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Álgebras estandarmente estratificadas e álgebras quase-hereditárias

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Academic year: 2021

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(1)´ Algebras estandarmente estratificadas e ´ algebras quase-heredit´ arias Paula Andrea Cadavid Salazar. ˜ APRESENTADA DISSERTAC ¸ AO AO ´ INSTITUTO DE MATEMATICA E ESTAT´ISTICA DA ˜ PAULO UNIVERSIDADE DE SAO PARA ˜ OBTENC ¸ AO DO T´ITULO DE ˆ MESTRE EM CIENCIAS. ´ Area de Concentra¸ca˜o: Matem´ atica Orientador: Prof. Dr. Eduardo do Nascimento Marcos. Durante o desenvolvimento deste trabalho o autor recebeu aux´ılio financeiro da CNPq. S˜ao Paulo, outubro de 2007.

(2) ´ Algebras estandarmente estratificadas e ´ algebras quase-heredit´ arias. Este exemplar corresponde a` disserta¸ca˜o defendida por Paula Andrea Cadavid Salazar e aprovada pela comiss˜ao julgadora.. S˜ao Paulo, 15 de fevereiro de 2008.. Banca examinadora: Prof. Dr. Eduardo do Nascimento Marcos (IME-USP) Prof. Dr. Maria Izabel Ramalho Martins (IME-USP) Prof. Dr. Marcelo Lanzilotta Mernies (Univ. de la Rep., Uruguay).

(3) A Luisa Fernanda.

(4) Agradecimentos. Ao IME por ter-me concedido o´timas condi¸co˜es de trabalho, em especial ao professor Eduardo do Nascimento Marcos pela sua orienta¸c˜ao e `a professora Mar´ıa Izabel Ramalho Martins pela sua valiosa ajuda.. A todos os amigos do IME, especialmente a Natalia, Mary Luz e ao Pablo, por estar sempre nos momentos dif´ıcies.. Ao CNPq, pelo apoio financeiro.. i.

(5) Resumo. Sejam K um corpo algebricamente fechado, A uma K-´algebra b´asica conexa de dimens˜ao finita sobre K e e = (e1 , e2 , . . . , en ) um conjunto completo de idempotentes ortogonais, primitivos e ordenados de A. O conjunto dos m´odulos estandares ´e o conjunto 4 = {41 , . . . , 4n }, onde 4i ´e o quociente maximal do A-m´odulo projetivo Pi com fatores de composi¸c˜ao simples Sj , com j ≤ i, F(4) ´e a subcategoria plena de mod A dos m´odulos tˆem uma 4-filtra¸ca˜o. Se AA ∈ F(4) diz-se que A ´e uma a´lgebra estandarmente estratificada. Se, al´em disso, para cada elemento em 4 vale que EndA (4i ) ∼ =K diz-se que A ´e uma ´algebra a´lgebra quase-heredit´aria. Nesta diserta¸c˜ao estudamos as propriedades de F(4), especialmente quando A ´e estandarmente estratificada, e algumas condi¸co˜es necess´arias e suficientes para que A seja quase-heredit´aria.. ´ Palavras-chave: Algebras estandarmente estratificadas, a´lgebras quaseheredit´arias, m´odulos estandares.. ii.

(6) Abstract. Let K be an algebraically closed field, A a basic, connected, finite dimensional K-algebra and e = (e1 , e2 , . . . , en ) a complete set of ordered primitive orthogonal idempotents of A. The set of standard modules is the set 4 = {41 , . . . , 4n }, where 4i is the maximal factor submodule of Pi whose composition factors are isomorphic to Sj , for j ≤ i. We denote by F(4) the full subcategory of mod A containing the modules which are filtered by modules in 4. If AA ∈ F(4) we say that A is standardly stratified. Moreover, if EndA (4i ) ∼ = K for each element in 4 we say that A is quasi hereditary. In this work we study the properties of the category F(4), especially when A is stardardly stratified, and some necessary and sufficient conditions to A be quasi hereditary.. Keywords: standardly stratified algebras, quasi-hereditary algebras, standard modules.. iii.

(7) Sum´ ario 1 Um pouco de Teoria de Representa¸co ˜es. 1. 1.1. Preliminares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 1. 1.2. Carcases e a´lgebras de caminho . . . . . . . . . . . . . . . . .. 3. 1.3. Representa¸c˜oes e m´odulos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 6. 1.4. Seq¨ uˆencias de Auslander-Reiten . . . . . . . . . . . . . . . . . 10. 2 Seq¨ uˆ encias de Auslander-Reiten relativas. 14. ´ 3 Algebras estandarmente estratificadas e ´ algebras quase heredit´ arias. 29. 3.1. Sobre o grupo de Grothendieck . . . . . . . . . . . . . . . . . 30. 3.2. M´odulos estandares e coestandares . . . . . . . . . . . . . . . 33. 3.3. As categorias F(4) e F(5) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39. 3.4. ´ Algebras estandarmente estratificadas . . . . . . . . . . . . . . 47. 3.5. ´ Algebras estandarmente estratificadas e m´odulos inclinantes . 60. 3.6. ´ Algebras quase-heredit´arias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81. Referˆ encias Bibliogr´ aficas. 87. iv.

(8) Introdu¸ c˜ ao. As a´lgebras quase-heredit´arias foram introduzidas por E. Cline, B. Parshall e L. Scott, em [9] e [10], no contexto da teoria alg´ebrica de grupos e na representa¸c˜ao das a´lgebras de Lie complexas semisimples de dimens˜ao finita, mais precisamente no estudo da categoria dos pesos m´aximos. V. Dlab e C. M. Ringel fizeram um extenso estudo desta classe de a´lgebras e de suas categorias de m´odulos. Um dos principais resultados obtidos ´e a existencia do m´odulo caracter´ıstico que foi dado por Ringel em [24]. Tal m´odulo, que ´e tanto inclinante como coinclinante, estabelece uma conex˜ao com a teoria de inclina¸ca˜o que tem sido muito desenvolvida nos ultimos anos. Mais tarde, E. Cline, B. Parshall e L. Scott introduziram em [11] um conceito mais geral: as a´lgebras estandarmente estratificadas. As a´lgebras quase-heredit´arias n˜ao s˜ao nada mais do que as a´lgebras estandarmente estratificadas de dimens˜ao global finita. Elas aparecem, por exemplo, no estudo da categoria O de Berstein, Gelfand e Gelfand associada com a decomposi¸c˜ao triangular de uma ´algebra de Lie complexa, semisimples de dimens˜ao finita. Varias geraliza¸c˜oes tem sido feitas, uma delas apareceu em [16], onde K. Erdman e C. S´aenz definem os sistemas estratificantes. Posteriormente E. Marcos, O. Mendoza e C. S´aenz em [22], usam tais sistemas para geralizar ´ os resultados obtidos por I. Agoston, D. Happel, E. Luk´as e L. Unger em [1] acerca da dimens˜ao finit´ıstica de uma a´lgebra estandarmente estratificada. Os conceitos centrais nesta teoria s˜ao os conjuntos 4 e 5 dos m´odulos v.

(9) Introdu¸ca˜o. estandares e coestandares, respectivamente. Nosso principal objetivo nesta disserta¸ca˜o ´e estudar algumas propriedades das categorias F(4) e F(5), dos m´odulos filtrados por 4 e 5, respectivamente, fazendo ˆenfase no caso em que a ´algebra ´e estandarmente estratificada. Para tal esta disserta¸c˜ao esta organizada como segue: O Cap´ıtulo 1 destina-se a revis˜ao de conceitos, defini¸c˜oes, teoremas e nota¸co˜es que ser˜ao usadas ao longo deste texto, seu principal objetivo ´e tentar tornar a disserta¸c˜ao autocontida. No Cap´ıtulo 2, baseados no trabalho de Ringel em [24], demonstramos que a categoria F(θ), onde θ = {θ(1), θ(2), . . . , θ(n)} ´e um conjunto de m´odulos tal que Ext1A (θ(i), θ(j)) = 0, para i ≤ j, admite seq¨ uˆencias de AuslarderReiten relativas. No Cap´ıtulo 3, na primeira se¸ca˜o definimos o grupo de Grothendieck e enunciamos algumas propriedades a usar durante o restante do cap´ıtulo. Na segunda se¸ca˜o demonstramos as propriedades b´asicas dos m´odulos estandares. Na se¸ca˜o 3.3 apresentamos propriedades homol´ogicas das categorias F(4) e F(5), em particular que s˜ao funtorialmente finitas e que admitem seq¨ uˆencias de Auslanden-Relativas. Tais resultados foram extra´ıdos de [13],[15], [26] e [24]. Na se¸ca˜o 3.4 introduzimos os conceitos de a´lgebra estandarmente estratificada e a´lgebra quase-heredit´aria, demonstramos que quando a ´algebra ´e estandarmente estratificada os m´odulos em F(4) tˆem dimens˜ao projetiva finita e que as a´lgebras quase-heredit´arias tem dimens˜ao global finita. Os resultados desta se¸c˜ao est˜ao contidos em [15]. Na se¸c˜ao 3.5 demonstramos que se A ´e uma a´lgebra estandarmente estratificada existe um A-m´odulo inclinante generalizado T associado a A, tal que F(4) ∩ Y(4) = vi.

(10) Introdu¸ca˜o. add T e que o anel de endomorfismos B = EndA (TA ) ´e de novo uma K-´algebra estandarmente estratificada. Mais ainda, que EndB (T 0 ) ´e Morita equivalente a A, onde T 0 ´e o B-m´odulo inclinante generalizado associado a B. Os resultados apresentados nesta se¸ca˜o est˜ao contidos no trabalho de C. Xi, em [26]. Finalmente, na Se¸ca˜o 3.6 abordaremos duas caracteriza¸co˜es diferentes das ´algebras quase-heredit´arias.. vii.

(11) Cap´ıtulo 1 Um pouco de Teoria de Representa¸ co ˜es Este cap´ıtulo traz uma s´erie de conceitos, defini¸co˜es, teoremas e nota¸co˜es que utilizaremos livremente em todo o restante deste texto. Grande parte dos t´opicos aqui apresentados s˜ao bastante familiares, mas ainda assim ser˜ao revisados para fixar nota¸c˜oes e tornar a terminologia do trabalho mais uniforme. Por outro lado vale alertar que n˜ao temos nenhuma pretens˜ao de fornecer um tratamento completo dos assuntos aqui abordados. Detalhes de tais conceitos podem ser encontrados em v´arios livros, mas todos os aqui mencionados podem ser achados em [4].. 1.1. Preliminares. Faremos aqui um percurso muito breve sobre algumas no¸co˜es de ´algebras associativas de dimens˜ao finita que utilizaremos ao longo desta disserta¸ca˜o.. 1.

(12) Preliminares. Para consultar detalhes citamos o Cap´ıtulo I e o Apˆendice A de [4].. Se A ´e uma K-´algebra de dimens˜ao finita, ent˜ao o m´odulo AA admite uma decomposi¸c˜ao da forma A = P1 ⊕ P2 ⊕ . . . ⊕ Pn , onde cada Pi = ei A ´e um A-m´odulo projetivo indecompon´ıvel e e1 , e2 , . . . , en s˜ao idempotentes primitivos, dois a dois ortogonais, e tais que 1 = e1 + e2 + . . . + en . O conjunto {e1 , e2 , . . . , en } ´e chamado de um conjunto completo de idempotentes primitivos ortogonais. Dizemos que A ´e uma ´ algebra b´ asica se ei A  ej A, quando i 6= j, para todo i, j = 1, . . . , n. De outro lado dizemos que A ´e conexa (ou indecompon´ıvel) se n˜ao pode ser decomposta como soma direta de duas a´lgebras, ou equivalentemente, se 0 e 1 s˜ao seus u ´nicos idempotentes centrais.. Denotamos por M od A a categoria cujos objetos s˜ao os A-m´odulos `a direita e cujos morfismos s˜ao os homomorfismos de A-m´odulos e por mod A a subcategoria plena de M od A cujos objetos s˜ao os A-m´odulos finitamente gerados. Dado um A-m´odulo M , o A-m´odulo M/rad M ´e denotado por top M . Se M ´e um A-m´odulo, ent˜ao existem seq¨ uˆencias exatas do tipo h. h. h. m 1 0 · · · −→Pm −→ Pm−1 −→ · · · −→P1 −→ P0 −→ M −→0,. onde os Pj s˜ao A-m´odulos projetivos. Uma tal seq¨ uˆencia ´e chamada uma resolu¸c˜ ao projetiva de M . Se M admite uma resolu¸ca˜o projetiva da forma h. h. h. m 1 0 0 −→ Pm −→ Pm−1 −→ · · · −→ P1 −→ P0 −→ M −→ 0,. 2.

(13) Carcases e a´lgebras de caminho. com Pm 6= 0, dizemos que o comprimento de tal resolu¸c˜ao ´e m. Se toda resolu¸c˜ao projetiva de M ´e infinita dizemos que M tem dimens˜ao projetiva infinita , caso contr´ario a dimens˜ao projetiva de M , denotada por pd M , ´e o menor natural ` tal que existe uma resolu¸ca˜o projetiva de M de comprimento `. A dimens˜ ao global ` a direita da K-´algebra A, que ´e denotada por gldim A, ´e definida por gldimA = sup{pd M : M ´e um A − m´odulo a` direita}. Para o caso em que A ´e uma K-´algebra de dimens˜ao finita, ´e conhecido que que sua dimens˜ao global ´e para calcular sua dimens˜ao global ´e gldim A = sup{pd S : S ´e um A − m´odulo simples a` direita}.. 1.2. Carcases e ´ algebras de caminho. Seja A uma a´lgebra de dimens˜ao finita e b´asica sobre um corpo algebricamente fechado. Nesta se¸c˜ao daremos uma caracteriza¸ca˜o de A em termos de estruturas chamadas carcases. Para isto, come¸caremos definindo carcases, veremos como se podem construir a´lgebras a partir deles e para finalizar enunciaremos o Teorema de Gabriel, que proporciona a caracteriza¸c˜ao mencionada acima. A prova de tal teorema pode ser vista no Cap´ıtulo II de [4].. Um carc´as ´e uma qu´adrupla Q = (Q0 , Q1 , c, f ) de dois conjuntos Q0 (cujos elementos chamamos v´ ertices) e Q1 (cujos elementos chamamos flechas) , e duas fun¸c˜oes c : Q1 → Q0 e f : Q1 → Q0 . 3.

(14) Carcases e a´lgebras de caminho. Dada uma flecha α ∈ Q1 , se c(α) = a e f (α) = b dizemos que o come¸co de α ´e a e que o final de α ´e b. Denotamos esta situa¸ca˜o por α : a → b. O carc´as Q = (Q0 , Q1 , c, f ) pode ser denotado por Q = (Q0 , Q1 ) ou simplesmente por Q. Dizemos que Q = (Q0 , Q1 ) ´e finito se os conjuntos Q0 e Q1 s˜ao finitos. Todos os carcases que consideraremos aqui ser˜ao finitos, exceto o carc´as de Auslander-Reiten que definiremos na se¸ca˜o 1.4. ¯ do carc´as Q ´e um grafo obtido de Q sem consiO grafo subjacente Q ¯ ´e um grafo com os mesmos v´ertices derar a orienta¸c˜ao das flechas, isto ´e, Q ¯ se existe uma de Q e tal que existe uma aresta entre os v´ertices a e b em Q flecha α : a → b ou uma flecha β : b → a. Dizemos que o carc´as Q ´e conexo ¯ ´e conexo. se o grafo subjacente Q Sejam Q = (Q0 , Q1 , c, f ) e a, b ∈ Q0 . Um caminho de comprimento ` ≥ 1 com come¸co em a e final em b (ou simplesmente de a para b) ´e uma seq¨ uˆencia (a|α1 , α2 , . . . , α` |b) onde αk ∈ Q1 , para 1 ≤ k ≤ `, c(α1 ) = a, f (αk ) = c(αk+1 ), para cada 1 ≤ k ≤ ` − 1, e f (α` ) = b. Denotamos tal caminho por α1 α2 . . . α` . Al´em disso, a cada v´ertice a ∈ Q0 associamos um caminho de comprimento ` = 0 que chamamos caminho trivial e que denotamos por a ou por (a||a). Dados um carc´as Q e um corpo K a ´ algebra de caminhos KQ ´e uma K-´algebra cujo K-espa¸co vetorial subjacente tem como base o conjunto de todos os caminhos de comprimento ` ≥ 0 em Q. A seguir definimos o produto em KQ nos elementos de sua base. Se γ1 = (a|α1 , α2 , . . . , α` |b) e γ2 = (c|β1 , β2 , . . . , βk |d), ent˜ao 4.

(15) Carcases e a´lgebras de caminho.  γ1 γ2 =. (a|α1 , α2 , . . . , α` , β1 , β2 , . . . , βk |d), se b = c 0, caso contr´ario.. Tal produto ´e estendido a qualquer elemento de KQ por linearidade. Uma rela¸c˜ ao em Q ´e uma combina¸ca˜o K-linear de caminhos de comprimento maior do que um que tem o mesmo in´ıcio e o mesmo final. Isto ´e, uma rela¸ca˜o ρ ´e um elemento de KQ da forma ρ=. m X. λi ωi ,. i=1. onde λi ∈ K (n˜ao todos nulos), `(ωi ) > 1, c(ωi ) = c(ωj ) e f (ωi ) = f (ωj ). Sejam Q um carc´as finito e R o ideal de KQ gerado pelas flechas de Q. Dizemos que um ideal bilateral I de KQ ´e admiss´ıvel se existe um inteiro m ≥ 2, tal que Rm ⊆ I ⊆ R2 . Notemos que, se Q ´e finito e I ´e um ideal admiss´ıvel de KQ, ent˜ao existe um conjunto finito de rela¸co˜es {ρ1 , ρ2 , . . . , ρs } tais que I = hρ1 , ρ2 , . . . , ρs i. O par (Q, I) ´e chamado carc´ as com rela¸co ˜es e a a´lgebra quociente KQ/I associada ao par (Q, I) ´e chamada de a´lgebra de caminhos com rela¸co˜es (Q, I). At´e aqui dado um carc´as Q definimos a a´lgebra KQ a partir de Q. Agora, assumindo que A ´e uma K-´algebra de dimens˜ao finita, b´asica e K um corpo algebricamente fechado vamos construir o carc´as QA a partir de A e veremos de que forma A e KQA est˜ao relacionadas. Seja A uma a´lgebra b´asica com dimK A < ∞, K algebricamente fechado e {e1 , e2 , . . . , en } um conjunto completo de idempotentes ortogonais primitivos.. 5.

(16) Representa¸c˜oes e m´odulos. O carc´ as ordin´ ario de A, que denotamos por QA , ´e definido da seguinte forma: 1. Os v´ertices de QA s˜ao v1 , v2 , . . . , vn que est˜ao em correspondˆencia bijetora com os idempotentes e1 , e2 , . . . , en . 2. Dados dois v´ertices vi e vj em (QA )0 , fixamos uma base para o Kespa¸co vetorial ei (rad A/rad2 A)ej . As flechas α : vi → vj est˜ao em correspondˆencia bijetora com os vetores de tal base. A seguir enunciamos o Teorema de Gabriel que estabelece uma rela¸ca˜o entre a´lgebras e seus carcases. Teorema 1.2.1. (Gabriel) Seja A uma K-´algebra b´asica e conexa de dimens˜ao finita, onde K ´e um corpo algebricamente fechado. Ent˜ao existe um ideal admiss´ıvel I de KQA tal que A ∼ = KQA /I. Al´em disso, se ψ : KQ → A ´e um epimorfismo com ker ψ admiss´ıvel, ent˜ao Q = QA . Um epimorfismo como no teorema acima se chama uma apresenta¸c˜ ao de A.. 1.3. Representa¸co ˜es e m´ odulos. Na se¸c˜ao anterior, vimos como algumas a´lgebras podem ser descritas em termos de carcases com rela¸co˜es. Agora vamos visualizar as representa¸co˜es de uma a´lgebra, isto ´e, os seus m´odulos, atrav´es do correspondente carc´as com rela¸co˜es. Todos os conceitos aqui apresentados podem ser encontrados no Cap´ıtulo III de [4].. 6.

(17) Representa¸c˜oes e m´odulos. Ao longo desta se¸ca˜o assumimos que A ´e uma K-´algebra de dimens˜ao finita, b´asica e K um corpo algebricamente fechado e consideraremos em todos os casos carcases finitos.. Definimos uma representa¸c˜ ao K-linear ou, simplesmente, uma representa¸c˜ ao M do carc´as Q da seguinte forma: 1. Para cada ponto a ∈ Q0 associamos um K-espa¸co vetorial Ma . 2. Para cada flecha α : a → b em Q1 associamos uma aplica¸ca˜o K-linear ϕα : Ma → Mb . Denotamos tal representa¸ca˜o como M = (Ma , ϕα )a∈Q0 ,α∈Q1 , ou simplesmente como M = (Ma , ϕα ); e diremos que ´e de dimens˜ao finita se cada espa¸co vetorial Ma ´e de dimens˜ao finita. Sejam M = (Ma , ϕα ) e M 0 = (Ma0 , ϕ0α ) duas representa¸co˜es de Q. Um morfismo (de representa¸co˜es) f : M → M 0 ´e uma fam´ılia f = (fa )a∈Q0 de Kaplica¸co˜es lineares fa : Ma → Ma0 , as quais s˜ao compat´ıveis com as aplica¸c˜oes ϕα . Isto ´e, para cada flecha α : a → b, vale que ϕ0α fa = fb ϕα ou, equivalentemente, cada um dos seguintes quadrados comutam:. Ma fa. . Ma0. ϕα. ϕ0α. 7. /. /. Mb . fb. Mb0 ..

(18) Representa¸c˜oes e m´odulos. Sejam f : M → M 0 e g : M 0 → M 00 dois morfismos de representa¸co˜es de Q, onde f = (fa )a∈Q0 e g = (ga )a∈Q0 . Definimos a composi¸ca˜o gf : M −→ M 00 como sendo a fam´ılia gf = (ga fa )a∈Q0 . Desse modo, temos definido a categoria Rep(Q) de representa¸co˜es Klineares de Q. Denotamos por rep(Q) a subcategoria plena de Rep(Q) que consiste das representa¸co˜es de dimens˜ao finita. Seja M = (Ma , ϕα ) uma representa¸c˜ao de Q. Para um caminho n˜ao trivial ω = (a|α1 , α2 , . . . , α` |b) em Q, a avalia¸c˜ ao de M em ω ´e a fun¸c˜ao K-linear ϕω : Ma → Mb definida por ϕω = ϕα1 ϕα2 . . . ϕα` . Estendemos esta P e defini¸ca˜o para combina¸c˜oes lineares de caminhos. Isto ´e, se ρ = m i=1 λi ωi ´ Pm uma rela¸ca˜o, ent˜ao a avalia¸ca˜o de M em ρ ´e ϕρ = i=1 λi ϕωi . Seja I um ideal admiss´ıvel de KQ. Dizemos que a representa¸ca˜o M = (Ma , ϕα ) de Q satisfaz as rela¸c˜ oes em I quando ϕρ = 0, para todo elemento ρ ∈ I. Notemos que se I ´e gerado pelo conjunto de rela¸c˜oes {ρ1 , ρ2 , . . . , ρs }, a representa¸ca˜o M satisfaz as rela¸co˜es de I se, e somente se, ϕρi = 0, para todo 1 ≤ i ≤ s. Uma representa¸c˜ao de (Q, I) ´e uma representa¸ca˜o de Q que satisfaz as rela¸co˜es de I. Denotamos por RepK (Q, I) a subcategoria de RepK (Q) cujos objetos s˜ao as representa¸co˜es de (Q, I) e por repK (Q, I) a subcategoria de repK (Q) cujos objetos s˜ao as representa¸co˜es de dimens˜ao finita de (Q, I). Com as hip´oteses sobre A sabemos, pelo Teorema de Gabriel, que A ´e isomorfa a uma ´algebra de caminhos dada por um carc´as com rela¸c˜oes (Q, I), isto ´e, A ∼ = KQ/I. A seguinte proposi¸c˜ao diz que o estudo da categoria M od A ´e equivalente ao da categoria Rep(Q, I). Teorema 1.3.1. Seja A = KQ/I, onde Q ´e um carc´as finito e conexo e I ´e 8.

(19) Seq¨ uˆencias de Auslander-Reiten. um ideal admiss´ıvel de KQ. Ent˜ao existe uma equivalˆencia F de categorias '. F : M od A → RepK (Q, I) cuja restri¸c˜ao ´e uma equivalˆencia entre as categorias '. F : modA → repK (Q, I). Demonstra¸c˜ ao.. Descreveremos o funtor F : M od A → RepK (Q, I). Para. isto diremos como age nos objetos e nos morfismos de M od A. Sejam a ∈ Q0 e α ∈ Q1 . Denotaremos por ea e por α as classes de a e de α em KQ/I, respectivamente. Se M ´e um A-m´odulo, definimos F (M ) = (Ma , ϕα ), onde Ma = M ea e para α : a → b, seja ϕα : Ma −→ Mb dada por ϕα (x) = xα, para todo x ∈ Ma . Se f : M → M 0 ´e um homomorfismo de A-m´odulos, ent˜ao definimos ´ f´acil verifiF (f ) = (fa )a∈Q0 , onde fa ´e a restri¸c˜ao de f a Ma = M ea . E car que F ´e uma equivalˆencia de categorias.  A equivalˆencia do teorema anterior permite a identifica¸c˜ao dos A-m´odulos com as representa¸co˜es K-lineares de (Q, I) e vice versa. Em vista deste fato abusaremos da linguagem n˜ao distinguindo, muitas vezes, os KQ/I- m´odulos das representa¸co˜es de (Q, I). O u ´ltimo teorema tem muitas conseq¨ uˆencias interessantes, em particular permite conhecer de forma expl´ıcita os m´odulos simples, os projetivos indecompon´ıveis e os injetivos indecompon´ıveis.. 9.

(20) Seq¨ uˆencias de Auslander-Reiten. 1.4. Seq¨ uˆ encias de Auslander-Reiten. Neste se¸ca˜o vamos enunciar um resultado que surgiu na d´ecada dos 70 e que influenciou definitivamente o desenvolvimento da Teoria de Representa¸c˜oes de ´algebras. Trabalhando basicamente com a´lgebras de Artin (uma generaliza¸ca˜o das a´lgebras de dimens˜ao finita) M. Auslander e I. Reiten introduziram a no¸c˜ao de seq¨ uˆencias quase-cindidas (tamb´em chamadas seq¨ uˆencias de Auslander-Reiten). A importˆancia destas seq¨ uˆencias reside nos morfismos que as comp˜oem. Posteriormente os morfismos que aparecem nas mencionadas seq¨ uˆencias foram usados por C. M. Ringel para definir um carc´as, conhecido como o carc´as de Auslander-Reiten, que proporciona muita informa¸c˜ao sobre a categoria mod A. Detalhes dos conceitos aqui mencionados podem ser achados no Cap´ıtulo IV de [4].. Come¸caremos definindo os conceitos relacionados. Sejam M, N, L A-m´odulos em mod A. Ent˜ao: 1. Seja h : M → N um homomorfismo de A-m´odulos. Dizemos que h ´e uma se¸c˜ ao (ou um monomorfismo que cinde) se existe um homomorfismo de A-m´odulos s : N −→ M tal que sh = 1M . De outro lado, dizemos que h ´e uma retra¸c˜ ao (ou um epimorfismo que cinde) se existe um homomorfismo de A-m´odulos r : N −→ M tal que hr = 1N . 2. Um homomorfismo de A-m´odulos f : L → M ´e chamado minimal ` a esquerda se cada h ∈ EndA (M ) tal que hf = f ´e um automorfismo. 10.

(21) Seq¨ uˆencias de Auslander-Reiten. 3. Um homomorfismo de A-m´odulos g : M → N ´e chamado minimal ` a direita se cada k ∈ EndA (M ) tal que gk = g ´e um automorfismo. 4. Um homomorfismo de A-m´odulos f : L → M ´e dito quase-cindido ` a esquerda se: (a) f n˜ao ´e se¸c˜ao. (b) Para cada A-homomorfismo u : L → U , que n˜ao ´e se¸ca˜o, existe u0 : M → U tal que u0 f = u. 5. Um homomorfismo de A-m´odulos g : M → N ´e dito quase-cindido ` a direita se: (a) g n˜ao ´e retra¸c˜ao. (b) Para cada A-homomorfismo v : V → N , que n˜ao ´e retra¸c˜ao, existe v 0 : V → M tal que gv 0 = v. 6. Um homomorfismo de A-m´odulos f : L → M ´e denominado minimal quase-cindido ` a esquerda se ´e minimal a` esquerda e quase-cindido a` esquerda. 7. Um homomorfismo de A-m´odulos g : M → N ´e denominado minimal quase-cindido ` a direita se ´e minimal `a direita e quase-cindido `a direita. 8. Um homomorfismo h : M −→N de A-m´odulos ´e irredut´ıvel se h n˜ao ´e se¸ca˜o, nem retra¸ca˜o e se h = h1 h2 implica que h1 ´e retra¸ca˜o ou que h2 ´e se¸ca˜o.. 11.

(22) Seq¨ uˆencias de Auslander-Reiten. Dizemos que uma seq¨ uˆencia exata curta f. g. 0 −→ L −→ M −→ N −→ 0, em mod A ´e uma seq¨ uˆ encia quase-cindida ou uma seq¨ uˆ encia de Auslander-Reiten se L e N s˜ao A-m´odulos indecompon´ıveis e f e g s˜ao morfismos irredut´ıveis (ou equivalentemente, se f ´e minimal quase cindido `a esquerda e g ´e minimal quase cindido a` direita). Teorema 1.4.1. (Auslander-Reiten) 1. Seja M um A-m´odulo indecompon´ıvel n˜ao projetivo. Ent˜ao existe uma seq¨ uˆencia quase-cindida, u ´nica a menos de equivalˆencias de seq¨ uˆencias exatas, da forma 0 −→ M 0 −→ E −→ M −→ 0,. em mod A.. 2. Seja L um A-m´odulo indecompon´ıvel n˜ao injetivo. Ent˜ao existe uma seq¨ uˆencia quase-cindida, u ´nica a menos de equivalˆencias de seq¨ uˆencias exatas, da forma 0 −→ L −→ F −→ L0 −→ 0,. em mod A.. Sejam X e Y A-m´odulos indecompon´ıveis. O K-espa¸co vetorial Irr(X, Y ) = radA (X, Y )/rad2A (X, Y ) onde radA (X, Y ) ´e o K-espa¸co vetorial dos homomorfismos n˜ao invert´ıveis de X em Y e rad2A (X, Y ) ´e o K-espa¸co vetorial dos homomorfismos da forma. 12.

(23) Seq¨ uˆencias de Auslander-Reiten. gf com f ∈ radA (X, Z) e g ∈ radA (Z, Y ), para algum A-m´odulo Z, ´e denominado espa¸co dos morfismos irredut´ıveis de X em Y . Como X e Y s˜ao A-m´odulos indecompon´ıveis, ent˜ao ´e poss´ıvel provar que a dimens˜ao de Irr(X, Y ) ´e igual ao n´ umero m´aximo de homomorfismos irredut´ıveis de X em Y , que s˜ao linearmente independentes. O carc´ as de Auslander-Reiten da categoria mod A, denotado por Γ(mod A), ´e definido da seguinte forma: 1. Os v´ertices de Γ(mod A) s˜ao as classes de isomorfismos [M ] de Am´odulos indecompon´ıveis M . 2. Se [M ] e [N ] s˜ao dois v´ertices de Γ(mod A), correspondentes aos Am´odulos indecompon´ıveis M e N , o n´ umero de flechas de [M ] para [N ] ´e igual `a dimens˜ao do espa¸co vetorial Irr(M, N ).. 13.

(24) Cap´ıtulo 2 Seq¨ uˆ encias de Auslander-Reiten relativas M. Auslander e S. Smalø demonstraram em [7] que uma categoria funtorialmente finita, fechada por somandos diretos e por extens˜oes tem seq¨ uˆencias quase-cindidas relativas. Neste cap´ıtulo definiremos as categorias F(θ), X (θ), Y(θ) e W(θ), onde θ = {θ(1), . . . , θ(n)} ´e um conjunto fixado de A-m´odulos tais que Ext1A (θ(j), θ(i)) = 0, para todo j ≥ i. Demonstraremos que F(θ) ´e uma subcategoria funtorialmente finita de mod A e, como conseq¨ uˆencia, que X (θ) admite seq¨ uˆencias quase-cindidas relativas. Todos os resultados aqui contidos foram apresentados por Ringel em [25].. Seja A uma K-´algebra de dimens˜ao finita. Fixamos o conjunto de Am´odulos θ = {θ(1), . . . , θ(n)} com a propriedade de que Ext1A (θ(j), θ(i)) = 0, para todo j ≥ i. Denotamos por F(θ) a subcategoria plena de mod A cujos objetos s˜ao os A-m´odulos a` direita M que admitem uma θ-filtra¸c˜ ao , isto ´e, os A-m´odulos M tais que existe uma cadeia de subm´odulos 0 = M0 ⊆ M1 ⊆ . . . ⊆ Mt = M 14.

(25) Seq¨ uˆencias de Auslander-Reiten relativas. tais que Mi /Mi−1 ∼ = θ(k), para algum k ∈ {1, 2, . . . , n}, para todo i = 1, 2, . . . , t. Denotamos por X (θ) a subcategoria plena de mod A cujos objetos s˜ao os A-m´odulos que s˜ao somandos diretos de m´odulos em F(θ). Defini¸c˜ ao 2.1.1. Seja X uma subcategoria plena de mod A. Dizemos que X ´e fechada por somandos diretos se para cada m´odulo X ∈ X todos os somandos diretos de X est˜ao em X . De outro lado, dizemos que X ´e fechada por extens˜ oes se para qualquer seq¨ uˆencia exata 0 −→ X1 −→ M −→ X2 −→ 0, com X1 ∈ X e X2 ∈ X , vale que M ∈ X . Observa¸c˜ ao 2.1.2. Fixado o conjunto θ nas condi¸c˜oes acima, temos que a categoria F(θ) ´e fechada por extens˜oes e que a categoria X (θ) ´e fechada por somandos diretos e por extens˜oes. µ. ρ. De fato, seja 0 −→ M −→ N −→ L −→ 0 uma seq¨ uˆencia exata em mod A tal que M, L ∈ F(4). Se 0 = M0 ⊆ M1 ⊆ M2 ⊆ · · · ⊆ Mt = M e 0 = L0 ⊆ L1 ⊆ L2 ⊆ · · · ⊆ Lk = L s˜ao θ-filtra¸co˜es de M e L, respectivamente, ent˜ao 0 ⊆ µ(M1 ) ⊆ · · · ⊆ µ(Mt ) ⊆ ρ−1 (L1 ) ⊆ · · · ⊆ ρ−1 (Lk−1 ) ⊆ ρ−1 (Lk ) = N ´e uma θ-filtra¸ca˜o para N . A categoria X (θ) ´e fechada por somandos diretos e por extens˜oes diretamente da sua defini¸c˜ao. Por outro lado F(θ) ⊆ X (θ), mas em geral n˜ao coincidem como mostramos no seguinte exemplo.. 15.

(26) Seq¨ uˆencias de Auslander-Reiten relativas. Exemplo 2.1.3. Sejam K um corpo algebricamente fechado e A = KQ, onde Q ´e o carc´as ·3. 1· sk. ·2 Os A-m´odulos projetivos indecompon´ıveis s˜ao os m´odulos associados `as representa¸c˜oes: P1 :. P2 : 0. K sk. 0. K sk. 0. P3 :. IdK. K sk. IdK. K. K 0. e os A-m´odulos injetivos indecompon´ıveis s˜ao os m´odulos associados a`s representa¸c˜oes: I1 : K sk. I2 :. IdK. K. IdK. K. I3 : 0. 0 sk. K. 0 sk. K. 0. Mais ainda, rad P2 = rad P3 = P1 = S1 . Seja θ = {θ1 , θ2 }, onde θ1 = I1 e θ2 = P1 . Como θ2 ´e projetivo, ent˜ao Ext1A (θ2 , θ1 ) = 0. As cadeias 0 ⊂ S1 ⊂ P2 e 0 ⊂ S1 ⊂ P3 s˜ao s´eries de composi¸ca˜o para P2 e P3 , respectivamente. Portanto P2 ∈ / F(θ) e P3 ∈ / F(θ). Mas 0 ⊂ S1 ⊂ P2 ⊕ P3 ´e uma θ-filtra¸ca˜o de P2 ⊕ P3 , pois (P2 ⊕ P3 )/S1 ∼ = I1 . Logo P2 ⊕ P3 ∈ F(θ) e, em conseq¨ uˆencia, P2 ∈ X (θ) e P3 ∈ X (θ). Defini¸c˜ ao 2.1.4. Sejam X uma subcategoria plena de mod A e M ∈ mod A. 1. Uma X -aproxima¸c˜ ao ` a direita de M ´e um homomorfismo γ : X → M , com X ∈ X , tal que para todo homomorfismo γ 0 : X 0 → M , com X 0 ∈ X , existe um homomorfismo ε : X 0 → X que torna comutativo 16.

(27) Seq¨ uˆencias de Auslander-Reiten relativas. o seguinte diagrama γ. X`. /. MO γ0. ε. X 0, isto ´e, existe um ε tal que γ 0 = γε. Dualmente, definimos uma X aproxima¸c˜ ao ` a esquerda de M como um homomorfismo γ : M → X, com X ∈ X , tal que para todo homomorfismo γ 0 : M → X 0 , com X 0 ∈ X , existe um homomorfismo ε : X → X 0 que torna comutativo o seguinte diagrama γ. M γ0. /. X. ε.  ~ 0. X,. isto ´e, existe um ε tal que γ 0 = εγ. 2. Dizemos que a categoria X ´e contravariantemente finita em mod A se todo M em mod A admite uma X -aproxima¸c˜ao `a direita. Dualmente, dizemos que X ´e covariantemente finita em mod A se todo M em mod A admite uma X -aproxima¸c˜ao `a esquerda. Finalmente, dizemos que X ´e uma categoria funtorialmente finita em mod A quando ´e covariantemente finita e contravariantemente finita em mod A. Defini¸c˜ ao 2.1.5. Seja X uma subcategoria plena de mod A. Denotamos por YX a subcategoria dos m´odulos Y ∈ mod A tais que Ext1A (X, Y ) = 0, para todo X ∈ X . Lema 2.1.6. Seja M ∈ mod A e suponhamos que existe uma seq¨ uˆencia exata γ. 0 −→ Y −→ X −→ M −→ 0, 17.

(28) Seq¨ uˆencias de Auslander-Reiten relativas. com X ∈ X e Y ∈ YX . Ent˜ao γ ´e uma X -aproxima¸c˜ao `a direita de M . Demonstra¸c˜ ao.. Seja γ 0 : X 0 −→ M um homomorfismo com X 0 ∈ X .. Constru´ımos o diagrama de pull-back r. 0 −−−→ Y −−−→ E −−−→. .  0 ry. X 0 −−−→ 0  γ 0 y. γ. 0 −−−→ Y −−−→ X −−−→ M −−−→ 0. Como Ext1A (X 0 , Y ) = 0, pois X 0 ∈ X e Y ∈ YX , ent˜ao r ´e um epimorfismo que cinde e, portanto, existe t : X 0 → E tal que o seguinte diagrama comuta X0 t. E. ~. r. . idX 0. / X0. /. 0.. Seja  = r0 t : X 0 −→ X. Pela comutatividade do diagrama acima, temos que, γ = γ 0 . Logo γ ´e uma X -aproxima¸c˜ao a` direita de M .  Lema 2.1.7. Seja X uma subcategoria de mod A fechada por extens˜oes e tal que para todo N ∈ mod A existe uma seq¨ uˆencia exata 0 −→ N −→ Y (N ) −→ X (N ) −→ 0, com X (N ) ∈ X e Y (N ) ∈ YX . Ent˜ao todo m´odulo M em mod A admite uma X -aproxima¸c˜ao `a direita. Demonstra¸c˜ ao.. Seja M ∈ mod A. Consideramos primeiramente o caso. em existe um epimorfismo π : X −→ M com X ∈ X . Seja P = Ker π. Por. 18.

(29) Seq¨ uˆencias de Auslander-Reiten relativas. hip´otese, existe uma seq¨ uˆencia exata 0 −→ P −→ Y (P ) −→ X (P ) −→ 0, com Y (P ) ∈ YX e X (P ) ∈ X . Se P −−−→ Y (P )     y y X −−−→. Z. ´e o push-out de X ←− P −→ Y (P ) , ent˜ao temos o diagrama comutativo 0   y. 0   y. 0 −−−→ P −−−→ Y (P ) −−−→ X (P ) −−−→ 0  .  . y y. 0 −−−→ X −−−→  π y M   y Como X e X. (P ). Z −−−→ X (P ) −−−→ 0  γ y M   y. 0 0. est˜ao em X e X ´e fechada por extens˜oes, ent˜ao Z ∈ X .. De outro lado, aplicando o lema anterior a` seq¨ uˆencia da segunda coluna do diagrama, temos que γ : Z −→ M ´e uma X -aproxima¸c˜ao `a direita de M . Para o caso geral consideramos o A-m´odulo M 0 gerado pelas imagens Im φ, onde φ : W −→ M , para todo W ∈ X . O m´odulo M 0 ´e conhecido como o tra¸co de X em M . Sob as nossas hip´oteses, existe um n´ umero finito m de morfismos πi : Wi → M , com Wi ∈ X , tais que as imagens de πi geram M 0 . Como X ´e uma categoria fechada por somas diretas (pois ´e fechada por extens˜oes), ent˜ao temos que X = ⊕m i=1 Wi ∈ X e o homomorfismo ψ : X −→ M 0 definido por ψ(x1 + . . . + xn ) = π1 (x1 ) + . . . + πm (xm ) ´e um 19.

(30) Seq¨ uˆencias de Auslander-Reiten relativas. epimorfismo. Portanto, pela primeira parte, existe uma X -aproxima¸c˜ao a` direita de M 0 , γ 0 : Z −→ M 0 . Se i : M 0 −→ M ´e a inclus˜ao, ent˜ao iγ 0 : Z −→ M ´e uma X -aproxima¸c˜ao `a direita de M .  Seja A uma K-´algebra de dimens˜ao finita e fixemos agora um conjunto θ = {θ(1), . . . , θ(n)} de A-m´odulos `a direita, com a propriedade de que Ext1A (θ(j), θ(i)) = 0, para todo j ≥ i. Observemos que se X = F(θ), ent˜ao podemos caracterizar YX da Defini¸ca˜o 2.1.5, que denotamos por Y(θ), como a subcategoria plena de mod A formada pelos m´odulos Y tais que Ext1A (θ(j), Y ) = 0, para todo 1 ≤ j ≤ n. Para o conjunto θ fixado temos o seguintes lemas u ´teis para o objetivo do cap´ıtulo. Lema 2.1.8. Dado um t ∈ {1, 2, . . . , n}, seja N um A-m´odulo tal que, para todo j > t, Ext1A (θ(j), N ) = 0. Ent˜ao existe uma seq¨ uˆencia exata 0 −→ N −→ Nt −→ Qt −→ 0, onde Qt ´e uma soma de c´opias de θ(t) e Ext1A (θ(j), Nt ) = 0, para todo j ≥ t. Demonstra¸c˜ ao. Para cada t sejam fs. gs. s = (0 −−−→ N −−−→ Ts −−−→ θ(t) −−−→ 0), para 1 ≤ s ≤ m, as seq¨ uˆencias exatas tais que as correspondentes classes de equivalˆencias [1 ], . . . , [m ] geram o espa¸co Ext1A (θ(t), N ). Consideremos o. 20.

(31) Seq¨ uˆencias de Auslander-Reiten relativas. seguinte diagrama comutativo: g. f. m −−−→ 0 0 −−−→ N m −−−→ ⊕m s=1 Ts −−−→ θ(t)  .  . uy ky. v. (∗) 0 −−−→ N −−−→. Nt. w. −−−→ θ(t)m −−−→ 0,. onde     f1 0 g1 0     ... ... f = , g =   , k = [1, 1, . . . , 1], 0 fm 0 gm e o quadrado f. N m −−−→ ⊕m s=1 Ts     uy ky v. N −−−→ k. Nt. f. ´e o push-out de N ← N m → ⊕m s=1 Ts . Vamos mostrar que a seq¨ uˆencia (∗) ´e a seq¨ uˆencia desejada. Primeiramente, mostraremos que para cada s, 1 ≤ s ≤ m, vale que s = Ext1A (us , A), onde us : θ(t) → θ(t)m ´e a inclus˜ao natural na s-´esima coordenada e  ´e o elemento de Ext1A (θ(t)m , N ) representado pela seq¨ uˆencia (∗). Para isto, consideramos o diagrama abaixo, que ´e comutativo fs. 0 −−−→ N −−−→   u00 sy. Ts   u0s y. f. gs. −−−→ θ(t) −−−→ 0   us y g. m 0 −−−→ N m −−−→ ⊕m −−−→ 0 s=1 Ts −−−→ θ(t)  .  . uy ky. v. (∗) 0 −−−→ N −−−→. Nt. w. −−−→ θ(t)m −−−→ 0,. onde u0s e u00s indicam as respectivas inclus˜oes na s-´esima coordenada. Desde 21.

(32) Seq¨ uˆencias de Auslander-Reiten relativas. que ku00s = 1N , resulta que ´e comutativo o seguinte diagrama: fs. gs. v. w. 0 −−−→ N −−−→ Ts −−−→ θ(t) −−−→ 0.  .   0 u uus y sy. (∗) 0 −−−→ N −−−→ Nt −−−→ θ(t)m −−−→ 0. E a afirma¸c˜ao sobre cada s est´a verificada. Vamos mostrar agora que Ext1A (θ(j), Nt ) = 0, para cada j ≥ t. Para tanto, apliquemos o funtor HomA (θ(j),. ) para j ≥ t a` seq¨ uˆencia (∗).. Como Ext1A (θ(j), θ(t)m ) = 0, para cada j ≥ t, obtemos a seq¨ uˆencia exata: (∗∗). δ. t HomA (θ(t), θ(t)m ) −→ Ext1A (θ(t), N ) −→ Ext1A (θ(t), Nt ) −→ 0,. para j ≥ t. Desde que, por hip´otese, Ext1A (θ(t), N ) = 0, para cada j > t, segue imediatamente da seq¨ uˆencia (∗∗) que Ext1A (θ(t), Nt ) = 0, para cada j > t. Vejamos ent˜ao para j = t. Como visto acima s = Ext1A (us , A) = δt (us ), ou seja que os elementos geradores do espa¸co Ext1A (θ(t), N ) est˜ao na imagem do homomorfismo de conex˜ao δt , o que implica que δt ´e sobrejetor. Logo, pela seq¨ uˆencia (∗∗), temos que Ext1A (θ(t), Nt ) = 0. Portanto, Ext1A (θ(j), Nt ) = 0, para cada j ≥ t.  Lema 2.1.9. Dado um t ∈ {1, 2, . . . , n}, seja N um A-m´odulo tal que, para todo j > t, Ext1A (θ(j), N ) = 0. Ent˜ao existe uma seq¨ uˆencia 0 −→ N −→ Y −→ X −→ 0, com X ∈ F(θ(1), . . . , θ(t)) e Y ∈ Y(θ). 22.

(33) Seq¨ uˆencias de Auslander-Reiten relativas. Demonstra¸c˜ ao. Seja N um A-m´odulo tal que Ext1A (θ(j), N ) = 0, para todo j > t. Ent˜ao, pelo lema anterior, existem um A-m´odulo Qt ∼ = θ(t)αt , para algum inteiro αt ≥ 0, e uma seq¨ uˆencia exata µt. 0 −−−→ N = Nt+1 −−−→ Nt −−−→ Qt −−−→ 0, onde Nt ´e tal que Ext1A (θ(j), Nt ) = 0, para j ≥ t. Da mesma forma existe uma seq¨ uˆencia exata µt−1. 0 −−−→ Nt −−−→ Nt−1 −−−→ Qt−1 −−−→ 0, onde Qt−1 ∼ = θ(t−1)αt−1 e Nt−1 ´e tal que Ext1A (θ(j), Nt−1 ) = 0, para j ≥ t+1. Dessa forma constru´ımos indutivamente uma fam´ılia de seq¨ uˆencias: µi−1. 0 −−−→ Ni −−−→ Ni−1 −−−→ Qi−1 −−−→ 0, com Ext1A (θ(j), Ni ) = 0, para todo j ≥ i, e Qi−1 ∼ = θ(i − 1)αi−1 . Assim obtemos a cadeia de monomorfismos µt−1. µt. µ1. Nt+1 −−−→ Nt −−−→ · · · −−−→ N1 . Sejam µ = µ1 . . . µt : N → N1 , Y = N1 e X = coker(µ). Ent˜ao obtemos seq¨ uˆencia exata µ. 0 −−−→ N −−−→ Y −−−→ X −−−→ 0 que satisfaz as propriedades requeridas. De fato, pois Y = N1 ∈ Y(θ) e como na cadeia de inclus˜oes Nt+1 /N ⊆ Nt /N ⊆ . . . N2 /N ⊆ N1 /N = X vale que (Ni /N )/(Ni+1 /N ) ∼ = Ni /Ni+1 ∼ = Qi , para todo 1 ≤ i ≤ t, ent˜ao X ∈ F(θ(1), . . . , θ(t))..  23.

(34) Seq¨ uˆencias de Auslander-Reiten relativas. No lema anterior, o caso t = n ´e de particular interesse e o formulamos a seguir. Lema 2.1.10. Seja N ∈ mod A. Ent˜ao existe uma seq¨ uˆencia exata 0 −→ N −→ Y −→ X −→ 0, com X ∈ F(θ) e Y ∈ Y(θ).  Com a posse das defini¸co˜es e resultados anteriores, estamos em condi¸co˜es de apresentar o resultado principal deste cap´ıtulo. Teorema 2.1.11. A subcategoria F(θ) ´e funtorialmente finita em mod A. Demonstra¸c˜ ao. O Lema 2.1.10 garante a existˆencia de seq¨ uˆencias do tipo 0 −→ N −→ Y −→ X −→ 0, com X ∈ F(θ) e Y ∈ Y(θ), para cada A-m´odulo N em mod A. Por outro lado, podemos concluir pelo Lema 2.1.7 que todo A-m´odulo em mod A admite uma F(θ)-aproxima¸c˜ao a` direita, isto ´e, que F(θ) ´e contravariantemente finita em mod A. De outro lado, como as vers˜oes duais dos lemas anteriores s˜ao v´alidas, conclu´ımos que F(θ) ´e tamb´em uma categoria covariantemente finita em mod A.  Se X ´e uma categoria plena de mod A arbitr´aria denotamos por WX a subcategoria plena de mod A formada pelos m´odulos W tais que Ext1A (W, X) = 0, para todo X ∈ X . Em particular, se X = F(θ) podemos caracterizar WX ,. 24.

(35) Seq¨ uˆencias de Auslander-Reiten relativas. que neste caso denotamos por W(θ), como a subcategoria plena de mod A dos m´odulos W tais que Ext1A (W, θ(j)) = 0, para todo 1 ≤ j ≤ n. Proposi¸c˜ ao 2.1.12. As categorias Y(θ) e W(θ) s˜ao contravariantemente finita e covariantemente finita em mod A, respectivamente. Demonstra¸c˜ ao.. S´o mostraremos a primeira afirma¸ca˜o, pois a segunda. tem demonstra¸c˜ao dual. Em virtude do Lema 2.1.10, temos que para cada β. A-m´odulo N existe uma seq¨ uˆencia exata 0 −→ N −→ Y −→ X −→ 0, com X ∈ F(θ) e Y ∈ Y(θ). De forma dual a como foi feito na demonstra¸c˜ao do Lema 2.1.6 ´e poss´ıvel mostrar que β ´e uma Y(θ)-aproxima¸c˜ao de N .. . Como foi comentado antes, uma conseq¨ uˆencia importante deste teorema ´e que X (θ) tem seq¨ uˆencias quase-cindidas relativas. Descrevemos o que isto significa de forma precisa nas defini¸co˜es que seguem, e que podem ser encontradas em [7]. Defini¸c˜ ao 2.1.13. Sejam C uma subcategoria de mod A e X um A-m´odulo em C. Dizemos que X ´e Ext-projetivo ou relativamente projetivo em C se Ext1A (X, Y ) = 0, para todo Y em C. De forma dual, dizemos que X ´e Ext-injetivo ou relativamente injetivo em C se Ext1A (Y, X) = 0, para todo Y em C. Defini¸c˜ ao 2.1.14. Seja C uma subcategoria de mod A. Dizemos que: 1. Um homomorfismo de A-m´odulos f : L → M em C ´e quase-cindido ` a esquerda em C se: (a) f n˜ao ´e um monomorfismo que cinde. 25.

(36) Seq¨ uˆencias de Auslander-Reiten relativas. (b) Para cada A-homomorfismo u : L → U em C, que n˜ao ´e um monomorfismo que cinde, existe u0 : M → U em C tal que u0 f = u; isto ´e, existe um u0 que torna comutativo o seguinte diagrama:. f. L u.  ~. /M u0. U.. 2. Um homomorfismo de A-m´odulos g : M → N em C ´e quase-cindido ` a direita em C se: (a) f n˜ao ´e um epimorfismo que cinde. (b) Para cada A-homomorfismo v : V → N em C, que n˜ao ´e um epimorfismo que cinde, existe v 0 : V → M em C tal que gv 0 = v; isto ´e, existe um v 0 que torna comutativo o seguinte diagrama:. V v0. M. }. g. . v. / N.. 3. C admite homomorfismos quase-cindidos ` a direita se para cada m´odulo indecompon´ıveil C em C existe um m´odulo B em C e um homomorfismo f : B → C que ´e quase-cindido `a direita em C. De forma dual, dizemos que C admite homomorfismos quase-cindidos ` a esquerda quando para todo m´odulo indecompon´ıvel C em C existe um m´odulo D em C e um homomorfismo g : C → D que ´e quasecindido `a esquerda. Finalmente dizemos que C admite homomorfismos quase-cindidos se admite tanto homomorfismos quase-cindidos 26.

(37) Seq¨ uˆencias de Auslander-Reiten relativas. `a esquerda quanto homomorfismos quase-cindidos `a direita. 4. C admite seq¨ uˆ encias quase-cindidas ou que admite seq¨ uˆ encias de Auslander-Reiten relativas se: (a) C admite homomorfismos quase-cindidos. (b) Para todo m´odulo indecompon´ıvel C em C, que n˜ao ´e Ext-projetivo, existe uma seq¨ uˆencia exata f. g. 0 −→ A −→ B −→ C −→ 0, com f quase-cindida `a esquerda em C e g quase-cindida `a direita em C. (c) Para todo m´odulo indecompon´ıvel A em C, que n˜ao ´e Ext-injetivo, existe uma seq¨ uˆencia exata f. g. 0 −→ A −→ B −→ C −→ 0, com f quase-cindida `a esquerda em C e g quase-cindida `a direita em C. Como conseq¨ uˆencia dos resultados anteriores temos a seguinte proposi¸ca˜o. Proposi¸c˜ ao 2.1.15. A categoria X (θ) admite seq¨ uˆencias de Auslander-Reiten relativas. Demonstra¸c˜ ao.. Seja M ∈ mod A. Como F(θ) ´e funtorialmente finita,. pelo Teorema 2.1.11, consideremos γ : X −→ M uma F(θ)-aproxima¸c˜ao a` direita de M . Vamos mostrar que γ ´e na verdade uma X (θ)-aproxima¸c˜ao `a direita de M . Claramente X ∈ X (θ). Seja δ : Y −→ M um homomorfismo 27.

(38) Seq¨ uˆencias de Auslander-Reiten relativas. qualquer em mod A, com Y ∈ X (θ). Da defini¸c˜ao de X (θ), temos que existe um m´odulo Y 0 tal que Y ⊕ Y 0 ∈ F(θ). Seja o homomorfismo δπ : Y ⊕ Y 0 −→ M , onde π denota a proje¸c˜ao canˆonica de Y ⊕ Y 0 sobre Y . Como γ ´e uma F(θ)-aproxima¸c˜ao a` direita de M , existe 1 : Y ⊕ Y 0 −→ X tal que γ1 = δπ. Seja  = 1 i, onde i ´e a inclus˜ao natural de Y em Y ⊕ Y 0 . Temos pois que γ = δ. Logo γ ´e uma X (θ)-aproxima¸c˜ao a` direita de M . Al´em disso, como X (θ) ´e fechada por extens˜oes e por somandos diretos, por [7] (Teorema 2.4), resulta que X (θ) admite seq¨ uˆencias quase-cindidas relativas. . 28.

(39) Cap´ıtulo 3 ´ Algebras estandarmente estratificadas e ´ algebras quase heredit´ arias As a´lgebras quase-heredit´arias foram introduzidas por E. Cline, B. Parshall e L. Scott, em [9] e [10], no contexto da teoria alg´ebrica de grupos e da representa¸c˜ao das a´lgebras de Lie complexas, semisimples de dimens˜ao finita, mais precisamente no estudo da categoria dos pesos m´aximos. Mais tarde em [11] os mesmos autores introduziram um conceito mais geral: as ´algebras estandarmente estratificadas. As a´lgebras quase-heredit´arias n˜ao s˜ao nada mais do que as a´lgebras estandarmente estratificadas de dimens˜ao global finita. O principal exemplo, onde elas aparecem, ´e a categoria O de Berstein, Gelfand e Gelfand associada com a decomposi¸c˜ao triangular de uma a´lgebra de Lie complexa, semisimples de dimens˜ao finita. Um outro exemplo s˜ao as chamadas ´algebras de Auslander. O conceito central nesta teoria s˜ao os m´odulos estandares e coestandares.. 29.

(40) Sobre o grupo de Grothendieck. Tais m´odulos dependem de forma essencial da ordem fixada para o conjunto de m´odulos simples. Os resultados aqui apresentados est˜ao contidos em [13], [15], [26] e [24]. Ao longo deste cap´ıtulo K denotar´a um corpo algebricamente fechado, A uma K-´algebra b´asica, conexa e com dimens˜ao finita sobre K. Al´em disso, mod A denotar´a a categoria dos A-m´odulos a` direita finitamente gerados.. 3.1. Sobre o grupo de Grothendieck. ´ de nosso interesse o estudo dos fatores de composi¸ca˜o de m´odulos de comE primento finito. Para isto estudaremos o grupo de Grothendieck, que ´e um grupo bastante especial sob este ponto de vista, pois ele cont´em toda informa¸ca˜o a respeito dos fatores de composi¸c˜ao da categoria de m´odulos finitamente gerados. Os resultados apresentados nesta se¸ca˜o poderam ser encontrados em [4].. Seja A uma K-´algebra e {e1 , e2 , ..., en } um conjunto completo de idempotentes primitivos ortogonais de A. Se A = ⊕ni=1 ei A, ent˜ao os A-m´odulos Pi = ei A e Ii = D(Aei ), i = 1, . . . , n, denotam, respectivamente, a cobertura projetiva e a envolvente injetiva do simples Si ∼ = top Pi ∼ = Soc Ii . Lembramos que, dado M ∈ mod A e um elemento idempotente e ∈ A, vale que HomA (eA, M ) ∼ = M e. Em particular EndA (Si ) ∼ = ei (top A)ei . Seja e = (e1 , e2 , ..., en ) um conjunto completo e ordenado de idempotentes primitivos ortogonais de A. A ordem fixada e determina uma ordena¸c˜ao no conjunto dos A-m´odulos simples Si , bem como no de suas coberturas projetivas e envolventes injetivas. 30.

(41) Sobre o grupo de Grothendieck. Defini¸c˜ ao 3.1.1. Seja M ∈ mod A. Definimos o vetor dimens˜ ao de M como vetor de Zn , denotado por dim M , dado por   dimK M e1   .. dim M =  , . dimK M en onde {e1 , . . . , en } ´e um conjunto completo de idempotentes primitivos ortogonais de A. Assim o vetor dim Si , de cada simples Si , ´e o i-´esimo vetor da base canˆonica de Zn . De outro lado, como temos que HomA (Pi , M ) ∼ = M ei e que D HomA (M, Ii ) ∼ = D HomAop (Aei , M ) ∼ = D(ei DM ) ∼ = D(DM )ei ∼ = M ei , podemos reescrever o vetor dim M das  dimK HomA (P1 , M )  .. dim M =  . dimK. seguintes formas:    dimK HomA (M, I1 )    .. = . . HomA (Pn , M ) dimK HomA (M, In ). Observa¸c˜ ao 3.1.2. Se 0 −→ L −→ M −→ N −→ 0 ´e uma seq¨ uˆencia exata em modA, ent˜ao dim M = dim L + dim N . Defini¸c˜ ao 3.1.3. Seja A uma K-´algebra, b´asica e de dimens˜ao finita sobre K. Chama-se grupo de Grothendieck de mod A o grupo abeliano K0 (A) = F/F 0 , onde F ´e o grupo abeliano livre cuja base ´e o conjunto de ˜ dos m´odulos M em modA e F 0 ´e o subgrupo de classes de isomorfismos M ˜ −L ˜−N ˜ correspondentes `as seq¨ F gerado pelos elementos M uˆencias exatas 0 −→ L −→ M −→ N −→ 0 em modA. ˜ do m´odulo Denotaremos por [M ] a imagem da classe de isomorfismo M M pelo epimorfismo canˆonico de grupos F −→ F/F 0 e por [M : Si ] ao n´ umero de fatores de composi¸c˜ao de M isomorfos a Si . 31.

(42) Sobre o grupo de Grothendieck. A proposi¸ca˜o abaixo fornece uma caracteriza¸ca˜o do grupo K0 (A), cuja demonstra¸ca˜o pode ser encontrada em [4]. Proposi¸c˜ ao 3.1.4. Sejam A uma K-´algebra, b´asica, de dimens˜ao finita sobre K e {S1 , . . . , Sn } um conjunto completo de classes de isomorfismo de Am´odulos simples `a direita. Ent˜ao, o grupo de Grothendieck K0 (A) de modA ´e um grupo abeliano livre com uma base dada por {[S1 ], . . . , [Sn ]} e existe um u ´nico isomorfismo de grupos dado por dim : K0 (A) −→ Zn tal que, dim([M ]) = dim M para todo A-m´odulo M .  Corol´ ario 3.1.5. Seja M um A-m´odulo. Ent˜ao, para cada j = 1, . . . , n, vale que [M : Sj ] = dimK HomA (Pj , M ) = dimK HomA (M, Ij ).  Em particular, usando os vetores dimens˜ao dos A-m´odulos projetivos (ou injetivos) indecompon´ıveis obtemos uma matriz de coeficientes inteiros, que ´e conhecida como matriz de Cartan de A. Defini¸c˜ ao 3.1.6. Sejam A uma K-´algebra, b´asica de dimens˜ao finita sobre K e {e1 , . . . , en } um conjunto completo de idempotentes primitivos e ortogonais de A. A matriz de Cartan de A ´e a matriz n × n .  c11 · · · c1n   CA =  ... . . . ...  , c1n · · · cnn 32.

(43) M´odulos estandares e coestandares. onde cji = dimK ej Aei para i, j = 1, . . . , n. Observemos que, como ej Aei ∼ = HomA (Pi , Pj ) ∼ = HomA (Ii , Ij ), cada entrada cji de CA corresponde ao n´ umero de homomorfismos linearmente independentes de Pi a Pj e ao n´ umero de homomorfismos linearmente independentes de Ii a Ij .. 3.2. M´ odulos estandares e coestandares. Introduziremos aqui os conceitos fundamentais de m´odulos estandares e m´odulos coestandares. Caracterizaremos estes m´odulos atrav´es dos seus fatores de composi¸ca˜o e apresentaremos algumas de suas propriedades b´asicas, que podem ser consultadas em [15].. Sejam A uma K-´algebra e e = (e1 , e2 , ..., en ) um conjunto ordenado e completo de idempotentes ortogonais e primitivos de A. Para cada i, 1 ≤ i ≤ n, denotamos por εi o idempotente εi = ei + ei+1 + . . . + en e definimos εn+1 = 0. Das observa¸c˜oes da se¸ca˜o anterior, temos que s˜ao v´alidos os isomorfismos ⊕nj=i Pj ∼ = εi A e EndA (εi A) ∼ = εi Aεi ∼ = EndA (Aεi ). Defini¸c˜ ao 3.2.1. Dados os A-m´odulos X e Y , definimos o tra¸co de Y em X , que denotamos por τY (X), como o subm´odulo de X gerado pelas imagens dos homomorfismos de Y em X, isto ´e, τY (X) = hImϕ : ϕ ∈ HomA (Y, X)i. Observa¸c˜ ao 3.2.2. Sejam f ∈ A um idempotente e X ∈ mod A. Ent˜ao τf A (X) = Xf A. 33.

(44) M´odulos estandares e coestandares. De fato, sejam f ∈ A um idempotente e ϕ ∈ HomA (f A, X). Ent˜ao ϕ(f a) = ϕ(f 2 a) = ϕ(f )f a ∈ Xf A, para todo a ∈ A. Al´em disso, se x ∈ X e ϕx ∈ HomA (f A, X) ´e tal que ϕx (f a) = xf a, ent˜ao Im ϕx = xf A e portanto < Imϕx : x ∈ X >= Xf A. Em particular τPi (X) = Xei A e τεi A (X), = Xεi A, para cada i = 1, 2, . . . , n. Daqui em diante, para facilitar a escrita, denotaremos por Ui o m´odulo τεi+1 A (Pi ) e para um m´odulo X ∈ mod A qualquer denotamos por X (i) o m´odulo τεi A (X). Enunciaremos o seguinte Lema que ´e bem u ´til. Lema 3.2.3. Sejam Y, Z em mod A. Ent˜ao 1. τY (Z) ´e o subm´odulo maximal de Z tal que existe um epimorfismo ξ : Y m −→ τY (Z), com m ≥ 1. 2. Se HomA (Pj , Z/Z (k) ) 6= 0, ent˜ao j < k. Demonstra¸c˜ ao. 1. Seja {f1 , f2 , . . . , fm } uma base de HomA (Y, Z) = HomA (Y, τY (Z)) como K-espa¸co vetorial. Afirmamos que o homomorfismo ξ : Y m −→ τY (Z) definido por ξ(y1 , · · · , ym ) = f1 (y1 ) + . . . + fm (ym ) ´e um epimorfismo. De fato, se x ∈ τY (Z), ent˜ao existem f ∈ HomA (Y, Z) e y ∈ Y tais P Pm que f (y) = x. Mas f = m i=1 λi fi , logo x = f (y) = i=1 λi fi (y) = Pm e maximal com i=1 fi (λi y) = ξ(λ1 y1 , . . . , λm ym ). Claramente τY (Z) ´ rela¸ca˜o `a mencionada propriedade.. 34.

(45) M´odulos estandares e coestandares. 2. Seja j ≥ k. Consideremos a seq¨ uˆencia exata i. π. 0 −→ Z (k) −→ Z −→ Z/Z (k) −→ 0, onde i e π s˜ao a inclus˜ao e a proje¸c˜ao canˆonica, respectivamente, e ). Como Ext1A (Pj , M ) = 0, obtemos. apliquemos o funtor HomA (Pj , a seguinte seq¨ uˆencia exata. 0 −→ HomA (Pj , Z (k) ) −→ HomA (Pj , Z) −→ HomA (Pj , Z/Z (k) ) −→ 0. Portanto, se f ∈ HomA (Pj , Z/Z (k) ), ent˜ao existe g ∈ HomA (Pj , Z) tal que πg = f . Mas Im g ⊆ ker π = Z (k) , logo πg = f = 0.  Defini¸c˜ ao 3.2.4. Seja e = (e1 , e2 , ..., en ) uma ordem fixada de um conjunto ordenado e completo de idempotentes ortogonais e primitivos {e1 , e2 , ..., en } de A. A seq¨ uˆencia 4 = (41 , 42 , . . . , 4n ) de m´ odulos estandares ` a direita , com respeito `a ordem e, ´e dada por 4i = Pi /τεi+1 A (Pi ) = Pi /ei Aεi+1 A ∼ = ei A/ei Aεi+1 A, (Observa¸c˜ao 3.2.2) . A seq¨ uˆencia 4o = (4o1 , 4o2 , . . . , 4on ) de A-m´odulos estandares `a esquerda est´a dada por 4oi ∼ uˆencia 5 = (51 , 52 , . . . , 5n ) dos = Aei /Aεi+1 Aei e a seq¨ A-m´ odulos coestandares ` a direita por 5i = HomK (4oi , K) = D(4oi ). Da defini¸ca˜o acima conclu´ımos que, independentemente da ordem fixada, 4n ´e um A-m´odulo projetivo e 5n ´e um A-m´odulo injetivo. O seguinte lema caracteriza os m´odulos estandares e coestandares em termos de seus fatores de composi¸ca˜o. 35.

(46) M´odulos estandares e coestandares. Lema 3.2.5. Para cada i = 1, 2, . . . , n, 4i ´e o m´odulo quociente maximal de Pi tal que se [4i : Sj ] 6= 0 ent˜ao j ≤ i. Dualmente, 5i ´e o subm´odulo maximal de Ii tal que se [5i : Sj ] 6= 0 ent˜ao j ≤ i. Demonstra¸c˜ ao. Provaremos a primeira afirma¸ca˜o, pois a segunda ´e a sua dual. O fato de que os fatores de composi¸ca˜o de 4i s˜ao Sj com j ≤ i decorre do Corol´ario 3.1.5 e do Lema 3.2.3. Suponhamos que N ⊆ Pi ´e um A-m´odulo tal que [Pi /N : Sk ] 6= 0 implica que k ≤ i e que j > i. Desde que a sequˆencia 0 −→ HomA (Pj , N ) −→ HomA (Pj , Pi ) −→ HomA (Pj , P i/N ) −→ 0 ´e exata e, pelo Corol´ario 3.1.5, temos que HomA (Pj , Pi /N ) = 0, ent˜ao HomA (Pj , N ) ∼ = HomA (Pj , Pi ). Isto ultimo significa que se φ ∈ HomA (Pj , Pi ), ent˜ao existe h ∈ HomA (Pj , N ) tal que φ = ih. Portanto Imφ = Im ih ⊆ N , o que nos permite concluir que Ui ⊆ N .  Observa¸c˜ ao 3.2.6. O Corol´ario 3.1.5 e o Lema 3.2.5 garantem que, para i = 1, 2, . . . , n, HomA (Pi , 5j ) = 0 se j < i e que HomA (4j , Ii ) = 0 se j < i. Vejamos o lema abaixo que ser´a u ´til para estabelecer algumas rela¸c˜oes entre a seq¨ uˆencia dos m´odulos estandares e a seq¨ uˆencia dos m´odulos coestandares. Lema 3.2.7. Seja X em mod A. Ent˜ao: 1. Se HomA (4i , X) 6= 0, ent˜ao [X : Si ] 6= 0. 2. Se Ext1A (4i , X) 6= 0, ent˜ao [X : Sk ] 6= 0 para algum k > i. 36.

(47) M´odulos estandares e coestandares. Demonstra¸c˜ ao. 1. Seja ψ ∈ HomA (4i , X), ψ 6= 0. Se π : Pi → 4i ´e a proje¸ca˜o canˆonica, ent˜ao ψπ ∈ HomA (Pi , X) e ψπ 6= 0, pois π ´e um epimorfismo. Ent˜ao, de acordo com o Corol´ario 3.1.5, Si ´e um fator de composi¸ca˜o de X. 2. Se aplicamos o funtor HomA (. , X) `a seq¨ uˆencia exata. 0 −→ Ui −→ Pi −→ 4i −→ 0,. (3.1). obtemos a seq¨ uˆencia exata longa · · · −→ HomA (Ui , X) −→ Ext1A (4i , X) −→ Ext1A (Pi , X) −→ · · · . Como Ext1A (Pi , X) = 0 e Ext1A (4i , X) 6= 0, ent˜ao HomA (Ui , X) 6= 0. Seja φ ∈ HomA (Ui , X), com φ 6= 0. Pelo Lema 3.2.3 existe um L epimorfismo ξ : ( nl=i+1 Pl )m → Ui e portanto φξ 6= 0. Logo existe um homomorfismo ξk : Pk → X, com ξk 6= 0, para algum i + 1 ≤ k ≤ n. Portanto Sk ´e fator de composi¸c˜ao de X para algum k > i.  Como conseq¨ uˆencia obtemos as seguintes propriedades. Proposi¸c˜ ao 3.2.8. (Propriedades dos m´ odulos estandares e coestandares) 1. HomA (4i , 4j ) = 0 se j < i . 2. Ext1A (4i , 4j ) = 0 se j ≤ i. 3. HomA (4i , 5j ) 6= 0 se, e somente se, j = i . 37.

(48) M´odulos estandares e coestandares. 4. Ext1A (4i , 5j ) = 0, para todo 1 ≤ i, j ≤ n. Demonstra¸c˜ ao. 1. Decorre do Lema 3.2.7 (1) com X = 4j . 2. Suponhamos que Ext1A (4i , 4j ) 6= 0. Pelo Lema 3.2.7 (2) o m´odulo Sk ´e fator de composi¸c˜ao de 4j , para algum k > i. Logo, pelo Lema 3.2.5, resulta que k ≤ j e portanto i < j. 3. Suponhamos que HomA (4i , 5j ) 6= 0. Seja  ∈ HomA (4i , 5j ), com  6= 0. Como Soc Im() ⊆ Soc 5j = Sj , segue que Soc Im() = Sj . Assim Sj ´e fator de composi¸ca˜o de 4i , e portanto, pelo Lema 3.2.5, j ≤ i. De outro lado Si = top 4i ´e um fator de composi¸c˜ao de 5j e portanto i ≤ j, pelo Lema 3.2.5. Para a rec´ıproca, notese que 4i /rad 4i ∼ = Si e que a composta de π : 4i −→ 4i /rad 4i e i : Si −→ 5, onde π e i s˜ao a proje¸c˜ao e a inclus˜ao canˆonica, respectivamente, ´e n˜ao nula. 4. Para j ≤ i, aplicamos HomA (. , 5j ) `a (3.1) e obtemos. · · · −→ HomA (Ui , 5j ) −→ Ext1A (4i , 5j ) −→ Ext1A (Pi , 5j ) −→ · · · . Como Ext1A (Pi , 5j ) = 0, basta provar que HomA (Ui , 5j ) = 0, e para isto se procede da mesma forma que no Lema 3.2.7(2). , K) `a seq¨ uˆencia de A-m´odulos `a di-. Para j > i, aplicando HomA (. reita 0 −→ Aεj+1 Aej −→ Aej −→ 4oj −→ 0, obtemos a seq¨ uˆencia de Am´odulos a` esquerda 0 −→ D(4oj ) −→ D(Aej ) −→ D(Aεj+1 Aej ) −→ 0 38.

(49) As categorias F(4) e F(5). que pode ser reescrita na forma 0 −→ 5j −→ Ij −→ Vj −→ 0,. (3.2). pois D(4oj ) = 5j e Ij ∼ = D(Aej ). Para concluir, se procede de forma an´aloga ao caso anterior aplicando HomA (4i ,. ) em (3.2). . Observa¸c˜ ao 3.2.9. Os m´odulos 4i , para 1 ≤ i ≤ n, s˜ao indecompon´ıveis. De fato, desde que cada A-m´odulo projetivo indecompon´ıvel Pi = ei A tem topo Si , que ´e um A-m´odulo simples, segue que top 4i = top(Pi /Ui ) = Si ´e simples e, por isso, cada 4i ´e indecompon´ıvel.. 3.3. As categorias F(4) e F(5). Sejam 4 e 5 as sequˆencias de m´odulos estandares e coestandares, respectivamente, para uma ordem fixada e = (e1 , e2 , ..., en ) de um conjunto completo de idempotentes primitivos e ortogonais da K-´algebra A. Apresentaremos nesta se¸ca˜o algumas propriedades b´asicas das categorias F(4) e F(5). Em particular, que elas s˜ao funtorialmente finitas, que admitem seq¨ uˆencias de Auslander-Reiten relativas, que F(4) ´e uma categoria resolvente e que F(5) ´e uma categoria corresolvente. Observamos que os resultados aqui contidos se encontram em [24], [12] e [26].. Com as nota¸co˜es introduzidas no Cap´ıtulo 2, recordemos que F(4) denota a subcategoria plena de mod A cujos objetos s˜ao os m´odulos que tˆem 39.

(50) As categorias F(4) e F(5). uma 4-filtra¸ca˜o e que F(5) denota subcategoria plena de mod A cujos objetos s˜ao os m´odulos que tˆem uma 5-filtra¸ca˜o. Os m´odulos em F(4) s˜ao chamamos de 4-bons m´ odulos e os m´odulos em F(5) de 5-bons m´ odulos. Defini¸c˜ ao 3.3.1. Seja M ∈ mod A. A cadeia de subm´odulos de M 0 = τεn+1 A (M ) ⊆ τεn A (M ) ⊆ . . . ⊆ τε2 A (M ) ⊆ τε1 A (M ) = M ´e denominada filtra¸c˜ ao tra¸co de M com respeito a ordem e. A filtra¸c˜ao da defini¸ca˜o anterior, com a conven¸c˜ao adotada na Se¸c˜ao 3.2 em que M (i) = τεi A (M ), pode ser reescrita na forma: 0 = M (n+1) ⊆ M (n) ⊆ . . . ⊆ M (2) ⊆ M (1) = M. A proposi¸c˜ao que segue d´a uma caracteriza¸ca˜o dos m´odulos em F(4), e sua demonstra¸ca˜o pode ser encontrada em [12]. Proposi¸c˜ ao 3.3.2. Um A-m´odulo M ∈ F(4) se, e somente se, para todo i = 1, 2, . . . , n, M (i) /M (i+1) ∼ = 4tii , para algum ti ≥ 0, onde 40i = 0.  Observa¸c˜ ao 3.3.3. Se M ∈ F(4), ent˜ao os m´odulos M (t) e M/M (t) , para 1 ≤ t ≤ n, est˜ao em F(4). Mais ainda, M (t) est´a filtrado por 4j , com j ≥ t, e M/M (t) est´a filtrado por 4j , com j < t. Isto ´e M (t) ∈ F({4t , . . . , 4n }) e M/M (t) ∈ F({41 , . . . , 4t−1 }). Antes de enunciar o seguinte corol´ario lembremos que um m´odulo nulo sobre qualquer anel A, ´e sempre um m´odulo projetivo. 40.

(51) As categorias F(4) e F(5). Corol´ ario 3.3.4. Seja a K-´algebra Bi = A/Aεi+1 A. Ent˜ao 1. M ∈ F(4) se, e somente se, M (i) /M (i+1) ´e Bi -m´odulo projetivo, para todo i = 1, 2, . . . , n. 2. M ∈ F(5) se, e somente se, M (i) /M (i+1) ´e Bi -m´odulo injetivo, para todo i = 1, 2, . . . , n. Demonstra¸c˜ ao. Provaremos a primeira afirma¸ca˜o, pois a prova da segunda ´e dual. Observemos que Bi se pode escrever da forma Bi ∼ =. i M. ej A/ej Aεi+1 A,. j=1. onde o u ´ltimo somando ´e 4i . Assim 4i ´e um Bi -m´odulo projetivo. Se M ∈ F(4), ent˜ao pela proposi¸ca˜o anterior o quociente M (i) /M (i+1) ∼ = 4tii , para algum ti ≥ 0, e portanto ´e um Bi -m´odulo projetivo. Reciprocamente suponhamos, para um i fixo, que o quociente M (i) /M (i+1) ´e Bi -m´odulo projetivo. Pelo Lema 3.2.3 existe um epimorfismo de A-m´odulos L t ψ = (ψ1 , . . . , ψn ) : ( nj=i Pj j ) → M (i) . Compondo ψ com a proje¸ca˜o canˆonica π : M (i) −→ M (i) /M (i+1) obtemos o epimorfismo πψ = (πψ1 , . . . , πψn ) : L t ( nj=i Pj j ) −→ M (i) /M (i+1) . Em virtude do Lema 3.2.3 (2) resulta que os t. morfismos πψj : Pj j −→ M (i) /M (i+1) , para j > i, s˜ao nulos e, portanto, que πψi ´e um epimorfismo. Usando de novo o Lema 3.2.3 (2), obtemos que τεi+1 A (Pi ) = ei Aεi+1 A ⊂ ker πψi . A anterior inclus˜ao induz um epimorfismo de A-m´odulos ψ : (Pi /ei Aεi+1 A)ti −→ M (i) /M (i+1) . Desde que ei Aεi+1 A ⊂ Aεi+1 A ⊂ AnnA (M (i) /M (i+1) ), ent˜ao o homomorfismo ψ ´e tamb´em um epimorfismo de Bi -m´odulos. Como M (i) /M (i+1) ´e 41.

(52) As categorias F(4) e F(5). Bi -projetivo, temos que M (i) /M (i+1) ∼ = (Pi /ei Aεi+1 A)t0 = 4ti0 , para algum 0 < t0 ≤ ti .  Corol´ ario 3.3.5. As subcategorias F(4) e F(5) s˜ao fechadas por somandos diretos. Demonstra¸c˜ ao. Seja Bi = A/Aεi+1 A. Se M1 ⊕ M2 ∈ F(4), ent˜ao, pelo corol´ario anterior, temos que (M1 ⊕ M2 )(i) /(M1 ⊕ M2 )(i+1) ´e um Bi -m´odulo (i). (i). projetivo, para cada i = 1, 2, . . . , n. Mas desde que (M1 ⊕M2 )(i) = M1 ⊕M2 (i). (i+1). ([19], Cap. 2, Proposi¸ca˜o 8.22 ) e Mj ⊂ Mj. , para j = 1, 2, temos que. (i) (i+1) (i) (i+1) (M1 ⊕ M2 )(i) /(M1 ⊕ M2 )(i+1) ∼ ⊕ M2 /M2 . = M1 /M1 (i). (i+1). Assim M1 /M1. (i). (i+1). e M2 /M2. s˜ao Bi -m´odulos projetivos, pois s˜ao so-. mando diretos de um projetivo, e portanto, pelo Corol´ario 3.3.4, M1 , M2 est˜ao em F(4).  A proposi¸ca˜o abaixo, apresentada por Ringel em [24], ´e uma conseq¨ uˆencia importante de alguns resultados do Cap´ıtulo 2 e da Se¸ca˜o 3.2. Proposi¸c˜ ao 3.3.6. As categorias F(4) e F(5) s˜ao funtorialmente finitas e, portanto, admitem seq¨ uˆencias de Auslander-Reiten relativas. Demonstra¸c˜ ao.. Como Ext1A (4i , 4j ) = 0, para j ≤ i, pela Proposi¸c˜ao. 3.2.8, ent˜ao Ext1A (5i , 5j ) = Ext1A (D(4oi ), D(4oj )) ∼ = D Ext1Aop (4oj , 4oi ) = 0, para i ≤ j. Assim, pelo Teorema 2.1.11, tanto F(4) quanto F(5) s˜ao. 42.

Referências

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