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NAAH/S LONDRINA A IMPLANTAÇÃO E CONSTRUÇÃO DE UM SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO ESTUDANTE COM ALTAS HABILIDADES/ SUPERDOTAÇÃO NO NORTE DO PARANÁ

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VII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISADORES EM EDUCAÇÃO ESPECIAL Londrina de 08 a 10 novembro de 2011 - ISSN 2175-960X – Pg. 1536-1545

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NAAH/S LONDRINA – A IMPLANTAÇÃO E CONSTRUÇÃO DE UM SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO ESTUDANTE COM ALTAS HABILIDADES/

SUPERDOTAÇÃO NO NORTE DO PARANÁ

Fabiane Chueire CIANCA1, UEL-PR, Josiane Maria Sichieri da COSTA2, PR,

Juliana Chueire LYRA3, UEL-PR,

Maria Cristina MARQUEZINE4, UEL-PR,

Viviane Tramontina LEONESSA5, PR

Introdução

No ano de 2005, o MEC, em parceria com a UNESCO, lançou o desafio de criar o NAAH/S – Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação. Esta necessidade foi verificada a partir dos dados do MEC/INEP, que demonstraram que o número de estudantes identificados com Altas Habilidades/Superdotação era inferior ao que é proposto pela Organização Mundial da Saúde, que é de 3 a 5% da população. (GUENTHER, 2000; BRASIL, 2005 a; PEREZ, 2006). Conforme dados do censo escolar MEC/INEP de 2004, eram atendidos 566.753 alunos na educação especial e deste montante somente, 0,3% apareciam atribuídos como altas habilidades/superdotação (AH/SD). Assim, o NAAH/S tinha a proposta inicial instituir-se como um serviço de apoio pedagógico especializado tendo como um dos objetivos dar sustentação aos sistemas de ensino no atendimento aos estudantes identificados com altas habilidades/superdotação, de acordo com as orientações educacionais dispostas na legislação (BRASIL 2005 a e b e CIANCA, PIASSA, PIZZOL E SICHIERI, 2007). O funcionamento do projeto ocorreria em parceria com os estados da federação, que disponibilizaria os profissionais especializados e espaço físico para o atendimento dos estudantes. A capacitação profissional e recursos materiais, didáticos e pedagógicos ficariam a cargo da Federação. A proposta acima descrita visava, conforme Brasil, 2005 (a): “impulsionar ações de implementação das políticas de inclusão; promover a identificação, o atendimento e o desenvolvimento dos alunos com altas habilidades/superdotação das escolas públicas de educação básica, possibilitando sua inserção efetiva no ensino regular e disseminando conhecimentos sobre o tema nos sistemas educacionais, nas comunidades escolares, nas famílias em todos os Estados e no Distrito Federal”. Compreendendo que a denominação e

1

Pedagoga, Especialista em Educação Especial, aluna do Programa de Mestrado em Educação/UEL, coordenadora do Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação – NAAH/S - Londrina. E-mail: fabianechueire@gmail.com

2

Pedagoga, Especialista em Educação Especial, coordenadora pedagógica do Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação – NAAH/S - Londrina. E-mail: josisic@hotmail.com

3 Psicóloga, especialista em Educação Especial, aluna do Programa de Mestrado em Educação/UEL. E-mail: juchlyra@yahoo.com.br

4 Pedagoga e Psicóloga. Mestrado em Psicologia Escolar, Doutorado em Educação, docente do Departamento de Educação e do Programa de Mestrado em Educação da UEL. E-mail: crismarquezine@sercomtel.com.br

5

Psicóloga, Especialista em Educação Especial, coordenadora da Unidade de Apoio a família do Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação – NAAH/S - Londrina. E-mail: vivitramontina@hotmail.com

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1537 conceituação de AH/SD possuem diferentes interpretações e abordagens teóricas, considerou-se neste trabalho a definição oficial do MEC, (BRASIL, 2008, p. 15), ou considerou-seja, são consideradas pessoas com altas habilidades/superdotação aqueles que “demonstram potencial elevado em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes. Também apresentam elevada criatividade, grande envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse”. De acordo com Lyra (2009), a própria definição de AH/SD adotada no Brasil tende a promover a inclusão dos alunos com esse perfil por abranger várias habilidades, pois a finalidade da política brasileira é incluir e não excluir, ou seja, não limitar o trabalho a apenas os estudantes avaliados pelos testes de QI (quociente de inteligência) e identificados com capacidade intelectual superior, mas oportunizar o enriquecimento àqueles com habilidades e talentos nas áreas artísticas, acadêmicas, psicomotoras e de liderança, ampliando tal população de 3 a 5% conforme orienta a OMS, para 15 a 20% da população geral. (BRASIL, 2005 a, VIRGOLIM, 2007).

O histórico da legislação brasileira confirma a trajetória de modificação na conceituação e abordagem das altas habilidades/superdotação. A partir da década de 70, o Brasil passou a adotar a definição americana de superdotação englobando diferentes dimensões ou habilidades. Na LDB 5692/71 em seu artigo 9º, o atendimento especial aos estudantes com altas habilidades/superdotação passou a ser obrigatório (BRASIL, 1971). Embora não seja recente, a atenção as Necessidades Educacionais Especiais, incluindo então as AH/SD, está garantida pela legislação educacional, na Constituição Brasileira (BRASIL, 1988, artigo 208), e nas leis subsequentes tais como, na LDBEN nº 9394/96 (BRASIL, 1996), nas Diretrizes Nacionais da Educação Especial na Educação Básica (BRASIL, 2001) cujos princípios legais vêm fundamentar as ações desenvolvidas e o aumento significativo do investimento em políticas públicas. A criação do NAAH/S em 2005, a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008, p.14) e o Decreto nº 6.571/2008 vêm ratificar essa necessidade de investimento na educação especial e o merecido destaque na área de altas habilidades/superdotação.

No Paraná, a Deliberação 02/03 e a Instrução nº 016/08-SUED/SEED já incorporavam os princípios de uma educação inclusiva aos Alunos com Necessidades Educacionais Especiais (FREITAS, 2006). Com a proposta de um NAAH/S no Estado, em função das atividades desenvolvidas na capital através das Salas de Recursos de AH/SD, o gestor da época sugeriu a disseminação da área para o interior do Estado. Assim, o NAAH/S do Paraná tem sua sede no município de Londrina, no Colégio Estadual “Vicente Rijo”.

Vale considerar que

[...] A produção do conhecimento na área de altas habilidades/superdotação começa a se consolidar apenas a partir da década de 90 e parece estar em franco desenvolvimento fundamentalmente na primeira década do milênio, quando aumenta consideravelmente em relação às décadas passadas (...) A pesquisa e a produção científica nas universidades brasileiras corroboram o crescimento da área, mas também revelam escassez de oferta de linhas de pesquisa e de cursos na área, com uma concentração marcada em poucos estados brasileiros[...] (PEREZ; FREITAS, 2009, p.13 e 14)

Evidencia-se que publicações de pesquisas e produções sobre a temática ainda são incipientes, necessitando de investimento científico nesta temática, que ainda é recente na realidade brasileira e da academia, conforme apontou Cianca, Lyra e Marquezine (2010) que em sua pesquisa, identificaram e analisaram a produção científica referente às AH/SD, publicada em

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1538 periódicos nacionais, cuja inserção dos trabalhos ocorreu a partir de 1997 até 2010, na biblioteca eletrônica Scielo. Foram escolhidos 22 periódicos das áreas de Educação e Psicologia, com Qualis A1, A2 e B1, totalizando 192 volumes, 504 números e 6.084 artigos consultados. O resultado da pesquisa indicou que do universo pesquisado (6.084 artigos), apenas 0,14% (N=9) abordaram estudos específicos sobre altas habilidades/superdotação, confirmando então as poucas publicações e pesquisas na área e a necessidade de maior incentivo no âmbito científico, nas políticas públicas e formação profissional.

Diante dos fatos e dados apresentados este trabalho tem como objetivo identificar a trajetória inicial do NAAH/S – Londrina nos últimos cinco (5) anos analisando seus avanços, dificuldades e possibilidades.

Método

O trabalho foi desenvolvido através de análise documental. Este procedimento pode ser compreendido como a utilização de registro formal, informal, público ou privado, seja por lei, carta, jornal, discursos, livro, estatística, arquivo, entre outros, que possa fornecer informações acerca da questão ou hipótese pesquisada. (LUDKE; ANDRÉ, 1986; GONSALVES, 2005)

A fonte de dados foram os documentos orientadores do MEC, adaptados para elaboração da proposta de implantação do NAAHS no estado do Paraná, de acordo com as instruções da Secretaria de Estado. Também foram utilizados memorandos, registros, ficha funcional dos profissionais informados pelo Núcleo Regional de Educação de Londrina e Resoluções de Autorização de Funcionamento de Serviços.

Para a coleta das informações, foi elaborado um instrumento de registro no qual constava itens sobre os dados de identificação dos documentos, conteúdos e profissionais envolvidos nas atividades.

Como primeira fase da pesquisa realizou-se a seleção dos documentos, consulta propriamente dita dos resultados. Os dados foram tratados de forma qualitativa.

Resultado e discussão

A opção pelo C. E. Vicente Rijo ocorreu por considerar sua localização - região central, ser de fácil acesso tanto aos estudantes de Londrina, como àqueles de municípios próximos que pudessem ser orientados. Outra característica do colégio apreciada foi sua estrutura física, contendo laboratórios de química, física, informática, astronomia, biologia e artes, entre outras possibilidades decorrentes da flexibilidade da direção e do corpo docente da época. A identificação dos alunos para abertura da primeira sala de recursos de altas habilidades teve seu início em 2004 utilizando-se a Lista de Indicadores para observação sem sala de aula/CEDET (GUENTHER, 2000, p. 175), aplicadas a todas as turmas de 1ª a 4ª séries das escolas estaduais de Londrina, Cambé e Prado Ferreira, municípios jurisdicionados ao Núcleo Regional de Educação de Londrina e que na época ainda não haviam municipalizado. Os inventários foram encaminhados para 44 escolas que ofertavam o ensino fundamental de 1ª a 4ª série, perfazendo o total de 336 turmas. Destas, sete (7) escolas não responderam, totalizando 262 turmas participantes. O total de alunos informado pelas escolas foi de 7.562, dos quais 558 foram apontados como indicativos para observação. Exclusivos do município

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1539 de Londrina foram 35 escolas, 245 turmas existentes, das quais 179 participaram do levantamento, perfazendo 4.991 alunos e 372 crianças apontadas.

Esta tarefa foi repetida nos dois anos seguintes, na cidade de Londrina o que possibilitou o olhar sobre os alunos apresentados pelos respectivos professores nos anos que se seguiram. Aspesi (2003) recomenda que o processo de identificação do estudante necessita de uma concepção flexível levando-se em conta os aspectos dinâmicos do indivíduo, a participação da família e o envolvimento de uma equipe interdisciplinar.

Há diversas formas de identificar o aluno com AH/SD, variando conforme as abordagens teórico-práticas, mas de acordo com o trabalho realizado no NAAH/S, em Londrina, adota-se um protocolo de identificação seguindo algumas etapas, entre elas:

1) Entrevista com a família e professores para investigar dados como por exemplo: Quem é o estudante? Quais seus costumes, hábitos e manias? Quem são seus amigos? Como é a sua personalidade?

2) Entrevista com o aluno para saber seus gostos, área de interesse, talento, linguagem, produção de texto, desenho livre, análise da produção escolar, avaliação dos interesses, leitura, raciocínio lógico-matemático.

3) Quando possível proceder avaliação psicológica.

4) Considerar avaliação pedagógica a fim de verificar as áreas de conhecimento, suas habilidades e se há dificuldades em quais áreas. Além da indicação de profissionais de áreas específicas como música, dança, esportes e artes.

A indicação pode ocorrer de diversas formas, podendo ocorrer através da família, escola, colegas, destaques em áreas específicas como Feiras de Ciências, Olimpíadas de matemática, destaque em jornal, através do professor da área de talento já identificada (música, dança, esportes em geral, etc.) e também através da utilização da Lista de Indicadores(GUENTHER, 2000).

A primeira Sala de recursos de altas habilidades/superdotação teve início com uma turma de 1ª a 4ª série com a professora Rosa Lúcia Pessoa de Siqueira no ano de 2006, sendo o serviço ampliado a mais uma turma, desta vez 5ª a 8ª séries com a Professora Rosana Oliveira de Pizzol. Com o desenvolvimento do trabalho conquistou-se uma nova turma de 5ª a 8ª para o turno vespertino em dezembro de 2006, assumindo a Professora Josiane Maria Sichieri e posteriormente a Professora Joicy Alves Quintella.

Em 2009 conforme os alunos foram crescendo sentiu-se a necessidade da implantação da Sala de Recursos de AH/SD do Ensino Médio, sala esta assumida pela Professora Josiane.

Outros colaboradores importantes são a profª e Psicóloga Ângela Maria Piassa que além de avaliar alguns dos alunos, acompanhou as turmas e prestou assessoria desde o início do projeto; a psicóloga voluntária Juliana Chueire Lyra (a partir de 2006) e a pedagoga Rosinéia Ferreira Fujita que acompanhou o trabalho das professoras ente 2008 e 2010.

Em 2010 ampliando as possibilidades foi implantada a Sala de Recursos de AH/SD 5ª a 8ª séries matutino, em Rolândia com a professora Rosângela Paganini.

O referencial teórico que subsidia a prática pedagógica deste atendimento desde sua abertura em 2006, referenda-se no Modelo dos Três Anéis de Joseph Renzulli (RENZULLI, 2004, FLEITH, 2007, VIRGOLIM, 2007) e na Teoria Triádico de Enriquecimento Curricular do referido autor. De acordo com Ferraz (2007, p.7), Renzulli é tido na atualidade como um pesquisador de destaque na área da superdotação, “pois oferece uma teoria ampla que

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1540 compreende subsídios teóricos e práticos para a identificação e atendimento das necessidades educacionais de alunos com AH/SD tanto no ensino regular como em salas de recursos”. Virgolim (1998) também corrobora este pensamento. Para a autora, Renzulli é considerado um dos mais renomados pesquisadores na área de superdotação e criatividade salientando que a escola tem um papel decisivo em estimular o desenvolvimento do talento criativo em todos os seus alunos.

Desta forma durante o tempo de avaliação é observado nos alunos as características apresentadas por Renzulli (RENZULLI, 2004, FLEITH, 2007, VIRGOLIM, 2007) como norteadoras para se confirmar o perfil de Altas habilidades/superdotação: Habilidade acima da média, Envolvimento com a tarefa e Criatividade. Entende-se por habilidade acima da média: alto nível de pensamento abstrato; processo de informação rápido e preciso; uso apropriado de informações, técnicas e estratégias de pensamento e seleção de informações. Ainda divide essa capacidade em Habilidades Gerais: capacidade em processar informações; Integrar experiências que resultem em respostas apropriadas e adequadas a novas situações; Capacidade de se engajar em novas situações e Habilidades Específicas: Capacidade de adquirir conhecimento, prática e habilidades para atuar em uma ou mais atividades de uma área específica. Envolvimento com a tarefa: Forma refinada e direcionada de motivação, energia canalizada para uma tarefa em particular ou uma área específica; alto nível de interesse, entusiasmo por área de estudo ou tópico especial; perseverança, trabalho e dedicação; alto padrão de excelência. Criatividade: fluência, flexibilidade, originalidade, sensibilidade a detalhes, abertura a novas experiências, coragem para correr riscos.

Dentro das necessidades apresentadas pelo grupo de alunos em atendimento, é proporcionada atividades que estimulem e apresentem novas possibilidades de pesquisa. É necessário sinalizar ainda, o esquema de enriquecimento triádico, proposto por Renzulli (2004). Trata-se de uma proposta de trabalho a todos os alunos, procurando desenvolver o talento de todos aqueles que tem potencial e não somente os que apresentem alto QI.

Antes da implantação do NAAH/S, as atividades eram desenvolvidas com parcerias da Universidade Estadual de Londrina – cursos de Física, Filosofia, Biologia e Psicologia, da Universidade Norte do Paraná - Unopar – curso de Artes Visuais e Engenharia Elétrica. Havia também, parcerias do grupo GEDAL – Grupo de Estudos e Divulgação da Astronomia em Londrina. Como propostas de Oficinas foram ofertadas: Sensibilização Musical (SEED), Poesia (Paulo Briguet e Ednéia Vieira Rossato), Jogos Intelectivos (Helio Cruz Leão “Caloi”). Oficinas de Física (Rodrigo), Química (Simão), Biologia (Rita) com professores colaboradores do próprio colégio.

Com a implantação do NAAH/S em 15/12/2011, nova equipe começou ser constituída e que no momento apresenta-se conforme quadro 1 abaixo:

Quadro 1 – Composição da Equipe NAAH/S

Nome Função

Adriana Mª Gonçalves Aranega Professora Oficina de Artes (Rolândia)

Ednéia Vieira Rossato Professora Oficina de Linguagem e Comunicação

Fabiane Chueire Cianca Coordenadora Geral

Fernanda Maria de Souza Professora Oficina de Artes

Helder Linhares Teixeira Professor Oficina de Filosofia

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1541 Josiane Mª Sichieri da Costa Coordenadora da Unidade de Atendimento ao Professor Josiani Guizelini Kastelic Professora Oficina de Biologia

Marcio Ferri Dutra Professor Oficina de Física

Moacir Luciano da Silva Assistente Administrativo

Vânia Aparecida Bernardino Professora Oficina de Ed. Física (Rolândia) Viviane Maroneis Tramontina Coordenadora da Unidade de Apoio à Família Fonte: NAAH/S, setembro/2011.

Dessa forma, atendendo a demanda dos alunos que angustiavam as professoras com suas dúvidas e gama de aprendizagem em áreas especificas e diferentes à de formação dos professores das salas de recursos, foram convidados professores da rede estadual de ensino para exercerem parte de sua carga horária com os estudantes do NAAH/S. Esses professores passaram então a desenvolver oficinas com temas específicos para aprofundar o conhecimento dos estudantes que já tem interesses em uma área e também proporcionam aos demais alunos que não definiram suas preferências a experimentar o contato com áreas diversas. O que já pode ser observado é que a parceria entre os professores das salas de recursos e os de disciplinas específicas veio favorecer a qualidade do trabalho, sendo que cada um em sua especificidade pode aprofundar seus objetivos com os alunos, aumentando a produção e a satisfação dos mesmos.

O quadro dois (2) apresenta o corpo docente do ano de 2011, nas salas de recursos de altas habilidades/superdotação vigentes em Londrina e Rolândia, municípios jurisdicionados ao Núcleo Regional de Educação de Londrina (NRE/Londrina).

Quadro 2 – Composição Professores das Salas de Recursos de Altas

Habilidades/Superdotação de Londrina e Rolândia

Fonte: NAAH/S, setembro/2011.

Segue abaixo o quadro (3) do número de estudantes que foram matriculados e freqüentam as salas de recursos de altas habilidades/superdotação, pertencentes ao NRE/Londrina:

Quadro 3 – Matrícula nas salas de recursos de AH/SD pertencentes ao NRE Londrina

Ano 1ª a 4ª Matutino 5ª a 8ª Matutino 5ª a 8ª Vespertino 1º ao 3º Ensino Médio 5ª a 8ª Rolândia Total 2006 13 10 - - - 23 2007 17 22 12 - - 51 2008 14 24 19 - - 57 2009 11 22 22 8 - 63 NOME FUNÇÃO

Diogo Janes Munhoz Professor Sala de Recursos 5ª a 8ª Série - Matutino

Ednéia Vieira Rossato Professora Sala de Recursos 1ª a 4ª Série - Matutino

Fabiane Ferreira Rodrigues Professora Sala de Recursos 5ª a 8ª Série – Matutino

Joicy Alves Quintella Professora Sala de Recursos Ens. Médio Vespertino

Rosana Oliveira de Pizzol Professora Sala de Recursos 5ª a 8ª Série – Vespertino Veridiana Apª Luciano de Queiróz Professora Sala de Recursos 1ª a 4ª Série – Matutino

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2010 8 22 10 8 7 55

2011 6 25 8 12 13 64

Fonte: Sereweb/Secretaria de Estado da Educação do Paraná, setembro/2011.

Os dados mostram à variável no número de alunos matriculados e frequentando a sala de recursos de altas habilidades/superdotação. Algumas considerações são apontadas para este fato, entre eles o impacto causado para o convite à freqüência a sala de recursos de altas habilidades/superdotação, imbuídos dos mitos que estão no entorno da temática e que geram nos pais e escolas a idéia do “super” aluno.

Com a implantação do NAAH/S, houve a ampliação de outros serviços prestados aos alunos, a escola, família e comunidade. Outro aspecto a ser considerado refere-se à possibilidade da frequencia dos alunos em atividades onde evidenciava seus talentos e interesses, muitos deles descobertos/proporcionados pela frequencia a sala de recursos.

Considerações finais

Considera-se que a implantação do NAAH/S - Londrina tem promovido a identificação e o atendimento das necessidades educacionais dos alunos com altas habilidades/superdotação das escolas públicas de educação básica, do município e região. Entre as metas já alcançadas está a inserção efetiva no ensino regular e a disseminação de conhecimentos sobre a área, nas comunidades escolares e nas famílias. Tal objetivo tem sido atingido considerando as ações que já se efetivaram, bem como as que estão em processo de construção, como, por exemplo: a contratação de professores de disciplinas específicas para trabalhar com oficinas temáticas com os estudantes, a promoção, o apoio e a realização de parcerias com instituições de ensino superior para que os professores participem de cursos, eventos e pesquisas. A disponibilização de material diversificado, para uso do aluno e do professor na sala de aula é outro ponto já efetivado. A oferta de estágio para estudantes das Universidades, corroborando na identificação e parcerias para atendimento, com especial atenção ao curso de Psicologia/Profª Drª Eliza Dieko Tanaka e seus orientandos. Orientações aos estudantes sobre questões intra e interpessoais são temas tratados com freqüência nos diversos grupos cujo objetivo é, entre outros, melhorar essas relações também no ensino regular. O Grupo de Pais mediado pela psicóloga da Unidade de Atendimento à Família é outra conquista que já apresenta resultados relatados e observados em conversas e nos atendimentos. Pode-se ainda, relatar o oferecimento de oportunidades de construção de conhecimentos e desenvolvimento de projetos referentes às características de personalidade e de aprendizagem dos alunos com altas habilidades/superdotação. A criação de uma associação de pais e colaboradores da área de altas habilidades/superdotação (ALITAHS – Associação Londrinense de Incentivo ao Talento e Altas Habilidades/Superdotação). A inserção da temática em pesquisa no Stricto Sensu – Programa de Mestrado em Educação da Universidade Estadual de Londrina – UEL.

Finalizando, sabe-se que é grande o distanciamento entre o que a ciência produz e a realização de práticas educativas correlatas. Porém, no percurso de menos de dois anos de existência do NAAH/S-Londrina, muitas barreiras já foram transpostas e resistências vencidas. Vislumbra-se que a apropriação da temática ainda é nova, para os educadores, para os legisladores e comunidade em geral. Porém, pretende-se registrar, que a implantação do NAAH/S-Londrina é fruto de sujeitos que se percebem no conjunto de uma grande variedade de possibilidades

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1543 educativas escolares e que pretendem ao final de um processo de vida, ter a certeza da contribuição para o efetivo atendimento daqueles que se destacam por apresentar potencial acima da média, entre seus pares. Destaca-se com especial atenção o fruto dessa conquista ao longo dos cinco (5) anos em que já se discute sobre a temática no estado do Paraná e especialmente em Londrina. Sugere-se que a oferta de investimento das Universidades permaneça e possa ser ampliada tanto nas parcerias como no investimento no stricto sensu.

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Referências

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