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Auditoria das demonstrações contábeis de um viveiro

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS,

ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

MAIKELINE PETRY PINHEIRO

AUDITORIA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DE UM VIVEIRO

Trabalho de Conclusão de Curso

IJUÍ (RS)

2015

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MAIKELINE PETRY PINHEIRO

AUDITORIA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DE UM VIVEIRO

Trabalho de conclusão de curso apresentado no curso de Ciências Contábeis, Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação da UNIJUÍ, como requisito parcial para obtenção do Grau de Bacharel em Ciências Contábeis.

Profº Orientador: IRANI PAULO BASSO

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AGRADECIMENTOS

Após anos de dedicação chega ao fim uma das etapas mais importantes da minha vida, e diante de tamanha alegria não poderia deixar de agradecer a todos que contribuíram de alguma forma para que esse sonho se realizasse.

Agradeço primeiramente à Deus por estar comigo em todos os momentos da minha vida, me protegendo e iluminando nos momentos mais difíceis, principalmente naqueles em que me sentia sozinha. Sem Deus jamais teria iniciado essa fase tão importante.

Agradeço de coração a minha mãe que sempre esteve ao meu lado, mesmo quando a distância nos separava, orientando e me acalmando quando as dificuldades apareciam pelo caminho. Obrigada por toda paciência, persistência e dedicação que sempre teve comigo sendo mais que uma mãe, uma família toda.

Ao meu namorado que me deu muito apoio, principalmente na fase final dessa etapa, sempre acreditando em mim e me tranquilizando com suas palavras, neste momento tão importante.

E agradeço a todos os professores do curso de Ciências Contábeis da Unijuí, que foram grandes mestres durante essa jornada passando todo conhecimento necessário para que chegássemos até aqui e, em especial, ao meu querido professor orientador Irani Paulo Basso, que com toda dedicação e paciência me auxiliou em todos os momentos desse trabalho, pela compreensão nos momentos de dúvidas e por todos conselhos passados no decorrer de todo curso.

Enfim, agradeço a todos que de alguma forma contribuíram para que esse sonho se concretizasse.

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RESUMO

Este trabalho tem como finalidade realizar uma auditoria nas demonstrações contábeis de um Viveiro, situado no Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, através de métodos de auditoria que são capazes de examinar, revisar e verificar a observância das Normas Brasileiras de Contabilidade e legislação aplicada em vigor, não apenas para cumprir com a legislação aplicável, mas também poder certificar que os relatórios realmente transmitam a real situação financeira e econômica da empresa para seus usuários. A auditoria das demonstrações contábeis resultante do trabalho do auditor independente, possui papel muito importante, pois através dela é possível que se encontrem falhas e até mesmo fraudes patrimoniais, servindo não apenas como objeto de averiguação mas também de combate à manipulação ou adulterações de informações, distorcendo a realidade fática da entidade. O estudo classifica-se como uma pesquisa aplicada, descritiva e qualitativa, tendo como base o levantamento bibliográfico e a pesquisa documental. O levantamento de dados ao longo da realização do trabalho se deu por meio de exames nos demonstrativos contábeis disponibilizados pelo contador da empresa objeto de estudo e por meio de entrevistas despadronizadas. Na parte prática, após levantamento dos documentos disponibilizados do exercício 2014, foram executadas as técnicas de Auditoria Contábil, iniciando com o Programa de Auditoria, prosseguindo com os procedimentos de auditoria de coleta de evidências consubstanciadas nos Papéis de Trabalho de Auditoria e por fim, a elaboração do Relatório de Auditoria, contendo o Parecer Opinativo do Auditor. O estudo teve como objetivo conferir a estrutura da emissão dos demonstrativos contábeis, localizar eventuais irregularidades e sugerir recomendações com base nas Normas Brasileiras de Contabilidade e na legislação aplicada à empresa objeto de estudo.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Programa de auditoria das demonstrações contábeis do Viveiro Terra Fofa... Quadro 2 – PTA – Apresentação da nomenclatura do balanço patrimonial... Quadro 3 – PTA – Denominação e classificação dos grupos do ativo... Quadro 4 – PTA – Denominação e classificação dos subgrupos do passivo... Quadro 5 – PTA – Denominação e classificação dos subgrupos e contas do ativo

circulante... Quadro 6 – PTA – Denominação e classificação dos subgrupos e contas do ativo não circulante... Quadro 7 – PTA – Denominação e classificação dos subgrupos e contas do passivo circulante... Quadro 8 – PTA – Denominação e classificação dos subgrupos que compõem o passivo não circulante... Quadro 9 – PTA – Denominação e classificação dos grupos e contas quem compõem o patrimônio líquido... Quadro 10 – PTA – Soma dos itens que compõem o balanço patrimonial... Quadro 11 – PTA – Apresentação da denominação da DRE... Quadro 12 – PTA – Estrutura utilizada na elaboração da DRE... Quadro 13 – PTA – Denominação e classificação dos subgrupos e contas redutoras da receita operacional... Quadro 14 – PTA – Denominação e classificação das contas integrantes do Custo da Mercadoria Vendida (CMV)... Quadro 15 – PTA – Classificação das contas estruturadas no subgrupo de despesas com pessoal da DRE... Quadro 16 – PTA – Denominação e classificação das contas do subgrupo despesas diversas... Quadro 17 – PTA – Apresentação da classificação e nomenclatura das contas que compõem o subgrupo de despesas tributárias e despesas financeiras... Quadro 18 – PTA – Nomenclatura das contas que compõem o subgrupo de receitas de vendas e serviços... 37 41 42 43 44 46 47 48 49 50 52 53 54 55 56 57 59 60

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Quadro 19 – PTA – Denominação utilizada nas contas que compõem o subgrupo de receitas não operacionais... Quadro 20 – PTA – Classificação e denominação das contas divididas no subgrupo outras receitas operacionais... Quadro 21 – PTA – Soma das contas e grupos apresentados na DRE... Quadro 22 – PTA – Denominação utilizada na apresentação da DFC... Quadro 23 – PTA – Denominação dos grupos de contas estruturadas na DFC pelo método indireto... Quadro 24 – PTA – Denominação dos subgrupos apresentados na DFC... Quadro 25 – TA – Soma dos grupos e subgrupos da DFC... Quadro 26 – PTA – Denominação da demonstração DPLA apresentada... Quadro 27 – PTA – Denominação dos grupos estruturados na DLPA... Quadro 28 – PTA – Soma de todos os itens que compõem a DLPA... Quadro 29 – PTA – Nomenclatura apresentada na DVA... Quadro 30 – PTA – Apresentação da denominação da nota explicativa... Quadro 31 – PTA – Informações apresentadas nas NE’s... Quadro 32 – PTA – Cadastro nacional de pessoa jurídica – CNPJ...

61 62 63 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES AC ANC BP CMV CNPJ DFC DLPA DMPL DRE DVA NE’s PC PNC PTA Ativo Circulante Ativo Não Circulante Balanço Patrimonial

Custo das Mercadorias Vendidas Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica Demonstração dos Fluxos de Caixa

Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido Demonstração do Resultado do Exercício

Demonstração do Valor Adicionado Notas Explicativas

Passivo Circulante Passivo Não Circulante

Papel de Trabalho de Auditoria

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SUMÁRIO

RESUMO ... 4

LISTA DE QUADROS ... 5

LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES ... 7

INTRODUÇÃO ... 10

1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 12

1.1 DEFINIÇÃO DA ÁREA E DO TEMA DE ESTUDO... 12

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO... 12 1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA... 13 1.4 OBJETIVOS... 14 1.4.1 Objetivo geral... 14 1.4.2 Objetivos específicos... 14 1.5 JUSTIFICATIVA... 14 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 16 2.1 CONTABILIDADE... 16 2.1.1 Conceituação de contabilidade... 16

2.1.2 Objeto e finalidade da contabilidade... 16

2.1.3 Funções e objetivos da contabilidade... 17

2.1.4 Técnicas básicas de contabilidade... 17

2.1.5 Demonstrações contábeis... 18

2.1.6 Plano de contas... 18

2.1.7 Demonstrações contábeis básicas... 19

2.1.8 Demonstrações contábeis complementares... 20

2.1.9 Notas explicativas... 20 2.2 AUDITORIA... 21 2.2.1 Conceito de auditoria... 21 2.2.2 Objeto da auditoria... 22 2.2.3 Objetivo da auditoria... 22 2.2.4 Campos de atuação... 23 2.2.5 Formas de auditoria... 23 2.2.6 Normas de auditoria... 24 2.2.7 Planejamento... 25

2.2.8 Técnicas básicas de auditoria... 26

2.2.9 Sistema de controle interno... 27

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2.3.1 Aspectos da Lei 11.638/07... 28

2.3.2 Aspectos da Lei 11.941/09... 29

2.3.3 Aspectos da Resolução CFC 1255/09... 30

3 METODOLOGIA DO ESTUDO ... 31

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA... 31

3.1.1 Quanto à sua natureza... 31

3.1.2 Quanto à forma de abordagem do problema... 31

3.1.3 Quanto aos objetivos... 32

3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos... 32

3.2 PLANO DE COLETA DE DADOS... 33

3.2.1 Instrumentos de coleta de dados... 33

3.3 PLANO DE ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS... 35

4 AUDITORIA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: Estudo de caso ... 36

4.1 ELABORAÇÃO DO PROGRAMA DE AUDITORIA... 36

4.2 ELABORAÇÃO DOS PAPÉIS DE TRABALHO DE AUDITORIA... 39

4.2.1 Papéis de trabalho de auditoria do balanço patrimonial... 39

4.2.2 Papéis de trabalho de auditoria da demonstração do resultado do exercício... 51

4.2.3 Papéis de trabalho de auditoria da demonstração dos fluxos de caixa pelo método indireto... 65

4.2.4Papéis de trabalho de auditoria da demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados... 69

4.2.5 Papéis de trabalho de auditoria da demonstração do valor adicionado... 72

4.2.6 Papéis de trabalho de auditoria das notas explicativas... 73

4.2.7 Papéis de trabalho de auditoria do cadastro nacional de pessoa jurídica (CNPJ)... 75

4.3 APRESENTAÇÃO DO RELATÓRIO DE AUDITORIA ... 76

4.3.1 Relatório analítico de auditoria... 76

4.3.2 Relatório sintético de auditoria independente... 91

CONCLUSÃO ... 94

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INTRODUÇÃO

A auditoria é uma importante ferramenta contábil utilizada na gestão das empresas, transmitindo por meio dela maior confiabilidade às informações disponibilizadas e obtendo assim, melhores resultados na administração da entidade. Mais do que identificar erros, a auditoria tem hoje como objetivo, apontar sugestões de melhoria para auxiliar a administração no gerenciamento dos negócios.

Neste sentido, a auditoria abrange várias modalidades de aplicação prática, permitindo assim um estudo mais aprofundado acerca do objeto em estudo. Dessa forma, a auditoria das demonstrações contábeis se constitui em uma dessas modalidades, com o objetivo de identificar a correta e adequada apresentação das demonstrações contábeis, evidenciando assim demonstrativos que expressem a real e fidedigna situação patrimonial, econômica e financeira da entidade.

Assim sendo, o objetivo desta pesquisa tem como enfoque, revisar conceitos de contabilidade e da técnica contábil da auditoria, com destaque na estrutura das demonstrações contábeis de um Viveiro, a fim de encontrar possíveis falhas ou erros na apresentação das demonstrações, examinando se as mesmas estão em conformidade com a legislação e normativos contábeis vigentes, apresentando sugestões, caso necessário.

No primeiro capítulo do trabalho de conclusão de curso é apresentada a contextualização do estudo, constituída da apresentação do tema, caracterização da organização, e a abordagem do problema, que tem a finalidade de demonstrar o processo de auditoria das demonstrações contábeis, bem como sua importância para as organizações e os efeitos nas práticas contábeis; seguido da apresentação dos objetivos geral e específicos da pesquisa para direcionamento do estudo de caso.

No capítulo dois, é apresentada a fundamentação teórica, fruto da revisão bibliográfica, partindo dos principais conceitos sobre contabilidade e auditoria e ampliando para o tema de auditoria das demonstrações contábeis, por meio de embasamento teórico-técnico da proponente, para realização das tarefas práticas do trabalho de conclusão de curso.

No capítulo três, é apresentada a metodologia do trabalho e sua classificação quanto à natureza, aos objetivos, à forma de abordagem, aos procedimentos técnicos, à forma da coleta de dados e, a interpretação dos dados coletados.

No capítulo quatro do trabalho de conclusão de curso é evidenciado o estudo de caso realizado, no qual foi desenvolvido um programa de auditoria, e por meio de sua aplicação,

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foram elaborados os papéis de trabalho de auditoria (PTA), sendo finalizado com a emissão do relatório de auditoria e o parecer opinativo do auditor responsável.

Finalizando o estudo, o relatório apresenta as conclusões acerca dos exames realizados na estrutura das demonstrações contábeis do Viveiro Terra Fofa, bem como todas as referências que serviram como base para realização do trabalho.

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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Este primeiro capítulo do trabalho de conclusão de curso apresenta a contextualização do estudo, na qual evidencia-se o tema estudado, bem como a caracterização da organização objeto do estudo, juntamente com a definição da problemática do tema e da formação dos objetivos a serem atingidos com a realização do trabalho, assim como da justificativa para a escolha da área de estudo.

1.1 DEFINIÇÃO DA ÁREA E DO TEMA DE ESTUDO

A Ciência Contábil estuda e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades através das técnicas contábeis básicas da Escrituração, das Demonstrações Contábeis, da Auditoria e da Análise de Balanços, que por sua vez, desdobram-se em várias ferramentas de geração de informações contábeis e gerenciais úteis no processo decisório de seus variados e diferentes usuários.

Sendo assim, a Auditoria, além da constatação da legalidade e legitimidade dos procedimentos contábeis e da fidelidade das demonstrações contábeis, orienta a administração das entidades com ou sem fins lucrativos e em especial as empresas, na gerência dos seus negócios, tranquilizando sócios/acionistas quanto aos resultados econômicos e financeiros, contribuindo assim para maior eficiência administrativa e operacional.

De acordo com Crepaldi (2002, p.23), a auditoria é compreendida como “[...] o exame de documentos, livros e registros, inspeções e obtenção de informações e confirmações, internas e externas, relacionados com o controle do patrimônio, objetivando mensurar a exatidão desses registros e das demonstrações contábeis deles decorrentes”.

A área da Auditoria permite várias possibilidades de temas específicos para aprofundamento de estudos e realização do trabalho de conclusão de curso. Neste sentido, o tema definido para o presente estudo é Auditoria das Demonstrações Contábeis do Viveiro Terra Fofa.

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

O estudo foi realizado em uma empresa especializada no ramo de viveiros, localizada no Noroeste do Rio Grande do Sul, onde possui centro de plantio e comercialização de mudas. A empresa está no mercado há mais de três décadas, iniciando suas atividades como uma empresa familiar com poucos funcionários; com a crescente demanda de mudas com

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qualidade, foram se ampliando os horizontes e em consequência aumentando o leque de espécies de mudas produzidas e o mercado consumidor.

Sempre com a preocupação de satisfazer os clientes, profissionalizou-se o viveiro e investiu-se na estrutura de produção, utilizando-se de irrigação, tratamento de água utilizada, casas de vegetação, estufas, áreas de terra apropriadas à produção de mudas, quebra ventos, plantas matrizes originadas de órgãos de pesquisa estatais.

Atualmente, cultiva e comercializa mudas florestais, frutíferas, e florais para todo o Estado. Está enquadrada no regime jurídico como empresário individual, sendo assim proprietário único, tendo 43 funcionários. Para guardar o sigilo profissional, foram omitidas informações que eventualmente possam identificar a empresa.

1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA

A auditoria tem como objetivo avaliar o grau de fidelidade a respeito dos valores e divulgações apresentadas nas Demonstrações Contábeis, verificando se estas estão de acordo com a Legislação e os Princípios de Contabilidade.

De acordo com Jund (2002, apud FONTES, 2010, p.12):

A auditoria das demonstrações financeiras destina-se ao exame e avaliação dos componentes dessas demonstrações, no que concerne á adequação dos registros e procedimentos contábeis, sistemática dos controles internos, observância das normas, regulamentadas e padrões aplicáveis, bem como a aplicação dos princípios fundamentais de contabilidade.

A auditoria de balanços é considerada um segmento da auditoria contábil que tem como finalidade, examinar e emitir pareceres sobre a necessidade de adequação das demonstrações contábeis, sempre em conformidade com os princípios e normas técnicas da contabilidade e a legislação vigente.

Desta forma, a auditoria pode ser classificada em vários aspectos, tendo em vista sua finalidade e forma, podendo ela ser: Auditoria das demonstrações contábeis, Auditoria de gestão, Auditoria de sistemas, ou ainda Auditoria fiscal, tributária, de recursos humanos e outros aspectos operacionais.

O foco deste trabalho é a Auditoria das demonstrações contábeis aplicável sobre os relatórios contábeis de um viveiro. Assim, o trabalho de conclusão de curso procurou dar respostas ao seguinte questionamento: As Demonstrações Contábeis apresentadas pela empresa Viveiro Terra Fofa foram elaboradas de acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade e a legislação societária a ela aplicável?

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1.4 OBJETIVOS

Os objetivos para a realização do trabalho são divididos em objetivo geral e específicos, no objetivo geral procura-se soluções à problematização do tema, enquanto que nos objetivos específicos buscam detalhar aspectos do tema proposto bem como do trabalho de conclusão de curso.

1.4.1 Objetivo geral

Analisar, mediante os procedimentos de auditoria, se as demonstrações contábeis do exercício de 2014 da empresa Viveiro Terra Fofa estão de acordo com os Princípios de Contabilidade, as Normas Brasileiras de Contabilidade e à legislação societária e a ela aplicável.

1.4.2 Objetivos específicos

 Aprofundar conhecimentos de contabilidade e auditoria, mediante embasamento técnico na pesquisa bibliográfica;

 Elaborar um programa de auditoria das demonstrações contábeis aplicável à empresa em estudo;

 Aplicar os procedimentos de auditoria das demonstrações contábeis necessários à correta execução das mesmas;

 Elaborar o relatório de auditoria e emitir o parecer opinativo, contendo as conclusões e sugestões aos administradores da entidade.

1.5 JUSTIFICATIVA

Utilizando-se dos demonstrativos contábeis, pode-se identificar fatores relevantes e importantes para uma gestão saudável e eficiente da entidade. E para isso, é recomendável a utilização da técnica contábil básica da Auditoria como instrumento de avaliação e orientação dos registros e elaboração de demonstrações contábeis corretas e fidedignas, de modo que auxilie na identificação de erros e/ou equívocos financeiros e/ou contábeis, trazendo importantes conclusões para a empresa.

Através do estudo, busca-se contribuir com a entidade por meio de relatórios e pareceres apresentados após a auditoria realizada, podendo assim oferecer sugestões, quando

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necessárias e cabíveis, aumentando assim o grau de eficiência dos controles contábeis e patrimoniais e veracidade das demonstrações contábeis geradas aos seus usuários.

Para a Universidade, este estudo pode constituir-se como base de pesquisa, especialmente na área de auditoria de demonstrações contábeis, sendo também de importante base para a construção do processo formativo dos acadêmicos.

Visto que a Auditoria apresenta-se em destaque, acredita-se que como acadêmica concluinte do Curso Ciências Contábeis, o presente estudo irá proporcionar experiência e ampliação de conhecimentos na área, servindo como base para iniciar minha vida profissional como Contadora, e buscar o aperfeiçoamento nesta importante área de atuação profissional.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A fundamentação teórica apresenta a pesquisa bibliográfica, utilizada como base para fundamentar o assunto estudado, sendo que foram utilizadas para isso pesquisas na legislação, artigos, livros, e revistas técnica, complementadas por consultas na Internet.

O estudo aborda a Contabilidade, as Demonstrações Contábeis básicas e complementares, as Notas Explicativas (NE’s) e a Auditoria, com ênfase na Auditoria das Demonstrações Contábeis, com o objetivo de revisar e ampliar conhecimentos nas áreas abordadas.

2.1 CONTABILIDADE

A Contabilidade pode ser identificada como um conjunto de informações que são abordadas por meio de demonstrações, as quais transmitem a real situação do patrimônio das entidades aos seus usuários, contribuindo para a gestão da empresa e auxiliando na tomada de decisões.

2.1.1 Conceituação de contabilidade

A contabilidade é geralmente conceituada como uma ciência social que estuda o patrimônio das entidades, como expressa Toigo (1987, apud BASSO, 2011, p.347): “Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio sob o ponto de vista econômico-financeiro, observando e registrando seus aspectos quantitativos e qualitativos e as variações por ele sofridas”.

A grande maioria dos autores que estudam esta área do conhecimento, têm a compreensão de que a Contabilidade é uma ciência social, sendo que alguns poucos a tratam apenas com uma metodologia específica, ou uma técnica de registros de acontecimentos que ocorrem com o patrimônio. Nosso entender é de que ela é realmente uma ciência social, que se utiliza de metodologias e técnicas específicas para se tornar num importante instrumento de geração de informações sobre o patrimônio de determinada entidade.

2.1.2 Objeto e finalidade da contabilidade

O objeto de estudo da Contabilidade é o patrimônio das entidades e dentre essas as empresas, sendo que os bens e direitos classificam-se como a parte positiva do patrimônio, e

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as obrigações para com terceiros, forma a sua parte negativa, sendo que a diferença entre ambos é o que define se a situação líquida é nula, negativa, ou positiva.

Basso (2011, p.27), nos traz dois aspectos básicos da Contabilidade:

Qualitativo – considera bens, direitos, e obrigações do ponto de vista da sua natureza, como a composição individual e a natureza jurídica de cada elemento. Quantitativo – considera bens, direitos e obrigações do ponto de vista monetário intrínseco, isto é, concebe elementos patrimoniais como expressão de valor econômico [...].

Entende-se que a Contabilidade é um conjunto de conhecimentos, regidos por leis, princípios e métodos próprios, os quais visam o controle do patrimônio e sendo um conjunto de normas e regras, basea-se na técnica de reunir e registrar informações das variações patrimoniais. Sendo assim, sua finalidade básica é gerar informações, com ênfase para o processo decisório.

2.1.3 Funções e objetivos da contabilidade

As funções da Contabilidade, com base em Basso (2011), identificam-se como sendo, a coleta de documentos comprobatórios dos atos e fatos ocorridos no patrimônio da entidade, registro nos livros contábeis dos fatos decorrentes de alterações patrimoniais e resumos das informações do patrimônio e suas variações ao longo dos períodos.

Os objetivos compreendem o controle dos elementos patrimoniais, bem como suas variações, apuração de possíveis resultados decorrentes de alguma variação, seguir o cumprimento das normas e leis, e toda a legislação aplicada à entidade/empresa, além claro de transmitir informações para os usuários da Contabilidade.

2.1.4 Técnicas básicas de contabilidade

Os usuários da Contabilidade utilizam informações processadas com base nas técnicas contábeis básicas, conforme ensina Basso (2011, p.35):

Escrituração – trata-se dos registros dos fatos contábeis nos livros de escrituração contábil (Diário e Razão) e nos livros auxiliares.

Demonstrativos Contábeis – relatos econômicos e financeiros originados da escrituração contábil, conhecidos como balancete de verificação, balanço patrimonial, demonstração do resultado do exercício, demonstração das origens e aplicações de recursos e demonstrações de lucros ou prejuízos acumulados; Auditoria – exame dos procedimentos administrativos, operacionais e das práticas contábeis, envolvendo a escrituração e as demonstrações contábeis, para certificar sua lisura, legalidade, correção e fidedignidade;

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Análise de Balanços – extração de dados e informações para a interpretação, estudos e projeções da situação patrimonial, econômica e financeira da entidade.

Diante o exposto, o autor nos demonstra a importância dessas técnicas na utilidade prática da Contabilidade, uma vez que é necessária a escrituração dos acontecimentos nos livros contábeis e geração de informações úteis através de demonstrativos, passando pelos processos de auditoria, onde verifica-se todo o trabalho realizado para fazer os apontamentos necessários, e caso hajam erros, estes sejam corrigidos para um adequado e correto processamento e elaboração de demonstrações contábeis, permitindo aos usuários a real interpretação do resultado da entidade, expressa na análise de balanços.

2.1.5 Demonstrações contábeis

Buscando ampliar o leque de informações aos diversos usuários da Contabilidade, a legislação identificou a importância de estabelecer como obrigatoriedade mínima a elaboração de cinco demonstrativos que evidenciam as informações econômicas e financeiras do patrimônio das empresas em geral. Entre estas cinco, duas são consideradas básicas: o balanço patrimonial (BP) e a demonstração do resultado do exercício (DRE), pois estas geram informações para elaboração das outras três, as quais são denominadas de demonstrações complementares: a demonstração dos fluxos de caixa, a demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados ou demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL) e, a demonstração do valor adicionado. (BASSO, 2011).

Com o objetivo de esclarecer detalhes da escrituração e da elaboração das demonstrações contábeis, acompanha estas últimas as denominadas Notas Explicativas, complementando as informações processuais e patrimoniais, como procedimentos técnicos de escrituração e avaliação, entre outros fatores utilizados para melhor compreensão das demonstrações contábeis. (BASSO, 2011).

2.1.6 Plano de contas

A contabilização das mutações no patrimônio, são feitas por departamento e/ou setor da Contabilidade, ocorre que uma empresa nunca terá as mesmas transações que outra, diante disso entende-se a necessidade de haver um plano de contas de acordo com a natureza que a entidade opera, e também para que haja uma padronização na nomenclatura das contas

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contábeis, evitando que cada usuário utilize a nomenclatura desejada, mas sim, siga um padrão já existe e de acordo com sua atividade. (GOUVEIA, 1984).

Normalmente o plano de contas é dividido nos quatro grandes grupos que integram a Contabilidade: ativo, passivo (passivo e patrimônio líquido), receitas e despesas. Assim, todas as contas que tiverem sua classificação dentro do ativo iniciarão com dígito 1; as contas passivas com dígito 2; despesas serão iniciadas com dígito 3 e receitas iniciadas pela numeração do dígito 4.

2.1.7 Demonstrações contábeis básicas

A cada encerramento de exercício social a Contabilidade elabora, através dos lançamentos realizados, as demonstrações contábeis, que demonstram a situação atual do patrimônio e suas variações. São consideradas demonstrações básicas, além do balancete de verificação, o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício. O balanço patrimonial demonstra de uma forma resumida e padronizada os saldos de todas as contas patrimoniais da entidade, podendo ser levantado em qualquer data desejada, porém apenas o levantado na data de encerramento do exercício é considerado como oficial para os efeitos legais.

O balanço patrimonial é constituído do ativo, passivo e patrimônio líquido. Compreendendo o ativo, as aplicações dos recursos, o passivo a origem dos recursos de terceiros e o patrimônio líquido os recursos próprios da entidade.

Assim, Gouveia (1984, p.121), expõe que, “[...] o balanço patrimonial consiste na apresentação das contas classificadas por grupos, de acordo com sua natureza e sob o ponto de vista monetário”.

Outra demonstração contábil básica é a Demonstração do Resultado do Exercício, que indica as operações de receitas, custos e despesas, as quais originaram o resultado líquido de um determinado período, sendo este lucro ou prejuízo. Esta informação é encontrada por meio do confronto entre todas as receitas e despesas do exercício social.

“A demonstração do resultado do exercício nada mais é do que a exposição, em forma mais ou menos padronizada, dos débitos e créditos que entraram na formação do resultado do exercício”. (GOUVEIA, 1984, p.258).

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2.1.8 Demonstrações contábeis complementares

As demonstrações contábeis complementares são compostas pela Demonstração dos Fluxos de Caixa, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido e a Demonstração do Valor Adicionado.

Basso (2011, p.323), traz um conceito para a Demonstração do Valor Adicionado assim expresso: “[...] ela procura informar aos usuários da informação contábil o quanto de valor – riqueza – a entidade adicionou aos insumos adquiridos no período, bem como foi feita sua distribuição [...]”.

A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, “[...] é a apresentação, em forma relativamente padronizada, das origens e das aplicações de recursos que modificaram o capital circulante de uma empresa, (entre duas determinadas datas)”. (GOUVEIA, 1984, p.301).

A Demonstração dos Fluxos de Caixa, conforme a Lei 11.638/07, art. 176, § 6º, expressa que: “A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será obrigada à elaboração e publicação da demonstração dos fluxos de caixa”. No entanto, vê-se que a NBC TG 1000 – Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas, aprovada pela Resolução CFC nº 1.255/09, obriga as pequenas e médias empresas à apresentação da demonstração dos fluxos de caixa, o que identifica no mínimo uma grande contradição normativa, pois a lei, que é superior a uma norma específica, dispensa um determinado segmento de empresas desta demonstração, enquanto que uma determinação corporativa impõe sua necessidade para um segmento de empresas classificadas bem abaixo daquelas dispensadas pela Lei.

2.1.9 Notas explicativas

Com o objetivo de esclarecer informações relevantes das demonstrações contábeis, as Notas Explicativas não são consideradas uma demonstração, mas sim um documento auxiliar das demais demonstrações, como evidencia Basso (2011, p.333), “[...] elas se integram com a finalidade de explicar algo ou ampliar informações que se encontram resumidas nas demonstrações contábeis que as acompanham”.

O parágrafo quarto, do artigo 176, da Lei 6.404/76, estabelece que, “As demonstrações serão complementadas por Notas Explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações

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contábeis necessários para esclarecimentos da situação patrimonial e dos resultados do exercício”.

A referida lei em seu parágrafo quinto, traz as bases gerais que devem conter, nos seguintes termos:

I – apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações financeiras e das práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas para negócios e eventos significativos;

II – divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil que não estejam apresentadas em nenhuma outra parte das demonstrações financeiras; III – fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações financeiras e consideradas necessárias para uma apresentação adequada; [...].

De outra parte, as Notas Explicativas são uma grande possibilidade para a empresa expressar, ainda que de forma resumida, dados e esclarecimentos de natureza administrativa, comercial e/ou contábil como fonte de informação adicional ao usuários das demonstrações contábeis.

2.2 AUDITORIA

Acompanha-se a crescente necessidade da auditoria dentro das entidades, uma vez que está norteia os sócios e administradores tranquilizando-os na demonstração da real situação que a empresa se encontra. Essa técnica não tem apenas o objetivo de identificar possíveis erros encontrados, mas também de prevenir fraudes já ocorridas. Portanto o auditor desempenha um papel importante na execução de suas atividades, pois mais do que identificar, ele precisa orientar a administração na correta execução nos controles internos.

2.2.1 Conceito de auditoria

A auditoria é o ramo da contabilidade responsável pela verificação da exatidão e veracidade dos registros, demonstrações e livros contábeis da entidade, sendo assim uma técnica de controle e identificação de possíveis erros existentes.

Franco (2001, apud HOOG; CARLIN, 2006, p.49), conceitua a auditoria como uma técnica que “[...] compreende o exame de documentos, livros e registros, inspeções e obtenção de informações e confirmações, internas e externas, relacionadas com o controle do patrimônio, objetivando mensurar a exatidão desses registros, e das demonstrações contábeis deles decorrentes”. E complementa sua visão dizendo que: “[...] Assegurando a credibilidade

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das informações das peças contábeis e a integridade do conjunto de bens e obrigações e da situação líquida, visa a minimização ou eliminação dos riscos fiscais, societários, ambientais, trabalhistas, previdenciários, sistêmicos ou não da ambiência”.

2.2.2 Objeto da auditoria

Através dos elementos patrimoniais a auditoria tem seu objeto através da busca pela certificação das informações verdadeiras e fieis do patrimônio, com base nos registros contábeis, papéis de trabalho e documentos da empresa, que identificam a veracidade ou falhas por falta de documentos comprobatórios dos registros já efetuados.

Crepaldi (2002, p.23,24), identifica o objeto da auditoria como sendo:

[...] o conjunto de todos os elementos de controle do patrimônio administrado, os quais compreendem registros contábeis, papéis, documentos, fichas, arquivos e anotações que comprovem a legitimidade dos atos da administração [...]. A auditoria pode ter por objeto, inclusive, fatos não registrados documentalmente, mas relatados por aqueles que exercem atividades relacionadas com o patrimônio administrado, cujas informações mereçam confiança desde que possam ser admitidas como seguras pela evidência ou por indícios convincentes.

Assim, a auditoria busca dados não apenas internamente, mas também basea-se em informações advindas de ambiente externo, pois estas podem ser consideradas mais confiáveis e seguras do que aquelas contidas na entidade auditada. (CREPALDI, 2002).

2.2.3 Objetivo da auditoria

Quanto ao objetivo, segundo se deduz das teorias apresentadas pelos principais autores da área, pode-se afirmar que esta consiste em auxiliar a administração na execução de seus controles internos, proporcionando maior credibilidade quanto às informações divulgadas pelas demonstrações contábeis anuais.

Conforme Attie (1998, apud HOOG; CARLIN, 2006, p.50), “O objetivo do exame normal de auditoria das demonstrações contábeis é expressar uma opinião sobre a propriedade das mesmas, e assegurar que elas representam adequadamente a posição patrimonial e financeira [...]”.

Assim, ao final da auditoria, o papel do auditor é identificar se as informações coletadas são verdadeiras e se refletem a real situação patrimonial derivadas das demonstrações e emitir o relatório final com suas conclusões.

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2.2.4 Campos de atuação

O profissional Auditor, possuindo registro profissional como Contador no Conselho Regional de Contabilidade possui duas possibilidades de atuar na área da auditoria, sendo dividido em auditoria interna e auditoria externa.

A auditoria interna, para Crepaldi (2002, p.39), é:

[...] uma atividade de avaliação independente dentro da empresa, que se destina a revisar as operações, como um serviço prestado à administração. Constitui um controle gerencial que funciona por meio da análise e avaliação da eficiência de outros controles. É executada por um profissional ligado à empresa, ou por uma seção própria para tal fim, sempre em linha de dependência da direção empresarial. O auditor interno é a pessoa de confiança dos dirigentes, está vinculado à empresa por contrato trabalhista continuado e sua intervenção é permanente.

Quanto à auditoria externa, Crepaldi (2002), mostra que esta é eventual, executada por profissional sem ligação com o quadro funcional da empresa, portanto independente; os testes ocorrem onde haja necessidade e são definidos por contrato seguindo as normas do país e determinadas pela legislação específica utilizando de procedimentos técnicos para emitir seu parecer.

2.2.5 Formas de auditoria

Os trabalhos de auditoria variam conforme a extensão do trabalho, a profundidade dos exames, a sua natureza, os fins a que se destinam e a relação que existe entre o auditor e a entidade auditada; sendo assim, Basso (2005), os distingue:

a) de acordo com a extensão: auditoria geral, aquela que se integra todos os elementos do patrimônio, e auditoria parcial, exames de apenas uma ou algumas partes do patrimônio ou das demonstrações contábeis.

b) de acordo com a profundidade: revisão integral, que compreende na análise de todos os documentos e registros contábeis de controle da empresa; auditoria por testes (amostragem), exame de determinada parcela da população-alvo, determinada com base na materialidade do objeto de análise; e a revisão analítica, utilizada quando existe a ocorrência de deficiências do controle interno, sendo feito um acompanhamento minucioso de todos os procedimentos que antecederam e procederam o fato contábil.

c) de acordo com a natureza: auditoria permanente, exercida em caráter permanente, geralmente é a auditoria interna, mas pode também ser uma auditoria externa no caso de

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haver um cronograma de atividades para vários anos, feito pelo auditor; auditoria eventual é aquela realizada para um trabalho específico, uma determinada situação sem continuidade, sendo assim externa.

d) de acordo com os fins a que se destina: auditoria para interesses de acionistas, auditoria para controle administrativo, auditoria para apurar erros e fraudes, nos casos em que a empresa não possui auditor e necessita no momento que ocorre erro ou fraude; auditoria parar apurar o valor real do patrimônio; auditoria para concessão de crédito, esta solicitada por agente financeiro para certificar-se da real situação financeira e econômica da empresa; auditoria para cumprimento de obrigações fiscais; e auditoria para confirmar a exatidão das demonstrações.

e) de acordo com a relação do auditor com a entidade auditada: auditoria interna, exercida por funcionários da própria empresa e de modo permanente; e a auditoria externa realizada por profissional autônomo, ou por empresa de auditoria independente, na maioria dos casos sendo de maneira eventual.

Sendo assim, a pesquisa realizada é; de acordo com sua extensão uma auditoria parcial, em vista que foi desempenhada apenas nas demonstrações contábeis da entidade; de acordo com a profundidade uma revisão analítica. Sendo identificada também como uma auditoria eventual de acordo com a natureza, pois não possui caráter contínuo; e de acordo com os fins a que se destina foi realizada para confirmar a exatidão na estrutura das demonstrações contábeis; sendo exercida externamente; de acordo com a relação do auditor com a entidade auditada.

2.2.6 Normas de auditoria

As normas de auditoria dividem-se em Normas Técnicas, as quais estabelecem as orientações gerais a serem executadas na execução dos trabalhos, as Normas Profissionais que estabelecem os requisitos exigidos do profissional para o exercício das atividades de auditoria.

Sendo a auditoria prerrogativa do profissional Bacharel em Ciências Contábeis, deve este possuir registro profissional junto ao Conselho Regional de Contabilidade, na categoria de Contador, para poder exercer a função de auditor.

Conforme, Franco (2001, apud HOOG; CARLIN, 2006, p.73), “Por normas de auditoria são entendidas as regras estabelecidas pelos órgãos reguladores da profissão contábil

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em todos os países, com objetivo de regulação e diretrizes a serem seguidas por esses profissionais no exercício de suas funções”.

O Conselho Federal de Contabilidade através da Resolução CFC nº 820/97, institui as Normas Técnicas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis, e pela Resolução CFC nº 821/97, as Normas Profissionais do Auditor Independente, reformulando as anteriormente existentes e que tiveram vigência até o final de 2010, com exceção do item 1.9 desta Resolução que permanece em vigor.

Em 2009, o Conselho Federal de Contabilidade, através da Resolução CFC Nº 1.202/09, instituiu a NBC TA ESTRUTURA CONCEITUAL – Estrutura Conceitual para Trabalhos de Asseguração, a qual trata dos trabalhos de asseguração executados por auditores independentes.

Concomitantemente foi observada a NBC TA 250 – Consideração de Leis e Regulamentos na Auditoria de Demonstrações Contábeis, a qual demonstra a responsabilidade do auditor pela consideração de leis e regulamentos ao executar a auditoria nos demonstrativos contábeis.

Importante também observar as Normas Profissionais de Auditor Independente, regidas pela NBCs PAs, mais precisamente pela NBC PA 290, que trata dos requisitos de independência para trabalhos de auditoria, esses trabalhos compreendem trabalhos de auditoria e de revisão para conclusão, e então emissão de relatórios de auditoria ou de revisão sobre um conjunto completo de demonstrações contábeis ou parte delas.

2.2.7 Planejamento

Antes que se inicie um trabalho de auditoria é necessário que haja um rigoroso processo de planejamento, de forma que se evite possíveis problemas durante o trabalho, sendo dividido em três partes principais, segundo Lins (2014):

 avaliação dos controles internos (CI) e sistema de informações (SI); sendo estes um sistema utilizado pela empresa na proteção do seu patrimônio, ambos são de responsabilidade da administração da entidade, porém pode o auditor quando necessário fazer sugestões cabíveis.

 avaliação dos riscos de auditoria; podem ocorrer riscos até mesmo quando os controles internos e o sistema de informação não estão sendo eficazes, podendo comprometer assim os resultados do trabalho da auditoria por falta de confiabilidade na base de dados.

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“Planejamento da auditoria propriamente dito é um processo de avaliação que se inicia após a contratação dos serviços e vai geralmente até pouco antes do início dos trabalhos de campo”. (LINS, 2014, p.212).

É no processo de planejamento da auditoria que o auditor independente constitui a forma como irá executar os trabalhos na empresa auditada, após a contratação dos serviços. Nesse momento são levantadas as informações para conhecer o ramo de atividade da empresa, assim como suas particularidades, sistema operacional e legislações aplicáveis, com o objetivo de definir a complexidade, bem como os riscos do trabalho executado. (LINS, 2014).

2.2.8 Técnicas básicas de auditoria

As técnicas de auditoria são meios, caminhos ou métodos para a obtenção das provas ou evidências de auditoria, sendo ferramentas utilizadas pelo auditor para adquirir as evidências.

Segundo Basso (2005), as dez técnicas básicas de auditoria são:. I – Exame e contagem física;

II – Confirmação;

III – Exame de documentos originais; IV – Conferência de cálculos;

V – Acompanhamento retroativo dos procedimentos de escrituração; VI – Investigação minuciosa;

VII – Inquérito;

VIII – Exame de registros auxiliares; IX – Correlação de dados;

X – Observação.

Desta forma Basso (2005, p.137), identifica a observação como “[...] uma técnica auxiliar, mas que está sempre presente nos trabalhos do auditor. Consiste em observar tudo o que acontece, principalmente entre as pessoas, para testar o funcionamento do sistema de controle interno [...]”.

Na mesma linha de pensamento Basso (2005, p.136), nos traz uma explicação sobre o exame de documentos originais; “[...] consiste na análise da documentação que deu origem à escrituração dos fatos na Contabilidade da entidade auditada [...]”.

Enquanto que a investigação minuciosa compreende na técnica de “[...] examinar-se o objeto em profundidade, ponto a ponto e em toda sua dimensão. Pode ser o estudo de uma

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conta, de um livro de registro original ou qualquer outra fonte de informação sobre o fato que evidencie situação de irregularidade ocultada [...]”. (BASSO, 2005, p.136).

Diante do exposto, pode-se evidenciar que a pesquisa utilizou das seguintes técnicas básicas de auditoria: observação; exame de documentos originais; e a investigação técnica, uma vez que todas elas foram desempenhadas com base nos demonstrativos contábeis do último exercício social encerrado.

2.2.9 Sistema de controle interno

Antes de se elaborar o programa de auditoria é necessário avaliar os controles internos da entidade, para avaliar o grau de segurança por eles proporcionados e então determinar a profundidade e a atenção que é necessária na aplicação dos exames de auditoria.

Para Attie (1993, p.133), o controle interno “[...] compreende o conjunto coordenado de métodos e medidas para a salvaguarda do patrimônio da empresa, a verificação da exatidão dos dados contábeis, a promoção da eficiência operacional e o seguimento à política traçada pela administração [...]”.

Sendo assim o controle interno pode ser definido, como se expressa Lins (2014, p.217), como sendo “[...] um processo integrado e operado pela empresa como um todo, com a intenção de fornecer razoável segurança tanto a atividades administrativas quanto às operacionais, de forma a diminuir as possibilidades de desvios de ativos, desobediência às normas internas, bem como de erro não intencionais [...]”.

Ainda na mesma linha de pensamento, Lins (2014, p.219), mostra que “A avaliação dos controles internos pela auditoria externa deve, no mínimo, abordar os seguintes pontos, quando aplicáveis:

 as normas para elaboração de demonstrações contábeis e quaisquer outros informes contábeis e administrativos, para fins internos ou externos;

 a elaboração, a revisão e a aprovação de conciliações de contas;

 a sistemática revisão da exatidão aritmética dos registros;

 a adoção de sistemas de informação computadorizados e os controles adotados na sua implantação, alteração, acesso a arquivos e geração de relatórios;

 os controles adotados sobre as contas que registram as principais transações da entidade;

 o sistema de aprovação e a guarda de documentos;

 a comparação de dados internos com fontes externas de informação;

 os procedimentos de inspeções físicas periódicas em ativos da entidade;

 a limitação do acesso a ativos e registros; e

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É por meio do controle interno que as informações geradas e transmitidas pelos sistemas de processamento e geração são avaliadas para que possam ser utilizadas com confiabilidade, gerando assim relatórios eficazes para a administração. Apenas com uma boa avaliação do controle interno poderá diagnosticar-se o grau de confiança das informações e corrigir possíveis falhas no sistema como, erros intencionais ou não intencionais, os quais só são identificados se o sistema de controle interno for de boa qualidade.

2.3 AUDITORIA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Na auditoria das demonstrações contábeis, o auditor direcionará seus exames na expectativa de identificar se as mesmas foram elaboradas de acordo com o que estabelece a Lei 11.638/07, que determina as disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeirasdas sociedades de grande porte.

Utilizou-se também como base a Lei 11.941/09, que coloca em vigência o Regime Tributário de Transição (RTT) e traz também importantes alterações efetuadas na legislação fiscal.

Tendo em vista que as demonstrações contábeis da empresa Viveiro Terra Fofa – EPP, que serão objeto de estudo prático de Trabalho de Conclusão de Curso, foram elaboradas na vigência da Lei 11.941/09, serão a seguir estudados os aspectos dela relacionados a elaboração e apresentação das demonstrações contábeis, compatibilizados com o que prescreve a Resolução CFC nº 1.255/09, a qual aprova a NBC T 19.41 – Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas, onde a mesma se enquadra.

Inclui-se também como embasamento a ITG 1000 – Novo Modelo Contábil para ME e EPP, sendo está uma interpretação técnica, instituída pela Resolução CFC 1328/2011, a qual define a estrutura das Normas Brasileiras de Contabilidade. Podendo ser adotada pelas Empresas de Pequeno Porte (com faturamento de até R$ 3.600.000,00), como no caso da empresa objeto deste estudo.

2.3.1 Aspectos da Lei 11.638/07

As principais modificações introduzidas pela Lei 11.638, de 28 de dezembro de 2007 – Elaboração e Divulgação das Demonstrações Financeiras das Sociedades de grande porte, são:

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 obrigatoriedade na elaboração ao fim da cada exercício social, além das demonstrações financeiras básicas (balanço patrimonial, demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados, demonstração do resultado do exercício), a demonstração dos fluxos de caixa. Caso seja companhia fechada com patrimônio líquido na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais), perde a obrigatoriedade.

 a demonstração dos fluxos de caixa deverá ser apresentada em no mínimo 3 (três) fluxos: das operações; dos financiamentos; e, dos investimentos.

 no balanço, os elementos do ativo são classificados no ativo circulante (AC), no realizável a longo prazo ou no permanente: investimentos, imobilizado e intangível e, serão avaliados pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizados conforme disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando este for inferior, no caso das demais aplicações e os direitos e títulos de crédito;

 os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante.

 os direitos classificados no intangível, serão avaliados pelo custo incorrido na aquisição, deduzido do saldo da respectiva conta de amortização.

 no passivo, a divisão ficou em: passivo circulante (PC); passivo não circulante (PNC); resultados de exercícios futuros e, patrimônio líquido (PL).

2.3.2 Aspectos da Lei 11.941/09

Já as principais alterações feitas pela Lei 11.941, de 27 de maio de 2009, foram modificações realizadas para alterar e complementar a Lei 11.638/07, sendo algumas citadas a seguir:

 no balanço patrimonial o grupo do ativo será dividido em: ativo circulante; e ativo não circulante (ANC), composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. Quando for o caso, o imobilizado deve registrado de forma segregada os ativos biológicos.

 no grupo do passivo, as contas serão classificadas nos grupos de: passivo circulante e passivo não circulante; patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesoureira e prejuízos acumulados.

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 considera-se valor justo dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de realização mediante venda no mercado, deduzidos os impostos e demais despesas necessárias para a venda, e a margem de lucro.

 a companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação dos valores registrados no imobilizado e no intangível, a fim de que sejam revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida útil econômica estimada e para cálculo da depreciação, exaustão e amortização.

 na demonstração do resultado do exercício deverá ser discriminado; o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa.

2.3.3 Aspectos da Resolução CFC 1255/09

A Resolução CFC 1255/09, que aprova a NBC T 19.41 – Contabilidade para Pequenas e Médias empresas, a qual institui regras importantes na execução das demonstrações contábeis, sendo algumas delas:

 determina a obrigatoriedade das seguintes demonstrações contábeis: a) balanço patrimonial; demonstração do resultado do período; demonstração do resultado abrangente; demonstração das mutações do patrimônio líquido; demonstração dos fluxos de caixa; notas explicativas.

 se as únicas alterações no patrimônio líquido durante os períodos para os quais as demonstrações contábeis são apresentadas derivam do resultado, de distribuição de lucro, de correção de erros de períodos anteriores e de mudanças de políticas contábeis; a entidade pode apresentar uma única demonstração das mutações do patrimônio líquido.

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3 METODOLOGIA DO ESTUDO

Este capítulo apresenta a metodologia de estudo, bem como a classificação do tipo de pesquisa realizada, a descrição do plano de coleta de dados e o plano de análise e interpretação dos dados.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

Cada pesquisa é diferente de qualquer outra, seja quanto a natureza, quanto aos objetivos, ou quanto aos fins. Por isso a necessidade de previsão de meios e a provisão de recursos, de acordo com a especificidade de cada uma. Assim, as pesquisas podem ser classificadas de diferentes maneiras.

3.1.1 Quanto à sua natureza

A pesquisa pode ser aplicada ou básica, de acordo com seu objetivo geral. Conforme explica Gil (2010, p.27):

Pesquisa básica: Pesquisas destinadas unicamente à ampliação do conhecimento,

sem qualquer preocupação com seus possíveis benefícios.

Pesquisa aplicada: Pesquisas voltadas à aquisição de conhecimentos com vistas à

aplicação numa situação específica.

A pesquisa aplicada, para Vergara (2009, p.43), “[...] é fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver problemas concretos, mais imediatos, ou não. Tem, portanto, finalidade prática, ao contrário da pesquisa pura, motivada basicamente pela curiosidade intelectual do pesquisador e situada, sobretudo no nível de especulação”.

Portanto, o estudo classifica-se como pesquisa aplicada, uma vez que a metodologia a utilizada é aplicável ao estudo e a análise das demonstrações contábeis da empresa, para identificação e solução de possíveis falhas encontradas.

3.1.2 Quanto à forma de abordagem do problema

O estudo se classifica como pesquisa qualitativa, assim, Beuren et al (2004, p.92), menciona que, “[...] abordar um problema qualitativamente poder ser uma forma adequada para conhecer a natureza de um fenômeno social. Isso justifica a existência de problemas que

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podem ser investigados com uma metodologia quantitativa e outros que exigem um enfoque diferente”.

Com base no conceito acima, identifica-se que o estudo se classifica como pesquisa qualitativa, pois foi realizada uma análise mais profunda em relação ao tema estudado e do problema a ser investigado.

3.1.3 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos, estes se classificam como pesquisa descritiva, assim caracterizada por Zamberlan et al (2014, p.96): “A pesquisa descritiva visa identificar, expor e descrever os fatos ou fenômenos de determinada realidade em estudo, características de um grupo, comunidade, população ou contexto social.”

A pesquisa descritiva para Andrade (2002, apud BEUREN et al 2004, p.81), destaca que: “[...] a pesquisa descritiva preocupa-se em observar os fatos, registrá-los, analisá-los, classificá-los e interpretá-los, e o pesquisador não interfere neles. Assim, os fenômenos do mundo físico e humano são estudados, mas não manipulados pelo pesquisador”.

Sendo assim, a pesquisa, quanto aos seus objetivos, se caracteriza como sendo descritiva, uma vez que a análise envolveu a coleta de dados e observações sistemáticas através das demonstrações contábeis da entidade estudada.

3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos

Em relação aos procedimentos técnicos, pode-se citar a pesquisa bibliográfica, a pesquisa documental e o estudo de caso.

Para isso, Gil (2010, p.28), explica que: “Para que possa avaliar a qualidade dos resultados de uma pesquisa torna-se necessário saber como os dados foram obtidos, bem como os procedimentos adotados em sua análise e interpretação.”

Segundo Lakatos; Markoni (1996, p.66), “[...] a pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias [...]”.

Em relação à pesquisa documental, Vergara (2009, p.43), afirma que, “[...] é a realizada em documentos conservados no interior de órgãos públicos e privados de qualquer natureza, ou com pessoas: registros, anais, regulamentos, circulares, ofícios, memorandos, balancetes [...]”.

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A pesquisa do tipo estudo de caso, conforme Yin (2001, apud ZAMBERLAN et al 2014, p.23), “É uma pesquisa empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro do seu contexto de vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos”.

Dessa forma, o trabalho foi realizado por meio da pesquisa bibliográfica, através de consulta em livros e artigos acadêmicos, com o objetivo de fundamentar a teoria da pesquisa levantada, e, é documental e estudo de caso, pois utilizou-se das demonstrações contábeis do exercício 2014 disponibilizadas pela empresa, para identificar como foram elaboradas estas e quais os procedimentos utilizados na constituição.

3.2 PLANO DE COLETA DE DADOS

A coleta de dados deu-se por meio da avaliação dos demonstrativos contábeis básicos obrigatórios para a empresa, como o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício, as Demonstrações dos Fluxos de Caixa, a Demonstração dos Lucros e/ou Prejuízos Acumulados, a Demonstração do Valor Adicionado e as Notas Explicativas. Para isso foi examinada a adequação de todas as contas, os grandes grupos de contas e também seus subgrupos, sendo utilizadas para o estudo as demonstrações do exercício social de 2014.

Para Beuren et al (2004, p.71), “[...] os instrumentos de pesquisa são entendidos como preceitos ou processos que o cientista deve utilizar para direcionar, de forma lógica e sistemática, o processo de coleta, análise e interpretação dos dados”.

A coleta dos dados da entidade ocorreu através de informações coletadas no sítio da empresa, utilizando-se de entrevista despadronizada, conforme a necessidade de informações complementares, juntamente com os documentos disponibilizados pela empresa.

3.2.1 Instrumentos de coleta de dados

Em relação aos instrumentos de coleta de dados Gil (2010), nos ensina que na maioria dos estudos de casos são utilizados a coleta de dados mediante entrevistas, observação e análise de documentos. Quando são utilizadas entrevistas Gil (2010), identifica a modalidade da entrevista, como sendo, aberta (com questões e sequência predeterminadas), guiada (com formulação e sequência definida), por pautas (guiadas por pontos de interesse), ou informal (que se confunde com uma conversa).

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Lakatos (2003, p.191), demonstra que: “A observação ajuda o pesquisador a identificar e a obter provas a respeito de objetivos os quais os indivíduos não têm consciência, mas que orientam seu comportamento. Desempenha papel importante nos processos observacionais, no contexto da descoberta [...]”.

Quando é utilizada a observação, Marconi; Lakatos (2003), identificam que esta pode ser caracterizada em quatro modalidades:

a) segundo os meios utilizados: observação assistemática que não utiliza de técnicas especiais, e não possui planejamento prévio; enquanto que a sistemática é controlada, possui planejamento para responder propósitos preestabelecidos.

b) segundo a participação do observador: observação não-participante, o pesquisador interage no meio estudado, mas não influencia, permanece de fora. Enquanto que a observação participante o pesquisador participa com o grupo, podendo assim ser influenciado.

c) segundo o número de observações: a observação individual é feita apenas por um pesquisador, enquanto que a observação em equipe é feita por um grupo que analisa vários ângulos.

d) segundo o lugar que se realiza: observação na vida real, realizadas em ambiente real, no local onde a situação ocorre, e a observação em laboratório que tem lugar e condições controladas.

Ainda segundo Marconi; Lakatos (2003, p.195), “A entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional [...] para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de um problema social”.

A entrevista pode ser padronizada, quando o entrevistador segue um roteiro determinado antecipadamente, seguindo estilo formulário, diferente da entrevista despadronizada em que o entrevistador tem liberdade para fazer as perguntas, não havendo perguntas previamente estabelecidas. (MARCONI; LAKATOS, 2003).

De forma bastante parecida, utiliza-se do questionário como coleta de dados importantes e relevantes na pesquisa, porém, este deve ser respondido por escrito e sem a presença do entrevistador.

A documentação é uma ferramenta importante na coleta de dados para encontrar as informações necessárias para o estudo de caso, juntamente com a pesquisa bibliográfica.

Para elaborar a pesquisa, foram utilizados alguns instrumentos para nortear o levantamento das informações necessárias para o desenvolvimento desta, como a observação,

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a qual é assistemática, não participante, individual e na vida real. Incluindo a pesquisa documental, e entrevistas despadronizadas conforme necessidade.

3.3 PLANO DE ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

A análise e interpretação dos dados na pesquisa documental, pode variar de acordo com a natureza dos documentos utilizados, podendo inclusive ser relatórios apresentados pelas empresas, estes são identificados como sendo documentos de segunda mão, pois já passaram por tratamento analítico. (GIL, 2010).

Nesta pesquisa a análise e interpretação de dados foi realizada após o recebimento do material documental disponibilizado pela empresa e informações nestas coletadas. Com base nisso, foi desenvolvida uma análise com o objetivo de encontrar soluções para o problema levantado no estudo.

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4 AUDITORIA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: Estudo de caso

Nesta etapa do trabalho de conclusão de curso, aplicou-se as técnicas e exames de auditoria contábil permitidas pela legislação, a qual tiveram como função identificar se as demonstrações contábeis estão sendo elaborados de acordo com os preceitos da Lei 6.404/76, e alterações feitas pela Lei 11.638/07, e Lei 11.941/09 e os normativos contábeis aplicados, com vistas a atingir os objetivos gerais e específicos propostos na fase inicial do trabalho por meio da análise dos resultados encontrados na auditoria independente.

Este quarto capítulo é composto da elaboração e aplicação do programa de auditoria das demonstrações contábeis da empresa em estudo, dos exames de auditoria realizados por meio dos papéis de trabalho de auditoria e do relatório de auditoria que apresenta as conclusões acerca dos resultados obtidos e concomitantemente as recomendações que devem servir como base para correta apresentação das demonstrações contábeis.

4.1 ELABORAÇÃO DO PROGRAMA DE AUDITORIA

Depois de coletada toda a documentação para iniciar aos exames de auditoria o auditor deve elaborar o programa de auditoria, a partir do qual são identificados os passos a serem seguidos pelo auditor durante a realização dos seus trabalhos. O programa de auditoria nada mais é do que o mapeamento do que será examinado.

A seguir, apresenta-se o programa de auditoria elaborado com base nos demonstrativos do exercício 2014, e aplicado nas demonstrações contábeis do Viveiro.

Quadro 1 – Programa de auditoria das demonstrações contábeis do Viveiro Terra Fofa – EPP

NOME DA EMPRESA DE AUDITORIA: GLOBAL AUDITORIA INDEPENDENTE Cliente: VIVEIRO TERRA FOFA – EPP

Assunto: Auditoria das Demonstrações Contábeis

Finalidades: Identificar a adequada apresentação das Demonstrações Contábeis. Escopo: Demonstrações Contábeis elaboradas em 31/12/2014

Objeto de exame Exames de verificação Finalidade

1. Balanço Patrimonial  Examinar a correta denominação da demonstração;   Constatar a adequada apresentação do Balanço Patrimonial.

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