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Breve Ensaio de História do Teatro Musical

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Academic year: 2021

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Saltos históricos no Brasil: uma comparação entre o

Saltos históricos no Brasil: uma comparação entre o teatro musical e musicadoteatro musical e musicado do século XIX e o

do século XIX e o teatro musical do século XXIteatro musical do século XXI

Caio Bichaff  Caio Bichaff  Universida

Universidade Estadual Paulista !"lio de Estadual Paulista !"lio de #es$uita %ilho&de #es$uita %ilho& '( )no de *icenciatura em )rte+,eatro '( )no de *icenciatura em )rte+,eatro -istoria do ,eatro Brasileiro I -istoria do ,eatro Brasileiro I Professora: #ariana Soutto #a.or  Professora: #ariana Soutto #a.or 

/ESU#0: Podemos aceitar como consenso $ue o teatro musical do século /ESU#0: Podemos aceitar como consenso $ue o teatro musical do século XXI

XXI $u$ue e conconhechecemoemos s ho1ho1e2 e2 priprincncipaipalmelmente nte do do ei3ei3o o culculturtural al /io/io+Sã+São o PauPaulolo possui suas ra45es no teatro musical do século XIX6 Entretanto2 é um desafio possui suas ra45es no teatro musical do século XIX6 Entretanto2 é um desafio identificar essas cone37es diretamente2 dado $ue os pertencem a momentos identificar essas cone37es diretamente2 dado $ue os pertencem a momentos históricos tão espaçados entre si6 0 o81etivo desse 8reve ensaio é definir $uais históricos tão espaçados entre si6 0 o81etivo desse 8reve ensaio é definir $uais os pontos de encontro dessas duas manifestaç7es c9nico+musicais através de os pontos de encontro dessas duas manifestaç7es c9nico+musicais através de e3emplos prticos e ressaltar a import;ncia $ue teve a se<unda metade do e3emplos prticos e ressaltar a import;ncia $ue teve a se<unda metade do século XIX para constituir o $ue

século XIX para constituir o $ue ho1e chamamos de teatro musical6ho1e chamamos de teatro musical6

 )BS,/)C,

 )BS,/)C,: : =e =e can can assume assume that that the the musical musical theatre theatre that that >e >e ?no> ?no> toda.toda.22 mainl. the one that happens in /io and in São Paulo2 have it@s roots in the mainl. the one that happens in /io and in São Paulo2 have it@s roots in the musical theater 8orn in the nineteenth centur.6 -o>ever2 it@s a challan<e to musical theater 8orn in the nineteenth centur.6 -o>ever2 it@s a challan<e to ide

identintif. f. thithis s conconnecnectiotions2 ns2 seeseein< in< thathat t the. the. haphappenpened ed in in difdifereerent nt hishistortoricaicall moments6 ,he o81ective of this essa. is to define >here the. meet usin< moments6 ,he o81ective of this essa. is to define >here the. meet usin< practical e3amples and to enfati5e the importance that the second half of the practical e3amples and to enfati5e the importance that the second half of the nineteenth centur. had to form >hat >e

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0 ponto de partida desse ensaio foi a investi<ação de um momento histórico para o teatro no 8rasil: o sur<imento de formas teatrais $ue misturavam a m"sica2 a dança e o teatro de forma a entreter o p"8lico2 e unindo não somente dramatur<o e atores2 mas unindo uma série de pessoas relacionadas a pratica teatral como produtores2 cenó<rafos2 ma$uinistas6

Por outro lado2 o ponto de che<ada são os musicais do século XXI6 #as depois de um século inteiro2 o cenrio teatral passou por muitas mutaç7es2 transformando+se e dando a8ertura para vrios tipos de teatro musical6 Aesse momento2 restrin1o+me a falar somente das adaptaç7es de peças norte+ americanas e in<lesas $ue o Brasil vem rece8endo no novo mil9nio6 Se o8servarmos 8em2 a vinda desses musicais acontece e3atamente a partir dos anos 2 com 0s #iserveis& a8rindo a temporada do recém estreado ,eatro )8ril6

 ) primeira manifestação teatral com m"sica e3plorada na pes$uisa foi o fenDmeno das operetas6 )s operetas sur<iram na %rança em FG com a necessidade de produ5ir uma opera mais pró3ima da população6 )té então as operas só atendiam ao p"8lico muito aculturado e tratavam de assuntos tipificamente tr<icos ou cDmicos6 )s operetas foram espetculos $ue e3ploravam o humor e tra5iam a animação da vida parisiense6 Hestacou+se o compositor !ac$ues 0ffen8ach2 na produção desses espetculos6 )té esse momento2 compositores europeus não se aventuravam em colocar cenas dialo<adas no meio de óperas6 0 compositor fe5 sucesso em FGF com a opera 8ufa outro nome para operetaJ Orphée aux Enfers2 se tratando de uma paródia do mito <re<o de 0rfeu2 o m"sico $ue desce ao inferno em 8usca de sua amada2 Eur4dice6

En$uanto isso2 o Brasil possu4a um teatro2 inau<urado em FGK $ue tra5ia para sua população esse tipo de espetculo: o  Alcazar Lyrique6 )l<uns historiadores não usam a nomenclatura teatro&2 mas chamam o am8iente de ca8aré&2 por se tratar de um teatro diferente: mesas eram dispostas para o p"8lico assistir aos espetculos e o p"8lico era principalmente masculino6 Inicialmente2 o teatro tra5ia outros espetculos2 como duetos2 pe$uenos vaudevilles e cenas cDmicas todos musicadosJ2 porém2 no dia ' de fevereiro de FLG estreia no )lca5ar a monta<em francesa de Orphée aux Enfers6

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Com o elenco inteiramente importado2 o espetculo fe5 mais de G apresentaç7es6 0 espetculo era composto de tr9s atos2 uma interpretação farsesca e m"sicas $ue entremeavam os dilo<os2 tudo na l4n<ua ori<inal6 #as os dramatur<os e atores e3istentes e pertencentes a teatros concorrentes ao  )lca5ar *.ri$ue sentiam necessidade de uma apro3imação do formato ao

Brasil2 além de o8ter seu espaço como atores e atri5es de volta2 e por isso em FGF o ator %rancisco Corr9a Mas$ues transformou o ori<inal franc9s em Orfeu na Roça2 adaptando+o para o Brasil e apresentando+a no teatro %9ni3 Hramtica6 ) paródia da paródia contava a história de Neferino da /a8eca2 o 8ar8eiro do arraial e Hona Bri<ida2 sua esposa $ue sonhava em se mudar para o /io de !aneiro6

 )o olharmos a estrutura da opereta2 é poss4vel o8servar $ue a temtica tem certa frivolidade2 a m"sica é menos comple3a2 comparada O <rande opera&2 e a comicidade é a sua lin<ua<em principal6  um e3erc4cio interessante comparar estruturalmente a opereta com o teatro musical dos anos 2 pois perce8emos $ue da opereta retira+se muito pouco para adaptaç7es de peças do teatro musical norte americano6 Hentre os espetculos $ue vieram adaptados para o ei3o /io+São Paulo2  Avenida Q& )venue QJ tra5 um pouco desse canto e fala entremeados e muito da comicidade6 ) peça foi montada no Brasil em 6 Conta+se a história de Princeton2 um 1ovem $ue aca8ou de sair da faculdade e foi morar so5inho em Aova Ror?2 ao lado de vi5inhos muito e3c9ntricos2 na )venida Q6 )s m"sicas na peça determinam o carter das persona<ens2 mudam o rumo da ação dramtica e introdu5em outras persona<ens2 da mesma forma $ue fa5em nas operetas6 0utro e3emplo prtico em $ue são vis4veis elementos de operetas francesas e 8rasileiras é Urinal, o musical 6 Urinal estreou em G e ainda permanece em carta5 até outu8roJ e discute so8re as escolhas humanas e a e3ist9ncia de um mani$ue4smo so8 a sociedade2 permeados por uma situação de falta de <ua6 Urinal é o $ue pode ser chamado de musical comedy 2 um su8<9nero do teatro musical norte americano $ue sur<e na se<unda metade do século XX6 Independente de pertencer a um <9nero2 ou outro2 é poss4vel identificar nele

1 O termo grande ópera se refere à ópera clássica; inteiramente cantada e nascida na Itália. Em seu início, o virtuosismo vocal prevalecia nesse tipo de manifestação, muito mais do ue a interpretação

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tam8ém o dilo<o entre as canç7es e as falas2 o canto $ue entra com função dramat"r<ica e o uso do humor $uase farsesco6 %a5endo uma anlise um tanto $uanto superficial2 noto $ue a opereta em si2 apesar de ter feito sucesso no Brasil no século XIX2 permaneceu pura& somente nesse per4odo o $ue restou dela foram traços e pinceladas dessa tela <enuinamente francesa6

Um <9nero teatral $ue dei3ou uma contri8uição importante para o teatro musical $ue estamos falando foi a revista de ano6 ) revista de ano foi uma prtica teatral $ue tam8ém se utili5ou do canto e dança como recurso interpretativo2 com o intuito de revisar acontecimentos do ano anterior6 Esses acontecimentos podiam ser culturais2 pol4ticos2 sociais e art4sticos6 Hentro dessas temticas2 poderiam falar de revoluç7es2 espetculos2 crimes2 des<raças e até divertimentos6 )ssim como a opereta2 a revista tam8ém sur<iu na %rança /evueJ e era composta de uma série de $uadros independentes li<ados por um fio condutor e pelas fi<uras do compére e da comére compadre e comadreJ2 persona<ens influenciados pela commedia dellar!e6 %oi em FGK $ue o Brasil tentou lançar a sua primeira revista2 so8 a escrita de %i<ueiredo Aovaes6 )s Surpresas do Sr6 Piedade& era o nome dessa revista2 $ue tra5ia um tom cr4tico e sat4rico $ue ofendeu a al<uns cidadãos2 resultando no seu fechamento tr9s dias após a estreia6 0 teatro de revista só conse<uiu esta8elecer+se no Brasil em FFT $uando )rthur )5evedo escreveu 1unto com #oreira Sampaio a peça 0 #andarim&6 /e<istros mostram $ue )rthur )5evedo via1ou para a Europa em FF e assistiu O al<umas revistas em Paris2 *is8oa e #adri2 1ustificando talve5 sua escrita condi5ente com os interesses do p"8lico 8rasileiro6 ) or<ani5ação da revista era em tr9s atos: cada ato com seus respectivos $uadros e cada $uadro com al<umas cenas6 ) mudança de $uadro se dava pela mudança de cenrio e foi introdu5ida a apoteose6 !oão %aria /i8eiro define muito 8em a apoteose:

 A apo!eose é um momen!o especial da encenaç"o, no sen!ido de ser uma homena#em, de car$!er surpreenden!e, a uma personalidade, a um sen!imen!o, a uma da!a his!%rica e!c& ' o cl(max da peça, inclusive emocional, e requer o apoio do cen$rio mui!o )em realizado, porque ai reside sua alma&* 

 poss4vel esta8elecer maior relação entre o teatro de revista e o teatro musical adaptado no Brasil do $ue com as operetas: o teatro musical 8e8e muito do

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teatro de revista6 Essa instituição do am8iente espetacular2 com <randes cenrios2 <rande ma$uinaria fa5 parte de muitas das monta<ens vistas a$ui a partir dos anos dois mil6 0 musical +ypsy  m"sica de !ule St.ne e letra de Stephen SondheimJ2 montado a$ui em K até tra5 isso metateatralmente6 0 espetculo conta a história uma mãe o8sessiva $ue luta para conse<uir colocar  suas filhas prod4<io no sho> 8usiness6 0 $ue ela não perce8e é $ue o teatro de revista2 onde ela tinha investido até a<ora2 est em decad9ncia2 e o $ue est acendendo são os sho>s de strip+tease6 ) monta<em da dupla Charles #eller  e Cludio Botelho contava com 8am8olinas enormes2 cenrios $ue se movimentavam so5inho e transformaç7es utili5ando lu5es e movimentação intensa6

 )o olharmos para o espetculo2 nota+se $ue a linha $ue conecta os n"meros musicais é firme e dramatur<icamente esta8elecida2 portanto não podemos classificar esse espetculo como um teatro de revista6 Porém2 se olharmos isoladamente para os n"meros musicais $ue envolvem as filhas de #ama /ose e a série de <arotos e <arotas $ue ela coleta en$uanto via1a pelos Estados Unidos2 pode+se esta8elecer uma cone3ão mais coesa com o teatro de revista até por $ue o espetculo fala disso6J

0 terceiro e "ltimo <9nero $ue tra8alharei nesse 8reve ensaio é a 8urleta6 0 termo 8urleta vem do italiano2 e si<nifica comédia musical6 He certa forma é um <9nero $ue incorpora todos os outros: traços da comédia de costumes de #artins Pena2 um pouco da revista de ano e ceno<raficamente a <randiosidade das m<icas6 Ao Brasil ela foi representada pela peça ) Capital %ederal& de  )rthur )5evedo6 Aesse processo ele pe<ou sua revista ,ri8ofe e retirou um dos es$uetes2 desenvolvendo ela dramatur<icamente6 Essa é uma diferença essencial da 8urleta: o te3to dela é dramatur<icamente mais comple3o6

Che<o a conclusão de $ue a 8urleta é o $ue mais se apro3ima de muitas o8ras do teatro musical em $uestão6 Com as persona<ens mais densificadas e a presença de m"sicas $ue fa5em parte da narrativa2 a mensa<em é transmitida6  ) monta<em de ) Vaiola das *oucas& em 2 produ5ida e diri<ida por 

! " mágica # um g$nero musical da mesma #poca. " mágica encantava os espectadores pelas transformaç%es ue aconteciam em cima do palco e uma solução c$nica muito tra&al'ada ue confundia a realidade do pu&lico.

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#i<uel %ala8ella2 se apro3ima de uma definição de 8urleta: um $u9 de comédia de costumes2 a m"sica ale<re da opereta e os cenrios <randiosos 8em detalhados6 ) #adrinha Em8ria<ada&2 de T2 vai para o mesmo lado6 ) história das memórias do -omem da Poltrona é 8astante comple3a e densidade2 porém2 o $ue prevalece é a comédia $ue est na frente disso6  fa5er uma ode ao <rande formato $ue é o musical6

Creio $ue para finali5ar minha refle3ão2 é interessante analisar as comparaç7es e3i8idas6 Como dito2 o salto de mais de um século dificulta a comparação6 #uita coisa acontece nesse espaço de tempo $ue transforma o teatro6 0 $ue o8servamos ho1e é como uma colcha2 e cada retalho $ue forma ela é parte de um movimento de diferentes lu<ares6 0 teatro musicado do século XIX tinha a função de entreter uma <rande $uantidade de p"8lico e essa $ualidade de certa forma se manteve6 Independente da ló<ica de mercado vi<ente2 am8as são a manifestação art4stica de <9neros ale<res'2 e é essa ideia principal deles $ue é capa5 de con$uistar o p"8lico e revolucionar o teatro do século XIX6

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/E%E/EACI)S BIB*I0V/W%IC)S:

%)/I)2 !oão /o8erto: is!%ria do -ea!ro .rasileiro / 0olume 12 Primeira metade do século XX6 Editora: Perspectiva 

S0UN)2 Silvia Cristina #artins de: )s Aoites do Vinsio  teatro e tens7es culturais na corte F'+FLFJ6 Editora: UAIC)#P Cecult 

#E/C)/E**I2 %ernando )ntonio6 3ena a)er!a2 a a)solviç"o de um )ilon!ra e o !ea!ro de revis!a de Ar!hur Azevedo6 Campinas2 Editora da Unicamp2 KKK6

/IEC-E2 Eduardo V)SP)/IAI2 Vustavo6 Em Busca de um ,eatro #usical Carioca: 0telo da #an<ueira2 0pereta Carioca2  Sam8a na M>eia2  Candeia2 0ui 0ui666) %rança  )$uiY ) /evista do )no6 São Paulo2 Imprensa 0ficial2 

HI)S2 !amil IA /elatório de )tividades do Pós+Houtoramento no Brasil: Pro1eto de Pes$uisa  0 ,E),/0 #USIC)* B/)SI*EI/0  uma histporia O mar<em da historio<rafia oficial6 São Paulo2 %)PESP2 ' P 'L +TF

Referências

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