• Nenhum resultado encontrado

A Associação dos Professores do Rio Grande do Norte/APRN ( )

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "A Associação dos Professores do Rio Grande do Norte/APRN ( )"

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

A Associação dos Professores do Rio Grande do Norte/APRN (1920-1983) Amanda Vitória Barbosa Alves amandinha17_vi_@hotmail.com Orientadora: Maria Arisnete Câmara de Morais arisnete@terra.com.br Palavras Iniciais

O presente trabalho, vinculado ao Projeto de Pesquisa História da leitura e da escrita no Rio Grande do Norte (1910-1980)/CNPq desenvolvido no Grupo de Pesquisa História da Educação, Literatura e Gênero, objetiva analisar a história da Associação dos Professores do Rio Grande do Norte (APRN), desde a sua fundação, em 1920, até a sua desativação, no ano de 1983, com destaque para as diretorias que estiveram a frente da instituição no período estudado.

Este trabalho contém uma investigação realizada nos acervos do Instituto Histórico Geográfico do Rio Grande do Norte, do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Rio Grande do Norte, da Biblioteca Central Zila Mamede/UFRN, da Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Sociais Aplicadas/UFRN e do Grupo de Pesquisa História da Educação Literatura e Gênero. Nesses acervos localizamos livros sobre a história da APRN, jornais com manchetes a respeito dos professores que atuaram na Associação dos professores, monografias e dissertações referentes ao objeto de pesquisa.

Analisadas a partir dos pressupostos da História Cultural, as fontes permitiram refletir sobre os acontecimentos educacionais a partir de determinada realidade social construída (DUARTE, 1985), (MORAIS, 2014).

Associação dos Professores do Rio Grande do Norte

A APRN foi fundada no dia 4 de dezembro de 1920 às 19h, no salão nobre do Palácio do governo, em uma sessão solene. A entidade tinha por fim desempenhar papel preponderante no ensino do estado do Rio Grande do Norte.

No dia de sua fundação o Dr. Antonio de Souza – então governador do estado do Rio Grande do Norte – assumindo a direção da sessão convidou o Dr. Manuel Dantas, diretor da instrução Pública, e o Professor Nestor Lima, para tomarem parte da mesa diretora. Após a declaração de instalação da Associação dos Professores do Rio Grande do Norte, foi composta uma comissão pelos professores Anfilóquio Câmara, Luis Antônio, Luis Soares, Júlia Alves Barbosa, para confeccionar o projeto de estatutos.

A instituição tinha por objeto a propaganda do ensino leigo, o combate ao analfabetismo e de modo particular, a defesa e o elevamento da classe dos professores.

Para preencher seus objetivos e fins a entidade se manterá pela criação de um órgão de publicidade, de feição pedagógica; pela organização de uma biblioteca escolar; pelo auxílio moral e material, necessário, prestado aos seus associados; pela instituição de festas cívicas e conferencias sobre o ensino; pelo auxílio e os esclarecimentos que todos os ócios são obrigados a prestar uns aos outros; pela sua interferência perante a autoridade e aos estabelecimentos de ensino no sentido de melhorar as condições dos mesmos e a execução dos programas escolares; pela fundação de escolas e cooperativas; pela convocação de congressos pedagógicos, nos quais sejam apresentadas e discutidas teses e questões

(2)

técnicas, relativas ao ensino em geral e pela criação de uma caixa de auxílio mútuo e pela beneficência do ensino e do professorado. (DUARTE, 1985, p. 23).

Diretorias da APRN

Foi acordado no dia da sessão de instalação, que a Associação dos Professores do Rio Grande do Norte seria dirigida por um Conselho Diretor, composto por um presidente, dois secretários, um orador, um tesoureiro e um bibliotecário, todos eleitos em Assembleia Geral. Durante o período de 1920 a 1983, vinte diretorias estiveram à frente dessa instituição.

A primeira diretoria da APRN foi eleita em 1920, após a formulação do seu primeiro estatuto, e estendeu-se até o ano de 1933. Essa diretoria foi composta pelos seguintes professores e professoras:

 Anfilíquio Câmara, presidente;  Gonzaga Galvão, vice-presidente;  Júlia Alves Barbosa, 1° secretária;  Oscar Wanderley, 2º secretário;  Luis Soares, orador;

 Francisco Ivo, tesoureiro;  Braz Caldas, bibliotecário.

O primeiro Estatuto da APRN foi criado, juntamente com a formação da primeira diretoria, em uma sessão específica para a sua formulação. Nessa sessão foi posto em discussão cada capítulo, depois de prolongada observação, foi aprovado. No período da primeira diretoria, foram criadas algumas instituições que eram administradas pela APRN: criação da revista Pedagogium (1920), essa, era um instrumento de divulgação da cultura da APRN; Grupo Escolar Antônio de Souza (1923); Escolas Rudimentares (1925); Escola Agrícola Juvenal Lamartine (1928); Jardim de Infância Áurea Barros (1930); Orfeão Escolar, que tinha por intuito aperfeiçoar a educação que era ministrada nos grupos escolares; criação de um Centro de Educação física (1932).

A segunda diretoria foi formada em dezembro de 1932, mas seu trabalho só se efetivou a partir de 1933. Essa diretoria, inicialmente, era presidida pelo professor Anfilóquio Câmara, mas em setembro de 1933 ele foi substituído por seu vice-presidente, o professor Luis Antônio Souto dos Santos Lima, isso se deu porque Anfilóquio Câmara assumiu a direção do Departamento de Educação do estado do Rio Grande do Norte. Em janeiro de 1933 a Associação dos Professores teve a primeira Reforma Estatuári, porém tudo o que se foi feito pela primeira diretoria continuou.

No final de 1935 foi eleita à terceira diretoria – assumida efetivamente em 1936 – presidida pelo professor Antônio Gomes da Rocha Fagundes, tinha por vice-presidente o professor Manuel Varela de Albuquerque, tesoureiro a professora Alba Brandão, orador o professor Clementino Câmara, 1º secretário o professor Luis Correia Soares de Araujo, 2° secretario o professor Acrísio Freire e bibliotecário a professora Beatriz Lima.

Em 1936, criou-se a comissão Pró-Associação, liderada por Clementino Câmara e Acrísio Freire, que tinha por finalidade motivar a participação de professores que não eram associados à entidade ou aqueles que por algum motivo deixaram de participar.

No inicio de 1937, a Associação cria a Revista do Ensino, mas sua circulação só se deu a partir de dezembro desse mesmo ano. Esta revista destinava-se a tratar de assuntos pedagógicos e do ensino em geral.

(3)

Ainda em 1937, foi eleita a quarta diretoria da APRN para dirigirem-na nos anos de 1938 a 1939. O professor Antônio Gomes da Rocha Fagundes continuou na presidência da entidade, os cargos que receberam novos professores foram: o de tesoureiro, Honório Farias; o de 2º tesoureiro, Lindalva Alves Teixeira; e o de bibliotecário, Clidenor de Farias.

No inicio de 1939, o presidente da Associação dos Professores juntamente com seu vice-presidente, assumiram a direção do Departamento de Educação do estado e por isso deram lugar ao professor Joaquim de Farias Coutinho e José Saturnino, como presidente e vice-presidente, respectivamente, que continuaram até o ano de 1941, formando assim a quinta diretoria.

De acordo com Duarte (1985), entre os anos de 1942 a 1945 – período da Segunda Guerra Mundial –, não são encontrados documentos que retratem os professores que comporam a diretoria desse período. Sabe-se apenas que, o professor Alfredo Lyra era presidente da Associação dos Professores e o acontecimento que marcou esse dita direção, foi à compra do prédio sede da instituição, que está situado no bairro de Cidade Alta na Avenida Rio Branco, em 1942. Local que hoje abriga o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Publica do Rio Grande do Norte.

Após o período de guerra, foi eleita pelo conselho a sétima diretoria, que dirigiu a entidade de 1946 a 1951 e foi distribuída da seguinte forma: presidente, o professor Luis Correia Soares de Araujo; vice-presidente, o professor Francisco Ivo; tesoureiro, Acrísio de Meneses Freire; 1º secretário, o professor Mário Tavares de Oliveira Cavalcante; 2ª secretária, a professora Raulina Ataíde de Oliveira; orador, o professor Clementino Câmara; e o bibliotecário, o professor Raimundo Soares.

Nessa diretoria a revista Pedagogium, que há alguns anos estava desativada, voltou a ser editada. Em junho de 1949 foi aprovada a Lei municipalque permitia a construção de um monsaleu no cemitério público do bairro do Alecrim zona leste de Natal, para sepultamento de associados, tudo isso graças pedidos de professores da APRN.

A oitava diretoria tomou posse em janeiro de 1952 e permanecou até 1953. Tem como presidente, o professor Joaquim de Farias Coutinho; tesoureiro, o professor Paulo Vieira Nobre; 1º secretário, o professor Geraldo Magela Cruz; 2ª secretaria, professora Margarida Saboia de Lima e Silva; e orador, o professor Francisco Rodrigues Alves. As principais obras dessa diretoria foram a criação de uma biblioteca denominada de Alfredo Simoneti, em 1952; a reforma do Estatuto da APRN no mesmo ano; a criação dos departamentos da Associação dos Professores; a entrega, junto ao estado à sociedade, do Grupo Escolar Antonio de Souza, que estava, desde 1937, sendo ocupado pela Escola Normal; e a criação da carteira de identidade da Associação dos Professores, em 1953.

Em 1954 tomou posse a nona diretoria que teve como presidente o professor Joaquim de Farias Coutinho; vice-presidente, José Gurgel de Amaral Valente; 1º secretário, o professor Raimundo Soares de Andrade; 2ª secretária, a professora Helena Silva; orador, o professor Francisco Rodrigues Alves; tesoureiro, o professor Paulo Vieira Nobre; e bibliotecária, a professora Ana Leite de Carvalho. As realizações dessa diretoria foram: a construção de uma casa situada na Avenida Rodrigues Alves que, posteriormente se tornaria o lar do professor aposentado; a criação da cooperativa de crédito dos professores do Rio Grande do Norte, conforme Decreto de nº 34.895 de 5 de janeiro de

1954; e a criação da Faculdade de Filosofia, nos termos da resolução nº 1 de 12 de março

(4)

Imagem 1 – Faculdade de Filosofia.

Fonte: Acervo do Instituto Histórico Geográfico do Rio Grande do Norte.

Em janeiro de 1956 tomou posse a décima diretoria da APRN composta pelos seguintes docentes do estado: presidência, o professor Paulo Vieira Nobre; vice-presidência, o professor Acrísio Meneses Freire; 1º secretário, o professor Álvaro Tavares; 2ª secretária, a professora Maria Fernandes da Mota e Silva; orador, o professore Luis Correia Soares de Araujo; tesoureiro, o professor Raimundo Soares; e bibliotecária, a professora Ana Leite de Carvalho. As principais realizações dessa diretoria foram à inauguração da Faculdade de Filosofia e o curso de aperfeiçoamento sobre problemas psicológicos da educação ministrado para professores, com duração de 21 a 28 de agosto de 1956, ministrado por um professor do Distrito Federal.

A décima primeira diretoria (1958-1959), a décima segunda (1960-1961) e a décima terceira (1962-1963), infelizmente não há tantos dados, sabe-se apenas que o professor Joaquim Coutinho era o presidente da primeira diretoria citada, o professor Luís Soares foi presidente da segunda e o professor Geraldo Magela foi presidente da terceira diretoria (DUARTE, 1985). As atas e registros sobre tais diretorias são desconhecidos nos acervos que podem ser encontrados arquivos referentes à Associação dos Professores do Rio Grande do Norte.

A décima quarta diretoria dirigiu a APRN de 1964 a 1965. O presidente foi o Professor Geraldo Magela Cruz, a vice-presidente, a professora Francisca Nolasco Fernandes; o orador ,o professor Hilton Gouveia; 1º secretário, o professor Saly da Costa Mamede; o 2º secretário, o professor René Correia da Silva; o tesoureiro, o professor Valdomiro Carvalho Dantas; e a bibliotecária, a professora Maria das Neves Ferreira Pinto. O período de 1966 a 1967 foi dirigido pela décima quinta diretoria, que tinha por presidente o professor João Batista Pinheiro Cabral, seu vice-presidente era o professor Acrísio de Meneses Freire, 1º secretario a professora Maria Aulina, 2º secretário o professor Álvaro Tavares, orador o professor Amadeu Araujo, tesoureiro o professor Eugenio Fernandes e bibliotecário o professor Homero de Oliveira Dantas.

A décima sexta diretoria dirigiu a entidade de 1968 a 1971, essa, teve por presidente o professor Acrísio de Meneses Freire; vice-presidente, a professora Maria Alexandrina Sampaio; 1º secretario, o professor Joaquim de Farias Coutinho; 2ª secretária, a professora Maria Célia de Souza; tesoureiro, o professor Eugenio Fernandes; orador, o professor Geraldo Magela da Cruz; e bibliotecária, a professora Hiolanda Cortez.

A décima sétima diretoria da APRN, no período de 1972 a 1973, teve, pela primeira vez, uma mulher a frente de sua direção, a professora Almira Melo do Amaral. Os demais integrantes eram: o professor Geraldo Magela Cruz, vice-diretor; a professora Nasy Gomes

(5)

dos Santos, 1ª secretária; a professora Inês Gomes da Silva, 2ª secretária; o professor Acrísio Freire, orador; e a professora Francisca Maciel, tesoureira.

A décima oitava diretoria esteve à frente nos ano de 1974 a 1976, sua diretora foi a professora Olindina Gomes da Costa; vice-presidente, o professor João Batista Viana; 1º secretario, o professor Joaquim Coutinho; 2ª secretária, a professora Maria Zélia de Souza; orador, o professor João Ferreira Neto; tesoureira, a professora Maria das Neves Pereira Pinto; e bibliotecária, a professora Teodelina Albuquerque. Essa diretoria foi responsável por construir a Casa do Professor, obra considerada o marco da APRN.

Imagem 2 – Casa do Professor. Av. Afonso Pena, 650-Tirol, Natal-RN. Fonte: Instituto Histórico Geográfico do Rio Grande do Norte

A décima nona diretoria (1977-1979) foi presidida pela professora Iracema Brandão; os respectivos secretários foram os professores Manuel Vieira e Maria Queiroz; a tesoureira foi a professora Maria Pinto; a oradora foi a professora Francisca Nolasco; e a bibliotecária foi a professora Francisca Nogueira. Nesse período foi criado o Lar do Professor Aposentado, que tinha por finalidade acolher professores sócios aposentados.

A última diretoria, segundo Duarte (1985), dirigiu a Associação dos Professores entre os anos de 1980 a 1982. O presidente foi o professor Manuel Barbosa; o vice-presidente foi o professor Geraldo Pinto; os secretários foram os professores Sara Pimenta e Antonio de Araujo; o tesoureiro foi a professora Vilma Tinoco; o orador foi o professor Maria de Oliveira; e a bibliotecária foi a professora Ieda Trigueiro. Essa diretoria, através de alguns projetos, buscou a integração estadual das associações de professores dos municípios, que ainda não faziam parte constituinte da APRN. Esse fato marcou o início da desativação da entidade e a sua sindicalização.

Em 1983 encerra-se a história da Associação dos professores do Rio Grande do Norte, pois nos anos posteriores – com a Constituição de 1988, que permitia a sindicalização de entidades associadas –, criou-se o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Rio Grande do Norte.

Considerações Finais

A Associação dos Professores do Rio Grande do Norte desempenhou papel significativo para o professorado norte-rio-grandense, a defesa aos profissionais da educação marcou a história da entidade, além de permitir a instrução de gerações no estado do Rio Grande do Norte.

Cada diretoria a seu tempo, uniram forças afim de promover o elevamento da classe docente, proporcionando sua qualificação e contribuindo para o fortalecimento dessa, que em muitas vezes, foi e é menosprezada pelo poder público.

(6)

Na atualidade essa instituição deu lugar ao Sindicato dos trabalhadores em educação Pública do Rio Grande do Norte que, assim como no passado, é uma instituição que batalha pelas causas dos educadores.

Referências

DUARTE, Jose Horaldo Teixeira. História da Associação dos Professores do Rio Grande do Norte. Natal: Companhia Editora do Rio Grande do Norte, 1985. 200p.

MORAIS, Maria Arisnete Câmara de. História da leitura e da escrita no Rio Grande do Norte: presença de professoras (1910-1940). 2011-2013. Projeto PVE2127-2011 vinculado ao CNPq, Departamento de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2014.

Referências

Documentos relacionados

O objetivo desse trabalho ´e a construc¸ ˜ao de um dispositivo embarcado que pode ser acoplado entre a fonte de alimentac¸ ˜ao e a carga de teste (monof ´asica) capaz de calcular

5 “A Teoria Pura do Direito é uma teoria do Direito positivo – do Direito positivo em geral, não de uma ordem jurídica especial” (KELSEN, Teoria pura do direito, p..

Para tanto, no Laboratório de Análise Experimental de Estruturas (LAEES), da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (EE/UFMG), foram realizados ensaios

2. Assim, e competindo aos Serviços de Fiscalização no âmbito de análise interna ou externa o controlo da matéria colectável, determinada com base em declaração

No entanto, maiores lucros com publicidade e um crescimento no uso da plataforma em smartphones e tablets não serão suficientes para o mercado se a maior rede social do mundo

Se o canhão antitanque dispara um obus com velocidade de disparo de 240 m/s e com elevação de 10,0 o acima da horizontal, quanto tempo a equipe do canhão teria de esperar antes

6.1.5 Qualquer alteração efetuada pelo fabricante em reator cujo protótipo já tenha sido aprovado pela Prefeitura/CEIP deverá ser informada, com antecedência, pelo

Considerando que diversas espécies do gênero Salanum apresentam grande potencial alelopático, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o efeito alelopático dos