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CURSO DE PILOTO DE PLANADOR

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Academic year: 2021

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CURSO DE PILOTO DE PLANADOR

PROGRAMA PARA INSTRUÇÃO PRÁTICA DO PRIMEIRO VOO AO SOLO

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Sumário

Introdução ... 3

Capítulo 1 ... 4

Estrutura do Curso ... 4

Normas e Rotinas de Operação ... 4

O “Briefing” ... 5

Inspeção dos Planadores ... 5

Movimentação dos Planadores no Solo ... 6

Capítulo 2 ... 7

“O estágio do Domínio do Planador” ... 8

Transição para o segundo estágio ... 9

Planejamento e Julgamento ... 9

Currículo do Curso de Voo a Vela ... 9

Planejamento dos Voos ... 11

1º Estágio – Domínio do Planador ... 13

Primeira Série (Voos 2, 3, 4 e 5) ... 13

Segunda Série (Voos 6, 7, 8 e 9) ... 16

Terceira Série (Voos 10, 11, 12 e 13) ... 18

Quarta Série (Voos 14, 15, 16 e 17) ... 20

2º Estágio – Planejamento e Julgamento ... 22

Quinta série (Voos 18, 19, 20 e 21) ... 22

Sexta Série (Voos 22, 23, 24 e 25) ... 23

Sétima Série (Voos 26, 27, 28 e 29) ... 24

Oitava Série (Voos 30, 31, 32 e 33) ... 25

Voos Solo ... 26

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Inspeção pré-voo ... 27

Cheque de cabina e pré-decolagem ... 27

Efeitos dos comandos... 28

Cheque de área ... 28

Curvas de pequena inclinação ... 28

Técnicas de correção do barbantinho ... 28

Voo reto nivelado ... 28

Uso do compensador e freio aerodinâmico ... 29

Atitude do aluno em voo ... 29

Decolagem ... 29

Curva de média inclinação ... 30

Curva de grande inclinação ... 30

Coordenação do 1º tipo ... 30

Voo lento e estol do 1º tipo ... 30

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Introdução

Este documento tem como objetivo fornecer aos clubes e instrutores de voo à vela um programa para o curso, de forma a possibilitar um melhor aproveitamento da instrução por parte dos alunos. Através de uma padronização da instrução é possível se identificar mais facilmente o estágio em que se encontra cada aluno e dar uma instrução programada, compatível com este estágio, tornando cada voo mais produtivo.

O que se pretende é que os alunos atinjam a fase “solo” e ainda recebam instrução - mais avançada – para completar suas horas de voo duplo, necessárias para obtenção de sua licença. O resultado disso é que, uma vez voando solo e com mais confiança, poderá aprimorar seu voo com a ajuda do instrutor, sem aquela sensação de sentir em teste.

A necessidade de um trabalho deste tipo foi detectada pelos instrutores de voo à vela do Aeroclube de Brasília que, sempre tentando efetivar uma padronização da instrução, através de reuniões e conversas entre os instrutores, vinham repetidamente vendo seus esforços frustrados, exatamente por não existir – que se saiba – nenhum texto nesse sentido. O que existe são livros sobre voo à vela, tanto nacionais quanto estrangeiros, e até traduções, que apesar de abordarem todos os aspectos do voo à vela, técnicas e instrução básica e avançada, não apresentam um programa de curso, mesmo porque não se propõe a isso.

Este é um livro orientado para o Instrutor de Voo a Vela. A prática que se conhece é que os pilotos de planador que apresentam melhor consistência técnica em seus voos passam a ser chamados pelos clubes para “ajudar” na instrução e o que ocorre é que, mesmo possuindo todas as habilidades teóricas didáticas, e muitas vezes tem dificuldade em transmitir seus conhecimentos para os alunos.

Através de um curso estruturado, com uma programação sequencial a ser seguida, o grande beneficiado será o aluno, que estará frequentando um curso no qual ele sempre estará sabendo em que estágio se encontra. O instrutor, por sua vez, antes de fazer um voo com qualquer aluno saberá com boa margem de acerto qual o seu estado atual de conhecimentos práticos e, seguindo a programação, realizar um voo produtivo para o aluno.

O 1º Capítulo define a estrutura do curso, quais os procedimentos básicos, sugestões de regras de funcionamento do aeroclube e cuidados com o equipamento.

O 2º Capítulo se constitui numa espécie de “currículo do curso”, onde são definidas as etapas (séries), os procedimentos que devem ser ensinados e praticados, numa sequência progressiva, quais os pré-requisitos que o aluno deve preencher para cada série e os sistemas de avaliação para a liberação para a série seguinte.

O 3º Capítulo descreve as manobras e procura identificar as melhores formas de transmissão dos conhecimentos do instrutor para o aluno e, ainda, os critérios de avaliação da proficiência alcançada pelo aluno.

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Capítulo 1

Estrutura do Curso

A estrutura proposta para este curso tomou por base a forma de funcionamento de muitos dos clubes de voo à vela no Brasil, ou seja, alunos são aceitos a qualquer momento, sem que formem “turmas” com data determinada de início e de fim. Cada aluno faz seu curso em função de sua disponibilidade de tempo ou financeira.

Na Inglaterra, por exemplo, existem cursos estruturados em duas etapas cada, com voos diários. São cursos intensivos que podem formar um piloto de planador em apenas um mês. Essa modalidade de curso foi experimentada no sul do Brasil, em Bagé, com a criação de uma “Escola Volante” que percorria cidades do interior do Rio Grande do Sul, com cursos de 30 a 45 dias, formando em média cerca de 12 alunos por turma.

A forma aqui proposta para conciliar a flexibilidade na admissão de novos alunos com uma racionalização e organização do curso prevê uma distribuição dos voos em oito fases, que chamamos de séries. Cada série prevê em princípio quatro voos, perfazendo um total de cerca de 30 a 35 voos duplos.

Para os voos de uma mesma série é previsto um elenco de procedimentos ou manobras, para os quais o aluno deve demonstrar determinado grau de proficiência para passar a série seguinte. Disso resulta que cada série pode ser concluída com um número de voos diferente dos quatro previstos, seja para mais ou para menos, dependendo do aproveitamento de cada aluno, das condições climáticas, duração dos voos, etc.

Embora a programação permita flexibilidade na instrução prática, a formação de “turmas” não deixa de ser recomendável, não só pelo espírito de coleguismo que surge entre os alunos ou até mesmo a competitividade que os motiva a buscar um melhor aproveitamento, mas também pela maior facilidade de se ministrar o curso teórico, imprescindível para um bom rendimento do aluno em voo.

Normas e Rotinas de Operação

O Aeroclube de Bebedouro dispõe de um Manual Padrão de Operações. Este manual apresenta detalhadamente todas as normas e rotinas a serem tomadas como padrão do aeroclube.

É obrigação de todo o membro do aeroclube ler e seguir as instruções seguidas neste manual. A padronização das operações vai garantir a segurança de forma que não haja surpresas que algumas ações inesperadas possam ocasionar.

Além do Manual Padrão de Operações, contamos com um Regulamento Interno dos Cursos Práticos, que tem a finalidade de normalizar e detalhar os direitos e deveres de cada um, dentro da entidade e no trato de seus bens.

Os referidos documentos devem ser fornecidos aos novos alunos através de um kit inicial. Mas também podem ser consultados ou solicitados a qualquer momento por qualquer membro na secretaria do aeroclube, assim como os manuais das aeronaves.

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O “Briefing”

O “Briefing” deve ser a primeira atividade de um dia de operação de planadores e dele devem participar obrigatoriamente todas as pessoas que vão voar e as que vão ter qualquer envolvimento com as atividades diretamente relacionadas com os voos do dia.

Normalmente, o instrutor do dia deve dirigir o briefing, sendo responsável por reunir as pessoas envolvidas e transmitir as orientações.

A duração da reunião não deve ser superior a 30 minutos, já que as atividades que precedem o voo são bastante demoradas e devem ser realizadas com atenção e sem pressa. De nada adiantará um briefing excessivamente detalhado e bem proveitoso se depois os alunos saírem correndo para terem tempo de fazer mais voos, ou os pilotos preocupados por estarem perdendo a melhor parte do dia.

Um certo planejamento dessa atividade é importante para que renda bons resultados em curto espaço de tempo. Para isso, o briefing pode ser dividido em 4 partes, com os conteúdos apresentados a seguir.

 Meteorologia – Definição da pista em uso, condições meteorológicas, horário do pôr do sol etc.;

 Operações – Comentários sobre as operações do dia, voos solo, se existirão mais aeronaves voando, outro tipo de voo especial etc. Definir as funções do dia e a sequência dos voos;

 Segurança de Voo – Relembrar procedimentos de emergência, tomada de decisão. Desligamento prematuro de reboque, curvas a baixa altura etc.;

O briefing será conduzido de acordo com a folha de briefing do Aeroclube de Bebedouro.

Inspeção dos Planadores

A inspeção inicial dos planadores deverá ser feita fora do hangar, sempre acompanhada de um instrutor ou do chefe de operações.

Cada planador tem um checklist específico para a inspeção, que consiste basicamente em uma inspeção interna da cabine seguida de um “walk around” em torno do planador no sentido horário, verificando todos os itens constantes no checklist.

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Movimentação dos Planadores no Solo

O maior número de “lenhas” em aeronaves acontece no solo. Portanto, é necessário muito cuidado e principalmente algum conhecimento na movimentação dos planadores.

Faz necessária a presença de um instrutor ou do chefe de operações para acompanhar o deslocamento das aeronaves.

A retirada dos planadores do hangar merece um maior nível de atenção por envolver diversos fatores que colocam em risco o equipamento, como valeta da porta do hangar, manobras próximas a outras aeronaves, colocação e retirada do carrinho etc.

As aeronaves devem ser levadas para a pista somente após a confirmação das operações. Condições meteorológicas podem e devem retardar e/ou cancelar as operações dependendo do caso.

O deslocamento do planador para a pista deve ser feito por no mínimo duas pessoa (sempre sendo aconselhável mais), sendo uma responsável por empurrar a aeronave pelo bordo de fuga próximo a raiz da asa e outra pessoa responsável por manter o alinhamento da aeronave e o nivelamento das asas, segurando na ponta de asa da asa oposta ao lado que a pessoa que está empurrando. Este último não deve empurrar a aeronave.

Na taxiway, antes de ingressar na pista, é essencial a verificação visual do circuito de tráfego para a verificação de uma possível chegada de aeronave. Na pista o planador deve se deslocar com o trem de pouso na linha lateral da pista, facilitando sua retirada com agilidade se necessário. É aconselhável que durante o transporte olhe-se constantemente o circuito de tráfego e a pista como um todo.

A espera e preparação para a decolagem devem ocorrer na área determinada pelo Manual Padrão de Operações, fora da pista.

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Capítulo 2

Este capítulo trata especificamente dos voos, ou seja, do curso prático propriamente dito. Aqui são apresentadas as descrições de como deverá ser cada série de voos, quais as manobras que devem ser apresentadas ou treinadas, de forma a proporcionar ao instrutor um roteiro básico para o voo, de acordo com o estágio de desenvolvimento do aprendizado do aluno.

Derek Pigoot, instrutor de voo à vela reconhecido mundialmente como um dos maiores conhecedores da arte de ensinar a voar, autor de vários livros sobre o assunto, apresenta no seu livro Beginning Gliding, uma série de tópicos que ele considera como os principais aspectos envolvidos no aprendizado da pilotagem de planadores. Esses tópicos serviram como ponto de partida para a organização do curso ora apresentado, com o acréscimo de um item (4°), relativo ao reboque, não incluído nessa síntese.

Os itens mencionados assim como algumas recomendações básicas dirigidas ao aluno de voo à vela são traduzidos a seguir:

1. “Reconhecimento de mudanças de atitude do planador (nariz para cima, nariz para baixo, inclinação lateral e guinadas laterais)”;

2. “Efeito dos controles, coordenação dos ailerons e leme, uso do compensador e dos freios aerodinâmicos”;

3. “Habilidade para controlar o planador com segurança e de forma razoavelmente correta na decolagem, nas curvas e na aproximação e pouso”;

4. Habilidade para controlar o planador atrás do rebocador em todas as fases do reboque, até o desligamento;

5. “Habilidade para planejar e julgar o tráfego e a aproximação e variar as formas de fazê-lo em função das diferentes situações climáticas”;

6. “Habilidade para reconhecer a aproximação de estol e para recuperar prontamente de estóis e parafusos”;

7. “Habilidade de lidar com a ruptura de cabo de reboque em qualquer condição”;

8. “Experiência suficiente para reconhecer e reagir rápida e calmamente em qualquer situação e emergência que ocorra”.

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Segundo Piggot, para se aplicar essas etapas, é conveniente que se divida, primeiramente, esses tópicos em duas etapas que são de 1 a 4, relativa ao domínio do planador (Handling Stage), e de 5 a 8 relativas ao planejamento e julgamento (Planning and Judgement Stage).

“O estágio do Domínio do Planador”

Uma grande simplificação é possível se o instrutor assumir toda a responsabilidade por posicionar e planejar o circuito de tráfego e a utilização dos freios aerodinâmicos para controlar a aproximação.

Os primeiros voos sejam eles feitos por guincho, avião ou moto planador, podem ser feitos sem que o aluno tenha qualquer preocupação com sua posição em relação ao campo de pouso, cuja responsabilidade está estritamente com o instrutor.

Depois de aprender a atitude do planador em voo normal e o efeito dos controles, o estudante então começa a fazer curvas usando todos os controles coordenadamente. O instrutor garantirá que, ao pedir para o aluno fazer várias curvas enquanto o planador perde altura, estará levando para uma posição que será favorável para a entrada no circuito de tráfego para o pouso. Após um ou dois voos, o estudante aprenderá como fazer o pouso e fará todos os pousos iniciais sem referência ao uso dos freios aerodinâmicos, que serão operados sempre pelo instrutor.

Este sistema tem duas vantagens importantes. O estudante pode se concentrar no pouso propriamente dito enquanto o instrutor pode, se necessário, evitar o pouso placado reduzindo a quantidade de freio no caso de o aluno arredondar alto ao invés de voar nivelado próximo ao solo. Isto permite ao estudante se concentrar nos movimentos básicos que são manche e pedal. Além dos casos da aproximação e pouso, o fato de o instrutor ficar totalmente responsável para que o voo seja conduzido como se estivesse acontecendo a vários quilômetros longe da pista, sem necessidade de referenciar a posição do planador em relação ao tráfego e a pista.

Com este método, portanto, o estudante precisa entender que nessa etapa do curso, ele NÃO deve se preocupar com nada que não seja o uso básico dos controles necessários para praticar o manejo do planador.

Os objetivos neste estágio seriam:

- se tornar acostumado a manejar os controles e se tornar razoavelmente relaxado em voo;

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9 - estabelecer o hábito de manter sempre boa “limpeza de área” (olhar pra fora) e usar o manche e os pedais juntos, e fazer curvas firmes e precisas, e pousos razoavelmente consistentes.

Transição para o segundo estágio

“Uma vez que se verifica claramente que o aluno já obteve uma boa ideia do pouso, isto é, que os pousos estão saindo bons, ou ele já consegue corrigir leves flutuadas, de forma que o toque esteja saindo bem, está na hora de lhe introduzir o uso dos freios. Entretanto, como estes são usados para ajustar altura do circuito de tráfego e na aproximação, isso envolve planejamento e julgamento. Ele então alcançou o segundo estágio”.

Planejamento e Julgamento

A luta no aprendizado do voo à vela está virtualmente vencida no momento em que o estudante tenha aprendido a assumir toda a responsabilidade pelas decisões e a agir por sua própria iniciativa, SEM a ajuda do instrutor.

O momento exato de introduzir ao aluno o uso dos freios é uma questão de opinião. A operação da alavanca apresenta alguns problemas, pois, devido ao fato de que ela deve ser utilizada inteligentemente, será de pouco valor que o aluno a use quando o instrutor assim diz. Todo circuito e aproximação serão diferentes de alguma forma, e sempre que possível, a decisão sobre usar ou não os freios deve ser feita pelo aluno, se ele deseja fazer algum progresso. Após detalhado Briefing e alguns conceitos com o instrutor explicando as rotinas, a decisão deve ser deixada para o estudante, de forma que ele não aprenda a inconscientemente confiar no instrutor para lhe dizer que está na hora de abrir ou de fechar o freio.

Currículo do Curso de Voo a Vela

Apresentamos a seguir uma sequência de voos que constituirão o Currículo do Curso. Como já foi dito antes, ele está estruturado em oito séries com cerca de quatro voos cada. A previsão de 4 voos por série serve apenas como uma orientação geral, sendo a assiduidade e a aptidão do aluno fatores determinantes da duração de cada série.

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Pré-requisitos

Antes de iniciar cada série, o aluno precisa preencher certos pré-requisitos, tanto teóricos quanto práticos. Essa exigência tem por objetivo tornar os voos seguros tanto para o aluno como para o instrutor e também garantir um bom aproveitamento para cada voo, pois de nada adianta um aluno entrar num planador sem saber, por exemplo, para que serve um compensador, ou como ler um altímetro.

Pré-requisitos teóricos

Tem por objetivo garantir que o aluno conheça as razões pelas quais o planador reagirá de determinada forma ao acionamento de determinado comando, que ele conheça os efeitos do gradiente do vento, e assim por diante, antes de praticar manobras que tem qualquer tipo de relação com esses conhecimentos.

Pré-requisitos práticos

Os pré-requisitos práticos são, para cada série, um certo nível de proficiência alcançado nas tarefas da série anterior.

Esse nível será determinado pelo índice de aproveitamento obtido nas avaliações.

Avaliação prática

Acompanha a presente publicação um modelo de “Ficha de Avaliação de Voo” (Caderneta do Aluno), que contém a sequência de tarefas a serem praticadas pelo aluno, na mesma ordem em que elas aparecem no segundo capítulo. Cada aluno deve ter a sua ficha e apresenta-la ao instrutor antes de seus voos. Ela contém regiões sombreadas, de forma a dar destaque à sequência natural dos voos. Nas séries mais avançadas, foram deixadas sem sombrear, as áreas relativas a manobras ou exercícios que devem ser praticados e avaliados ao longo do curso.

Em princípio, o instrutor só fará anotações nas regiões não sombreadas porem, nos casos de alunos com grande aptidão, grande assiduidade e aproveitamento acima da média, ocorrerá que ele passará de fase antes dos 4 voos previstos e consequentemente, o instrutor deverá fazer anotações em regiões sombreadas da ficha. Da mesma forma, para os alunos menos aptos e/ou pouco assíduos, as anotações deverão invadir também as partes sombreadas da ficha.

A norma geral, aplicável a todos os casos, é que as partes não sombreadas devem sempre ser preenchidas.

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11 Para passar para a série seguinte o aluno precisa no mínimo 6 em todos os itens.

O sistema de avaliação proposto prevê pontuação de 0 a 10 para cada exercício ou manobra realizada pelo aluno, (os critérios a serem utilizados pelo instrutor para pontuar são descritos, para cada manobra específica, no capítulo 3), sendo exigida a nota mínima de 6 (seis) para todos os itens da série para que o aluno inicie os itens da série seguinte. A exceção para esta regra está nas manobras que apresentam uma linha não sombreada na ficha, ou seja, são manobras de maior complexidade que devem ser treinadas ao longo de todo o curso e que, muitas vezes o aluno só as fará bem mais no final do curso.

Para ser considerado pré-solo, o aluno precisa no mínimo 8 em todos os itens, sem exceção.

Ao se aproximar da fase pré-solo, o aluno precisa estar realizando bem todas as manobras, demonstrar segurança, realizando consistentemente bons pousos, reboques e completo domínio do circuito e planejamento do pouso. Para liberação de um aluno para voo solo, deve haver consenso entre os que já deram instrução para o aluno.

Planejamento dos Voos

Como o voo em planador depende muito das condições climáticas, torna-se difícil prever como será o voo, principalmente ao se tentar padronizar os voos para efeito de instrução. Talvez por esta razão seja tão raro se encontrar algum material contendo “missões” a serem realizadas pelo aluno, como se tem para os cursos de piloto de avião.

Como este manual pretende dar um mínimo de planejamento para a instrução, vamos estabelecer duas hipóteses básicas para cada série de voos, de forma que o instrutor saiba o que fazer em cada situação, tornando essas sessões práticas mais proveitosas para o aluno.

Primeira hipótese

Voo de 30 minutos em tempo de médio para fraco e com outros alunos esperando para voar.

Os valores abaixo, todos estimados, foram escolhidos de forma a dar contas exatas. A razão de subida considerada é média, incluindo tempos gastos nas procuras por térmicas.

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Tempos gastos:

7 minutos para decolagem e reboque, considerando-se 40” para subir, 1,5 m/s, até 600m AGL mais 20” gastos na rolagem.

10 minutos para subir, a 1 m/s, de 600m até 1200 m AGL.

10 minutos de voo planado, descendo a 1,5 m/s, de 1200m até 300m AGL. 3 minutos para tráfego e pouso, sendo 2 minutos e 30 segundos para descer a 2 m/s de 300m AGL até o solo e 30” de rolagem.

* AGL (Above Ground Level). Segunda hipótese

Voo de 14 minutos, realizado em horário ou dia sem térmicas. Neste caso, não temos a subida em térmica e o voo se resumirá em três fases:

7 minutos para decolagem e reboque, considerando-se 6 minutos e 40 segundos para subir a 1,5 m/s até 600m AGL mais 20” gastos na rolagem. 4 minutos de voo planado, descendo a 1,5 m/s, de 600m a 300m AGL.

3 minutos para o tráfego e pouso, sendo 2 minutos e 30 segundos para descer a 2 m/s de 300m AGL até o solo e mais 30” de rolagem.

Nos casos especiais, em que se tenha ótimo tempo e disponibilidade do equipamento para prolongar o voo, caberá ao instrutor decidir como melhor aproveitar a oportunidade para o aluno.

Os voos específicos para treinamento de decolagem e pouso, voos de 1000ft (300m) ou de 500ft (150m) devem ser realizados quando oportuno, a critério do instrutor.

O primeiro voo

O primeiro voo deve ser realizado, de preferência em condições de tempo que possibilitem à realização de um voo térmico, com bom ganho de altura, que o instrutor tenha condições de mostrar as potencialidades do voo à vela, a capacidade de o planador vencer distâncias, de forma que o aluno guarde uma boa impressão dessa experiência no planador. Um voo com duração de pelo menos uma hora seria altamente recomendado, pois essa primeira impressão é extremamente importante e pode muitas vezes determinar se uma pessoa seguirá ou não o esporte.

O comando deve ser totalmente do instrutor e deve ser permitido apenas que o aluno acompanhe, caso deseje, os movimentos do manche e dos pedais. Evidentemente, caso o aluno mexa nos comandos e experimente controlar o

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13 planador por um certo período, pois esse primeiro voo muitas veze poderá ter sido aguardado com muito ansiedade e curiosidade sobre a possibilidade de “dominar” a máquina.

1º Estágio – Domínio do Planador

Já tendo feito o primeiro voo e ambientado com a cabina do planador, o aluno passará agora a se ambientar com os comandos do aparelho e passará a galgar os degraus para atingir o seu completo domínio, de forma a conseguir, através dos comandos, que o planador faça aquilo que ele deseja que seja feito.

Lembramos que a numeração dos voos, apresentada junto a cada série, serve apenas como referência. O que importa é a série em que o aluno se encontra e não o número de voos realizados, o que pode variar de aluno para aluno.

Primeira Série (Voos 2, 3, 4 e 5)

“Reconhecimento de mudanças de atitude do planador (nariz para cima, nariz para baixo, inclinação lateral e guinadas laterais).”

Pré-requisitos legais

1. Ter apresentado ao aeroclube toda a documentação exigida pelo Comando da Aeronáutica;

2. Estar com o Certificado de Capacidade Física ou CMPD (Certificado Médico de Piloto Desportivo) válido.

Pré-requisitos teóricos

1. Conhecer o equipamento que irá voar, ou seja, ter sido aprovado na prova do equipamento;

2. Conhecer o funcionamento de todos os instrumentos de bordo;

3. Conhecer o funcionamento do leme, ailerons e profundor (Teoria de voo).

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Procedimentos

 Inspeção pré-voo;  Cheque de decolagem;

 Efeitos dos comandos nos três eixos: pedais, ailerons e profundor;  Limpeza da área;

 Curvas de pequena inclinação.

NOTA: A descrição detalhada de cada manobra é apresentada no capítulo 3. a) Esclarecer ao aluno, no briefing pré-voo, as questões de segurança.

Explicar que no caso de o instrutor dizer “Tá comigo!” o aluno deve soltar imediatamente todos os comandos. É importante também frisar, desde o início, que a pilotagem não requer força muscular e que a sensibilidade e a “finesse”, indicadores de uma boa pilotagem, só são obtidos quando se atua nos comandos sem força excessiva;

b) Reconhecimento da cabina, cheque pré-decolagem, verificação do movimentos de todos os comandos, análise de todos os instrumentos do painel.

O aluno deve falar em voz alta todos os procedimentos do cheque da cabina;

c) Decolagem e reboque feitos pelo instrutor, o aluno pode acompanhar os movimentos dos comandos sem exercer nenhuma pressão nos mesmos;

d) Ganho de altura em térmica, feito pelo instrutor. Subir até 900 m, se as condições o permitirem. Daí passar o comando para o aluno, sob estreita supervisão. O instrutor deve orientar o voo no sentido de que ao se chegar a 300 m de altura se esteja na área de tráfego para o pouso, sem que o aluno precise tomar conhecimento desse cuidado;

e) Movimentos do leme. Mostrar a reação do planador quando os pedais são atuados. Comparar com a reação quando utilizamos os ailerons; f) Movimentos de aileron. Mostrar como o nariz se desvia para fora da

curva se o pedal não for acionado junto (o barbantinho indica as “derrapagens”);

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15 g) Movimentos do profundor. Observar as reações do planador em relação

aos movimentos longitudinais do manche;

h) Curvas de pequena inclinação. Orientar quanto ao uso de referências. Perceber quando o planador está inclinado, cuidar do barbantinho, olhar em volta;

i) Limpeza da área. Lembra sempre a necessidade de observar em volta; j) Tráfego e pouso feitos pelo instrutor. O aluno deve acompanhar os

movimentos dos comandos sem exercer pressão sobre os mesmos. Resumo dos tempos em comando (hipótese 1)

Piloto em comando Instrutor Aluno Total

Reboque 7´ - 7´

Subida 10´ - 10´

Descida - 10´ 10´

Tráfego 3´ - 3´

Total 20´ 10´ 30´

Resumo dos tempos em comando (hipótese 2)

Piloto em comando Instrutor Aluno Total

Reboque 7´ - 7´

Descida - 4´ 4´

Tráfego 3´ - 3´

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Segunda Série (Voos 6, 7, 8 e 9)

“Efeito dos controles, coordenação dos ailerons e leme, uso do compensador e dos freios aerodinâmicos.”

Pré-requisitos teóricos

1. Saber qual a utilidade do barbantinho e quais as técnicas para centrá-lo; 2. Funcionamento do compensador e do freio aerodinâmico (Teoria de

Voo).

Pré-requisitos práticos

Ter obtido nota mínima de 6 em todos os itens da série anterior, exceto em cheque pré decolagem.

Procedimento

 Correção do barbantinho – técnicas;  Voo reto nivelado;

 Uso do compensador e freio aerodinâmico;  Atitude do aluno em voo.

NOTA: A descrição detalhada de cada manobra é apresentada no capítulo 3. a) Decolagem e reboque feitos pelo instrutor, o aluno pode acompanhar os

movimentos dos comandos sem exercer nenhuma pressão nos mesmos;

b) Ganho de altura em térmica, feito pelo instrutor. Subir até 900m se as condições permitirem. Daí passar o comando para o aluno, sob estreita supervisão. O instrutor deve orientar o voo no sentido de que, ao se chegar a 300m de altura esteja na área de tráfego para pouso, sem que o aluno precise tomar conhecimento;

c) Correção do barbantinho. Mostrar ao aluno, deixando que ele execute os movimentos, como o barbantinho reage aos movimentos do pedal e, separadamente, aos dos ailerons.

Orientar como colocar o barbantinho no centro.

d) Voo nivelado. Observar a atitude do planador, a posição do painel em relação ao horizonte em diferentes velocidades. Marcar uma referência e voar em sua direção;

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17 e) Uso do compensador. Mostrar como a velocidade se altera e a atitude

do planador;

f) Uso dos freios aerodinâmicos. Mostrar ao aluno as tendências do planador quanto a mudança de atitude e de velocidade e quais as correções a fazer;

g) Tráfego e pouso. Feitos pelo instrutor. O aluno deve acompanhar os movimentos dos comandos sem exercer pressão sobre os mesmos.

Resumo dos tempos em comando (hipótese 1)

Piloto em comando Instrutor Aluno Total

Reboque 7´ - 7´

Subida 8´ 2´ 10´

Descida - 10´ 10´

Tráfego 3´ - 3´

Total 18´ 12´ 30´

Resumo dos tempos em comando (hipótese 2)

Piloto em comando Instrutor Aluno Total

Reboque 7´ - 7´

Descida - 4´ 4´

Tráfego 3´ - 3´

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Terceira Série (Voos 10, 11, 12 e 13)

“Habilidade para controlar o planador com segurança e de forma razoavelmente correta na decolagem, nas curvas e na aproximação e pouso.”

Pré-requisitos teóricos

1. Efeito das curvas sobre o planador, aumento da sustentação necessária, etc. (Teoria de Voo);

2. Gradiente de vento. Pré-requisitos práticos

Ter obtido nota mínima de 6 em todos os itens da série anterior, exceto em cheque pré-decolagem e correção do barbantinho.

Procedimentos  Decolagem;

 Curvas de média e grande inclinação (30 e 45 graus ou mais);  Coordenação de 1º tipo;

 Voo lento e estol de 1º tipo;  Aproximação (reta final);  Pouso normal.

NOTA: A descrição detalhada de cada manobra é apresentada no capítulo 3. a) O comando deve iniciar com o aluno, sob estreita supervisão, até o

planador sair do chão. Daí, o instrutor deve assumir e o aluno deve acompanhar os movimentos dos comandos sem exercer pressão nos mesmos;

b) Ganho de altura em térmica, feito pelo instrutor, com alguma passagem de comando ao aluno, quando bem centrado. Durante a descida e a realização dos exercícios, o instrutor ainda deve orientar o voo no sentido de que ao chegar a 300m de altura esteja na área de tráfego para o pouso, sem que o aluno precise se preocupar com isso;

c) Curvas de média e grande inclinação. Atenção para o barbantinho, observar a atitude, segurar o nariz, olhar em volta, notar a necessidade de velocidade maior com grande inclinação;

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19 d) Coordenação de 1º tipo. Fazer junto, identificar as características do

planador, as antecipações, etc;

e) Voo lento e estol de 1º tipo. Mostrar a posição do painel em relação ao horizonte. Chamar a atenção quanto ao ruído do vento, agora bem mais fraco. Atenção para o planador não estolar. O instinto de baixar o nariz ao perceber que os comandos ficam moles e menos eficientes (o planador responde com lentidão aos comandos). Recuperação do estol; f) Tráfego orientado pelo instrutor;

g) Aproximação (reta final) feita pelo aluno. Manutenção do eixo da pista, manutenção da velocidade. A rampa (uso dos freios) deve, nos primeiros voos da série, ser dosada pelo instrutor, passando depois ao aluno, na medida em que ele se apresente mais apto.

h) Pouso normal. Feito pelo aluno sob estreita supervisão. O instrutor deve acompanhar os movimentos de forma a poder interferir prontamente caso algo saia errado.

Resumo dos tempos em comando (hipótese 1)

Piloto em comando Instrutor Aluno Total

Reboque 6´ 1´ 7´

Subida 5´ 5´ 10´

Descida - 10´ 10´

Tráfego 2´ 1´ 3´

Total 20´ 17´ 30´

Resumo dos tempos em comando (hipótese 2)

Piloto em comando Instrutor Aluno Total

Reboque 6´ 1´ 7´

Descida - 4´ 4´

Tráfego 2´ 1´ 3´

(22)

Quarta Série (Voos 14, 15, 16 e 17)

“Habilidade para controlar o planador atrás do rebocador em todas as fases do reboque até o desligamento; térmicas.”

Pré-requisitos teóricos

1. Regras de sinalização entre o rebocador e o planador; 2. Técnica de reboque;

3. Meteorologia;

4. Técnica de centragem de térmicas. Pré-requisitos práticos

Ter obtido nota mínima de 6 em todos os itens da série anterior, exceto em correção do barbantinho, decolagem e pouso.

Procedimentos

 Reboque normal;  Térmicas;

 Coordenação de 2º tipo;

 Glissadas (frontal e lateral para ambos os lados).

NOTA: A descrição detalhada de cada manobra é apresentada no capítulo 3. a) O comando deve iniciar com o aluno, sob estreita supervisão, durante a

rolagem, decolagem e o reboque. O instrutor deve acompanhar os movimentos de forma a poder intervir prontamente, caso algo saia errado;

b) Ganho de altura em térmica, feito pelo aluno, sob orientação do instrutor; c) Durante a descida e a realização dos exercícios, o instrutor deve orientar o voo no sentido de que, ao se chegar a 300m de altura se esteja na área de tráfego para pouso, porém já chamando a atenção do aluno quanto a este fato;

d) Coordenação de 2º tipo. O instrutor deve marcar duas referências no horizonte e ter certeza de que o aluno as identificou, para então pedir o início da manobra;

(23)

21 e) Glissadas (frontal e lateral para ambos os lados). Feitos acima de 300m. Chamar a atenção para a atitude do planador, verificar que o velocímetro deixa de ser confiável;

f) Tráfego orientado pelo instrutor;

g) Aproximação (reta final) feita pelo aluno. Manutenção do eixo da pista, manutenção da velocidade. A rampa (uso dos freios) já deve ser dosada pelo aluno, porém ainda sob orientação do instrutor;

h) Pouso normal. Feito pelo aluno sob estreita supervisão. O instrutor deve acompanhar os movimentos de forma a poder intervir prontamente, caso algo saia errado.

Resumo dos tempos em comando (hipótese 1)

Piloto em comando Instrutor Aluno Total

Reboque 1´ 6´ 7´

Subida 2´ 8´ 10´

Descida - 10´ 10´

Tráfego 1´ 2´ 3´

Total 4´ 26´ 30´

Resumo dos tempos em comando (hipótese 2)

Piloto em comando Instrutor Aluno Total

Reboque 1´ 6´ 7´

Descida - 4´ 4´

Tráfego 1´ 2´ 3´

(24)

2º Estágio – Planejamento e Julgamento

A partir daqui o estudante deverá ser conduzido gradualmente a formar decisões por si. O instrutor deve, a partir desse momento, passar a deixar com o aluno a decisão sobre vários aspectos do voo, com uma supervisão atenta, de forma a em nenhum momento deixar a segurança do voo comprometida.

Quinta série (Voos 18, 19, 20 e 21)

“Habilidade para planejar e julgar o tráfego e a aproximação e variar as formas de fazê-lo em função das diferentes situações climáticas.”

Pré-Requisitos teóricos

1. Cone de segurança e suas deformações devido ao vento; 2. Técnicas de avaliação do circuito de pouso.

Pré-requisitos práticos

1. Ter obtido nota mínima de 6 em todos os itens das séries anteriores. Procedimentos

 Retângulo no reboque;

 Correção de corda embarrigada;

 Julgamento e avaliação do circuito para o pouso;  Curvas de espera;

 Circuito de pouso (perna de través, perna do vento, perna base e final).

NOTA: A descrição detalhada de cada manobra é apresentada no capítulo 3. a) A partir desta série, o comando será sempre do aluno, portanto

deixamos de apresentar o quadro de “resumo dos tempos de comando”. O instrutor deve manter estreita vigilância sobre os comandos, principalmente em períodos do voo em que o planador está abaixo de 300m;

b) Durante o reboque, fazer as quatro posições atrás do rebocador (alto à esquerda, alto à direita, baixo à direita, baixo à esquerda);

(25)

23 c) Demonstrar e treinar o aluno as técnicas de correção de corda frouxa no

reboque;

d) Durante a descida e a realização dos exercícios, o instrutor ainda deve pedir ao aluno para que ele conduza o planador de forma a estar sobre a pista ao atingir 300m de altura;

e) As decisões quanto ao momento de abandonar as curvas de espera, e todo o “desenho” do circuito de pouso devem ser do aluno, sob supervisão do instrutor. Qualquer erro do aluno que possa comprometer a boa margem de segurança deve ser imediatamente corrigido pelo instrutor;

f) Aproximação (reta final) e pouso feitos pelo aluno. Manutenção do eixo da pista, manutenção da velocidade, a rampa (uso dos freios) deve ser dosada pelo aluno. O instrutor só deve interferir em nome da segurança;

Sexta Série (Voos 22, 23, 24 e 25)

“Habilidade para reconhecer a aproximação do estol e para recuperar prontamente de estois e parafusos.”

Pré-requisitos teóricos

1. Efeitos dos freios no estol;

2. Estol em curva, parafusos, comandos e saída; 3. Técnicas para pouso com vento de través. Pré-requisitos práticos

1. Ter obtido nota mínima de 6 em todos os itens das séries anteriores, exceto em reboque.

Procedimentos  Estol em curva;

 Estol com freio aberto;  Pouso com vento de través.

(26)

a) Durante a descida e a realização dos exercícios, o instrutor deve ficar atento para que o aluno conduza o planador de forma a estar sobre a pista ao atingir 300m de altura, só interferindo se houver perigo de sair do cone de segurança;

b) O instrutor deve demonstrar um estol em curva e, quando realizado pelo aluno, cuidar para que não entre em parafuso, caso o planador não esteja homologado para esta manobra;

c) O treinamento de estol com freio aberto tem por finalidade de simular a atitude de pouso, em altura, como forma a “afinar” a sensibilidade do aluno para os pousos;

d) Circuito de tráfego, aproximação (reta final) e pouso feitos pelo aluno. O instrutor só deve interferir em nome da segurança.

Sétima Série (Voos 26, 27, 28 e 29)

“Habilidade para lidar com uma ruptura do cabo de reboque em qualquer condição, seja no reboque feito por guincho ou por carro” (por avião, no caso dos aeroclubes do Brasil).

Pré-requisitos teóricos

1. Procedimentos de emergências; 2. Planejamento de pouso fora; 3. Pouso sem altímetro.

Pré-requisitos práticos

1. Ter obtido nota mínima de 6 em todos os itens das séries anteriores. Procedimentos

 Estado de alerta na decolagem;  Voo com instrumentos cobertos.

NOTA: A descrição detalhada de cada manobra é apresentada no capítulo 3. a) O instrutor deve, na decolagem e nas fases iniciais do reboque (abaixo

de 100m), perguntar ao aluno o que ele faria em caso de uma pane de desligador ou pane no rebocador, apontando os procedimentos que seriam corretos;

(27)

25 b) O tráfego e o pouso com altímetro coberto devem ser feitos pelo aluno,

sobre estreita supervisão do instrutor.

Oitava Série (Voos 30, 31, 32 e 33)

“Experiência suficiente para reconhecer e reagir rápida e calmamente em qualquer situação de emergência que ocorra.”

Pré-requisitos teóricos

1. Ter completado toda a matéria teórica do curso de piloto de planador.

Pré-requisitos práticos

1. Ter obtido nota mínima de 6 em todos os itens das séries anteriores. Procedimentos

 Decisões e responsabilidades;  Tráfego pela direita;

 Desligamento a 150m;  Emergências simuladas.

a) O instrutor deve avaliar o comportamento do aluno com vistas à possibilidade dele vir a voar solo brevemente. O aluno deve apresentar consistência nas tomadas de decisão e demonstrar conhecimentos prático e teórico dos procedimentos normais e de emergência;

b) O instrutor deve em um dos voos, combinado com o rebocador, desligar o aluno a 150m na perna do vento, para avaliar seu tráfego e pouso inesperado;

c) Pedir, antes do início das curvas de espera, que o aluno faça o tráfego pela direita (normalmente, o tráfego é feito pela esquerda).

(28)

Voos Solo

Com esta série terminam os voos duplos. O aluno aqui, após ter obtido nota mínima de 8 em todos itens da ficha de avaliação de voo, passa à condição de pré-solo.

Nos primeiros voos solo, é aconselhável que, vez por outra os instrutores façam um voo duplo como aluno, para acompanhamento da sua evolução, até que ele complete suas horas para o cheque.

Os alunos que, estando já na fase solo passem duas ou mais semanas sem voar devem ser ressolados, ou seja, tem obrigatoriamente que fazer pelo menos um voo duplo e serem aprovados para continuarem voando solo.

(29)

27

Capítulo 3

Neste capítulo serão descritas as manobras. Este capítulo é complementado pelo Manual de Padronização de Manobras do Aeroclube de Bebedouro.

Decolagem, decolagem com vento de través, com vento forte, etc. Inicialmente uma introdução e recomendações de como o instrutor deve agir com o aluno, de um modo geral.

 Inspeção pré-voo;  Cheque de decolagem;

 Efeitos dos comandos nos três eixos: pedais, ailerons e profundor;  Curvas de pequena inclinação;

 Limpeza de área.

Inspeção pré-voo

Listar a sequência de itens a serem observados e a sua aplicabilidade a cada tipo de planador.

Cheque de cabina e pré-decolagem

O cheque pré-decolagem é uma rotina obrigatória, antes de todo voo, e deve ser feito antes de o planador ser posicionado na pista de decolagem. Devem ser analisados todos os instrumentos do painel e verificados os movimentos de todos os comandos. O aluno deve falar em voz alta todos os procedimentos do cheque de cabina.

Os itens aqui indicados se aplicam à maioria dos planadores de instrução: Pedais: Movimentar ambos os pedais até o batente, confirmando com a pessoa que estiver fora, se os movimentos são correspondentes.

Profundor: Movimentar até o batente, confirmando com a pessoa que estiver fora, se os movimentos são correspondentes.

Após o planador ser colocado na pista de decolagem, devem ser checados a bússola, em relação ao alinhamento da pista, e o perfeito travamento do

(30)

“canopy”, engate da corda no desligador, barbantinho solto e direção e intensidade do vento.

Efeitos dos comandos

Movimentos de leme. Mostrar a reação do planador quando os pedais são atuados. Comparar com a reação quando são utilizados os ailerons.

Movimentos de ailerons. Mostrar como o nariz se desvia para fora da curva se o pedal não for acionado junto (o barbantinho indica as “derrapagens”).

Movimentos de profundor. Observar as reações do planador em relação aos movimentos longitudinais do manche.

Cheque de área

Lembrar sempre a necessidade de observar em volta.

Curvas de pequena inclinação

Orientar quanto ao uso de referências. Perceber quando o planador está inclinado, cuidar o barbantinho, olhar em volta.

 Correção do barbantinho – técnicas;  Voo reto nivelado;

 Uso do compensador e freio aerodinâmico;  Atitude do aluno em voo.

Técnicas de correção do barbantinho

Mostra ao aluno, deixando que ele execute os movimentos, como o barbantinho reage aos movimentos do pedal e, separadamente, aos do aileron. Orientar como colocar o barbantinho no centro.

Voo reto nivelado

Observar a atitude do planador, a posição do painel em relação ao horizonte em diferentes velocidades. Marcar uma referência e voar em sua direção.

(31)

29

Uso do compensador e freio aerodinâmico

Mostrar como a velocidade se altera e a altitude do planador.

Uso dos freios aerodinâmicos. Mostrar ao aluno as tendências do planador quanto a mudanças de atitude e de velocidade e quais as correções a fazer.

Atitude do aluno em voo

É comum que os alunos se sintam um pouco tensos nos primeiros voos e cabe ao instrutor após um certo número de voos, passar a observar o comportamento do aluno e procurar formas de orientá-lo a relaxar, se soltar mais, ficar mais à vontade na cabina, de forma a conseguir um melhor aproveitamento das aulas e evitar que a tensão excessiva passe a ser um comportamento rotineiro nos seus voos.

Não há dúvidas de que o piloto precisa estar sempre atento em todos os momentos do voo, desde o início da rolagem até a aparada total da aeronave após o pouso. Mas essa atenção e estado de alerta não pode ser confundido com estado de tensão e ansiedade.

 Decolagem;

 Curva de média e grande inclinação (30º e 45º ou mais);  Coordenação de 1º tipo;

 Voo lento e estol do 1º tipo;  Aproximação (reta final);  Pouso normal.

Decolagem

O comando deve iniciar com o aluno, sob estreita supervisão, até o planador sair do chão. Daí, o instrutor deve assumir e o aluno deve acompanhar os movimentos dos comandos sem exercer pressão nos mesmos.

(32)

Após se assegurar de que se está pronto para decolar, o aluno deve fazer o sinal com o polegar, liberando a decolagem.

Curva de média inclinação

Atenção para o barbantinho, observar a atitude, segurar o nariz, olhar em volta, notar necessidade de velocidade maior com grande inclinação.

Curva de grande inclinação

Atenção para o barbantinho, observar a atitude, segurar o nariz, olhar em volta, notar necessidade de velocidade maior com grande inclinação.

Coordenação do 1º tipo

Mostrar, fazer junto, identificar as características do planador, as antecipações.

Voo lento e estol do 1º tipo

Mostrar a posição do painel em relação ao horizonte. Chamar a atenção quanto ao ruído do vento, agora bem mais fraco. Atenção para o planador não estolar. O reflexo de baixar o nariz ao perceber a proximidade do estol. Mostrar que os comandos ficam moles e menos eficientes (o planador responde com lentidão aos comandos).

Recuperação do estol. Quando a velocidade cai muito devido a atitude do planador, muito “nariz em cima”, ele estola, baixando o nariz, por mais que se puxe o manche pra traz. Para se sair do estol é necessário:

1. Ceder o manche (empurrá-lo para a frente) até que o planador readquira velocidade;

2. Voltar a cabrar com suavidade para que ele volte ao voo nivelado. Escrever com mais cuidado, usar bibliografia existente. Esta observação vale para todos os tópicos tratados até aqui neste Capítulo 3.

Pouso normal

Feito pelo aluno sob estreita supervisão. O instrutor deve acompanhar os movimentos de forma a poder interferir prontamente caso algo saia errado.

Referências

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