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IMUNIDADE TRIBUTÁRIA DOS LIVROS ELETRÔNICOS. (2012)¹. CEZNE, Andrea Nárriman²; GRALOUW, Luciana Silva³ RESUMO

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IMUNIDADE TRIBUTÁRIA DOS LIVROS ELETRÔNICOS.

(2012)¹

CEZNE, Andrea Nárriman²; GRALOUW, Luciana Silva³

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Trabalho de iniciação científica _UNIFRA

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Curso de Direito do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil

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Curso de Direito do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil E-mail: ancezne@gmail.com²; lucianagralouw@unifra.br³;

RESUMO

Este estudo visa discutir a possibilidade de estender a imunidade tributária prevista no artigo 150, VI, d, da Constituição Federal, aos livros eletrônicos, diante da nova era tecnológica. A imunidade possibilitaria aos livros eletrônicos não sofrerem a incidência de impostos, diminuindo seu custo ao consumidor final. Pode-se dizer que a imunidade deveria ser assegurada uma vez que é uma forma de garantir a todos o princípio constitucional da liberdade de expressão, e os livros eletrônicos também possibilitam expandir novos conhecimentos e cultura, assim como os livros impressos. É importante salientar que não se pode privar a população de ter acesso à cultura baseando-se apenas no formato do livro, sendo que o mais importante é que o livro cumpra com seu fim. Verifica-se que é de suma importância a extensão das imunidades aos livros eletrônicos, embora ainda haja dificuldades do seu reconhecimento pela jurisprudência. O trabalho apresenta metodologia dedutiva, partindo-se do instituto constitucional da imunidade tributária e verificando-se a aplicabilidade no caso específico dos livros eletrônicos.

Palavras-chave: Imunidades; Livros impressos; Livros eletrônicos; Direito Fundamental; Liberdade

de Expressão

1. INTRODUÇÃO

Nos dias atuais as tecnologias popularizaram-se passando a fazer parte da sociedade em geral, expandindo cultura e divulgando novos conhecimentos, e auxiliando inclusive na educação. Verifica-se que hoje o livro eletrônico é um novo meio utilizado pela população na busca de conhecimentos, tendo ainda como vantagem a possibilidade de guardar várias informações num pequeno espaço físico.

Em determinado contexto, poderia inclusive substituir os tradicionais livros que possuem imunidade tributária, conforme o artigo 150, VI, d, da Constituição Federal. A questão do trabalho é a possibilidade de estender a imunidade tributária, prevista para os livros impressos aos livros eletrônicos, baseando-se na liberdade de expressão e no acesso à informação e à cultura.

A referida imunidade é a forma de garantir a todos o princípio constitucional da liberdade de expressão, uma vez que os livros visam expandir novos conhecimentos e cultura, o que também é a finalidade dos livros eletrônicos.

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As imunidades tem sua origem no latim immunitas, immunitatis o qual indica ser, estar livre, dispensado de, seria uma dispensa de ônus, obrigação e até mesmo penalidade, ou seja, trata-se de um privilégio o qual é concedido a pessoas ou coisas em que preencham os requisitos definidos em lei. De acordo com Torres (1999, p. 18),

No Brasil a Constituição 1824, declarou diversos direitos e garantias contra a tributação. A extinção da imunidade da nobreza foi decretada explicitamente: [...]. Os princípios da legalidade e da anualidade proclamou-os também o texto de 1824. As imunidades, entretanto, só ganharam voz constitucional em 1891, por obra de Rui Barbosa.

Diante disso verifica-se que através da Contituição de 1824, o que antes era considerado privilégio para poucos, passou a ser um direito subjetivo do contribuinte imune de não pagar tributos. Com isso o principal fundamento das imunidades tributárias é resguardar valores, direitos e garantias fundamentais constitucionalizados, tutelados pelo Estado Democrático de Direito. Conforme Amaro (2007, p.151),

O fundamento das imunidades é a preservação de valores que a Constituição reputa relevantes( a atuação de certas entidades, a liberdade religiosa,o acesso a informação, a liberdade de expressão etc.), que faz com que se ignore a eventual(ou efetiva) capacidade econômica revelada pela pessoa(ou revelada na situação), proclamando-se, independentemente da existência dessa capacidade, a não-tributabilidade das pessoas ou situações imunes.

Assim verifica-se que os valores em que as imunidades tributárias visam assegurar são aqueles eleitos pela sociedade como direitos fundamentais, em razão de sua supremacia chegando ao ponto de desonerá-los da tributação.

O poder de tributar é definido pela Constituição Federal, e esta determina que o direito de tributar está dividido entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, sendo que a este poder dá-se o nome de competência tributária.

Nesse sentido, Machado (2011, p.284,285), completa que:

Imunidade é o obstáculo decorrente da regra da Constituição à incidência da regra jurídica de tributação. O que é imune não pode ser tributado. A imunidade impede que a lei defina como hipótese de incidência tributária aquilo que é imune. É limitação da Competência Tributária.

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Assim Baleeiro (1998, p.226), descreve de forma simples sobre as imunidades definindo-as “por seus efeitos, como limitações constitucionais ao poder de tributar.”

Baleeiro (2003, p.114,116) define as imunidades tributárias como,

[...] A imunidade é regra constitucional expressa (ou implicitamente necessária), que estabelece a não-competência das pessoas políticas da Federação para tributar certos fatos e situações, de forma amplamente determinada, delimitando negativamente, por meio de redução parcial, a norma de atribuição de poder tributário. A imunidade é, portanto, regra de exceção e de delimitação de competência que atua, não de forma sucessiva no tempo, mas concomitantemente. A redução que opera no âmbito de abrangência da norma sucessiva de poder tributário é tão só lógica, mas não temporal.

Diante disso verifica-se que a imunidade tributária é uma disposição de ordem constitucional que veda às entidades tributantes, cobrarem impostos e contribuições no que concerne a determinadas pessoas, bens, coisas, ou situações, visando à garantia de direitos estabelecidos em princípios e na Constituição, direitos esses considerados essenciais pelo Estado. No mesmo sentido, destaca Amaro (2007), que a imunidade não pode ser atingida pelo tributo, uma vez que em virtude de norma constitucional, lhe foi dada essa especifidade de ficar fora do campo de tributação.

Além disso, a imunidade tributária também pode ser entendida como exclusão ou supressão da competência tributária. Essa tese é defendida por Nogueira (1990, p.170), para quem imunidade é “uma forma de não-incidência pela supressão da competência para tributar certos, fatos, situações ou pessoas, por disposição constitucional.” Dessa forma, é possível dizer que imunidade é uma proteção instituída através da Constituição Federal aos contribuintes.

É importante destacar que a imunidade atinge somente as obrigações principais, uma vez que as imunidades acessórias têm como objetivo a preservação de valores considerados como de superior interesse nacional. De acordo com Carrazza (2006, p. 903) “em outras palavras significa dizer que o beneficiado necessita cumprir os deveres instrumentais da obrigação principal (imune), ou dela consequentes [como] escriturar livros, emitir faturas, fornecer declarações etc.”

Diante dos diversos entendimentos a respeito das imunidades tributárias, que se encontram na Constituição Federal, é possível verificar que há uma concordância entre os autores no que tange que a imunidade tem como característica o fato de ser uma regra prevista constitucionalmente atuando diretamente no que concerne à competência dos entes políticos de poder instituir tributos.

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2.1 AS DIVERGÊNCIAS ACERCA DA EXPANSÃO DA IMUNIDADE TRIBUTÁRIA AOS LIVROS ELETRÔNICOS

O artigo 150 da Constituição Federal trata das limitações constitucionais do poder de tributar, assim como dos princípios e imunidades sendo que o fundamento dessas é preservar valores que a Constituição dá maior relevância como o acesso à informação e à liberdade de expressão. O referido artigo 150, VI, da Constituição Federal dispõe que:

sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

VI- instituir impostos sobre:

a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; b) templos de qualquer culto;

c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;

d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

Diante disso, os princípios e as imunidades não podem ter seu alcance reduzido, pelo contrário, ao remeter a essas questões deve-se possibilitar a expansão uma vez que visa o bem de toda sociedade. Além disso, é importante salientar que sob pena de inconstitucionalidade, somente através de lei complementar que pode-se criar outros requisitos a respeito da imunidade além daqueles já existentes no artigo 14 do Código Tributário Nacional.

Essa previsão está presente no artigo 146, II, da Constituição Federal, que determina o cabimento da lei complementar para regular as limitações constitucionais ao poder de tributar.

Após breve elucidação das imunidades previstas no artigo 150, VI, da Constituição Federal, será dada maior ênfase ao objetivo central desse trabalho, quais sejam fazer análise da alínea d, inciso VI, do referido artigo, o qual dispõe que são igualmente imunes os livros, jornais e periódicos e o papel destinado à sua impressão.

Diante disso a interpretação desse inciso deve ser extensiva, prevalecendo a finalidade constitucional de proteger a liberdade de expressão, favorecendo assim a expansão da cultura, da ciência e da informação.

No que tange à possibilidade de expansão da imunidade prevista no referido artigo, o argumento bastante utilizado é que a norma foi específica a quem a imunidade abrangeria,

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porém tem-se que considerar que na época da feitura deste artigo não se ouvia falar em livros eletrônicos, os únicos livros existentes eram os de papéis.

Nesse sentido, Machado (2011, p. 293) destaca que ao interpretar uma norma imunizante deve-se atualizar seu significado, inclusive ampliando seu alcance quando for

necessário, a fim de evitar que essa caia em desuso, por uma espécie de esclerose.

Assim as garantias constitucionais, como verdadeiros princípios, não se limitam à materialidade de um objeto, uma vez que esse com o passar do tempo é natural que sofra alterações, e isso não é diferente com os livros que desde sua primeira forma, já passaram por várias mudanças, parando hoje na forma digital. Desse modo verifica-se que as garantias foram asseguradas baseando naquilo que o livro representa no conteúdo que dispõe e não naquilo que o livro é, ou seja, não é baseado no seu formato.

Sobre a interpretação da imunidade tributária e seu alcance na moderna tecnologia, Machado (2011, p. 293), escreve:

A melhor interpretação das normas da Constituição é aquela capaz de lhes garantir a máxima efetividade. Toda imunidade tem por fim a realização de um princípio que o constituinte considerou importante para a nação. A imunidade dos livros, jornais, periódicos tem por fim assegurar a liberdade de expressão do pensamento e a disseminação da cultura. Como é inegável que os meios magnéticos, produtos da moderna tecnologia são hoje de fundamental importância para a realização desse mesmo objetivo, a resposta afirmativa se impõe

.

Diante desse entendimento fica claro que se deve levar em consideração o conteúdo, a divulgação de ideias, cultura, difusão de ideias, e a manifestação do pensamento. Não importando assim o seu formato, aparência, bastando apenas que cumpra com as finalidades destacadas acima, ou seja, dar ênfase à educação. Para Martins, (1998, p.39),

A prova maior de que a imunidade deve ser interpretada extensivamente encontra-se nas decisões do STF sobre publicidade em jornais, revistas e periódicos, listas telefônicas e papel fotográfico, em que a imunidade se aplicava tanto à publicidade divulgada por esses veículos, quanto às listas telefônicas e à aquisição do papel fotográfico, pois essenciais ao desiderato constitucional de proteger a liberdade de expressão, informação e formação.

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Fica claro que quanto mais barato for o livro, mais viável será o acesso à educação, e à democracia como um todo. Uma vez que a liberdade de expressão é o alicerce para que se consiga buscar todas as outras liberdades humanas.

Porém é necessário que se compreenda o que realmente é um livro e qual sua finalidade específica. Para isso, inicia-se fazendo uma breve análise dos conhecidos livros impressos.

Os livros impressos começaram a tomar a forma na Idade Média, com elementos que hoje definem um livro, pois começaram a ser inseridos páginas em branco, margens, índices e sumários, e, além disso, abriu espaço para o surgimento de livros em língua vernácula, uma vez que antes o monopólio era do latim. Martins (1998, p.716), sintetiza livro da seguinte forma,

[...] não se pode ignorar a história, sendo relevante mencionar que aquilo que hoje os dicionários designam por livro originariamente era denominado de código. Livro era um único papiro enrolado; a reunião de “livros” formava um código (hoje, livro). Isto indica que a linguagem não é estática, mas essencialmente dinâmica para captar as novas realidades que vão surgindo no mundo real.

Assim verifica-se que o livro nunca vai ser imutável, pois uma de suas características é a constante evolução, visando se adequar ao avanço da sociedade, e permeando como o difusor de conhecimentos desde a sua primeira versão.

Ao pesquisar seu significado no dicionário Aurélio o conceito é que “livro é uma

reunião de folhas ou cadernos, soltos, cosidos ou por qualquer outra forma preso por um dos lados, e enfeixados ou montados em capa flexível ou rígida”.

Sobre o tema, Carrazza (2006, p.752 e 759), defende que “são considerados livros tantos os tradicionais quanto os seus sucedâneos, irrelevante se em disquete ou em papel, o que importa é ser um veículo de manifestação de ideias”.

Com a evolução do tempo verificamos que os livros impressos evoluíram, e com eles surgiram outros difusores de conhecimentos, os chamados livros eletrônicos ou digitais. Os

livros eletrônicos já estão inclusive disciplinados no dicionário Aurélio, como sendo “versão

de um livro publicado em mídia digital, como p. ex., CD-ROM”. Para Castro (2004, p.19), é importante salientar que:

Não é aceitável confundir o livro eletrônico com o software (ou programa de computador). São conceitos próximos, mas não idênticos. O software caracteriza-se por ser um conjunto de instruções, escritas numa determinada linguagem de programação, em que a execução ou

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processamento fornecerá uma determinada utilidade dinâmica para o seu usuário (sistema operacional, edição de texto, planilha eletrônica, banco de dados, entre outros). Já o livro eletrônico caracteriza-se basicamente por ser um arquivo eletrônico estático onde os dados, informações e conhecimentos são armazenados para serem consultados pelo usuário.

Não parece plausível deixar de estender a imunidade a este novo tipo de livro, pelo fato do mesmo estar engessado num novo modelo, baseado na tecnologia, uma vez que o objetivo dos livros permanece estático.

Nesse sentido, Janczeski (2004, p. 59), coloca que:

Hoje, o livro ainda é conhecido por ser impresso e ter como suporte material o papel. Rapidamente, porém, o suporte material vem sendo substituídos por componentes eletrônicos, cada vez mais sofisticados, de modo que, em breve, o papel será tão primitivo, quanto são hoje a pele de animal, a madeira e a pedra. A imunidade, assim, não se limita ao livro como objeto, mas transcende a sua materialidade, atingindo o próprio valor imanente ao seu conceito. Pode-se dizer, então, que a Constituição não tornou imune a impostos o livro-objeto, mas o livro-valor.

Assim qualquer que seja o formato do livro, desde que esse preserve as principais características no que diz respeito ao seu conteúdo seria plausível a extensão a estes da imunidade prevista no artigo 150, VI, d, da Constituição Federal.

Nos Tribunais Regionais e no Supremo Tribunal Federal, essa possibilidade de expansão das imunidades ainda não é pacífica, estando em constante discussão.

A corte do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, sobre a extensão das imunidades tributárias aos livros eletrônicos, decidiu recentemente que:

Processo: AGV 70046150975 RS

Relator (a): Maria Isabel de Azevedo Souza Julgamento: 23/02/2012

Órgão Julgador: Vigésima Segunda Câmara Cível Publicação: Diário da Justiça do dia 29/02/2012

Ementa AGRAVO. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE. LIVRO.

ELETRÔNICO. CD-ROM.

1. Em se tratando de matéria a cujo respeito há súmula ou jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal ou de Tribunal Superior, o Relator está autorizado a negar seguimento ou a dar provimento a recurso. Art. 557 do CPC.

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2. As operações de circulação de livro eletrônico não estão ao abrigo da imunidade. Jurisprudência do STF. Recurso desprovido. (Agravo Nº 70046150975, Vigésima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Maria Isabel de Azevedo Souza, Julgado em 23/02/2012).

Já o Supremo Tribunal Federal, possui entendimento de que a possibilidade de extensão da imunidade prevista no artigo 150, VI, d, Constituição Federal, somente é possível aos insumos assimiláveis ao papel, contudo exclui-se as tintas, e outros insumos necessários para a confecção dos livros, jornais e revistas.

Para corroborar com referido artigo foi editada a súmula 657 do STF, segundo a qual a imunidade em questão também abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos.

Esse entendimento é verificado no julgamento do Recurso Extraordinário n.º 427965, julgamento em 29 de março de 2010, DJe-068, divulgado em 16 de abril de 2010, publicado em 19 de abril de 2010, transitado em julgado em 17 de maio de 2010.

O Relator Ministro Dias Toffoli asseverou que,

A irresignação merece prosperar, uma vez que a jurisprudência desta Corte está consolidada no sentido de que a imunidade disposta no artigo 150, inciso VI, alínea ‘d’, da Constituição Federal, abrange somente o papel ou os materiais a ele assemelhados com o fim de impressão de livros, jornais e periódicos. Colhe-se o seguinte julgado:

“CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. JORNAL. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. C.F., art. 150, VI, d. I. - O Supremo Tribunal Federal decidiu que apenas os materiais relacionados com papel (papel fotográfico, papel telefoto, filmes fotográficos, sensibilizados, não impressionados, para imagens monocromáticas, papel fotográfico p/fotocomposição por laser) é que estão abrangidos pela imunidade tributária do art. 150, VI, d, da C.F. II. - Precedentes do STF: RREE 190.761-SP e 174.476-SP, Ministro F. Rezek p/acórdão; RREE 203.859-SP e 204.234-RS, Ministro M. Corrêa p/acórdão, Plenário, 11.12.96. Voto vencido do Min. C. Velloso, que entendia cabível a imunidade tributária em maior extensão. III. - R.E. conhecido e provido” (RE n° 178.863/SP, Segunda Turma, Relator o Ministro Carlos Velloso, DJ de 30/5/97).

No mesmo sentido, as seguintes decisões monocráticas: RE n° 282.387/RJ, Relator o Ministro Eros Grau, DJ de 8/6/06 e RE n° 432.914/RJ, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJ de 1/6/05.”

Registre-se, por fim, que o Agravo Regimental n.º 432442, referido pelo Agravante, diz respeito à fita de vídeo que acompanha livro.

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Verifica-se que quanto aos livros eletrônicos, ainda não se tem um posicionamento definido a respeito da possibilidade de extensão da imunidade tributária para esses, porém o aumento desses livros perante a sociedade é cada vez maior, mantendo sua função e difundindo a cultura.

4. METODOLOGIA

4.1 Método de abordagem

Como método de abordagem, fez-se uso do dedutivo, visto que a partir da análise de interpretação das normas constitucionais, a fim de verificar se a imunidade em que esta preconiza poderia ser estendida aos livros eletrônicos.

Destaca-se que essa pesquisa está inserida nas linhas de pesquisa do curso de Direito do Centro Universitário Franciscano- UNIFRA, Teoria Jurídica, Cidadania e Globalização, uma vez que o tema abordado é objeto de discussões no campo da teoria jurídica e tem grande importância para a cidadania, especialmente auxiliando a divulgação do conhecimento a um custo menor.

4.2 Método de procedimento

No presente trabalho aplica-se o método de procedimento comparativo, uma vez que serão analisadas as diferentes posições em relação ao tema proposto, e a partir disso chegaremos a uma conclusão final.

Também se utiliza o método histórico, pois serão analisadas as imunidades tributárias designadas aos livros impressos, uma vez que nesse período ainda não existiam meios eletrônicos em que hoje deram ensejo aos livros eletrônicos.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Assim verifica-se que na época em que a Constituição Federal foi instituída não era possível dispor nenhuma previsão em relação à imunidade dos livros eletrônicos, pois esses ainda não existiam. O avanço tecnológico fez com que esse fato hodiernamente já esteja superado.

Contudo já é possível verificar que os livros eletrônicos alcançam o mesmo fim dos livros impressos, ou seja, possibilitar maior difusão de cultura e conhecimento à população.

Porém esta pesquisa ainda está em andamento, fato este que impede maiores conclusões a respeito do tema proposto, mas que posteriormante serão sanados.

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10 REFERÊNCIAS

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