• Nenhum resultado encontrado

P e e ead

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "P e e ead"

Copied!
55
0
0

Texto

(1)

eBook Aula 02

eBook Aula 02

(2)
(3)

DICAS PARA A LEITURA

DICAS PARA A LEITURA

DESSE EBOOK

DESSE EBOOK

Este eBook é um PDF interativo. Isso quer

Este eBook é um PDF interativo. Isso quer

dizer que aqui, além do texto, você

dizer que aqui, além do texto, você

também

também

vai encontrar links e um sumário clicável.

vai encontrar links e um sumário clicável.

Na parte inferior de cada página, temos um

Na parte inferior de cada página, temos um

botão que leva você, automaticamente, de

botão que leva você, automaticamente, de

volta ao Sumário. Assim como no Sumário

volta ao Sumário. Assim como no Sumário

você pode clicar em cada capítulo e ir

você pode clicar em cada capítulo e ir

dire-tamente para a parte do eBook que quer

tamente para a parte do eBook que quer

ler.

ler.

Sempre que o texto estiver assim, quer

Sempre que o texto estiver assim, quer

di-zer que ele é um link. Você pode clicar

zer que ele é um link. Você pode clicar

sem-pre que quiser!

(4)

SUMÁRIO

SUMÁRIO

O Mistério Pomba Gira

O Mistério Pomba Gira

Pomba Gira de Umbanda

Pomba Gira de Umbanda

Linha e Arquétipo das

Linha e Arquétipo das

Guardiãs Pomba Gira

Guardiãs Pomba Gira

Salve as Pomba Giras

Salve as Pomba Giras

Morri! E Agora?

Morri! E Agora?

04

04

12

12

24

24

38

38

46

46

(5)

O MISTÉRIO

O MISTÉRIO

POMBA GIRA

POMBA GIRA

POR RUBENS SARACENI

(6)

C

C

om a permissão da Divina Mahor-om a permissão da Divina Mahor--yê, Trono Guardião do Mistério -yê, Trono Guardião do Mistério Pomba-Gira no Ritual de Pomba-Gira no Ritual de Umban-da SagraUmban-da.

da Sagrada.

O mistério Pomba-Gira é regido por uma O mistério Pomba-Gira é regido por uma divindade cósmica que tanto gera quanto divindade cósmica que tanto gera quanto irradia o fator desejo. Saibam que esses irradia o fator desejo. Saibam que esses fatores, vigor (Exu) e desejo (Pomba-gira), fatores, vigor (Exu) e desejo (Pomba-gira), se completam e criam as condições ideais se completam e criam as condições ideais para que a Umbanda tenha seus para que a Umbanda tenha seus recur-sos mágicos e cármicos, atuando através sos mágicos e cármicos, atuando através de linhas de força horizontais ou inclinadas, de linhas de força horizontais ou inclinadas, e dispensa a ativação direta dos Tronos e dispensa a ativação direta dos Tronos Cósmicos ou dos aspectos negativos dos Cósmicos ou dos aspectos negativos dos regentes das linhas de Umbanda.

regentes das linhas de Umbanda. Saibam também que nem E

Saibam também que nem Exu natural nemxu natural nem Pomba-Gira Natural seguem a mesma Pomba-Gira Natural seguem a mesma

(7)

li-nha de direção evolutiva dos espíritos, pois eles seguem outra orientação e direciona-mento.

Pomba-Gira natural é um ser cuja presen-ça desperta o desejo, porque é irradiadora natural desse fator divino. Só que esse fa-tor não se limita ao sexo, destina-se a to-dos os sentito-dos da vida, pois só desejando um ser empreende alguma coisa ou toma alguma iniciativa em algum sentido.

Portanto, o desejo é um fator divino funda-mental em nossa vida, pois nós o absorve-mos por todos os setes chacras principais e também pelos secundários.

O desejo só existe porque Deus assim quis, e ele não se manifesta só através do

(8)

sexo, pois sentimos o desejo de aprender, de viajar, de conversar, de nos divertir, de comer determinado alimento ou de vestir determinada roupa, etc.

O mistério Pomba-Gira se manifesta na Umbanda através de seres naturais ou de espíritos incorporados às suas hierarquias ativas, pois são elementos mágicos que podem ser ativados por qualquer pessoa, desde que o faça dentro de um ritual co-dificado como correto pelo Ritual de Um-banda Sagrada, assim como são agentes cármicas, pois podem ser ativadas pela Lei Maior.

O mistério Pomba-Gira é em si neutro, e pode ser ativado com oferenda ritual, pois é elemento mágico, assim como pode ser

(9)

ativada pela Lei Maior porque é agente cármica, esgotadora de emocionais apas-sionados ou despertadora de desejo em seres apáticos.

Entendam que Deus criou tudo, também gerou o desejo como uma de suas qualida-des ou fatores, pois sem vibrarmos o de-sejo nada desejaremos e nos tornaremos apáticos, desinteressados, e nos paralisa-remos.

Logo, Deus, que tudo sabe, cuidou des-te aspecto de nossa vida e gerou o dese- jo como um de seus fatores, assim como gerou uma divindade cósmica que tanto o gera como o irradia a tudo e a todos.

(10)

sua hierarquia divina, que chega até nós no nosso nível terra como as exuberan-tes Pombas-giras, que são regidas por um Trono Cósmico feminino cujo nome mântri-co é Ma- hor-iim-yê, ou Mahór yê, Senhora Guardiã dos Mistérios do desejo, que pola-riza horizontalmente com o Trono Cósmico Guardião dos Mistérios do Vigor.

Logo Pomba-Gira polariza com Exu. E o desejo, unindo-se com o vigor, cria nos se-res as condições ideais que os ativarão em todos os sentidos e os induzirão a assumir com vigor e paixão as empreitadas mais temerárias.

Mas, caso sejam ativados e usados inde-vidamente, aí perdem suas grandezas e

(11)

se tornam paixões devastadoras e vigo-res atormentadovigo-res para quem der uso a eles, pois são em si mistérios, e, como tal, voltam-se contra quem lhes der mau uso.  Aí subjugam essa pessoa, induzem-na aos maiores destinos e aberrações, até lançá--la num tormento alucinante, delirante e bestificante, cuja finalidade é levá-la à lou-cura em todos os sentidos.

Saibam que muitas pessoas que abando-naram a Umbanda e o Candomblé e, to-dos confusos, atrapalhato-dos e perseguito-dos por hordas de espíritos obsessores, estão entre as que achavam que Pomba-Gira e Exu eram seus escravos e os atenderiam inconsequentemente.

(12)

ainda aqui, correram para o abrigo das sei-tas salvacionissei-tas, e dali se voltam contra estes mistérios cósmicos, acusando-os de “demônios”. Pomba-Gira não se autoativa contra ninguém, ou alguém a ativa ou isso quem faz é a Lei Maior.

E tanto pode ser ativada para ajudar quanto para esgotar o desejo em todos os sentidos da vida de uma pessoa, só num sentido, onde está se excedendo e se des-viando de sua evolução reta e contínua. Não foi aberto para a dimensão material o mistério Exu feminino. Logo, quem des-creve Pomba-Gira como Exu fêmea não sabe nada sobre este outro mistério da Umbanda.

Fonte: UMBANDA SAGRADA Rubens Saraceni – Ed. Madras.

(13)

POMBA GIRA 

DE UMBANDA 

(14)

N

a Umbanda, a entidade espiritual que se manifesta incorporada em seus médiuns está fundamenta-da num arquétipo desenvolvido a partir da entidade Bombogira, originária do culto  Angola.

Nos cultos tradicionais oriundos da Nigéria não havia a entidade Pomba-gira ou um Orixá que a fundamentasse.

Mas, quando da vinda dos nigerianos para o Brasil (isto por volta de 1800), estes aqui se encontram com outros povos e culturas religiosas e assimilam a poderosa Bom-bogira angolana que, muito rapidamente, conquistou o respeito dos adoradores dos

(15)

Orixás.

Com o passar do tempo a formosa e pro-vocativa Bombogira conquistou um grau análogo ao de Exu, e muitos passaram a chamá-la de Exu Feminino ou de mulher dele.

Mas ela, marota e astuta como só ela é, foi logo dizendo que era mulher de sete exus, uma para cada dia da semana, e, com isso, garantiu sua condição de superioridade e de independência.

Na verdade, num tempo em que as mulhe-res eram tratadas como inferiomulhe-res aos ho-mens e eram vítimas de maus tratos por parte dos seus companheiros, que só as

(16)

queriam para lavar, passar, cozinhar e cui-dar dos filhos, eis que uma entidade femi-nina baixava e extravasava o ‘eu interior’ feminino reprimido à força e dava vazão à sensualidade e à feminilidade subjugado-ras do machismo, até dos mais invetera-dos machistas.

Pomba-gira foi logo no início de sua incor-poração dizendo ao que viera e construiu um arquétipo forte, poderoso e subjuga-dor do machismo ostentado por Exu e por todos os homens, vaidosos de sua força e poder sobre as mulheres.

Pomba-gira construiu o arquétipo da mu-lher livre das convenções sociais, liberal e

(17)

liberada, exibicionista e provocante, insi-nuante e desbocada, sensual e libidinosa, quebrando todas as convenções que en-sinavam que todos os espíritos tinham que ser certinhos e incorporarem de forma si-suda, respeitável e aceitável pelas pessoas e por membros de uma sociedade repres-sora da feminilidade.

Ela foi logo se apresentando como a “moça” da rua, apreciadora de um bom champa-nhe e de uma saborosa cigarrilha, de ba-tom e de lenços vermelhos provocantes. “O batom realça os meus lábios, o rouge e os pós ressaltam minha condição de mu-lher livre e liberada de convenções sociais”. Escrachada e provocativa, ela mexeu com

(18)

o imaginário popular e muitos a associa-ram à mulher da rua, à associa-rameira oferecida, e ela não só não foi contra essa associa-ção como até confirmou: “É isso mesmo”! E todos se quedaram diante dela, de sua beleza, feminilidade e liberalidade, e como que encantados por sua força, consegui-ram abrir-lhe o íntimo e confessarem-lhe que eram infelizes porque não tinham co-ragem de ser como elas.

 Aí punham para fora seus recalques, suas frustrações, suas mágoas, tristezas e res-sentimentos com os do sexo oposto.

E a todos ela ouviu com compreensão e a ninguém negou seus conselhos e sua aju-da num campo que domina como ninguém

(19)

mais é capaz.

Sua desenvoltura e seu poder fascinam até os mais introvertidos que, diante dela, se abrem e confessam suas necessidades. Quem não iria admirar e amar arquétipo tão humano e tão liberalizado de senti-mentos reprimidos à custa de muito sofri-mento?

Pomba-gira é isto. É um dos mistérios do nosso divino criador que rege sobre a se-xualidade feminina. Critiquem-na os que se sentirem ofendidos com seu poderoso charme e poder de fascinação.

 Amem-na e respeitem-na os que enten-dem que o arquétipo é liberador da

(20)

femi-nilidade tão reprimida na nossa sociedade patriarcal onde a mulher é vista e tida para a cama e a mesa.

Mas ela foi logo dizendo: “Cama, só para o meu deleite e, mesa, só se for regada a muito champanhe e dos bons!

Com isso feito, críticas contrárias a parte, o fato é que o arquétipo se impôs e muita gente já foi auxiliada pelas “Moças da Rua”, as companheiras de Exu.

 A espiritualidade superior que arquitetou a Umbanda sinalizou a todos que não esta-va fechada para ninguém e que, tal como Cristo havia feito, também acolheria a mu-lher infiel, mal amada, frustrada e

(21)

decep-cionada com o sexo oposto e não encobriria com uma suposta religiosidade a hipocrisia das pessoas que, “por baixo dos panos”, o que gostam mesmo é de tudo o que a Pomba-gira representa com seu poderoso arquétipo.

 Aos hipócritas e aos falsos puritanos, pom-ba-gira mostra-lhes que, no íntimo, ela é a mulher de seus sonhos... ou pesadelos, provocando-os e desmascarando seu fal-so moralismo, seu pudor e seu constran-gimento diante de algo que os assusta e ameaça em sua posição de dominador. Esse arquétipo forte e poderoso já pôs por terra muito falso moralismo, libertando muitas pessoas que, se Freud tivesse

(22)

co-nhecido, não teria sido tão atormentado com suas descobertas sobre a personali-dade oculta dos seres humanos.

Mas para azar dele e sorte nossa, a Um-banda tem nas suas Pombas-giras ótimas psicólogas que, logo de cara, vão dando o diagnóstico e receitando os procedimen-tos para a cura das repressões e depres-sões íntimas.

 Afinal, em se tratando de coisas íntimas e de intimidades, nesse campo ela é mestra e tem muito a nos ensinar.

Seus nomes, quando se apresentam, são simbólicos ou alusivos. - Pomba-gira das Sete Encruzilhadas;

(23)

- Pomba-gira das Sete Praias; - Pomba-gira das Sete Coroas; - Pomba-gira das Sete Saias; - Pomba-gira Dama da Noite; - Pomba-gira Maria Molambo; - Pomba-gira Maria Padilha; - Pomba-gira das Almas;

- Pomba-gira dos Sete Véus; - Pomba-gira Cigana; etc.

O simbolismo é típico da Umbanda porque na África ele não existia, e o seu arquétipo anterior era o de uma entidade feminina que iludia as pessoas e as levavam à perdi-ção. Já na Umbanda é o espírito que “baixa” em seu médium e, entre um gole de cham-panhe e uma baforada de cigarrilha,

(24)

orien-ta e ajuda a todos os que as respeiorien-tam e as amam, confiando-lhes seus segredos e suas necessidades. São ótimas psicólogas. E que psicólogas! “Salve as Moças da Rua”!

Fonte: Pomba Gira de Umbanda, por Ru-bens Saraceni, Livro Arquétipos de Um-banda, Ed. Madras.

(25)

LINHA E

 ARQUÉTIPO

DAS

GUARDIÃS

POMBA GIRA 

(26)

- Olá moço! Salve!

- Minhas reverências Senhora!

- Moço, coube a mim falar um pouco de nós, vamos lá?

- Vamos sim, pode começar!

- Como o companheiro Tranca Ruas já adiantou sobre nossos nomes simbólicos e condição do Grau de um espírito redimido na seara da evolução, vou me preocupar em tratar de outras coisas, certo?

- Senhora, sou apenas a sua mão, está  tudo certo, você conduz como queira.

- Então vamos do começo. O termo Pom-ba Gira é mal compreendido e também não falarei disso, você faz isso depois, pode ser?

(27)

nota. - Ótimo!

- Senhora, já que tentarei escrever sobre o  termo do “Orixá Pomba Gira” vamos falar da questão prática, ou seja, do surgimento de vocês mulheres na força de exu, tam-bém conhecidas como Exu Mulher.

- Ah moço, ainda tem essa, né? Exu Mu-lher já é demais. Seria o mesmo que di-zer Rodrigo Mulher ou coisa parecida. Mas entendemos, quando criaram este termo era apenas para tentar explicar algo que desconheciam e demoraria ainda um bom tempo para se ter ferramentas e bons argumentos para melhor explicar nossa “aparição” nos terreiros.

(28)

- Antes de “aparecermos” nos terreiros de Umbanda já manifestávamos em al-guns lugares que nos permitiam como em alguns Catimbós, Macumbas Cariocas etc. Não usavam o termo Pomba-Gira, mas sim Princesa, Madame e coisas do tipo. Estas aparições eram rareadas e ficava a cargo de médiuns mulheres que se abriam a nós, no entanto poucas o faziam.

- E por que isso?

- A sociedade em que você vive é patriar-cal, logo extremamente machista, hoje um tanto mascarada pela evolução tecnológi-ca e globalizada, mas são essencialmen-te machistas, tanto é que ainda chamam Deus de Pai, figura masculina e estrutura patriarcal.

(29)

- Isso é verdade!

- E há um século era muito pior e declarado este rebaixamento ao sexo feminino. As-sim, aparecemos em peso nos terreiros na década de 60 nos juntando ao movimento feminista que neste país criou grande re-percussão nesta época.

- Hummm, quer dizer que vocês vieram nos combater? (risos)

- Viemos combater a desigualdade moço, e continuamos fazendo.

- A Umbanda se mostra como um ponto de convergência para todos os meios menos  favorecidos e oprimidos, não acha?

- É fato. Seu universalismo e sua meta é essa, por isso tem quem acredite que será a religião principal do futuro.

(30)

- Continuando, por séculos a mulher era apenas coadjuvante existencial, sem muita importância, porém necessária, e aquelas que tentaram mudar esta realidade foram mortas e ridicularizadas de alguma forma. Mas não ficarei aqui relembrando o passa-do, certo?

- Tudo bem.

- Esta realidade brutal se arrastou por sé-culos a fio e, como já disse, começou a mu-dar a realidade nos anos 60 aqui neste país. Quando aparecemos nos terreiros éramos o retrato de tudo aquilo que as mulheres sonhavam em ser, mas já tinham perdido a esperança. Também éramos tudo que os homens gostavam, mas combatiam covar-demente.

(31)

- Não entendo. Temos notícias que vocês eram tratadas como prostitutas, ex--marginais e ex-alguma coisa muito ruim e amoral.

- (Gargalhada) Isso é o que tentaram dizer. Intriga dos covardes moço.

- Então continue.

- Pois bem, nesta época, veja os retratos das mulheres nesta época. Eram opacas, pálidas, feias e amarguradas. A vaidade era abafada de todas as formas e a sen-sualidade era algo que muitas vezes nem brotava no âmago da mulher. Um combate cruel contra a natureza.

E surgimos nós, mulheres independentes, firmes, alegres, risonhas, esbanjando sen-sualidade, sem papas na língua

(32)

“afrontan-do” a covardia machista imperante. Con-fesso moço, viemos auxiliar a mulher para se livrar deste cárcere emocional em que vivia. Fomos muito combatidas, até hoje somos, mas a luta já está mais fácil. Neste tempo não tachavam somente a nós como seres amorais e todos adjetivos que possa imaginar, a médium caia na mesma vala. Se pra mulher incorporar uma pomba-gira era um escândalo, imagine quando ocorria com um homem. Era raro, mas fazíamos questão de provocar essas situações.

No momento em que começamos apa-recer nos terreiros e tudo isso foi caute-losamente pensado, nos preparamos e foi uma “invasão” coletiva, simultânea. A mé-dium que aparecia opaca no terreiro ao

(33)

estar mediunizada por nós ficava linda, pois  juntava sua sensualidade escondida com a nossa e aquela mulher virava um furacão. É certo que muitos casamentos acabaram por isso, porém muitos outros também fo-ram salvos.

Nosso foco inicial era a mulher. Libertar o ser feminino do medo e da dependência foi e é nosso norte. Fazemos a guarda do movimento feminista. Reconheça que mui-to se conquismui-tou assim.

Tínhamos que provocar, por isso, quando nos perguntavam se éramos “putas” res-pondíamos com uma sonora gargalhada. Se éramos “bruxas” a mesma resposta. E quando cantavam que “pomba gira é mu-lher de sete maridos”, a provocação estava

(34)

feita. Pois era a situação inversa, ou seja, não o homem podendo a poliga- mia, mas sim a mulher subjugando vários homens sob seu feminilismo e encanto.

- Interessante...

- Árduo moço, muito árduo. Desde então nosso trabalho foi crescendo e se mani-festando de forma organizada igual ao trabalho dos exus, somos a outra parte de exu que usando este termo abriga os se-res masculinos no grau Guardião de evolu-ção, e nós no termo Pomba-Gira somos as mulheres no grau Guardiã de evolução.

- Quer dizer que o arquétipo de vocês tam-bém se baseia na milícia?

- Não, apenas representamos a mulher in-dependente, capaz e livre. Somos, como

(35)

disse, aquilo que toda mulher busca ser e tudo aquilo que os homens gostam mas têm medo.

- É certo que existem algumas Pombas-gi-ras que foram prostitutas e marginais?

- Sim é certo, como também existem Exus que foram a pior espécie de homens. Po-rém, isto é um caso a parte. O que fomos pouco importa, pois no geral, como todos os encarnados, somos espíritos humanos que sofreram sua queda e já lúcidos reto-mamos nosso caminho de evolução, assu-mindo um grau e campo de atuação sob a regência dos Orixás e guardando a es-querda dos encarnados.

- Senhora, é verdade que vocês são espe-cializadas em fazer amarrações?

(36)

- Sim, da mesma forma que somos es-pecializadas em transformar homens em gays (gargalhada). Brincadeira a parte moço, esta é mais uma colocação dos mal informados. Nós já estamos livres destes “vícios” emocionais e não praticamos nada fora do livre arbítrio que impera na criação Divina. Portanto, não somos amarradoras de nada e não decidimos sexualidade de ninguém. No entanto, somos especializa-das em desfazer estas anomalias magís-ticas.

- É isso moço, vamos parar por aqui e fica em síntese registrado que Pomba-Gira são espíritos humanos femininos que estão num grau ao lado de exu e atuam princi-palmente no coração e na mente daqueles

(37)

que de certa forma se permitem ficar acri-solados em suas próprias tormentas. Esti-mulamos o que o indivíduo tem de melhor, para que estes desejem ser melhores. Em nosso encanto e sensualidade mostramos que de tudo o que vale a pena é preservar a felicidade.

Fique em paz moço, noutra oportunidade sentamos novamente.

- Muito obrigado senhora. Este é um assun- to extenso e poderíamos fazer um livro com centenas de páginas, mas não é possível agora, então mais uma vez muito obrigado! - Salve!

(38)
(39)

SALVE AS

POMBA GIRAS

(40)

U

ma das linhas de trabalho mais conhecidas dentro da Umbanda, a linha das Pombas-giras, é ainda uma linha que poucos umbandistas enten-dem, enquanto muitos outros de fora têm uma visão preconceituosa e equivocada a seu respeito. Portanto, se fazem neces-sários a informação e o estudo sério, que-brando assim as barreiras do preconceito e ampliando o discernimento.

Pomba-gira provavelmente seja uma cor-ruptela do termo Bombojiro(a) ou Pambu Jila, termos que vêm do Kimbundo (língua falada pelos Angolanos) e que designam um Inkice (divindade cultuada nos can-domblés de Nação Angola) muito parecido com o Orixá que os Nagôs (língua Yorubá)

(41)

chamaram de Exu. Então fique claro que Pomba-gira não existe dentro do Candom-blé, apenas existe como entidade a partir da Umbanda.

Pomba-gira, negando o que muitos dizem não é um Exu-mulher, pois tem funções e atribuições diferentes de um Exu. Quando falamos em Pomba-gira na Umbanda, as-sim como falamos em Exu, estamos falan-do em basicamente três aspectos: Misté-rio, Orixá e Linha de Trabalho.

Primeiro no aspecto mistério, onde um Tro-no dos Desejos sustenta toda essa força conhecida por nós como Pomba-gira. Esse Trono é responsável por criar e enviar a

(42)

toda Criação vibrações de estímulo para que nada fique estático, e busque evo-luir, crescer e se desenvolver. Nos seres e criaturas, desenvolve o desejo, estimulan-do a toestimulan-dos em vários campos da vida. Não é uma divindade que desperta apenas o “desejo sexual”, mas também o desejo de evoluir, de aprender etc. Esse Trono forma uma linha de forças junto com o Trono da Vitalidade (Exu) e juntos vitalizam e esti-mulam toda a Criação.

Na África, houve a humanização do Trono da Vitalidade na figura de Exu, assim como na Grécia ele foi humanizado na figura de Dionísio, no Egito na figura de Seth e em praticamente quase todas as divindades fálicas que já existiram. Já o Trono dos

(43)

De-sejos, praticamente, não foi humanizado e cultuado nas culturas conhecidas, por isso não chega até nós hoje, um culto a um “Ori-xá Pomba-gira” seja na Umbanda ou no Candomblé.

Na Umbanda, trabalhamos com “entida-des” (espíritos desencarnados com roupa-gem feminina) que apresentam-se como Pombas-giras. São espíritos que atuam  junto com os Exus guardando os locais onde realizam–se as reuniões espiritualistas, re-freando os ataques oriundos do baixo-as-tral, cortam magias trevosas, além de se-rem ótimas manipuladoras e dispersoras das energias sexuais desvirtuadas dos en-carnados. Portanto, Pomba-gira nada tem desse rótulo de prostituta e obsessora

(44)

sexual que muitos querem dar a ela, pelo contrário, ela é especialista em manipular e acabar com vampirizações sexuais e blo-queios nesse sentido da vida.

Utilizam-se de velas, cigarros, bebidas etc. como elementos para trabalhar e auxiliar as pessoas, nunca porque são viciadas. Trazem uma força estimulante, estimulan-do a evolução, o amor, o conhecimento e todos os outros sentidos e campos da vida das pessoas que buscam seu auxílio. Toda Pomba-gira além de trazer a força do Tro-no dos Desejos também traz a força dos amados Pais e Mães Orixás, existindo as-sim Pombas-giras de Oxum, Iemanjá, Ian-sã, Egunitá, Omulu etc.

(45)

Por último, lembramos que, assim como Exu, Pomba-gira EM HIPÓTESE ALGUMA REALIZA TRABALHOS DE AMARRAÇÃO OU FECHAMENTO DE CAMINHOS DENTRO DE UM VERDADEIRO CENTRO DE UMBANDA! Exu e Pomba- gira dentro da Umbanda são entidades que trabalham pela LUZ! O que existe são muitas casas que se dizem de Umbanda, mas não passam de casas onde realizam-se magias trevosas, e NADA TÊM  A VER COM UMBANDA! Também dentro da Umbanda NUNCA UTILIZA-SE O SACRI-FÍCIO ANIMAL E O USO DE SANGUE, seja para Exu, Pomba-gira ou qualquer outra linha de trabalho ou Orixá. O fundamento do sacrifício animal é do Candomblé, que não estamos criticando, mas explicando apenas, que isso NÃO É UMBANDA!

(46)

Portanto umbandistas, estudem e apren-dam os funapren-damentos da nossa religião para que saibam argumentar, explicar, desmis-tificar e compreendê-la. Muito do precon-ceito que a Umbanda sofre é causado por descaso e falta de conhecimento dos pró-prios umbandistas, quando não somos nós os verdadeiros preconceituosos. Portanto estudem, leiam, corram atrás. Hoje a in-formação está aberta a todos, mas você precisa esforçar-se!

Laroiê Pomba-gira!

(Olhe por mim Pomba-gira) Pomba-gira Mojubá!

(Pomba-gira é forte e eu me curvo à sua força)

(47)

MORRI!

E AGORA?

O TEXTO ABAIXO FAZ PARTE DO LIVRO “MORRI E  AGORA” DA AUTORA/MÉDIUM VERA LUCIA

MARIN-ZECK DE CARVALHO, EDITORA PETIT.

MAIS ABAIXO ESTÁ UMA CARTA DE RUBENS SARA-CENI ENVIADA PARA A EDITORA QUE NA ÉPOCA SE COMPROMETEU A ALTERAR AS FUTURAS EDIÇÕES

(48)

P

ág 155:

- Você não está alegre! Pombagira não é animada?

- Fui prostituta quando encarnada e não consigo me livrar dos meus vícios de fumar, beber e fazer sexo, por isso, fico mendi-gando as sensações dos encarnados.

Pág 156:

- Tive um nome quando encarnada, cha-mava-me Vera. Agora me chamam lá no terreiro de Pombagira. Você também será uma Pombagira, uma das secundárias como eu. Vai viver neste lugar e para se alimentar terá que sugar as energias dos que estão encarnados lá no bordel. Você é viciada, e a morte não nos livra dos vícios.

(49)

Sentirá vontade de fumar, beber e fazer sexo, como também de se alimentar, terá sede e dores.

Pág 158:

Tornei-me uma Pombagira secundária, aquela que somente pode vampirizar e fa-zer pequenos favores aos frequentadores do bordel para ter o gozo de seus vícios. Pág 161:

Pombagiras são desencarnados, principal-mente os que vestiram quando encarna-dos uma roupagem feminina, que foram promíscuos sexualmente e continuaram na espiritualidade viciados. Chegam até a in-corporar se a encarnada for médium.

(50)

Fa-zem favores aos que estão no plano físi-co desde que possam usufruir do prazer. Não é uma entidade somente que recebe esse título de Pombagira. São muitas que se apresentam em terreiros, ou seja, em lugares que usam a mediunidade sem es-tudo e conhecimento que visam à melho-ra do indivíduo. Obedecem normalmente a chefes e tentam viver desencarnadas do melhor modo possível.

Senhores editores:

Lamentavelmente, lendo o capítulo “Os  Abusos do Sexo”, do livro “Morri! E ago-ra?”, da médium Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho, editado pelos senhores, não tive como conter a revolta que despertou-me

(51)

ler algumas poucas linhas carregadas de preconceito contra a Umbanda e uma de suas linhas de trabalho espirituais, a das entidades que se apresentam como Pom-bas-giras.

 A autora e o espírito Antônio Carlos de-monstram de forma cabal que nada en-tendem do assunto e que comentam so-bre um assunto que desconhecem.

Tacham de forma acintosa, que fere o nos-so bom-sennos-so, os terreiros de Umbanda como “lugares que usam a mediunidade sem estudo e conhecimento que visam à melhora do indivíduo”.

(52)

auto-ra, o espírito e vossa editoauto-ra, que publicou algo tão afrontoso à Umbanda e aos mé-diuns umbandistas.

 A autora e o espírito Antônio Carlos devem ser muito sábios para afirmarem tal coisa, não é mesmo?

Julgam os umbandistas como um bando de ignorantes e colocam-se como os já as-cencionados porque trilham a “seara ben-dita” não é mesmo?

Colocam todas as médiuns umbandistas como se fossem mulheres obsediadas por vampiras sexuais, não respeitando a honra e a moral alheias, pois temos na

(53)

Umban-da milhares de senhoras respeitabilíssimas, que além de médiuns são mães de família e filhas exemplares e não pessoas vampiri-zadas sexualmente, como está escrito com todas as letras pela autora.

Isso afronta a família umbandista e fere nossa dignidade, assim como nos coloca perante seus leitores como ignorantes.

 A autora e o espírito Antônio Carlos desco-nhecem o mistério Pombagira e acreditam que são espíritos de prostitutas, portanto, continuam a ser prostitutas, escravas do sexo e de vícios carnais.

(54)

di-nâmica de trabalho, os fundamentos das linhas da Pombas-giras; o benéfico traba-lho desenvolvido por esta entidade; julga os terreiros de Umbanda como antros do obscurantismo e têm-se na conta de lumi-nares acima dos mortais comuns.

Senhores editores responsáveis por essa editora, alerto-os para o risco de serem acionados judicialmente por calúnia e vili-pêndio por alguma médium umbandista que se sinta ofendida, pois não são pesso-as vampirizadpesso-as, e sim mulheres, mães e filhas de famílias de moral e de bons cos-tumes.

(55)

alerta, pois ainda há tempo para corrigir tais disparates cometidos por uma mé-dium e um espírito extremamente precon-ceituosos e ignorantes sobre o lado interno da minha religião, a Umbanda.

Referências

Documentos relacionados

O conjunto de variáveis oriundo da combinação das técnicas de dinamometria isocinética e de eletromio- grafia de superfície mostrou algumas tendências de

Precauções para o manuseio seguro: Utilizar os equipamentos de proteção individual indicados Orientações para manuseio seguro: Evitar contato direto com o produto.. Manusear

Assim pa a além do Secto das Est adas este modelo de O&M Assim, para além do Sector das Estradas, este modelo de O&M poderá estender-se no curto prazo a outros sectores,

O candidato, também, poderá retirar-se do local de provas somente a partir dos 90 (noventa) minutos após o início de sua realização, contudo não poderá levar consigo o caderno de

Notas Explicativas do Conselho de Administração às Demonstrações Contábeis Consolidadas Semestres Findos em 30 de Junho de 2001 e

Tabela 5.23 – Valores de carga no topo, nos níveis instrumentados e porcentagem de ponta – estaca ômega 1(prova de carga lenta 2)...161 Tabela 5.24 – Valores de carga no topo,

Cargas pontuais (F ou M): Matematicamente, a aplicação pontual de cargas não existe (é preciso uma área para aplicar, ainda que pequena) e sua ocorrência provocará uma

Após a implantação consistente da metodologia inicial do TPM que consiste em eliminar a condição básica dos equipamentos, a empresa conseguiu construir de forma