• PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA (OU DA ULTIMA RATIO OU DA SUBSIDIARIEDADE)
• O Direito Penal só deve se preocupar com a
proteção dos bens jurídicos mais importantes e necessários à vida em sociedade. Só deve intervir nos casos de ataques muito graves aos bens
jurídicos mais importantes.
• Somente quando se verificar que as demais áreas do Direito se revelam incapazes de proteger
devidamente os bens mais importantes para a sociedade, o Direito Penal deve intervir (caráter subsidiário de proteção aos bens jurídicos).
• PRINCÍPIO DA LESIVIDADE (OFENSIVIDADE)
• Apenas as condutas que afetem gravemente
direitos de terceiros merecem sofrer a incidência da Lei Penal. O princípio da Lesividade apresenta quatro proibições:
• a) Proíbe-se a incriminação de uma atitude interna (ninguém pode ser punido por
pensamentos e sentimentos);
• b) Proíbe-se a incriminação de conduta que não exceda o âmbito do próprio autor (autolesão -tentativa de suicídio; atos preparatórios; crime impossível).
• c) Proíbe-se a incriminação de simples estados
ou condições existenciais (punir o agente pelo
que ele é - direito penal do autor -, não por
aquilo que fez - direito penal do fato);
• d) Proíbe-se a incriminação de condutas
desviadas que não afetem qualquer bem
jurídico de terceiro (moralmente reprováveis
mas que não afetam bem jurídico de terceiro;
o movimento de secularização fez separação
entre Direito e Moral).
• PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL
• A adequação social destina-se precipuamente
ao legislador, orientando-o na escolha de
condutas a serem proibidas ou impostas, bem
como na revogação de tipos penais. (ex.:
adultério – revogado pela lei 11.106/2005).
• Serve também como um princípio
interpretativo da norma penal, de acordo com
a ordem social historicamente condicionada.
• PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADE
• De toda a gama de condutas proibidas e bens
protegidos pelo ordenamento jurídico, o
Direito Penal só se ocupa de uma pequena
parte.
• O seu caráter fragmentário é a consequência
da adoção dos princípios da intervenção
mínima, da lesividade e da adequação social.
• Somente uma pequena parte do ordenamento
jurídico que sofrerá a incidência do Direito
Penal.
• PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA (BAGATELA)
• Há tipicidade material quando ocorre um critério material de seleção do bem jurídico a ser
protegido, ou seja, quando a conduta é ofensiva a bens de relevo para o Direito Penal. Não se
concebe a existência de uma conduta típica que não afete um bem jurídico, já que os tipos penais não passam de manifestações de tutela jurídica destes bens.
• A afetação do bem jurídico pode se manifestar sob as formas de dano (ou lesão) e de perigo (ameaça de lesão).
• De acordo com a jurisprudência dos Tribunais
Superiores, o princípio da insignificância requer a presença de quatro requisitos (vetores) para ser considerado na tipificação penal:
• 1º - a mínima ofensividade da conduta do agente; • 2º - a inexistência de periculosidade social da
ação;
• 3º - o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento;
• 4º - a inexpressividade da lesão jurídica provocada.
• PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
• (RESERVA LEGAL E ANTERIORIDADE Artigo 5º, XXXIX, CRFB e Artigo 1º do CP).
• Desdobramentos do Princípio da Legalidade:
• Tipicidade - somente a prática de conduta prevista em lei pode caracterizar-se como infração penal.
• Anterioridade - a lei penal deve estar em vigor antes de o crime ser praticado.
• Taxatividade - a lei penal deve ser certa, não se admitindo descrições vagas e imprecisas da
• Lei Penal em Branco (primariamente
remetida).
• Conceito - é aquela em que a descrição da
conduta punível se mostra incompleta ou
lacunosa, necessitando de outro ato
normativo para sua integração ou
complementação .
• Para não haver ofensa à absoluta reserva de lei exigida pelo princípio da legalidade e incorrer em inconstitucionalidade, a lei penal em branco deve prever o núcleo essencial da conduta.
• Além disso, a previsão imperativa deve fixar com transparência os precisos limites de sua
integração por outro dispositivo legal, pois o caráter delitivo da conduta só pode ser
delimitado pelo poder competente. • ex.: Artigo 1º, p. único e art. 66 da lei
• Classificação:
• HETEROGÊNEAS (EM SENTIDO ESTRITO) ou PRÓPRIAS - o complemento é oriundo de fonte NORMATIVA diversa daquela que a editou.
• EX.: decreto, regulamento, portaria, etc
• HOMOGÊNEAS (EM SENTIDO AMPLO) ou IMPRÓPRIAS - o complemento é oriundo da mesma fonte de produção normativa.
• As normas penais em branco HOMOGÊNEAS se dividem em:
• HOMOVITELINAS o complemento é oriundo da mesma instância legislativa, ou seja, estão na mesma estrutura normativa.
• Ex.: artigo 304, CP (documento); artigo 312, CP (funcionário)
• HETEROVITELINAS o complemento é emanado de outra instância/estrutura normativa.
• Ex.: artigo 178, CP (warrant - Decreto
• LEI PENAL INCOMPLETA (secundariamente
remetida ou em branco às avessas ou ao revés
ou invertida), também chamada de lei penal
estruturalmente incompleta ou lei penal
imperfeita, pois prevê somente a preceito
incriminador, remetendo o preceito
secundário (sanção penal) a outro dispositivo
da própria lei ou em diferente texto legal.
• ex.: genocídio - lei 2889/56.
• ex.: art. 304, CP – É, ao mesmo tempo, lei
penal em branco e lei incompleta.
• TEMPO DO CRIME
• TEORIA DA ATIVIDADE - considera-se cometido
o crime no momento da ação ou omissão,
aplicando-se ao fato a lei vigorante neste
tempo - tempus regit actum (adotada no
artigo 4º, CP).
• Art. 4º
- Considera-se praticado o crime no
momento da ação ou omissão, ainda que
outro seja o momento do resultado.
• Regras do Direito Penal no conflito de leis no tempo:
• Art. 5º, XL, CR - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
• Art. 2º, CP - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime,
cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
• Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos
anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
• Abolitio criminis - descriminalização de
condutas (Artigo 2º, caput, CP) – retroage para
extinguir a punibilidade. (artigo 107, III do
CP).
• Novatio Legis incriminadora - lei nova que
torna penalmente ilícita conduta que antes
era permitida não retroage, em função da
anterioridade da lei penal.
• Súmula 513 STJ:
• A
abolitio criminis temporária prevista na Lei
n. 10.826/2003 aplica-se ao crime de posse de
arma de fogo de uso permitido
com
numeração, marca ou qualquer outro sinal de
identificação raspado
, suprimido ou
adulterado, PRATICADO SOMENTE ATÉ
23/10/2005.
• Jurisprudência do STJ
• A Lei n.º 10.826/03, nos art. 30 e art. 32,
determinou que os possuidores e
proprietários de armas de fogo não
registradas deveriam, sob pena de
responsabilidade penal, no prazo de 180
(cento e oitenta) dias após a publicação da Lei,
SOLICITAR O SEU REGISTRO
apresentando
nota fiscal de compra ou a comprovação da
origem lícita da posse
OU ENTREGÁ-LAS À
POLÍCIA FEDERAL.
• Entre 23/12/2003 e 23/10/2005, prazo
identificado como VACATIO LEGIS INDIRETA
pela doutrina, a simples conduta de possuir
arma de fogo e munições, DE USO PERMITIDO
(ART. 12) OU DE USO RESTRITO (ART.16), não
seria crime.
• A vacatio legis indireta tem aplicação, tão
somente, para os delitos de POSSE de arma de fogo ou munição, mas não incide no tocante à conduta do agente que for surpreendido
PORTANDO tais artefatos, o qual incorre nas
sanções do art. 14 do Estatuto do Desarmamento. • A posse de arma de fogo com a NUMERAÇÃO
RASPADA e munições, mesmo que de uso
permitido, é EQUIPARADA À POSSE DE ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO, para fins de
• A conduta imputada ao réu em
11/03/2009
equivale ao porte
de arma de fogo de uso
restrito, e, por consectário, deve ser
considerada típica
, pois o período de
entrega
e regularização
de tais armamentos se iniciou
em 23/12/2003 e foi encerrado em
23/10/2005, já que
AS ULTERIORES
PRORROGAÇÕES ABRANGERAM SOMENTE OS
POSSUIDORES DE ARMA DE FOGO E MUNIÇÃO
DE USO PERMITIDO
. Ordem denegada.
• (HC 219.900/MG, Rel. Ministro GILSON DIPP,
QUINTA TURMA, DJe 14/08/2012)
• ABOLITIO CRIMINIS TEMPORÁRIA
• A Lei n. 10.826/2003, com a alteração da Medida Provisória n. 174, de 18 de março de 2004
(convertida na Lei n. 10.884, de 17-06-2004), concedeu prazo de cento e oitenta dias após a publicação do respectivo regulamento, para que todos os possuidores e proprietários de armas não registradas procedessem aos respectivos
registros, apresentando Nota Fiscal de compra ou comprovação da origem lícita.
• Antes do decurso do referido lapso temporal, não se pode falar na existência do crime de posse
ilegal dessas armas, presumindo-se a boa-fé, ou seja, a ausência de dolo daqueles que as
possuam.
• Assim, tanto o art. 12 como o art. 16 do Estatuto tiveram sua vigência condicionada ao
encerramento do mencionado prazo.
• Há, portanto, um período intermediário, em que tais condutas não são alcançadas nem pela Lei n. 9.437/97, nem pela nova legislação.
• Tal período começa em 23 de dezembro de
2003,
data da entrada em vigor da maior
parte da Lei n. 10.826/2003, incluindo o seu
art. 23, que determinou a revogação expressa
da antiga Lei de Arma de Fogo, e se encerra
com o término do prazo de cento e oitenta
dias da publicação de seu Regulamento.
• Nesse interregno, nas palavras de FERNANDO
CAPEZ, “
a posse ilegal das armas de fogo de
uso permitido e restrito não são incriminadas
nem pela revogada Lei n. 9.437/97, nem pelos
arts. 12 e 16 da nova Lei. É um
paradisíaco
período de atipicidade
." (in Estatuto do
Desarmamento. Comentários à Lei 10.826/03,
Ed. Saraiva, 3ª edição, p. 73/74.)
• ABOLITIO CRIMINIS TEMPORÁRIA RETROAGE?
• DE ACORDO COM O STJ, SIM!
• Com base no art. 5.º, inciso XL, da Constituição Federal e no art. 2.º, do Código Penal, a abolitio criminis temporária deve retroagir para beneficiar o réu apenado pelo crime de posse de arma de
fogo seja de uso permitido ou restrito, com ou sem numeração suprimida, perpetrado na
• No caso dos autos, é atípica a conduta
atribuída ao Paciente, uma vez que a busca
efetuada em sua residência ocorreu em
08/04/1997, ou seja, antes do período de
abrangência
para o referido armamento, qual
seja, de 23 de dezembro de 2003 a 23 de
outubro de 2005, motivo pelo qual
se
encontra abarcada pela
EXCEPCIONAL
VACATIO LEGIS INDIRETA
prevista nos arts. 30
e 32 da Lei n.º 10.826/03.
• (HC 164.321/SP, QUINTA TURMA, DJe
28/06/2012)
• Segundo o STF, NÃO RETROAGE!
• A
Lei sobre prazo para registro de armas é
inaplicável a fatos fora de sua vigência.
• “Lei excepcional temporária não tem
retroatividade. Tem ultra-atividade em face da
regra do artigo 3º do Código Penal”. RE
• A ultra-atividade gravosa
• Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.
• Lei temporária é aquela que tem um período prefixado de duração. Delimita de antemão o lapso temporal em que estará em vigor.
• Lei excepcional é aquela que tem vigência enquanto persistirem determinadas
• Irretroatividade da Lei mais gravosa
• Se a lei posterior é mais gravosa - lex gravior
ou novatio legis in pejus - não retroagirá.
• Súmula 471 do STJ
• Os condenados por crimes hediondos ou
assemelhados cometidos antes da vigência da
Lei 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no
art. 112 da Lei 7.210/1984 (Lei de Execução
Penal) para a progressão de regime prisional.
• Retroatividade da lei mais benéfica - lex
mittior ou novatio legis in mellius
• De acordo com o artigo 5º, XL CRFB, "a lei
penal não retroagirá, salvo para beneficiar o
réu."
• SÚMULA 501 STJ
- É cabível a aplicação
retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o
resultado da incidência das suas disposições,
na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o
advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976,
• COMBINAÇÃO DE LEIS
• O entendimento pacífico do STJ e do STF é no sentido de que não cabe a combinação de leis, pois o juiz estaria criando uma terceira lei (tex
tertia), extrapolando sua competência e atuando como legislador, criando tipos penais híbridos. • Há, porém, parcela da doutrina que sustenta a
possibilidade de combinação de leis em favor do agente, a fim de fazer-se melhor distribuição da justiça no caso concreto, atendendo aos
princípios constitucionais da ultra-atividade e retroatividade da lei mais benéfica.
• LEI INTERMEDIÁRIA (SUCESSÃO DE LEIS)
• EXTRA-ATIVIDADE DA LEI MAIS BENÉFICA
• Se depois de praticado um fato, houver
sucessão de mais de uma lei, e a lei mais
benéfica situar-se no período intermediário,
essa terá aplicação com retroatividade, por ser
mais benéfica e terá ultra-atividade perante a
lei posterior (mais gravosa, que não poderá
retroagir).
• LUGAR DO DELITO
• TEORIA PURA DA UBIQUIDADE (ou mista ou
unitária)
• Art. 6º -
Considera-se praticado o crime no
lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no
todo ou em parte, bem como onde se
• O legislador brasileiro acolheu a
TEORIA DA
UBIQUIDADE
, que amplia a noção de lugar do
crime para incluir tanto aquele no qual se
verifica a conduta do agente, como aquele no
qual se verifica o resultado naturalístico (nos
crimes em que é exigido) ou ainda do bem
jurídico violado.
• Evita-se o inconveniente do conflito negativo
de jurisdição.
• A ampliação pode ocasionar o inconveniente
do duplo julgamento (no Brasil e no
estrangeiro), que pode ser resolvido pela regra
do artigo 8º, CP (ne bis in idem).
• Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro
atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo
crime, quando diversas, ou nela é computada,
quando idênticas.
• PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE (ART. 5º, CP)
• Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo
de convenções, tratados e regras de direito
internacional, ao crime cometido no território
nacional.
• Fundamento - Soberania de Estado - plenitude
(totalidade de competências sobre questões
da vida social; autonomia (rejeição de
influências externas); e exclusividade
(monopólio do poder nos limites do
território).
• TERRITÓRIO NACIONAL
• No sentido jurídico, território é o âmbito
espacial sujeito ao poder soberano do Estado.
• Efetivo ou real - superfície terrestre (solo e
subsolo), as águas territoriais (fluviais,
lacustres e marítimas) e o espaço aéreo
correspondente (o Brasil adota a teoria da
soberania sobre a Coluna atmosférica).
• obs.: mar territorial - 12 milhas (zona
econômica - 200 milhas).
• TERRITÓRIO POR EXTENSÃO OU FLUTUANTE -embarcações e aeronaves (art. 5º, § 1º, CP).
• ART. 5º, § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as
embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem,
respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
• ART. 5º, § 2º - É também aplicável a lei
brasileira aos crimes praticados a bordo de
aeronaves ou embarcações estrangeiras de
propriedade privada, achando-se aquelas em
pouso no território nacional ou em voo no
espaço aéreo correspondente, e estas em
porto ou mar territorial do Brasil.
• A regra da territorialidade se aplica de forma
TEMPERADA
"sem prejuízo de convenções,
tratados e regras de direito internacional".
• PRINCÍPIO DA PASSAGEM INOCENTE
• O princípio da passagem inocente é instituto
jurídico próprio do Direito Internacional
Marítimo e permite a uma embarcação de
propriedade privada, de qualquer nacionalidade,
o direito de atravessar o território de uma nação,
com a condição de não ameaçar ou perturbar a
paz, a boa ordem e a segurança do Estado
costeiro (artigo 19, da Convenção das Nações
Unidas sobre o Direito do Mar).
• Assim, os navios estrangeiros no mar territorial gozam do chamado "direito de passagem
inocente" (definida como contínua, rápida e
ordeira), pelo qual o Estado costeiro deve abster-se de exercer jurisdição civil ou penal sobre tais embarcações.
• Aplicado ao Direito Penal, o princípio permite que crimes cometidos dentro de navio estrangeiro, de passagem pelo país, não sejam julgados pela lei do país em trânsito, desde que não afetem um bem jurídico nacional.
• Ex.: um argentino agride um uruguaio a bordo de um navio de cruzeiro de bandeira grega, em mar territorial brasileiro.
• IMUNIDADE DIPLOMÁTICA
• Convenção de Viena (Dec. 56435/65, art. 31: o
agente diplomático gozará de imunidade de
jurisdição penal do Estado acreditado.)
• É causa pessoal de exclusão ou de isenção de
pena.
• Imunidade material - inviolabilidade (pessoal,
família, residência e pertences).
• A pessoa do agente diplomático é inviolável.
Não poderá ser objeto de nenhuma forma de
detenção ou prisão (art. 29).
• Imunidade formal - A imunidade de jurisdição de um agente diplomático no Estado acreditado não o isenta da jurisdição do Estado acreditante.
• O agente diplomático não é obrigado a prestar depoimento como testemunha.
• Trata-se de Matéria de Ordem Pública - deve ser declarada de ofício pelo juiz.
• O Estado acreditante pode renunciar à imunidade de jurisdição dos seus agentes diplomáticos. A
renuncia será sempre expressa (art. 32 da convenção).
• EXTRATERRITORIALIDADE (art. 7º, CP)
• I - Incondicionada - INCISO I - aplica-se a lei brasileira sem nenhuma condição (ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro - § 1º). • Princípios: da defesa (inciso I, alíneas a, b, c) e da
universalidade (inciso I, alínea d).
• II - Condicionada - INCISO II quando atendidos certos requisitos (§2º)
• Princípios da universalidade (inciso II, alínea a), da personalidade (II, "b" e §3º), da bandeira (II, c) e da defesa (§ 3º).
• Princípio Real, de defesa ou da proteção de interesses (art. 7º, I, "a", "b", "c", do CP):
• Aplica-se a lei penal do estado titular do bem jurídico lesado ou ameaçado, onde quer que o delito tenha sido cometido e qualquer que seja a nacionalidade de seu autor.
• Princípio da universalidade ou da justiça mundial ou Cosmopolita (art. 7º, I, "d" e II, "a", CP):
• Aplica-se a lei nacional a todos os fatos puníveis, como postulado de comunidade de interesses entre os Estados - ideal de justiça penal universal
• Princípio da Nacionalidade ou da personalidade:
• Aplica-se a lei penal do país de origem do sujeito ativo ou passivo, onde quer que ele se encontre.
• Nacionalidade Ativa - lei da nacionalidade do sujeito ativo (art. 7º, II, b, CP).
• Nacionalidade Passiva - lei da nacionalidade do sujeito passivo (art. 7, § 3º, CP).
• Princípio da representação, da bandeira ou do pavilhão (art. 7º, II, c, CP):
• Aplica-se a lei do Estado em que está registrada a aeronave ou a embarcação, ou cuja bandeira
ostenta, quando o delito ocorre no estrangeiro e aí não é julgado.
• LEI DE CONTRAVENÇÕES PENAIS (DL 3688/41)
• Art. 2° - A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional.
• REGRA: TERRITORIALIDADE DA LCP.
• Não há extraterritorialidade da lei de contravenções penais.
• Na Divergência entre o art. 2º, LCP e o art. 7º, CP, prevalece a especialidade da primeira.
• EXTRATERRITORIALIDADE DA LEI DE TORTURA
- art. 2º da Lei n° 9.455/97:
• “O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o
crime não tenha sido cometido em território
nacional, sendo a vítima brasileira ou
encontrando-se o agente em local sob
jurisdição brasileira”.
• DE ACORDO COM A DOUTRINA, a primeira
parte (sendo a vítima brasileira) configura
hipótese de
extraterritorialidade
• POLÊMICA QUANTO à segunda parte (crime de tortura praticado no estrangeiro encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira):
• 1ª corrente é caso de extraterritorialidade incondicionada para alguns autores (NUCCI, GABRIEL HABIB).
• 2ª corrente é caso de extraterritorialidade e
condicionada (CAPEZ, MARCELO AZEVEDO), uma porque a lei exige que o agente se encontre em lugar sob jurisdição brasileira e, a duas, porque as convenções condicionam a aplicação da lei à