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FAMÍLIAS CATIVAS NO PONTAL DO TRIÂNGULO MINEIRO MG: REGISTROS DE BATISMO E MATRIMÔNIO DE ESCRAVOS NO ANTIGO ARRAIAL DE CAMPO BELO,

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FAMÍLIAS CATIVAS NO PONTAL DO TRIÂNGULO MINEIRO – MG: REGISTROS DE BATISMO E MATRIMÔNIO DE ESCRAVOS NO ANTIGO ARRAIAL DE

CAMPO BELO, 1835-1875

Aurelino José Ferreira Filho1 Túlio Andrade dos Santos2

A proposta deste artigo é resultado dos trabalhos do Núcleo de Estudos sobre a escravidão em Minas Gerais – NEEMG, núcleo este que se dedica às pesquisas com documentação eclesiástica e cartorial referentes ao século XIX da região do Triângulo Mineiro, especificamente em livros paroquiais de registros de batismo, registros de Matrimônio, registros de óbito, livros Tombos e inventários

post-mortem. É resultado também do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), Famílias cativas no Triângulo Mineiro (1835-1875): fontes, documentação e perspectivas de pesquisas, defendido em julho de 20113.

Dialogando especificamente com livros paroquiais de registros de batismo e matrimônio de escravos, compreendendo os períodos de 1835-1864 e 1847-1875 respectivamente, referentes à Capela de Nossa Senhora Mãe dos Homens de Campo Belo, atualmente Paróquia de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, cidade de Campina Verde, este artigo propõe problematizar possibilidades e limites de constituição de famílias cativas no Triângulo Mineiro – MG no século XIX. Documentação esta que se localiza atualmente nos arquivos da Cúria diocesana da cidade de Ituiutaba.

O Corpus documental eclesiástico é de suma importância para as pesquisas sobre escravidão na região, compreendendo não somente a Paróquia de São José, fundada em 1866 no atual município de Ituiutaba, como também, registros da Paróquia Nossa Senhora Mãe dos Homens, fundada em 1835, no antigo arraial de Campo Belo, atual cidade de Campina Verde e a Paróquia de São Francisco de Sales, fundada em 1850, no município como o mesmo nome, relativo à segunda metade do século XIX. Além dessa documentação, existem na Cúria de Ituiutaba alguns livros Tombo referentes a estas paróquias, nos quais são registrados festas, missas, reuniões, correspondências eclesiásticas e outros expedientes do cotidiano eclesiástico daquelas paróquias.

Se tratando da documentação eclesiástica na região, é necessário considerar que até o início do século XIX as paróquias do Triângulo Mineiro pertenciam ao bispado de Goiás, estavam sujeitas, portanto, à autoridade eclesiástica do bispo daquela prelazia. Situação que prevaleceu até o ano de 1809, quando foi fundada a diocese de Uberaba, assumindo, portanto, a responsabilidade e administração religiosa por todo Triângulo Mineiro, sendo que somente mais tarde

1 Professor da Universidade Federal de Uberlândia – UFU / Campus Pontal e Coordenador do núcleo de Estudos sobre Escravidão em Minas Gerais- NEEMG.

2Graduado em História, pela Universidade Federal de Uberlândia – UFU/ Campus Pontal e membro

do núcleo de Estudos sobre Escravidão em Minas Gerais - NEEMG.

3SANTOS, Túlio Andrade dos. Famílias Cativas do Triângulo Mineiro (1835-1875): fontes, documentação e perspectivas de pesquisas. 2011. 70 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado e Licenciatura em História) – Universidade Federal de Uberlândia, 2011.

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criou-se a diocese de Uberlândia. Sendo assim, é provável que boa parte da documentação eclesiástica sobre a região ainda se encontram em paróquias e dioceses do atual estado de Goiás.

No tocante à documentação cartorial, é fundamental considerar também a conformação geo-administrativa para a região no período abordado. Em 1873, foi criado o município de Prata, desmembrado do município de Uberaba. Dessa forma, criou-se a comarca própria do município de Prata, do qual São José do Rio Tijuco, atual cidade de Ituiutaba, esteve ligado até início no século XX, quando também se desmembrou.

Nesse sentido, encontra se nos cartórios e no Fórum da cidade de Prata um número significativo de testamentos de registros de terras, listas de escravos e inventários post-mortem. Já no século XX, especificamente na década de 80, fundou-se a diocese de Ituiutaba, reunindo um importante acervo de livros de registros de batismo, livros de registro de matrimônio, livros de registro óbitos e livros Tombos de algumas paróquias da região, sendo as mais antigas as paróquias das atuais cidades de Campina Verde e de Ituiutaba.

Dessa forma, o trabalho com documentação eclesiástica e paroquial permite ricas pesquisas no campo social e demográfico, além de possibilitar profícuos estudos sobre formação familiar e aspectos culturais de determinado local e época (LOTT, 2006) e, especificamente, sobre a vida familiar de populações escravas. Temática esta que – a partir dos registros paroquiais, listas nominativas, mapas de população, censos antigos entre outros – se consolidou, no Brasil como objeto de estudo legítimo muito recentemente, a partir da década de 1970, de forma a se contrapor a estudos publicados nos decênios anteriores, sobretudo nas décadas de 1960, por um grupo de intelectuais que ficou conhecido como a “Escola

de Paulista de Sociologia” (ROCHA, 2006, p. 176).

A análise desta documentação no campo das pesquisas em escravidão possibilita então colocar em evidência sujeitos, que, apesar de marginalizados, e ao contrário do que afirmava a historiografia tradicional, forjavam importantes estratégias que possibilitava significativo domínio sobre suas vidas, sendo a constituição de relações familiares uma das mias importantes.

No Brasil, os estudos sobre a escravidão começaram a se difundir a partir da década de 1950 e 1960. Florestan Fernandes, Roger Bastide, Emilia Viotti da Costa, entre outros, questionaram e criticaram o quadro apresentado por Freyre, que, segundo Suely Robles, de Queiróz (1998), representou a escravidão brasileira de forma “amenizada em relação a outros países escravocratas” (QUEIRÓZ, 1998, p.103). Esses historiadores, alguns ligados a Escola Paulista de Sociologia, visavam à possibilidade de se estudar a escravidão a partir da ótica do próprio escravo, adentrar as comunidades escravas e vislumbrar realidades antes inexploradas na história da escravidão no país. Os novos estudos, iniciados ainda na década de 1960, tinham como tentativa criticar a visão de Freyre, enfatizando a violência do sistema escravista, se opondo ao mito da brandura do senhor em relação à convivência pacífica ou até mesmo harmoniosa com o escravo.

Os novos estudos sobre escravidão no Brasil, as novas formas de se discutir, refletir e analisar a escravidão a partir dos sujeitos históricos, ou seja, de homens e mulheres na condição social de escravos, contribui para a análise das características da constituição familiar cativa, principalmente a relação da “família extensa” (ROCHA, 2004, p.23) descrita no trabalho de Freyre.

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A partir da obra de Gilberto Freyre, publicada em 1923, começaram a surgir vários estudos a respeito da escravidão no Brasil e principalmente sobre a família escrava. O início da década 1980 foi marcado pelo processo de redemocratização política do país e viu o surgimento de uma série de estudos que buscavam trazer para a cena histórica homens e mulheres, entre tantos outros sujeitos ausentes em certa historiografia tradicional brasileira. Alguns trabalhos também foram influenciados pelas obras de Edward P. Thompson sobre A

Formação da Classe Operária Inglesa do Século XVIII, como forma de rediscutir

certos estereótipos que refletiam na historiografia brasileira, considerando o escravo como agente ativo, readquirindo o caráter humano.

Apesar de tudo, a família cativa ainda não se constitui em tema dos mais debatidos e discutidos na historiografia brasileira, questões em torno da construção de laços entre escravos e senhores, que proporcionaria, sobretudo em pequenos e médios plantéis, uma relativa relação de reciprocidade entre senhores e escravos, cujo objetivo por parte destes últimos se constitua em conquista de dimensões de liberdade; fatores econômicos que poderiam provocar ampliação das escravarias e que possivelmente resultavam no aumento das famílias; a consolidação de gerações familiares nos mesmos plantéis ao longo do tempo; a legitimidade das uniões recorrente do acesso do escravo ao casamento formal entre cativos mediante a autorização senhorial; o batismo e o matrimônio na formação de laços de compadrio, sejam entre livres, escravos ou libertos; a importância do parentesco espiritual dentro da família escrava, entre tantas outras possibilidades temáticas.

As pesquisas sobre famílias cativas para diferentes regiões brasileiras apontam diferentes hipóteses sobre o escravismo no Brasil. Os documentos cartoriais, processos criminais, registros paroquiais e listas nominativas somaram-se aos já conhecidos relatos de viajantes e documentação oficial, e contribuíram para que, aos poucos, se desenhasse um novo panorama das relações familiares cativas no Brasil dos séculos XVIII e XIX.

Em geral, novos tipos de fontes comprovam a existência da família cativa desde o período colonial, proporcionando pesquisas que colocam em evidência as possibilidades de organizações familiares entre cativos, com certa estabilidade e longevidade no tempo. Por isso, outros trabalhos, utilizando diversas fontes – listas nominativas, relatos de viajantes, mapas de população, registros paroquiais etc. – procuram identificar as diversas possibilidades de famílias cativas existentes em determinadas localidades e períodos, em grandes, médias e pequenas propriedades.

Embora, o corpus documental a que se ateve este artigo se encontre incompleto e com grandes lacunas entre um período e outro, o que nos obriga ressaltar que seus resultados são provisórios, espera-se que as reflexões contidas neste artigo, contribuam para a discussão sobre a família cativa não só na região do Triângulo Mineiro, mas também para Minas Gerais como um todo.

Assentamentos de batismo e matrimônio da Capela Nossa Senhora Mãe dos Homens de Campo Belo, 1835-1875

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A leitura minuciosa dos registros de batismo e matrimônio de escravos da Capela Nossa Senhora Mãe dos Homens, atual Paróquia Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, fundada em 1835, no antigo arraial de Campo Belo, atual cidade de Campina Verde, poderá revelar importantes aspectos sobre a constituição familiar entre cativos na região do Triângulo Mineiro – MG.

Os registros de batismo e matrimônio, de diferentes maneiras, revelam possibilidades de constituição das famílias cativas. Os livros de registros de matrimônio, por si só revelam famílias constituídas no âmbito da Igreja por meio do reconhecimento e assentamento do matrimônio, as ditas famílias estáveis. Os registros de batismo – por caminho diferente – também apontam para a existência desta família cativa ao identificar nos registros dos batizandos a condição de “filhos legítimos” para crianças nascidas de pais que contraíram matrimônio no âmbito da Igreja. Revelando assim, que aquela criança fazia parte de uma família cativa “estável”. Entretanto, este mesmo documento, ao identificar como “filhos naturais” crianças de pais cativos que não contraíram matrimônio na Igreja, revela possibilidades de outras formas de união, relações consensuais, construídas a partir de outros arranjos, relações de amor, de afetuosidade e cumplicidade, em vários casos, e ao seu modo, não menos “estáveis”, porém não reconhecida pela Igreja. Revelam também a possibilidade de constituição de famílias sem a presença paterna em que cabia à mulher cativa o comando do núcleo familiar.

Evidenciar a presença desta segunda forma de união requer a investigação e o diálogo com uma diversidade maior de fontes além dos registros de batismo. Fontes estas que não foram agregadas a este artigo. Portanto, pretende-se aqui ater à formação de famílias cativas ditas estáveis, destacando, porém, que para muito além da família reconhecida pela Igreja, havia uma gama de possibilidades de relações amorosas ou de constituição de sociabilidades, solidariedades e ajuda mútua, criando assim sentidos e sentimentos familiares entre cativos.

Os documentos analisados nesta pesquisa são referentes a dois livros de registros: um de batismo e outro de matrimônio da capela de Nossa Senhora Mãe dos Homens, no antigo arraial de Campo Belo, entre os períodos de 1835-1864 e de 1847-1875 (com algumas lacunas entre as datas) respectivamente. Sendo assim, foram assentados no livro de batismo aproximadamente 458 registros de escravos e 28 registros de matrimônio, conforme as TABs 01 e 02.

TABELA 01 – Batismo de Escravos por ano – Capela de Campo Belo

Ano Nº de Registros 1835-1839 80 1840-1849 192 1850-1859 153 1860-1864 33 TOTAL 458

Fonte: Livro 01 de Batismo de Campo Belo, Capela de Nossa Senhora Mãe dos Homens, 1835-1864.

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TABELA 02- Casamentos de escravos por ano – Capela de Campo Belo

Ano de Casamento Nº de registros

1847-1849 06

1850-1859 21

1875 01

Total 28

Fonte: Livro 01 de Matrimônio de Campo Belo, Capela de Nossa Senhora Mãe dos Homens, 1847-1875.

Nesse sentido, nos assentos de batismo da paróquia de Nossa Senhora da Mãe dos Homens, atual capela de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, estão registrados os inocentes (designação de batismo de crianças até sete anos de idade) e escravos adultos e de casamentos dos mesmos, em um livro único, que datam 1835 – 1875, que tem um total de 345 registros de batismo e matrimônio, escritos em dois livros (batismo e matrimônio), separados somente por data e ano.

Os registros eclesiásticos muitas vezes seguem, ou deveriam seguir, regras básicas instituídas pela “legislação sinodal” (LOTT, 2008, p.2), isto é, normas eclesiásticas de registros que identificam a distinção entre um registro de batismo, casamento e óbito, entre livres e escravos, mas, a análise dos documentos referentes as Paróquia de Nossa Senhora Mãe dos Homens de Campina Verde, como também da Igreja Matriz de São José em Ituiutaba, revelou que não existia naquelas paróquias uma separação entre os registros de escravos e de pessoas livres, ou seja, em um único livro registravam-se tanto escravos quanto a população livre em geral.

Constatamos também certo padrão nos registros de batismo analisados, sendo comuns para todo o corpus documental os seguintes dados: nome do batizando, do pai (caso fosse declarado), nome da mãe e dos padrinhos acrescidos dos termos escravos, pardos ou livres, a cor da criança, idade, condição social (escravo), condição de legítima (fruto de uma relação sacramentada pelo matrimônio) ou natural (fruto de uma relação consensual, não sacramentada).

A diferenciação entre livres, escravos e também libertos, era registrada também pelas terminologias que classificavam os escravos, termos como Congo, Crioulo, Angola, escravo, libertos, entre outros. Ou seja, atribuíam aos cativos termos que, supostamente, indicavam as regiões de suas origens africanas ou aqueles nascidos no Brasil. As pessoas livres trazem nos registros nomes e sobrenomes completos, afirmando assim a sua condição social.

Assentamentos de batismo, Campo Belo 1835-1864

Os livros de batismo da Capela de Nossa Senhora Mãe dos Homens constam aproximadamente 2.223 registros de batismo, contabilizando homens e mulheres livres, escravos e escravas, entre os anos de 1835 a 1864, conforme a TAB. 03.

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TABELA 03 – Batismo de livres e escravos, Capela de Campo Belo

Escravos e livres Nº de registros

Homens livres 914

Mulheres livres 851

Escravos 240

Escravas 218

Total 2.223

Fonte: Livro 01 de Batismo de Campo Belo, Capela de Nossa Senhora Mãe dos Homens, 1835-1864.

A TAB. 03 acima revela um significativo número de cativos no arraial de Campo Belo para o período de 1835-1864, mostrando um notável equilíbrio entre os sexos, ou seja, para um total de 1.765 livres (homens e mulheres), havia 458 cativos (homens e mulheres), correspondente a aproximadamente 20,6 % da população. A porcentagem entre homens livres e cativos eram aproximadamente 79, 2% livres para 20,8% cativos, em total de 1.154 homens entre livres e escravos, se mantendo as mesmas médias de 20,4% escravas para 79,6% de mulheres livres, totalizando 1.069 mulheres, também entre escravas e livres.

Deste total registrado entre livres e escravos, os registros de batismos de escravos ocorreram nos seguintes anos:

TABELA 04 – Batismo de livres e escravos por ano, Capela de Campo Belo Ano do batismo N° de registros Ano do

batismo N° de registros 1835 01 1850 29 1836 02 1851 29 1837 26 1852 19 1838 18 1853 17 1839 33 1854 - 1840 29 1855 17 1841 13 1856 15 1842 13 1857 04 1843 19 1858 08 1844 29 1859 15 1845 16 1860 05 1846 32 1861 12 1847 25 1862 07 1848 12 1863 06 1849 04 1864 03 Total 458

Fonte: Livro 01 de Batismo de Campo Belo, Capela de Nossa Senhora Mãe dos Homens, 1835-1864.

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Entretanto, observa-se que os elevados índices de batismo se encontram entre os anos de 1837 a 1856 e a partir de 1857 começam a diminuir, provavelmente como reflexo da lei de 1850, que pressionava pelo fim do comércio e do tráfico transatlântico de escravos. Corroborando, assim, com a historiografia sobre escravidão no Brasil ao afirmar que a manutenção e até o aumento dos plantéis na província mineira era predominantemente resultado da reprodução natural e do comércio interno de escravos.

Não há pesquisas suficientemente direcionadas sobre o impacto das leis que proibiram o tráfico internacional de escravos no Brasil para a região do Triângulo Mineiro. O pesquisador Douglas Cole Libby (1988), ao analisar fontes de mapas populacionais e recenseamentos realizados em toda a província mineira no século XIX, afirma que a economia mineira no século XIX estava voltada para uma agricultura mercantil de subsistência, destinada, em parte, para o autoconsumo e para o mercado interno. Ainda de acordo com Libby (1988), o Triângulo Mineiro, até a primeira metade do século XIX, incluía-se numa área de baixa densidade demográfica, onde a proporção de escravos era menor que outras regiões mineiras de maiores concentrações econômicas, por exemplo, as regiões da Metalúrgica – Mantiqueira, Zona da Mata e o Sul mineiro.

Em termos de representatividade de idades dos escravos, verifica-se que as idades em que os cativos foram batizados variavam de um dia de vida à quarenta anos. Dessa forma, o maior número de batismo se refere à faixa etária de um dia a um ano de idade, contabilizando um total de 283 registros nessa faixa etária. Nas idades de um a 10 anos foram assentados 28 registrados, embora, acima de sete anos de idade, as crianças fossem considerados como “adultos”. Foram registrados então 18 escravos identificados como adultos sem menção da idade entre os períodos de 1835 a 1864, dois adultos com identificação e 115 escravos sem identificação de idade, o que pressupõe tratar-se de adultos, ao menos acima de sete anos de idade, conforme a TAB. 05.

TABELA 05 – Batismo de escravo por idade, Capela de Campo Belo

Idade dos escravos Nº de batizados

01- 40 Dias 123 01-12 Meses 170 01-06 Anos 28 07-20 Anos 02 20-30 Anos 01 30-40 Anos 01 Escravo adulto 18

Sem identificação de idade 115

Total 458

Fonte: Livro 01 de Batismo de Campo Belo, Capela Nossa Senhora Mãe dos Homens, 1835-1864.

O fato de constarem 293 batismos entre um dia a 12 meses de vida, a esmagadora maioria, portanto, só reafirma o que vem apontando a historiografia para a província mineira, isto é, a manutenção e o aumento da população cativa se davam, predominantemente, pela reprodução natural, e, ao que tudo indica, no

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Triângulo Mineiro não era diferente. A soma do número de escravos adultos, entre homens e mulheres (aproximadamente 14 escravos e 08 escravas) entre os períodos de 1835 a 1859, na faixa etária de sete a 20 anos, indica a predominância de escravos masculinos também na região, também corroborando com a historiografia para a província mineira.

Além da faixa etária entre cativos, a documentação revela também a relação entre crianças cativas legítimas – escravos cujos pais possuíam casamentos sacramentado pela Igreja – e escravos naturais, frutos de uma relação consensual não sacramentada pela Igreja. No referido período, a Capela de Nossa Senhora Mãe dos Homens possuía um valor elevado de escravos legítimos, aproximadamente 254 registros, contra 162 registros de escravos naturais, conforme a TAB. 06, o que atesta a forte presença da família estável (sacramentada pela Igreja) na região.

Entretanto, a presença de 162 batizados de filhos naturais, por sua vez, atesta também a força dos laços familiares constituídos fora dos meandros da Igreja, e, considerando que o matrimônio na Igreja obrigatoriamente passava também pelo poder de mando dos senhores, estes registros revelam também a força destas relações para além do poder senhorial.

TABELA 06 – escravos legítimos e naturais nos livros de batismo, Capela de Campo Belo Escravos Nº de batizados Legítimo 254 Natural 162 Sem identificação 42 Total 458

Fonte: Livro 01 de Batismo de Campo Belo, Capela de Nossa Senhora Mãe dos Homens, 1835-1864.

Os dados da TAB. 06 permitem também constatar o aumento da população escrava através da reprodução natural, marcado por um número superior de nacionalização dos escravos em relação aos escravos africanos.

Tomando como referência as considerações sobre famílias estáveis e outras formas de uniões, constituídas a partir de relações consensuais, afetividade e cumplicidade e, com base na TAB. 06, pode-se afirmar que Campo Belo, no período de 1835 a 1864, contava com 254 famílias estáveis constituídas e 162 possibilidades de uniões consensuais, relações afetivas de arranjos familiares. Faz-se necessário considerar também que os registros de filhos naturais, nos quais inclusive não consta o nome do pai, podem também ser fruto de relações efêmeras, o que, neste caso, atesta a possibilidade de arranjos em que a mãe era o “arrimo” da família.

Por outro lado, no que se refere aos padrinhos, estão registrados no livro de batismo em questão 259 casais de padrinhos livres, 121 casais de padrinhos escravos e 29 casais de padrinhos mistos, quer dizer, casais de padrinhos entre escravos, livres ou libertos.

Estes números suscitam importantes reflexões, a saber: o maior número de padrinhos livres pode significar o poder dos senhores sobre as relações familiares de seus cativos, uma vez que estes tendiam a escolher padrinhos livres e de suas relações para seus escravos. Por outro lado, pode revelar também a elasticidade das relações de compadrio, em que os cativos podiam escolher

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padrinhos livres como aumento das possibilidades de relações de sociabilidades, solidariedades e até proteção.

Há ainda assentamentos de padrinhos sem identificação, que representam 25 registros, mas, apesar da não identificação, se refere a padrinhos livres e/ou libertos, uma vez que os escravos possuem termos e designações que diferenciam das pessoas livres (TAB. 07).

TABELA 07 - Padrinhos e madrinhas de escravos, Capela de Campo Belo

Padrinhos e Madrinhas Nº de registros

Proprietário -

Casais de padrinhos livres 259

Casais de padrinhos escravos 121

Casais mistos (escravos, libertos ou livres) 29

Dois casais de padrinhos livres 01

Um padrinho livre 09

Dois padrinhos livres 03

Um padrinho escravo 01

Dois padrinhos escravos 02

Padrinho Santo -

Uma madrinha livre 02

Duas madrinhas livres -

Uma madrinha escrava -

Duas madrinhas escravas -

Madrinha Santa -

Casais de padrinhos sem identificação 25

Sem padrinhos 06

Total 458

Fonte: Livro 01 de Batismo de Campo Belo, Capela Nossa Senhora Mãe dos Homens, 1835-1864.

Seja como for, é interessante o significativo número de padrinhos livres e de padrinhos mistos, o que atesta que as estratégias de constituição das famílias cativas, em Campo Belo, passavam por estabelecer relações de sociabilidade e de solidariedade com outras classes sociais. Entretanto, a predominância de casais de padrinhos livres atesta também o poder de decisão dos senhores sobre a constituição de famílias espirituais.

O estabelecimento do compadrinho, no âmbito católico, significava estabelecer laços de solidariedade e reciprocidade que poderia “ser utilizados para reforçar o parentesco já existente, solidificar relações com pessoas de classe social semelhante ou estabelecer ligações verticais entre indivíduos socialmente desiguais” (FREIRE, 2010, p. 10). Além do mais, o parentesco com pessoas livres e também com os libertos podia significar para os escravos “algum tipo de ganho, como proteção ou a possibilidade da liberdade” (ROCHA, 2004, p. 124.), o que representava tanto a busca dessas vantagens quanto a manutenção das amizades.

As relações de padrinhos dentro do sistema escravista criavam situações que vão além da política de clientelismo, favorecendo amplas trocas de favores. Sendo assim, os padrinhos:

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[...] tinham o dever sério e sancionado pela Igreja de guiar o bem-estar espiritual de uma criança; podiam ser chamados para corrigir pais irresponsáveis, ou substituir aqueles que, por morte, doença ou ausência, não podiam cumprir com seus deveres. [...] Uma vez que os padrinhos poderiam ser chamados a substituir os pais verdadeiros, sua escolha era um assunto delicado e produzia um intrincado padrão de parentesco ritual que escorava e espelhava a compreensão da ordem entrelaçada da hierarquia sagrada e secular. (GRAHAM, 2005 apud FREIRE, 2010, p. 01)

O pesquisador Jonis Freire (2010) afirmou que os estudos de Stephan Gudeman e Stuart Schwartz nas paróquias do recôncavo baiano no século XVIII, demonstraram que os senhores, quando batizavam seus escravos, não se tornavam padrinhos dos seus próprios escravos e muito menos seus parentes. Segundo esses autores, cerca de 70% dos padrinhos na documentação da região eram livres, 20 % escravos e somente 10% se referiam a libertos.

Ainda conforme Freire, Tarcísio Botelho, ao analisar a freguesia de Montes Claros, norte de Minas Gerais, em todo século XIX, constatou que nos documentos por ele pesquisados havia a predominância de padrinhos livres de outros plantéis. Esses estudos demonstram a ausência de proprietários como padrinhos de seus próprios escravos na região, provavelmente pelo risco de prejudicar os negócios de compra e venda de escravos, já que o padrinho no parentesco espiritual representaria a condição de pais secundários perante a ausência dos pais verdadeiros.

Na Capela de Nossa Senhora Mãe dos Homens, como já dito, não foi constatado nenhum registro de batismo em que o proprietário apadrinhava seus próprios escravos. Talvez pelo fato de que os laços de compadrinho reforçavam os laços familiares e, sendo assim, aumentavam as responsabilidades como pais espirituais, incluindo a proteção dos afilhados quando os pais não estavam em condições de cuidar de seus filhos, o que evidentemente dificultaria na venda do cativo.

Até o referido período foram encontrados, em maior número, casais de padrinhos livres, em segundo, casais de padrinhos escravos e, respectivamente em terceiro, casais mistos, o que demonstra a elasticidade das relações familiares cativas também na região do Triângulo Mineiro.

Assentamentos de matrimônio na Capela de Nossa Senhora Mãe dos Homens de Campo Belo 1847-1875

Os registros de matrimônios apresentam descrições específicas e diferentes dos assentos de batismo. Alguns registros apresentam o nome do proprietário, estabelecendo o registro como posse do escravo, pais católicos, legitimados pela Igreja, termos que diferenciam um escravo e um livre, testemunhas etc. Os registros de matrimônio, além de representar a possibilidade de construção de famílias cativa através do casamento perante a Igreja, podem revelar também negociações entre diferentes proprietários de forma a possibilitar que o casamento

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envolva escravos de diferentes propriedades na condição de padrinhos ou testemunhas.

Dessa forma, os registros de matrimônios estão assentados na quantidade de 28 casamentos de escravos no primeiro livro na Capela de Nossa Senhora Mãe dos Homens, e, apesar de incompletos, os picos de casamentos se encontram entre os anos de 1849 a 1852, se estabilizando entre os períodos de 1858 e 1859, de acordo com a TAB. 08.

TABELA 08- Casamentos de escravos por ano – Capela de Campo Belo

Ano do casamento N° de registros

1847 02 1848 - 1849 04 1850 06 1851 02 1852 06 1853 01 1858 03 1859 03 1875 01 Total 28

Fonte: Livro 01 de Matrimônio de Campo Belo, Capela de Nossa Senhora Mãe dos Homens, 1847-1875.

Ao contrário do que era de se esperar, pelo menos nesta amostragem, o número de matrimônios caiu após 1852, não demonstrando o incentivo à reprodução natural como solução ao fim do comércio escravista na região.

Encontram-se registrados cerca de cinco casais de escravos com designações de crioulo e dois casais mistos, ou seja, africanos e crioulos e dois casais de africanos, entre os períodos de 1850-1853. Os escravos sem procedência totalizam 19 casais registrados, entre os anos de 1847-1875, conforme a TAB. 09.

TABELA 09 – Procedência de casais de escravos – Capela de Campo Belo Procedência dos casais de escravos Nº Registros

Casais de africanos 02

Casais de crioulos 05

Casais mistos (africanos ou crioulos) 02

Sem identificação 19

Total 28

Fonte: Livro 01 de Matrimônio de Campo Belo, Capela de Nossa Senhora Mãe dos Homens, 1847-1875.

Por outro lado, contabilizando os 28 registros de casamentos entre escravos, a maior preferência é por casais de testemunhas livres, aproximadamente

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com 12 assentos documentados. Os registros de casais de escravos como testemunhas não ultrapassam dois registros, juntamente com dois registros de libertos, um casal de proprietários e também um proprietário; três casais de testemunhas mistas (escravos, libertos ou livres) e cinco sem testemunhas, de acordo com a tabela. 10. O que leva a supor que a presença de testemunhas ou padrinhos livres era de interesse de senhores e escravos, embora por motivos bem diferentes. Enquanto os padrinhos livres poderiam oferecer mais segurança aos compadres escravos, pelo lado do senhor, é presumível que testemunhas livres trariam mais segurança a ele na manutenção de seu poder.

TABELA 10 – Testemunhas matrimoniais de escravos, Capela de Campo Belo

Testemunhas N° registros

Um proprietário 01

Casais de proprietários 01

Casais livres 12

Casais mistos (escravos, libertos ou livres) 03

Casais de escravos 02

Casais de libertos 02

Uma testemunha livre (homem) 01

Duas testemunhas livres (homens) 01

Uma testemunha livre (mulher) -

Duas testemunhas livres (mulheres) -

Uma testemunha escrava (homem) -

Duas testemunhas escravas (homens) -

Sem testemunhas 05

TOTAL 28

Fonte: Livro 01 de Matrimônio de Campo Belo, Capela Nossa Senhora Mãe dos Homens, 1847-1875.

Conclusão

A documentação de batismo e matrimônio referente à Capela de Nossa Senhora Mãe dos Homens de Campo Belo, apesar de apresentar algumas lacunas entre os períodos de 1835-1864 e 1847-1875, possibilitam problematizar a historiografia tradicional sobre a impossibilidade de formação de famílias cativas relacionado à incapacidade do escravo estabelecer relações estáveis e duradouras, juntamente com o “ambiente promíscuo das senzalas”. Os documentos eclesiásticos são, portanto, de suma importância para se perceber a capacidade e elasticidade de formação familiar cativa, principalmente em regiões cujas economias estavam voltadas para a subsistência e para o mercado interno, com predominância de diversificação produtiva em pequenos e médios plantéis como o Triângulo Mineiro.

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Livro 01 de matrimônio da Capela de Nossa Senhora Mãe dos Homens, Campo Belo, 1847-1875.

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