada a principal aglomeração urbana da América do Sul.. Figura 4: Municípios que integram a Região Metropolitana de São Paulo. Fonte: EMPLASA (https://www.emplasa.sp.gov.br/RMSP).. A RMSP compreende o mais importante polo econômico do Brasil, justificado pelo seu Produto Interno Bruto [PIB] de 701,85 bilhões de reais, referente a 2010, com participação de 20% sobre o montante nacional e 56% do PIB estadual (Costa, & Tsukumo, 2013). É também conhecida pela pluralidade de atividades econômicas que incluem o setor de serviços, o maior complexo industrial e o principal centro financeiro do país (IBGE, 2010). Embora seja considerada a alavanca de desenvolvimento do país, a RMSP sofre os problemas sociais, que se expressam sob as mais diferentes vertentes, sobretudo nas condições precárias de moradias, comumente situadas em áreas de risco..

(29) 28. Da população total, cerca de 2 milhões de habitantes vivem em condições socioeconômicas consideradas abaixo da linha de extrema pobreza. A população que reside em domicílios extremamente pobres soma-se quase 10 milhões, segundo dados do Parlamento Metropolitano (2011). Em termos ambientais, dos 39 municípios que compõem a RMSP, praticamente 27 estão inseridos em espaços legalmente definidos como Áreas de Proteção aos Mananciais [APM], e representa que 54% da área total da RMSP estão delimitadas dentro de mananciais (EMPLASA, 2012). 2.2.2 Instrumentos legais para preservação de áreas de interesse No Brasil, foram instituídas diversas áreas a serem preservadas, como os mananciais para a gestão de recursos hídricos, com o intuito de garantir que certos ambientes tenham condições de atender satisfatoriamente as principais necessidades humanas, como abastecimento público, geração de energia e agricultura. Algumas dessas áreas de proteção estão ligadas à proteção dos recursos hídricos e integram APP, onde a responsabilidade da conservação e preservação é do proprietário do terreno e APM, de responsabilidade federal, com a finalidade principal de proteger e recuperar as bacias hidrográficas dos mananciais (CETESB – 2017). 2.2.3 Unidades de Conservação da Natureza A Lei Federal n. 9.985/2000 instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza [SNUC] e disciplinou critérios e normas para a geração, implantação e gestão das unidades de conservação. A SNUC privilegiou o uso sustentável dos recursos naturais, estipulando requisitos para que a exploração do meio ambiente não interfira na perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, proteção de comunidades tradicionais, mantendo o equilíbrio entre biodiversidade e ecologia, de maneira justa e viável economicamente (MMA, 2018). 2.2.4 Áreas de Proteção de Mananciais [APM] No Estado de São Paulo, iniciou-se a preocupação das autoridades sobre a necessidade de se preservar a qualidade das águas, para assegurar o abastecimento da população. Assim, a delimitação e definição das APM na RMSP (Leis n. 898/1975 e n. 1.172/1976) refletiram em um grande passo à integração do sistema de gerenciamento de recursos hídricos e de planejamento urbano/metropolitano (São Paulo, 2017)..

(30) 29. Na década de 1990, foram criadas as Áreas de Proteção e Recuperação de Manancial [APRM], que além da proteção, visa à recuperação de bacias hidrográficas dos mananciais de interesse para abastecimento público, em especial os mananciais submetidos à grande pressão populacional, em todo o Estado e não apenas na RMSP. As APRM são estabelecidas de acordo com proposta dos Comitês de Bacias Hidrográficas [CBH] e análise do Conselho Estadual de Recursos Hídricos [CRH]. Após autorização, são instauradas por lei específica, precedidas por um Plano de Desenvolvimento e Proteção Ambiental [PDPA] (São Paulo, 2017). No caso da RMSP, onde a água armazenada em barragens e represas é a fonte principal para o abastecimento urbano, a instauração das APRM (Figura 5) tem função fundamental na produção de água na bacia hidrográfica do Alto Tietê. Entre as 11 APM que possuem PDPA, somente as sub-bacias: 1) Billings, 2) Guarapiranga, 3) Alto Juquery, 4) Alto Tietê Cabeceiras e 5) Alto Cotia possuem legislação específica; as demais APRM possuem PDPA em elaboração ou revisão, sendo elas: Alto Juquiá, Guaió, Jaguari, Cabuçu, Tanque Grande e Capivari-Monos (Programa Mananciais – SSRH, 2017).. Figura 5: Delimitação das APRM na RMSP Fonte: de “SSRH/DGRH”, 2018..

(31) 30. 2.3 Reservatórios Os reservatórios têm por finalidade controlar as cheias, a irrigação e suprimento de água para abastecimento público, sendo ambientes lênticos, em função da reduzida velocidade do fluxo de água (Agostinho, Gomes, & Pelicice, 2007). A construção de um reservatório desencadeia uma série de processos biogeoquímicos, alterando as características do ambiente aquático, ocasionando a instabilidade física e química alterando as comunidades biológicas, refletindo diretamente sob o curso d’água e águas ribeirinhas (De Fillippo, Gomes, Lenz-César, Soares, & Menezes, 2007). Reservatórios construídos em rios ocasionam a transição entre rios e lagos, devido as suas características hidráulicas, representando ambos os ambientes (lótico e lêntico). Nas proximidades da barragem, tornam-se semelhantes aos lagos, estando sujeitos à ação dos ventos, correntes de densidade e estratificação (Esteves, 1998; Rangel-Peraza, de Anda, Gonzalez- Farias, & Erickson, 2009). Vários processos físicos resultam na estratificação de um reservatório. Em sua maioria esses processos atuam mediante efeitos da temperatura sobre a coluna d’água, gerando camadas no reservatório, com diferentes densidades, criando uma barreira física, que impede que se juntem. A estratificação da coluna d’água dos reservatórios, em geral, divide-se em três camadas (Von Sperling, (2009): •. Epilímnio: É a camada d’água menos densa e superior, possui circulação e leve turbulência. É a camada mais quente entre as demais. Há produção de oxigênio (zona eufótica – presença de luz);. •. Metalímnio: camada que faz transição entre o epilímnio e hipolímnio. Onde se localiza a termóclina (zona d’água em ambiente estratificado, onde a temperatura e a concentração de O2 decrescem rapidamente com a profundidade), caracterizando uma barreira física (dificultando a passagem de calor e gases), ocasionada pela divisão térmica entre os estratos superiores e inferiores.. •. Hipolímnio: camada inferior, com aumento da densidade e estagnação, com menores temperaturas. Consumo de oxigênio para decomposição.. A estratificação ou a mistura podem ter relação com as condições meteorológicas e/ou com intervalos de tempo específicos. Em regiões de clima tropical e subtropical, os reservatórios rasos, são caracterizados pelas altas temperaturas de superfície. Essas diferenças.

(32) 31. de temperatura entre a superfície e o fundo ocasionam a instabilidade destes ambientes. (Lamparelli, 2004). 2.3.1 As políticas públicas para preservação e recuperação dos mananciais Por longos anos a questão ambiental não obteve a atenção necessária nos processos de crescimento e desenvolvimento das cidades. Logo no princípio do século XX, o desenvolvimento da urbanização requereu melhores condições de infraestrutura aos seus habitantes, diante disso, obras foram iniciadas para sanar tal necessidade, tais como: a represa Guarapiranga, linhas de bonde e estradas, refletindo-se na formação das cidades. Em tal processo, iniciaram-se os problemas com relação ao uso e ocupação do solo (Santoro, Whately, Ferrara, & Bajestero, 2008). O aumento da oferta e procura por moradias resultou na grande valorização dos terrenos em regiões centrais, consequentemente, a população de baixa renda deslocou-se para regiões periféricas, sem infraestrutura. Em meados de 1940 surgiram os primeiros assentamentos urbanos informais que se multiplicaram e se espalharam (nas décadas de 1950 e 1960) para as regiões de mananciais (Santoro et al., 2008; SABESP, 2017). Factualmente, somente a partir da década de 1960, houve a preocupação do poder público em controlar a urbanização das áreas ocupadas irregularmente, reconhecendo ser esse o fator de grande relevância para a baixa qualidade da água dos mananciais; dessa forma iniciaram-se várias políticas, estaduais e federais, com o propósito de retroceder esse quadro (Pompêo, 2015). A ação pioneira foi à elaboração do Plano Metropolitano de Desenvolvimento Integrado [PMDI], em 1969, cujo objetivo era a reorientação do crescimento urbano, distanciando-se dos mananciais. O PMDI foi amparado pelas Leis n. 898/1975 e n. 1.172/1976, por meio da proibição da instalação de moradias em áreas ambientalmente vulneráveis e de grande importância para produção de água. Assim, determinadas áreas eram restritas às pressões antrópicas, propiciando uso da água essencialmente ao abastecimento público (Whately et al., 2008). Apesar dos instrumentos legais, a realidade evidenciava resultado contrário, com o aumento expressivo das ocupações irregulares e precárias, que contribuía cada vez mais para a degradação da qualidade da água nos mananciais (Santoro et al., 2008; PM, 2018). A partir da década de 1980 percebeu-se o aumento das iniciativas políticas que buscavam a proteção do meio ambiente com a criação da Política Nacional do Meio Ambiente.

(33) 32. (Lei n. 6.938/81), a nova Constituição Federal em 1988, a criação da Política Estadual de Recursos Hídricos (Lei n. 7.663/91) e principalmente o evento global Rio 92. Com a criação da Política Nacional do Meio Ambiente [PNMA], o principal objetivo foi associar desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico. Assim, proteger e restituir os recursos ambientais, gerando a imagem do poluidor-pagador, obrigando o usuário a recuperar ou indenizar pelos danos causados, fato que contribui para a utilização dos recursos ambientais, gerando fins econômicos. Foram criadas várias instituições e leis com o intuito de envolver toda a problemática relacionada ao quesito: moradias irregulares X mananciais. Assim temos: o Sistema Nacional de Meio Ambiente [SISNAMA], o Conselho Nacional de Meio Ambiente [CONAMA]; a Secretaria de Meio Ambiente; o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis [IBAMA]; o capítulo de meio ambiente da Constituição Federal de 1988; Política Estadual de Recursos Hídricos [PERH], o Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos [SIGRH]; o Conselho Estadual de Recursos Hídricos [CRH]; os Comitês de Bacias Hidrográficas [CBH]; o Fundo Estadual de Recursos Hídricos [Fehidro] e a Lei n. 7.663/91. Diante do quadro de constatação da situação precária dos mananciais e a geração de políticas visando à proteção e a recuperação deste bem natural e essencial que é a água, foi proposto, em 1991, o Programa Guarapiranga, ao qual equacionou-se um conjunto de obras de saneamento e de infraestrutura urbana, visando uma grande redução das cargas poluidoras afluentes ao reservatório, provenientes de esgotos e processos erosivos (Baltrusis, & Ancona, 2006; EMPLASA, 2018). Algumas áreas ocupadas irregularmente apresentaram melhorias urbanísticas com o redirecionamento do esgoto, que por sua vez prejudicava a saúde e a qualidade de vida da população local. Por outro lado, a falta de tratamento e coletas integrais fez com que o mesmo esgoto chegasse com volume e velocidade maiores nos rios e córregos que deságuam na Guarapiranga e também na própria represa, o que piorou a qualidade da água do manancial (Whately et al., 2008; Getirana, 2015). Como o cenário de degradação dos mananciais persistiu, o programa não prosperou devido aos altos custos de manutenção e a impossibilidade de conter o adensamento (Viveiros, 2004). O Programa Guarapiranga foi finalizado em 2000 e em 2005 iniciou-se o Programa Mananciais [PM] que foi ampliado aos outros mananciais da RMSP (Pulhez, & Ferrara, 2018; PM, 2017). O PM viabilizou a implantação de medidas de proteção e de recuperação dos mananciais, principalmente nas áreas de maior vulnerabilidade urbana e ambiental, executando-.

(34) 33. se atividades geradoras da melhoria na qualidade de vida da população residente e promovendose a educação ambiental (PM, 2012; Escobar, 2015). Para atingir os objetivos determinados pelo PM foram criadas ações a serem executadas a curto, médio e longo prazo, a saber: •. Programa Guarapiranga Billings: integrou o Programa Manancial no período de 2008 a 2012. O projeto previa expansão de infraestrutura pública em loteamentos de baixa renda, urbanização dos assentamentos urbanos informais, construção de unidades habitacionais para reassentamento e regularização fundiária, beneficiando aproximadamente 55 mil famílias.. •. Programa Córrego Limpo: realizado pela Prefeitura de SP e SABESP, visava corrigir as deficiências de esgotamento sanitário já existente, devido a alta urbanização desorganizada. Foi concluído em 2011, 70% do programa beneficiando as áreas de mananciais da Guarapiranga e Billings.. •. Pró-Billings: é um dos principais programas da SABESP para a área da represa em São Bernardo do Campo, em parceria com a JICA (Japan International Cooperation Agency), teve ações voltadas para o município de São Bernardo do Campo, prevendo a expansão do sistema de esgotamento sanitário (Galvez, 2012).. •. Projeto Orla Guarapiranga: foi uma das ações ligadas ao Programa Defesa das Águas, criado em 2008, que previa a preservação da represa e da vegetação do entorno através da implantação de parques lineares, inibindo ocupações irregulares além de ampliar as áreas de lazer, recreação, esportes e turismo para população (Galvez, 2012; Company Sul, 2012). A lei específica da Guarapiranga: Lei Estadual n. 12.233/2006 – Área de Proteção e. Recuperação de Mananciais da Guarapiranga [APRM-G] foi elaborada por um processo participativo seguindo as diretrizes da Lei n. 9.866/97; Lei Estadual n. 12.233/2006 – Área de Proteção e Recuperação de Mananciais da Guarapiranga [APRM-G] e Lei Estadual n. 13.579/2009 - Área de Proteção e Recuperação de Mananciais da Billings [APRM-B]. (Maricato, 2003; Whately, & Cunha, 2005; Whately, & Cunha, 2006; Alvim, 2008; Casazza, 2012; Cardoso-Silva, 2013; Alvim, 2015; Isa, 2019)..

(35) 34. 2.4 Eutrofização Cada ecossistema é único e tem sua própria história e dinâmica, que por sua vez estão relacionadas às condições geológicas, geomorfológicas, hidrológicas, ecológicas, climáticas locais e também, às pressões antropogênicas passadas, presentes e sua natureza, bem como às condições sociológicas e econômicas (Ferreira, Andersen, Borja, Bricker, Camp, da Silva, Garcés, Heiskanen, Humborg, Ignatiades, Lancelot, Menesguen, Tett, Hoepffner, & Claussen, 2011; Dodds, & Smith, 2016). Diante da vulnerabilidade dos ecossistemas a limnologia estuda e classifica os corpos d’água de acordo com seu nível de eutrofização, que são definidos de acordo com o grau de alteração das águas interiores e marinhas. Suas manifestações mais conhecidas são as florações de cianobactérias tóxicas em lagos, córregos e rios e proliferações de macroalgas verdes em áreas costeiras (Ferreira et al., 2011; Dodds, & Smith 2016), conforme apresentado na Figura 6.. Figura 6. Divisões do limnociclo. Fonte: de “Schneider”, 2016.. Tais fenômenos estão gerando grandes rupturas nos ecossistemas aquáticos e têm impactos sobre bens e serviços relacionados, sobre a saúde humana e sobre as atividades econômicas dos territórios onde ocorrem. Em algumas áreas, essas crises ambientais tornaramse uma questão social urgente, envolvendo ampla variedade de partes interessadas, com valores.

(36) 35. e interesses contrastantes (Fistarol, Coutinho, H., Moreira, Venas, Cánovas, De Paula Jr, Coutinho, R., Moura, Valentin, Tenenbaum, Paranhos, Valle, Vicente, Filho, Pereira, Kruger, Resende, Thompson, C., Salomon, & Thompson, L., 2015). Eutrofização causada pelas pressões humanas (antropogênica) é o foco das preocupações da sociedade, conforme vem sendo evidenciado ao longo desse estudo. O Esquema das principais etapas do processo de eutrofização está representados na Figura 7.. Figura 7. Esquema com as principais etapas do processo de eutrofização. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

Referências

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