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Perícia contábil trabalhista

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Academic year: 2021

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(1)

UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS,

ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

THAIS SCHEMMER DE OLIVEIRA

PERÍCIA CONTÁBIL TRABALHISTA NO SETOR BANCÁRIO

(Trabalho de conclusão de curso)

IJUI (RS)

2015

(2)

THAIS SCHEMMER DE OLIVEIRA

PERÍCIA CONTÁBIL TRABALHISTA

Trabalho de conclusão do curso apresentado no DACEC – Curso de Ciências Contábeis da UNIJUI, como requisito parcial para aprovação do componente curricular Pesquisa em Contabilidade II.

Prof. Orientador: TEODORO CLEBSCH - MSc

(3)

LISTA DE ABREVIATURAS A Art Artigo · 6, 7, 8, 15, 16, 17, 18, 19 C CFC

Conselho Federal de Contabilidade · 4, 5, 6, 7, 8, 11, 13

CLT

Consolidação das Leis do Trabalho · 17, 18 CPC

Código de Processo Civil · 10, 11, 12, 14, 16 CRC

Conselho Regional de Contabilidade · 15

D DNA

Àcido Desoxirribonucléico · 4

F FACDT

Fator de Atualização e Conversão · 1, 8

P PC

Princípios de Contabilidade · 5 PFC

Princípios Fundamentais de Contabilidade · 5 PP

Profissional Perito · 16

R RS

Rio Grande do Sul · 1, 2, 1, 22

T TP

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Perícia e Auditoria ... 12

Quadro 2: Variação do salário mínimo nacional ... 39

Quadro 3: Pisos salariais da categoria empregados de bancos do estado do Rio Grande do Sul ... 39

Quadro 4: Salário-base mensal auferido pela empregada no período não-prescrito - abril/2003 - agosto/2007 ... 40

Quadro 5: Jornada semanal, diária e mensal ... 43

Quadro 6: Comparativo salário-base-hora auferido pela empregada no período não - prescrito - abril/2003 - agosto/2007, com divisor de 180 horas/mês e 150 horas/mês. ... 43

Quadro 7: Cálculo do valor da hora-extra - período não-prescrito - abril/2003 - agosto/2007... 44

Quadro 8: Número de horas-extras diurnas devidas à reclamante (com direito à adicional de 50%) ... 46

Quadro 9: Valor das Horas Extras Trabalhadas no Período Não-Prescrito - Abril/2003 a Agosto/2007 ... 46

Quadro 10: Valores Nominais dos Débitos Trabalhistas Atualizados Até a Data de Elaboração do Laudo de Liquidação de Sentença - 01/10/2013 ... 49

Quadro 11: Reflexo da horas-extras em descanso semanal remunerado ... 51

Quadro 12: Reflexo do Valor das Horas-Extras em Férias com o Terço Constitucional ... 54

Quadro 13: Cálculo da Média de Horas-Extras por Período Aquisitivo ... 54

Quadro 14: Reflexo do Valor das Horas-Extras em Férias com o Terço Constitucional ... 55

Quadro 15: Valor Atualizado do Reflexo do Valor das Horas-Extras em Férias com o Terço Constitucional - Em 01/10/2013 ... 55

Quadro 16: Reflexos dos Valores de Horas-Extras em 13º Salários ... 56

Quadro 17: Reflexos dos Valores de Horas-Extras em Gratificação Semestral ... 57

Quadro 18: Reflexo das horas-extras em FGTS ... 58

Quadro 19: Cálculo do Adicional de Risco de Vida ... 59

Quadro 20: Cálculo dos Valores Devidos a Título de Intervalo Intrajornada ... 60

Quadro 21: Reflexos dos Intervalos Intrajornada em Repousos Semanais Remunerados ... 60

(5)

Quadro 22: Valores devidos a reclamante a título de intervalo intrajornada em férias

com o terço constitucional ... 61

Quadro 23: Reflexos dos Intervalos Intrajornada em 13º Salários ... 61

Quadro 24: Reflexos dos Intervalos Intrajornada em Gratificação Semestral ... 61

Quadro 25: Cálculo dos reflexos dos valores devido a reclamante a título de intervalo intrajornada em FGTS ... 62

Quadro 26: Valores Brutos Devidos à Reclamante ... 62

Quadro 27: Acordo na Justiça do Trabalho ... 64

Quadro 28: Desconto previdenciário da reclamante ... 65

Quadro 29: FPAS 736 ... 66

Quadro 30: Contribuição Previdenciária Devida pela Reclamada ... 66

Quadro 31: Desconto de imposto de renda na fonte ... 68

Quadro 32: Juros de Mora sobre os Débitos Trabalhistas ... 69

Quadro 33: Cálculo do percentual dos juros de mora sobre os débitos trabalhistas . 69 Quadro 34: Cálculo dos Valores da Assistência Judiciária e da Verba Honorária .... 70

Quadro 35: Resumo dos Valores Devidos à Reclamante ... 71

Quadro 36: Os valores devidos à Previdência Social em 01/10/2013 - data dos cálculos de liquidação de sentença - foram assim demonstrados: ... 71

(6)

LISTA DE APÊNDICES

APÊNDICE A - Cálculo do valor da hora-extra no período não-prescrito - abril/2003 - agosto/2007... 78 APÊNDICE B - - Valor das Horas Extras Trabalhadas no Período Não-Prescrito - Abril/2003 a Agosto/2007 ... 80 APÊNDICE C - A evolução do FACDT no período não prescrito – 14. 04.2003 a 08.08.2007 ... 82 APÊNDICE D – Valor das horas-extras atualizado ... 84 APÊNDICE E – Reflexo das horas-extras em descanso semanal remunerado ... 86

(7)

LISTA DE ANEXOS

ANEXO A - Número de horas-extras diurnas devidas à reclamante (com direito à adicional de 50%) ... 88 ANEXO B – Adicional de risco de vida ... 90 ANEXO C - Cálculo dos Valores Devidos a Título de Intervalo Intrajornada ... 92 ANEXO D – Reflexos dos Intervalos Intrajornada em Repousos Semanais Remunerados ... 94 ANEXO E – Tabela FPAS ... 96

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SUMÁRIO

1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 1

1.1 ÁREA DE CONHECIMENTO CONTEMPLADA ... 1

1.2 Caracterização do Processo ... 1 1.3 Problematização do tema ... 1 1.4 Objetivos ... 2 1.4.1 Objetivo geral ... 2 1.4.2 Objetivos específicos ... 2 1.5 Justificativa ... 3 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 4 2.1 Contabilidade ... 4 2.1.1 Objeto da Contabilidade ... 5 2.1.2 Finalidade da Contabilidade ... 5 2.1.3 Princípios de Contabilidade ... 5 2.2 Perícia Contábil ... 9

2.2.1 Classificação das Perícias ... 9

2.2.2 Características da Perícia Contábil ... 10

2.2.3 Prova Pericial Contábil ... 10

2.2.4 Quesitos ... 11

2.2.5 Laudo Pericial ... 11

2.2.6 Diferença entre Perícia Contábil e Auditoria Contábil ... 12

2.2.7 Perícia Judicial ... 13

2.2.8 Atribuições Legais do Perito ... 13

2.2.9 Responsabilidades Penais, Éticas, Profissionais e Legais do Profissional Perito ... 14

2.2.10Escusa, Recusa e Substituição do Perito Contador ... 16

(9)

2.3 PROCESSO TRABALHISTA ... 17

2.3.1 Processo Trabalhista: Da Petição Inicial a Liquidação de Sentença ... 17

2.3.2 Fase Preliminar da Execução: Liquidação de Sentença ... 18

2.3.3 A Perícia contábil do Juízo Trabalhista ... 19

3 METODOLOGIA DO ESTUDO ... 20

3.1 Classificação da pesquisa ... 20

3.2 Plano de coleta de dados ... 22

3.2.1 Instrumento de coleta de dados ... 22

3.3 Plano de análise e interpretação dos dados ... 22

4 ESTUDO APLICADO ... 23

4.1 O CASO ... 23

4.2 CARACTERIZAÇÃO DAS PARTES DO PROCESSO... 27

4.2.1 Caracterização da reclamante ... 27

4.2.2 Caracterização das reclamadas ... 29

4.3 a sentença de 1º grau – vara de trabalho, o acórdão de 2º grau – trt da 4ª região e o recurso de revista junto ao tst. ... 32

4.3.1 Preliminar de mérito na sentença de 1° grau - vara do trabalho: inépcia da petição inicial ... 34

4.3.2 Mérito na sentença de 1° grau - vara do trabalho ... 35

4.4 calculo de liquidação de sentença efetuado por perito-contador ... 38

4.4.1 Determinação do salário-base mensal ... 39

4.4.2 Determinação do salário – hora – base a cada mês ... 43

4.4.3 Determinação do valor da hora-extra a cada mês no período não prescrito – abril/2003 a agosto/2007 ... 44

4.4.4 Determinação do número de horas-extras devidas à reclamante ... 45

4.4.5 Determinação do valor nominal das horas-extras no período não prescrito – abril/2003 a agosto/2007 ... 46

(10)

4.4.6 Conversão dos valores nominais das horas-extras no período não

prescrito – abri/2003 a agosto/2007 em números de FADCT’s ... 47

4.4.7 Calculo do reflexo das horas-extras prestadas em repouso remunerado .. ... 49

4.4.8 Calculo do reflexo das horas-extras prestadas em férias com adicional de um terço constitucional ... 52

4.4.9 Cálculo do reflexo das horas-extras prestadas em 13º salario ... 55

4.4.10Cálculo do reflexo das horas-extras prestadas em gratificação semestral ... 56

4.4.11Calculo do reflexo de horas-extras prestadas em FGTS ... 57

4.4.12Calculo do adicional de risco de vida ... 59

4.4.13Cálculo dos Valores Devidos à Reclamante à Título de Intervalo Intrajornadas ... 59

4.4.14Calculo dos reflexos dos valores devidos a reclamante a título de intervalo intrajornada em repouso semanal remunerado ... 60

4.4.15Calculo dos reflexos dos valores devidos a reclamante a título de intervalo intrajornada em férias com o terço constitucional ... 60

4.4.16Calculo dos reflexos dos valores devidos a reclamante a título de intervalo intrajornada em 13º salários ... 61

4.4.17Calculo dos reflexos dos valores devidos a reclamante a título de intervalo intrajornada em gratificação semestral ... 61

4.4.18Calculo dos reflexos dos valores devido a reclamante a título de intervalo intrajornada em FGTS ... 62

4.4.19Valores brutos devidos a reclamante ... 62

4.5 DOS RECOLHIMENTOS PREVIDENCIARIOS E FÉRIAS ... 63

4.5.1 Contribuição previdenciária da reclamante ... 65

4.5.2 Contribuição previdenciária da reclamada ... 66

4.5.3 Retenção fiscal da reclamante ... 66

(11)

4.5.5 Da assistência judiciaria gratuita e dos honorários assistenciais ... 70

4.5.6 Resumo geral ... 70

CONCLUSÃO ... 72

(12)

INTRODUÇÃO

O presente trabalho consiste na apresentação de um estudo aprofundado sobre Perícia Contábil. Dentre as muitas temáticas abordadas no decorrer de todo o curso de Ciências Contábeis, está a Perícia Contábil, e foi esta área de interesse escolhida para elaboração deste Trabalho de Conclusão de Curso.

A Perícia Contábil somente pode ser realizada por Contador devidamente registrado no Concelho Regional de Contabilidade de seu Estado. No Laudo Pericial Contábil, o Perito-Contador, busca retratar a verdade sobre os fatos, os quais no caso, se traduzem em fatos contábeis permutativos, modificativos ou mistos, com base em pesquisas, investigações, vistorias, depoimentos das partes, entre outros. O parecer do Perito-Contador, expresso no Laudo, visa dar ao juiz, elementos técnico-científicos para que este possa tomar a decisão correta na sentença em que julga o litígio entre as partes autor e réu.

Este trabalho, primeiramente enfoca a contextualização do estudo, com a definição da área de estudo a ser contemplada, do problema, dos objetivos (gerais e específicos) e as justificativas para sua realização.

Num segundo momento, desenvolve-se a fundamentação teórica, com base na pesquisa bibliográfica.

E num terceiro momento, é apresentada a metodologia do trabalho, na qual se destaca a classificação da pesquisa e o plano de coleta de dados.

Por fim, o presente trabalho traz uma análise minuciosa do trabalho de um perito contador em um determinado processo, sabendo que a perícia contábil deve ser praticada por profissional devidamente registrado no Conselho Regional de Contabilidade (CRC), além de que o mesmo deve ser qualificado e ter conhecimento sobre a legislação vigente. Todos cálculos do processo foram refeitos de acordo com o que manda a legislação para verificar se foram elaborados corretamente. E depois é apresentado a bibliografia consultada.

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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Este capítulo trata da contextualização da área de conhecimento na qual esta pesquisa está inserida, que é a Perícia Contábil, com a aplicação pratica de uma reclamatória trabalhista.

1.1 ÁREA DE CONHECIMENTO CONTEMPLADA

A Contabilidade é uma Ciência social que tem como objeto de estudo as mutações no Patrimônio de uma entidade. A perícia contábil por sua vez, é a verificação de fatos ligados ao patrimônio, ela utiliza de procedimento técnico-científicos para a constatação de um fato e emissão do laudo pericial.

Perícia contábil é a verificação de fatos ligados ao patrimônio individualizado visando opinião, mediante questão proposta. Para tal opinião realizam-se exames, vistorias, indagações, investigações, avaliações, arbitramento, em suma todo e qualquer procedimento necessário a opinião. (SÁ, 2004 p. 14). A perícia contábil constitui o conjunto de procedimentos técnicos e científicos destinados a levar à instancia decisória elementos de prova necessários a subsidiar a justa solução do litigio, mediante laudo pericial contábil, em conformidade com as normas jurídicas e profissionais, e a legislação especifica no que for pertinente. (ZANNA, 2011 p. 53)

O presente Trabalho de Conclusão de Curso, será realizado na área de Perícia Contábil, se trata de uma liquidação de sentença em uma ação trabalhista, transitada em julgado na Vara de Trabalho de Ijuí – RS.

1.2 CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO

O presente trabalho, refere-se ao caso de uma Ação de Reclamatória Trabalhista transitado e julgado na Vara de Trabalho de Ijuí-RS. Tal processo envolve uma Instituição Financeira (réu) e um ex-empregado (reclamante). Serão omitidos os nomes das pessoas envolvidas, com intuito de preservação do princípio do sigilo profissional. Tal empregado foi admitido em 03/08/1992 e demitido em 08/08/2007, e para realização dos cálculos foi utilizado o FACDT 955,386028.

1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA

Nas grandes empresas hoje em dia, com ponto eletrônico, legislação a ser cumprida e sistema contábil para geração da folha de pagamento, torna-se cada vez mais difícil a sonegação ou então cálculo errado dos direitos e benefícios que o colaborador deve receber.

(14)

Mas pelo grande número de funcionários ou ex-funcionários que sentem a necessidade de recorrer à justiça para reaver valores devidos, ainda há algumas lacunas a serem preenchidas, as vezes por falhas no sistema e outras por falta de coerência por parte dos empregadores.

O fato de haver uma série de fatos jurídicos envolvendo instituições financeiras, sendo que as mesmas possuem capacidade de manter um controle sobre os direitos previdenciários e trabalhistas de seus funcionários, e também, quanto aos horários e remunerações dos bancários ser algo mais peculiar, se faz necessária uma análise crítica sobre uma petição e sua sentença.

Então pode-se questionar: qual foi a reclamatória apresentada pelo empregado, se a mesma possui coerência, quais foram os passos tomados pelo contador para chegar ao laudo e qual a resposta da empresa, então, após todas essas analises ter a certeza de que a decisão foi correta?

1.4 OBJETIVOS

Os objetivos do presente trabalho estão divididos em objetivos gerais e objetivos específicos.

1.4.1 Objetivo geral

Utilizar o conhecimento obtido com este trabalho de pesquisa para demonstrar como um perito contador desenvolve seu trabalho pericial, identificando as técnicas utilizadas e a legislação trabalhista e processual que se refere ao assunto.

1.4.2 Objetivos específicos

Entre os objetivos específicos estão:

 Revisar a bibliografia pertinente a Perícia Contábil Trabalhista;

 Analisar o processo em estudo;

 Rever os procedimentos aplicados ao processo;

 Consultar a legislação trabalhista, previdenciária e fiscal;

 Diagnosticar os motivos para a reclamatória;

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1.5 JUSTIFICATIVA

A presente pesquisa se justifica pela necessidade de aperfeiçoamento do contador e consequentemente da qualidade dos serviços periciais contábeis, frente a crescente demanda, pois há um vasto mercado de trabalho para novos contadores que optarem por seguir na área.

Este trabalho pode auxiliar para esclarecimento de dúvidas, tanto por parte da empresa (reclamada) e do reclamante. Onde a revisão dos cálculos e das conclusões do laudo pericial em estudo irão evidenciar a realidade dos fatos.

Visto que o assunto é de grande relevância e não há muitos trabalhos realizados na área, faz-se necessária a abordagem de tal assunto.

A Perícia Contábil, é encontrada em apenas uma disciplina no curso de Ciências Contábeis da UNIJUI, sendo que o Perito Contador deve possuir um conhecimento aprofundado da legislação vigente. Por isso, para mim tal pesquisa terá a importância de aumentar meus conhecimentos sobre esta temática, onde após a conclusão do curso haverá um mercado muito interessante onde deverei ter conhecimento tanto da legislação quanto de casos práticos para poder praticar minha atividade com eficiência.

(16)

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Nesta etapa do trabalho, apresenta-se a fundamentação teórica, com base na pesquisa bibliográfica e com a finalidade de fundamentar o tema proposto para este trabalho.

2.1 CONTABILIDADE

Contabilidade é uma ciência social, que estuda, controla e observa as variações quantitativas e qualitativas ocorridas no patrimônio das entidades, através de suas técnicas, regras e normas, com o objetivo de gerar informações para a tomada de decisões. Conceitua Basso assim a contabilidade, como ciência e como técnica:

Entendemos que Contabilidade, como conjunto ordenado de conhecimentos, leis, princípios e métodos de evidenciação próprios, é a ciência que estuda, controla e observa o patrimônio das entidades no seu aspecto quantitativo (monetário) e qualitativo (físico) e que, como conjunto de normas, preceitos e regras gerais, se constitui na técnica de coletar, catalogar e registrar os fatos que nele ocorrem, bem como de acumular, resumir e revelar informações de suas variações e situações, especialmente de natureza econômica e financeira. (BASSO, 2011 p. 26).

A Norma Brasileira de Contabilidade – NBC T1, aprovada pela Resolução CFC nº 785/95 dá o seguinte conceito de contabilidade, como ciência social:

A Contabilidade, na sua condição de ciência social, cujo objeto é o patrimônio, busca, por meio da apreensão, da quantificação, da classificação, do registro, da eventual sumarização, da demonstração, da análise e relato das mutações sofridas pelo patrimônio da entidade particularizada, a geração de informações quantitativas e qualitativas sobre ela, expressas tanto em termos físicos, quanto monetários.

“A contabilidade pode ser definida de diversas formas. Numa visão geral, contabilidade é uma ciência, uma disciplina, um ramo de conhecimento humano, uma profissão que tem por objetivo o estudo dos fenômenos patrimoniais. ” (CREPALDI, 2003 p. 16). Santos e Gouveia conceituam a contabilidade como uma arte:

Contabilidade é a arte de obter, registrar, acumular e interpretar todas as situações que afetam e impactam a situação financeira, econômica e patrimonial de qualquer entidade, seja ela pessoa física, ou jurídica de qualquer tipo, é o coração, o DNA da nossa ciência. A ciência Contábil. (SANTOS, 2006 p. 2)

Contabilidade é uma arte. É a arte de registrar todas as transações de uma companhia, que possam ser expressas em termos monetários. E é também a arte de informar os reflexos dessas transações na situação econômico-financeira dessa companhia. (GOUVEIA, 1982 p. 1).

(17)

2.1.1 Objeto da Contabilidade

Tem-se por objeto de estudo da contabilidade o patrimônio da entidade. Basso esclarece assim o objetivo da contabilidade:

O Objeto da contabilidade é o patrimônio, geralmente constituído por um conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma determinada entidade. O patrimônio é enfocado pela contabilidade sob dois aspectos básicos: a) Aspecto Qualitativo – considera bens, direitos e obrigações do ponto de vista de sua natureza, como a composição física individual e a natureza jurídica de cada elemento b) Aspecto Quantitativo – considera bens, direitos e obrigações do ponto de vista monetário intrínseco, isto é, considera os elementos patrimoniais como expressão de valor econômico, o que torna os elementos heterogêneos do patrimônio em homogêneos (unidade monetária de uso comum). (BASSO, 2011 p. 27)

Para Franco (1991 p. 21): “O patrimônio é o objeto da contabilidade, isto é, constitui a matéria sobre a qual se exercem as funções contábeis. ”

2.1.2 Finalidade da Contabilidade

Para Basso (2011 p. 28): “A finalidade básica da contabilidade é gerar informações de ordem física, econômica e financeira sobre o patrimônio, com ênfase para o controle e o planejamento – processo decisório. ”

Franco descreve assim a finalidade da contabilidade:

A finalidade da contabilidade é registrar, controlar e demonstrar os fatos ocorridos no patrimônio, objetivando fornecer informações sobre sua composição e variações, bem como sobre o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial. (FRANCO, 1991 p. 22).

Para Sá (2005 p. 28): “a contabilidade estuda sob que condições os fenômenos patrimoniais das aziendas ocorrem, com a finalidade fundamental de ensejar conhecimento para aferir e ensejar a consecução da eficácia (e que é a satisfação plena da necessidade aziendal). ”

2.1.3 Princípios de Contabilidade

A Resolução CFC nº 1.282/10 atualiza e consolida dispositivos da Resolução CFC n.º 750/93, que dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade.

No art. 1º da Resolução CFC nº 1.282/10 está estipulado que os “Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC)”, citados na Resolução CFC n.º 750/93, passam a denominar-se “Princípios de Contabilidade (PC)”.

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Os Princípios de Contabilidade representam o núcleo central da própria Contabilidade na sua condição de Ciência Social, sendo a ela inerentes. Os princípios constituem sempre as vigas-mestras de uma ciência revestindo-se dos atributos da universalidade e veracidade, conservando validade em qualquer circunstância. No caso da contabilidade, seus princípios fundamentais valem para todos os patrimônios, independente da entidade a que pertençam, das finalidades para quais sejam usados, da forma jurídica para qual estejam revestidos, ou da sua localização, expressividade e quaisquer outros qualificativos, desde que gozem da condição de autonomia em relação aos demais patrimônios existentes. (BASSO, 2011 p. 349)

Conforme Sá (2005 p. 87): “Cada um desses princípios fundamenta-se em razões logicas, visando a produzir normas competentes para que a informação possa ser confiável. ”

Santos vê os princípios da contabilidade como premissas da ciência contábil:

Os princípios fundamentais da contabilidade são premissas da ciência contábil, os conceitos que guiam o seu objetivo (gerar informações) e o seu objeto (patrimônio da entidade). Ter conhecimentos sólidos desses princípios é passo fundamental para o domínio da contabilidade. (SANTOS, 2006 p. 14)

2.1.3.1 Princípio da Entidade

O artigo 4º, caput e parágrafo único, da Resolução do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) nº 750/93 conceitua o princípio da entidade:

Art. 4º O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

Numa Reclamatória Trabalhista, confrontam-se em litígio duas entidades contábeis, reclamante e reclamado, com patrimônios individualizados, ambos com direitos e obrigações, reconhecidos na sentença transitada em julgado.

2.1.3.2 Princípio da Continuidade

O art. 5º da Resolução CFC nº. 750/93 com redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10, dispõe: “O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância. ”

Sá fornece a razão do princípio da continuidade:

O que o princípio consagra é a necessidade de objetivar-se a duração da azienda porque isto é relevante para que ela seja considerada como célula viva, em declínio ou em extinção. Uma empresa que decai não pode ter

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atribuição de valores semelhantes aos de uma que prospera. Se a empresa inicia, transforma-se, divide-se, associa-se, prospera, definha, liquida-se, todas essas coisas evidenciam estados especiais que se ligam a uma condição de vida, de saúde do empreendimento. (SÁ, 2005 p. 92)

2.1.3.3 Princípio da Oportunidade

O Princípio da Oportunidade é definido pela Resolução CFC nº. 750/93 com a redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10 assim:

Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas. Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação.

Sá (2005 p. 93), esclarece o propósito do Princípio da Oportunidade: “O que o princípio procura evidenciar é que, com relação ao patrimônio das aziendas, tudo se deve registrar e sempre o devido tempo. Abrangência e instantaneidade são bases consagradas, no caso. ”

2.1.3.4 O Princípio do Registro pelo Valor Original

A Resolução CFC nº 1.282/10, art. 3º, que altera a Resolução nº 750/93, dispõe no art. 7º sobre o princípio do registro pelo valor original:

Art. 7º O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional.

§ 1º As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas:

I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações; e

II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores:

a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis; b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da Entidade;

c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo

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valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade;

d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e

e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais.

Basso (2011 p. 363) dá uma definição sobre este Princípio: “O princípio do registro pelo valor original determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expresso em moeda nacional. ”

2.1.3.5 Princípio da Atualização Monetária

A Resolução CFC nº. 750/93, Art. 8º, determina que: “Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis através do ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. ”

Tal princípio foi revogado pela Resolução CFC nº. 1.282/10, porém a atualização monetária é de extrema importância para a execução de uma Ação Reclamatória Trabalhista, em que os valores devidos ao reclamante são atualizados por meio da aplicação do Fator de Atualizações e Correções de Débitos Trabalhistas (FACDT), visando a recomposição do poder de compra das verbas devidas.

2.1.3.6 Princípio da competência

No artigo 9º da Resolução CFC nº. 750/93, com a nova redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10, é descrito a aplicação na Contabilidade do Princípio da Competência:

Art. 9º O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento. Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas.

2.1.3.7 Princípio da Prudência

O Princípio da Prudência é definido no art. 10 da Resolução CFC nº. 750/93, com a redação alterada pela Resolução 1.282/10:

Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das

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mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. (...) Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais.

No âmbito da Perícia Contábil, o profissional deve ter muita precaução nas decisões tomadas e ter certeza das informações utilizadas. Sá vê esse princípio como um recurso diante das incertezas:

Tal princípio consagra as reservas ocultas porque todas as vezes que se diminui o valor do ativo ou se aumenta o do passivo, cria-se uma reserva oculta. Esta razão de só admitir-se o uso de tal recurso diante de incertezas e com a observação de todos os demais princípios, adotando-se, pois, máxima cautela. (SÁ, 2005 p. 97)

2.2 PERÍCIA CONTÁBIL

A Norma Brasileira de Contabilidade Técnica - Profissional NBC TP 01, de fevereiro de 2015, dá o conceito de Perícia Contábil no item 2:

A perícia contábil constitui o conjunto de procedimentos técnico-científicos destinados a levar à instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar a justa solução do litígio ou constatação de fato, mediante laudo pericial contábil e/ou parecer técnico-contábil, em conformidade com as normas jurídicas e profissionais e com a legislação específica no que for pertinente.

Para Alberto (2002 p. 48) o conceito de perícia contábil é: “um instrumento técnico-cientifico de constatação, prova ou demonstração quanto a veracidade da situação, coisa ou fato oriundo das relações, efeitos e haveres que fluem do patrimônio de quaisquer entidades. ”

Por sua vez Sá conceitua assim a perícia contábil:

A perícia contábil é uma verificação de fenômenos ligados a riqueza patrimonial das empresas e instituições, com o objetivo de emitir uma opinião, mediante questão proposta. Tem como finalidade produzir orientação sobre decisão ou entendimento de fatos, oferecendo força de prova ou convicção sobre acontecimentos ocorridos ou por ocorrer, em relação a riqueza individualizada. (SÁ, 2005 p. 199)

2.2.1 Classificação das Perícias

A perícia pode ser classificada como Perícia Judicial, Administrativa e Especial. Sá da exemplos desses tipos de perícia:

É exemplo de perícia judicial a verificação de uma empresa para que o juiz possa homologar a concordata que ela pediu. Exemplo de uma Administrativa

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é a verificação contábil para apurar corrupção. Exemplo de uma especial é a perícia que se faz para a fusão de sociedades. (SÁ, 2011 p. 8)

2.2.2 Características da Perícia Contábil

Segundo Sá (2004 p. 3): “A característica fundamental da tecnologia contábil da perícia é a especificidade, ou seja, possuir um objeto determinado, requerido, para que possa gerar uma opinião abalizada em matéria contábil. ”

Alberto explica alguns aspectos gerais da perícia contábil:

A perícia se reveste de alguns aspectos gerais que a caracterizam: a) surge de um conflito latente e manifesto que se quer esclarecer;

b) constata, prova ou demonstra a veracidade de alguma situação, coisa ou fato;

c) fundamenta-se em requisitos técnicos, científicos, legais, psicológicos, sociais e profissionais; e

d) deve materializar, segundo forma especial, à instancia decisória, a transmissão da opinião técnica ou cientifica sobre a verdade fática, de modo que a verdade jurídica corresponda àquela. (ALBERTO, 2002 p. 20)

2.2.3 Prova Pericial Contábil

O Código de Processo Civil (CPC), institui pela Lei Federal n° 5.869/73 no art. 420 dispõe que: “A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação. ”1

A prova pericial transforma a verdade em certeza, da validade ao estudo, fundamenta a sentença.

Maia Neto esclarece a natureza da prova pericial:

A prova é algo material ou imaterial, por meio da qual o indivíduo se convence a respeito de uma verdade ou de sua ausência. A prova válida é a maneira pela qual cada um de nós atinge a certeza do que seja verdadeiro ou não verdadeiro(...), o conhecimento da verdade depende do método de investigação aplicado em cada caso. Como consequência temos que métodos mais adequados e mais inteligentes de investigação conduzem o perito a conclusões mais precisas, mais criveis e mais verdadeiras. (...) quanto mais clara e evidente for a prova, mais fácil será para o indivíduo convencer-se da certeza que ela transmite. (MAIA NETO, 2005 p. 14).

Santos, Schmidt, Gomes (2006, p.99) definem assim prova pericial: “Prova é o conjunto de dados e elementos capazes de gerar a convicção do juiz quanto à existência de determinado fato jurídico. A prova pericial somente é superada pela confissão da parte. ”

A prova é algo material ou imaterial, por meio da qual o indivíduo se convence a respeito de uma verdade ou de sua ausência. A prova válida é a maneira pela qual cada um de nós atinge a certeza do que seja verdadeiro, o conhecimento da verdade depende do método de investigação aplicado em

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cada caso. Como consequência temos métodos mais adequados e mais inteligentes de investigação que conduzem o perito a conclusões mais precisas, mais criveis e mais verdadeiras. Quanto mais clara e evidente for a prova, mais fácil será para ao indivíduo convencer-se que ela transmite. (ZANNA, 2005 p. 46)

2.2.4 Quesitos

De acordo com o art. 426 do CPC – Lei 5869/732: “Compete ao juiz: I - Indeferir quesitos pertinentes;

II – Formular os que entender necessários ao esclarecimento da causa. ”

Quesitos são as perguntas formuladas pelos advogados das partes e pelo Juiz para esclarecimento das dúvidas, para elaboração da sentença final. O perito deve observar as perguntas e suas referidas respostas para elaboração do laudo pericial.

Hoog esclarece o momento oportuno da apresentação dos quesitos:

O normal é que os quesitos sejam apresentados e deferidos antes da proposta de honorários, para que o Sr. Perito posa mensurar o número de horas a serem gastas. Mas, é possível que os quesitos sejam apresentados a qualquer tempo. Portanto, interessante solicitar ao Exmo. Juiz que sejam apresentados antes da proposta dos honorários. Durante a diligencia, as partes podem apresentar quesitos suplementares (CPC 425), porem somente antes da apresentação do laudo, não podendo os mesmos ampliarem o objetivo da perícia. (HOOG, 2008 p. 139)

Para Zanna (2011 p. 237): “Quesitos são perguntas formuladas não autos com a intenção de, pelas respostas a elas oferecidas pelo expert, as dúvidas, as controvérsias e as contas possam ser esclarecidas, se possível, de forma cabal ou taxativa.”

A NBC TP nº 01, aprovada pela Resolução CFC 1.243/09 e modificada pela Lei nº 12.249/10, dá o conteúdo de laudo pericial no item 69:

O perito deve observar as perguntas efetuadas pelo juízo e/ou pelas partes, no momento próprio dos esclarecimentos, pois tal ato se limita às respostas a quesitos integrantes do laudo ou do parecer e às explicações sobre o conteúdo da lide ou sobre a conclusão.

2.2.5 Laudo Pericial

A NBC TP nº 01, aprovada pela Resolução CFC 1.243/09 e modificada pela Lei nº 12.249/10, nos dá o conceito de laudo pericial contábil e de parecer técnico-contábil no item 48:

O laudo pericial contábil e o parecer técnico-contábil são documentos escritos, nos quais os peritos devem registrar, de forma abrangente, o conteúdo da perícia e particularizar os aspectos e as minudências que

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envolvam o seu objeto e as buscas de elementos de prova necessários para a conclusão do seu trabalho.

O laudo é o parecer técnico emitido pelo perito contador, no qual o mesmo relata sua opinião sobre determinada situação e os dados que verificou. É em cima do laudo que será decidida a sentença.

Conforme Zanna (2011 p. 42): “[...] o objetivo do laudo é dar a conhecer a opinião técnica de especialistas sobre a matéria objeto das controvérsias que deram causa a investigação dos fatos, seja no âmbito da Justiça ou fora dela [...]”

Alberto conceitua desta forma o laudo pericial contábil:

É a forma pura de expressão da perícia, eis que é esta espécie predominante nas aplicações da perícia contábil. Além de atender integralmente as características básicas já expostas, o laudo pericial deve decorrer da necessidade primeira de se examinar a veracidade ou não da matéria conflituosa que lhe é colocada. (ALBERTO, 2009 p. 12)

2.2.6 Diferença entre Perícia Contábil e Auditoria Contábil

Para Santos et al. (2006, p.45): “A principal diferença entre a auditoria e a perícia é a de que esta trabalha a totalidade dos fatos, enquanto a auditoria trabalha com uma amostragem dos fatos. ” E Sá ilustra assim as diferenças entre perícia contábil e auditoria contábil:

Perícia contábil não é o mesmo que auditoria contábil. Variam quanto a natureza das causas e efeitos, de espaço e de tempo. A perícia serve a uma época, a um questionamento, a uma necessidade; a auditoria tende a ser a necessidade constante, atingindo um número muito maior de interessados, sem necessidade de rigores metodológicos tão severos, basta dizer que a auditoria consagra a amostragem e pericia a repele, como critério habitual. A auditoria tem como objetivos normais a maior abrangência, a gestão como algo em continuidade, enquanto a perícia se prende a especificidade, tem caráter de eventualidade, só aceita o universo completo para produzir opinião como prova e não como conceito. (SÁ, 2011 p. 17)

Hoog (2008 p. 106) apresenta as principais características de auditoria e pericia em um quadro comparativo:

Quadro 1: Perícia e Auditoria

PERÍCIA AUDITORIA

1 – Executada somente por pessoa física, na esfera judicial, pois depende de um profissional de nível universitário (CPC, art. 145). E tem autoridade e independência de juízo acadêmico concedido pelo juiz. Responde civil e criminalmente pelo resultado de sua opinião. Pode ser realizado por pessoa jurídica quando extrajudicial, hipótese do art. 8º da lei 404/76.

1 – Pode ser executado tanto por pessoa física quanto por pessoa jurídica. Não tem autoridade; é um prestador de serviço contratado pela empresa com independência e responsabilidade civil e criminal sobre a opinião.

2 – A perícia serve a uma época, questionamento especifico, por exemplo, apuração de haveres na dissolução de sociedade.

2 – Tende a necessidade constante, como exemplo: auditoria de balanço, repetindo-se anualmente.

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3 – A perícia se prende ao caráter cientifico de uma prova com o objetivo de esclarecer controvérsias. Não se repete, é especifica.

3 – Auditoria se prende a continuidade de uma gestão, parecer sobre atos e atos contábeis. É continua e repetitiva

4 – É especifica, restrita aos quesitos e pontos controvertidos, especificados pelo condutor judicial

4 – Pode ser especifica ou não, exemplo: auditoria de Recursos Humanos, ou em toda empresa

5 – Sua análise é irrestrita e abrangente 5 – Feita por amostragem; observa os atóis e fatos mais significativos pela sua relevância. 6 – Objetivo do Trabalho: emissão de Laudo

Pericial

6 – Objetivo do Trabalho: emissão de parecer de auditoria, relatório de auditoria para orientação preventiva ou corretiva

7 – Usuário do serviço: as partes e principalmente a justiça

7 – Usuários de serviço: sócios, investidores e administradores.

8 – As normas técnicas são: Resolução CFC nº1.243/09; Resolução CFC nº 1.244/09.

8 – A normas técnicas são:

Resolução CFC 820/97: Trata das normas de Auditoria Independente;

Resolução CFC 821/97: Trata das normas de Profissional do Auditor Independente;

Resolução CFC 915/01: Trata das normas profissionais e sigilos;

Resolução CFC 932/02: Trata da revisão externa pelos pares;

Resolução CFC 981/03: Trata da relevância da auditoria.

9 – O seu Objeto é a prova de um ato ou ato. 9 – O seu objeto é a segurança dos controles internos.

Fonte: HOOG, 2006, p.106.

2.2.7 Perícia Judicial

Perícia Judicial é aquela realizada dentro dos procedimentos processuais da justiça, por determinação ou necessidade dos seus agentes.

Alberto conceitua assim a perícia judicial:

A perícia judicial é aquela realizada dentro dos procedimentos processuais do Poder Judiciário, por determinação, requerimento ou necessidade de seus agentes ativos, e se processa segundo regras legais especificas. Esta espécie de perícia subdivide-se, segundo suas finalidades precípuas no processo judicial, em meio de prova ou arbitramento. (ALBERTO, 2009 p. 38)

O novo código de processo civil, instituído pela Lei Federal n° 13.105/15 alterou esta redação, dispondo no art. 465: “O juiz nomeara perito especializado no objeto da perícia e fixara de imediato o prazo para a entrega do laudo. ”

2.2.8 Atribuições Legais do Perito

O campo de atuação do Perito Contador envolve dois assuntos, Contabilidade e Direito, nos quais ele deve ter domínio, pois o mesmo é o profissional de confiança do juiz.

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O art. 139 do CPC, instituído pela Lei nº 5.869/73 dispõe: “São auxiliares do juízo, além de outros, cujas atribuições são determinadas pelas normas de organização judiciaria, o escrivão, o oficial da justiça, o perito, o depositário, o administrador e o interprete. ”

O novo código de processo civil, instituído pela Lei Federal 13.105/15 alterou esta redação dispondo no art. 149:

Art. 149. São auxiliares da Justiça além de outros cujas as atribuições sejam determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça o perito, o depositário o administrador, o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor, o contabilista e o regulador de avarias.

Santos, Schmidt e Gomes destacam a confiança do juiz que o perito judicial deve ter:

O perito contábil é escolhido mais pelo fator “confiança” de quem o indica, do que propriamente pela sua capacidade profissional. Todavia, para que o perito adquira ‘confiança’, é necessário que ele demonstre a sua competência profissional. A perícia é um trabalho individual, ou seja, a nomeação de perito se dá em relação a determinado profissional, ou pessoa jurídica. (SANTOS, SCHMIDT, GOMES, 2006, p. 26)

2.2.9 Responsabilidades Penais, Éticas, Profissionais e Legais do Profissional Perito

Segundo Santos et al. (2006, p.35): “O profissional Perito deve ser pautado por algumas responsabilidades, dentre as quais estão as responsabilidades: Penais, Éticas, Profissionais e Legais. ”

Hoog discorre sobre a responsabilidade civil, subjetiva e objetiva do perito ou contador:

A responsabilidade civil subjetiva está ancorada a um dano causado diretamente pelo Perito ou Contador, em função de ato doloso ou culposo onde deve estar presente os seguintes rudimentos: 1. A ação praticada pelo Perito/Contador deve estar comprovada, ou a sua omissão provada; por exemplo: deixar de entregar o laudo no prazo, sem motivo ou laudo errado induzindo a uma sentença errada. 2. O dano deve estar provado, mensurado e fundamentado como um elo de ligação, causalidade entre ação/omissão e danos. 3. O dolo, ou a culpa deve estar presente. A responsabilidade objetiva decorre da ausência da ação dolosa ou culposa; não é necessário que se caracterize a culpa do Perito/Contador, causador responsável pelo dano, esta é presumível e decorrente dos riscos da atividade ou indiligência, ficando assegurada o direito da ação regressiva. (HOOG, 2008 pp. 65-66)

Dispõe do art. 147 do CPC instituído pela Lei nº 5.869/73: “O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas, responderá pelos prejuízos que causar à parte, ficara inabilitado, por 2 (dois) anos, a funcionar em outras pericias e incorrerá na sanção que a lei penal estabelecer. ”

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O novo código de processo civil instituído pela Lei Feral 13.105/15, tornou mais severa penalidade, dispondo:

Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa prestar informações inverídicas respondera pelos prejuízos que causa a parte e ficará inabilitado para atuar em outras pericias no prazo de 2 (dois) e 5 (cinco) anos, independentemente das demais sanções previstas em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao respectivo órgão de classe para adoção das medidas que entender cabíveis.

Santos, Schmidt e Gomes distinguem a capacidade legal, profissional, ética e moral do bacharel em ciências contábeis:

A capacidade Legal é a que lhe é conferida pelo título de bacharel em ciências contábeis e o seu registro no CRC. Já a capacidade profissional é caracterizada por: conhecimento teórico da sua área, conhecimento prático das tecnologias, experiência em pericias, perspicácia, perseverança, sagacidade, conhecimento geral em ciências afins; índole criativa e intuitiva. A capacidade ética é a estabelecida no código de ética do profissional contador, emitida pelo Conselho Federal de Contabilidade. Já a capacidade moral é a que se estriba na virtude das atitudes pessoais do profissional. [...] Finalmente, é necessário possuir diversas virtudes, entre as quais se destacam: a honestidade, o caráter, a personalidade, a imparcialidade, o equilíbrio emocional e, principalmente, obediência irrestrita e incondicional aos princípios da ética e da moral. (SANTOS, SCHMIDT, GOMES, 2006, p. 35)

Os artigos 342 e 343 do Código Penal (CP), instituído pelo Decreto-lei 2.848 de 07 de dezembro de 1940 dispões sobre falso testemunho ou falsa perícia:

“Falso testemunho ou falsa perícia. Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou

negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral:

§ 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado

mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta.

§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que

ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.

Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação: Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta. “

Há grande diferença entre erro e fraude. Erro é algo involuntário, que passa despercebido. A fraude é um erro proposital, planejado com a intensão de causar algum dano. A fraude pode ocorrer com alteração de dados ou omissão dos mesmos, falsificação de documentos, entre outras formas. Esclarece Sá:

O erro e um vício voluntario, de escrituração e ou de demonstrações, contábil. Diferencia-se, pois, de fraude. Existem erros de inversões de números, de repetição de registros, de transposição de saldos de contas, de classificação de contas, de somas, de omissão de registros, etc. [...] Sendo um erro

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relevante, muitas vezes nem menção merece, se, todavia, influi substancialmente nas conclusões, precisa ser evidenciado e declaradas as influencias que provocou. (SÁ, 2011 p. 13)

2.2.10 Escusa, Recusa e Substituição do Perito Contador

O perito pode, no caso de não possuir domínio do assunto, ou no caso de sua atuação se tornar suspeita, ou ainda por falta de tempo, recusar o caso, bem como podem as partes recusá-lo.

Dispõe o art. 146, caput e parágrafo único e os artigos 423 e 424, caput e parágrafo único do CPC, instituído pela Lei nº 5.869/73:

Art. 146. O perito tem o dever de cumprir o ofício, no prazo que Ihe assina a lei, empregando toda a sua diligência; pode, todavia, escusar-se do encargo alegando motivo legítimo. Parágrafo único. A escusa será apresentada dentro de 5 (cinco) dias, contados da intimação ou do impedimento superveniente, sob pena de se reputar renunciado o direito a alegá-la.3

Art. 423. O perito pode escusar-se (art. 146), ou ser recusado por impedimento ou suspeição (art. 138, III); ao aceitar a escusa ou julgar procedente a impugnação, o juiz nomeará novo perito.4

Art. 424. O perito pode ser substituído quando: I - carecer de conhecimento técnico ou científico; II - sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que Ihe foi assinado. Parágrafo único. No caso previsto no inciso II, o juiz comunicará a ocorrência à corporação profissional respectiva, podendo, ainda, impor multa ao perito, fixada tendo em vista o valor da causa e o possível prejuízo decorrente do atraso no processo.5

“É também, licito às partes recusar o perito do juiz por suspeição, mas deverão provar os motivos da não aceitação do mesmo. ” (SÁ, 2011 p. 70).

2.2.11 Honorários Periciais

Os honorários periciais são o pagamento, que se faz ao perito-contador e ao perito-contador assistente, para proferir seu laudo a respeito do processo.

Hoog esclareceu como são fixados os honorários periciais:

Os honorários são a remuneração do perito e do assistente pelos serviços prestados. No entanto, consideramos ser uma parte muito delicada no relacionamento com o cliente, pois é neste momento que o perito estima a remuneração e apresenta ao juízo a sua proposta, porém é possível que a parte responsável pelo deposito venha a questiona-lo, alegando que estão caros, que o cliente não pode arcar com o ônus, e assim por diante (HOOG, 2008 p. 65)

A Norma Brasileira de Contabilidade do Profissional Perito (NBC PP 01) de 27 de fevereiro de 2015, determina, no item 33:

3 Art. 157 do Novo Código Processo Civil, Lei Federal 13.105/15. 4 Art. 467 do Novo Código Processo Civil, Lei Federal 13.105/15. 5 Art. 468 do Novo Código Processo Civil, Lei Federal 13.105/15.

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“Na elaboração da proposta de honorários, o perito dever considerar os seguintes fatores: a relevância, o vulto, o risco, a complexidade, a quantidade de horas, o pessoal técnico, o prazo estabelecido e a forma de recebimento, entre outros fatores. ”

2.3 PROCESSO TRABALHISTA

Zanna discorre assim a respeito do processo trabalhista:

O processo trabalhista é a maneira pela qual são conciliados ou julgados os dissídios individuais e coletivos entre empregados e empregadores, chamados no processo de Reclamantes e Reclamados. Presta-se também para dirimir demais controvérsias decorrentes das relações trabalhistas regidas pelo Direito do Trabalho e capitulados na CLT. O Processo Trabalhista, em primeira instancia, acontece nas Varas do Trabalho, ex-juntas de Conciliação e Julgamento (JCJ) de âmbito federal e, nas localidades onde ainda não foram instaladas, nas Varas da Justiça Estadual. São partes no Processo Trabalhista: o Reclamante – o que faz a reclamação sendo, via de regra, o trabalhador; a reclamada – quem sofre a reclamação sendo, geralmente, a pessoa (física ou jurídica) empregadora. (ZANNA, 2005 p. 528)

O Art. 643 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) aprovada pelo Decreto-lei nº 5.452/43, dispõe:

Art. 643. Os dissídios oriundos das relações entre empregados e empregadores, bem como de trabalhadores avulsos e seus tomadores de serviços em atividades reguladas na legislação social, serão dirimidos pela Justiça do Trabalho, de acordo com o presente título e na forma estabelecida pelo processo judiciário do trabalho.

§ 1º. (Revogado pela Lei 3.807, de 28.08.1960 – Lei orgânica da Previdência Social).

§ 2º As questões referentes a acidentes do trabalho continuam sujeitas à justiça ordinária, na forma de Decreto nº 24.637, de 10 de julho de 1934, e legislação subsequente.

§ 3º A Justiça do Trabalho é competente, ainda, para processar e julgar as ações entre trabalhadores portuários e os operadores portuários ou o Órgão Gestor de Mão-de-obra – OGMO decorrentes da relação de trabalho. 2.3.1 Processo Trabalhista: Da Petição Inicial a Liquidação de Sentença

Uma Ação Reclamatória Trabalhista, quando ingressa na justiça do Trabalho, passa por várias fases e etapas até que seja dada a sentença final, porém o início deste processo se dá pela Petição Inicial, onde o reclamante expressa seu desejo de acionar o reclamado.

Dispõe o Art. 840 da CLT aprovada pelo Decreto-lei nº 5.452/43:

“Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal. § 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante. § 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que couber, o disposto no parágrafo anterior. ”

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Podemos dizer que na fase preliminar:

 A perícia é requerida ao juiz, pela parte interessada na mesma;

 O juiz defere a perícia e escolhe seu perito;

 As partes formulam quesitos e indicam seus assistentes;

 Os peritos propõem honorários e requerem depósitos;

 O juiz estabelece prazo, local e hora para início. Na fase operacional:

 Dá-se o início da perícia e diligencias;

 Há o curso do trabalho;

 Dá-se a elaboração de laudo Na fase final:

 Há a assinatura do laudo

 Há a entrega do laudo ou laudos;

 Há o levantamento dos honorários;

 Satisfeitos os esclarecimentos (se requeridos).

Santos, Schmidt e Gomes assim se manifestam sobre a produção da prova pericial:

[...]Ao deferir a produção da prova pericial, o juiz, segundo a praxe usual; a) nomeará perito habilitado – segundo seja a espécie da perícia, intimidando-o a vir prestar o compromisso legal; b) fixará prazos para entrega do laudo; c) facultará as partes, no prazo comum e preclusivo de cinco dias, a indicação de assistente técnico e a formação de quesitos; d) determinará que uma delas, ou ambas, antecipe, parcialmente, os honorários do perito, cujo valor arbitrara, provisoriamente. (SANTOS, SCHMIDT, GOMES, 2006, p. 87) 2.3.2 Fase Preliminar da Execução: Liquidação de Sentença

Após o início do processo trabalhista, ou seja, da petição inicial, decorrem os atos subsequentes do processo. Existem duas fases diferentes nos processos periciais contábeis trabalhistas que se fazem necessários:

 A fase de introdução, com formulação de quesitos pelas partes, que são responsabilidade dos peritos;

 A fase de liquidação de sentença, com elaboração dos cálculos das importâncias devidas aos reclamantes, com base nos fundamentos e na parte dispositiva da sentença judicial.

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Art. 879 - Sendo ilíquida a sentença exequenda, ordenar-se-á, previamente, a sua liquidação, que poderá ser feita por cálculo, por arbitramento ou por artigos.

§ 1º - Na liquidação, não se poderá modificar, ou inovar, a sentença liquidanda nem discutir matéria pertinente à causa principal.

§ 1o-A. A liquidação abrangerá, também, o cálculo das contribuições

previdenciárias devidas.

§ 1o-B. As partes deverão ser previamente intimadas para a apresentação do

cálculo de liquidação, inclusive da contribuição previdenciária incidente.

§ 2º - Elaborada a conta e tornada líquida, o Juiz poderá abrir às partes prazo sucessivo de 10 (dez) dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da discordância, sob pena de preclusão.

§ 3o Elaborada a conta pela parte ou pelos órgãos auxiliares da Justiça do T

rabalho, o juiz procederá àintimação da União para manifestação, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de preclusão.

§ 4o A atualização do crédito devido à Previdência Social observará os

critérios estabelecidos na legislação previdenciária.

§ 5o O Ministro de Estado da Fazenda poderá, mediante ato fundamentado,

dispensar a manifestação daUnião quando o valor total das verbas que integram o salário-de-contribuição, na forma do art. 28 da Lei n° 8.212, de 24 de julho de 1991, ocasionar perda de escala decorrente da atu ação do órgão jurídico.

§ 6o Tratando-se de cálculos de liquidação complexos, o juiz poderá nomear perito para a elaboração e fixará, depois da conclusão do trabalho, o valor dos respectivos honorários com observância, entre outros, dos critérios de razoabilidade e proporcionalidade.

2.3.3 A Perícia contábil do Juízo Trabalhista

Sá destaca a atuação do perito contábil na justiça do trabalho:

Um dos campos de grande atuação dos peritos é na Justiça do Trabalho, verificando nas escritas das empesas as reclamações que são postuladas. Elas giram em torno de registros do empregado, de salários, de direitos inerentes às relações de trabalho. Não são, em geral, pericias complexas. Os quesitos quase sempre giram em torno de matéria semelhante. Algumas vezes, ocorre situações mais complexas, de grandes empresas, de grupos de empregados, com participação de entidades de classe, etc. (SÁ, 2011 p. 199)

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3 METODOLOGIA DO ESTUDO

Neste capitulo será apresentado a classificação da pesquisa, o plano de coleta de dados, o sumario provisório e o cronograma das atividades a serem realizadas. 3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

Nesta etapa será feita a classificação da pesquisa, quanto a sua natureza, aos objetivos, a forma de abordagem do problema, aos procedimentos técnicos, e também será definido o plano de coleta de dados e análise de dados que serão utilizados no decorrer do trabalho.

a) Quanto a natureza: sob o ponto de vista da natureza, a pesquisa poderá ser básica ou aplicada, no caso deste trabalho será utilizada a pesquisa aplicada, pois busca a resolução de um problema concreto, no caso, uma resolução de um processo trabalhista.

Pesquisa Aplicada: visa a gerar conhecimentos para aplicação pratica voltados à solução de problemas específicos da realidade. Envolve verdades e interesses locais. A fonte das questões da pesquisa é centrada em problemas e preocupações das pessoas e o propósito é gerar soluções potenciais para os problemas humanos. A pesquisa aplicada refere-se à discussão de problemas, em pregando um referencial teórico de determinada área de saber, e à apresentação de soluções alternativas. (ZAMBERLAN, et al., 2014, p. 93).

Segundo Ander-Egg (1978 apud MARCONI; LAKATOS, 1999, p.22): “Pesquisa aplicada. Como o próprio nome indica, caracteriza-se por seu interesse pratico, isto é, que os resultados sejam aplicados ou utilizados, imediatamente, na solução de problemas que ocorrem na realidade. ”

b) Quanto aos objetivos: de acordo com os objetivos, a pesquisa poderá ser classificada em três tipos: exploratória, descritiva ou explicativa. Este trabalho de Conclusão de Curso se caracteriza como pesquisa descritiva, pois proporciona uma pesquisa Bibliográfica aprofundada sobre o tema, assim como é um estudo de caso de um Processo Trabalhista.

Pesquisa descritiva visa descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática. Assume, em geral, a forma de levantamento. Gil (1992 apud SILVA, MENEZES, 2005, P.21).

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Segundo Bervian (2002, p. 15 apud SOUZA, et al., 2013, p. 66): “a pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos e fenômenos (variáveis) sem manipulá-los. ”

c) Quanto a forma de abordagem do problema: a pesquisa poderá ser qualitativa ou quantitativa. No caso deste trabalho, será qualitativa, pois a mesma é mais descritiva.

Segundo Marconi, Lakatos (1999 p. 42): “As medidas quantitativas respondem à pergunta “quanto” e as qualitativas à questão “como”. Os dois tipos são importantes na investigação e se constituem no corpo do trabalho. ”

Para Souza, et al. (2013 p. 15): “a pesquisa qualitativa usa a subjetividade que não pode ser traduzida números. É mais descritiva. ”

Esta pesquisa se caracteriza como qualitativa pelo fato de não utilizar métodos estatísticos, ser aprofundada e mais descritiva.

d) Quanto aos procedimentos técnicos: neste trabalho de conclusão de curso se aplica a pesquisa bibliográfica, a pesquisa documental e o estudo de caso.

Pesquisa bibliográfica: é a busca sistemática de conhecimento sobre o assunto, do que já existe, o que os diferentes autores já discutiram, propuseram ou realizaram. Elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e, atualmente, com material disponibilizado na Internet (...). (SOUZA, et al., 2013, p. 16)

Gil (2002, apud ZAMBERLAN, et al., 2014, p.99), nos diz que Pesquisa Documental “de modo geral, são documentos e/ou materiais que ainda não foram analisados, mas que de acordo com a questão e objetivos da pesquisa, podem ter valor cientifico. ”

Para Yin (2001, apud ZAMBERLAN, et al., 2014, p. 99), Estudo de caso “é a pesquisa empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre fenômenos e o contexto não estão claramente definidos. ”

Esta pesquisa utilizará a pesquisa bibliográfica através de livros, revistas, periódicos artigos e legislação vigente; a pesquisa documental, pois envolve a análise de um Processo de uma Reclamatória Trabalhista, e por se aprofundar no estudo do trabalho de um perito-contador desta Reclamatória, se trata também de um estudo de caso.

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3.2 PLANO DE COLETA DE DADOS

Podem ser usados para o plano de coleta de dados, a entrevista, o questionário ou a observação. Neste trabalho de conclusão de curso é utilizado apenas a observação sistemática de um processo de Reclamatória Trabalhista, julgado e transitado na Justiça do Trabalho de Ijuí – RS.

As técnicas de coleta de dados predominantemente aplicadas na pesquisa qualitativa são: entrevista, observação, uso de diários e análise documental. Algumas técnicas, como as entrevistas, questionários, formulários, podem ser empregadas para a coleta de dados de forma quantitativa ou qualitativa. (ZAMBERLAN, et al., 2014)

3.2.1 Instrumento de coleta de dados

Para Silva et al. (2005 p. 33): “A definição do instrumento de coleta de dados dependerá dos objetivos que se pretende alcançar com a pesquisa e do universo a ser investigado. ”

Para esta pesquisa, o instrumento de coleta de dados utilizará a observação e analise de conteúdo. Utilizando livros, artigos, revistas, periódicos e leis para a parte teórica. Para a parte prática será utilizado um processo de Reclamatória Trabalhista, onde serão refeitos todos cálculos e será observado todo seu conteúdo.

3.3 PLANO DE ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Para Zamberlan, et al. (2014 p. 153): “as pesquisas de natureza tipicamente qualitativa geram um extenso volume de informações que precisam ser organizadas e compreendidas, requerendo assim um processo continuado em que se procura identificar dimensões, categorias, tendência, padrões, relações, desvendando-lhes o significado.”

No presente trabalho serão analisados todos os passos da perícia em estudo, os cálculos devem ser refeitos para confrontar com legislação vigente a com a decisão do perito contador diante da petição do reclamante. Já a pesquisa bibliográfica será baseada em livros, artigos e legislação pertinente ao assunto em questão.

Referências

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