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CADERNOS DE EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA - PROESI. Organizadores Elias Januário e Fernando Selleri Silva. Barra do Bugres: UNEMAT, v. 6, n. 1, 2008.

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Academic year: 2021

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UNEMAT - Universidade do Estado de Mato Grosso

Campus Universitário Dep. Estadual Rene Barbour Educação Indígena - PROESI - Caixa Postal nº 92

78390-000 - Barra do Bugres/MT - Brasil Telefone: (65) 3361-1964

http://indigena.unemat.br - indigena@unemat.br

SEDUC/MT - Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso

Superintendência de Formação Profissional Travessa B, S/N - Centro Político Administrativo

78055-917 - Cuiabá/MT - Brasil Telefone: (65) 3613-1021

SECITEC/MT - Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia de Mato Grosso

Rua 03, S/N, 3º piso - Centro Político e Administrativo 78050-970 - Cuiabá/MT - Brasil

Telefone: (65) 3613-0100

FUNAI - Fundação Nacional do Índio

CGE - Coordenação Geral de Educação SEPS Q. 702/902 - Ed. Lex - 3º Andar

70390-025 - Brasília/DF - Brasil Telefone: (61) 3313-3647

Prefeitura Municipal de Barra do Bugres

CADERNOS DE EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA - PROESI. Organizadores Elias Januário e Fernando Selleri Silva. Barra do Bugres: UNEMAT, v. 6, n. 1, 2008.

ISSN 1677-0277

1. Educação Escolar Indígena

I. Universidade do Estado de Mato Grosso

II. Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso III. Coordenação-Geral de Documentação / FUNAI.

CDU 572.95 (81) : 37

Consultor: Luís Donisete Benzi Grupioni Projeto Gráfico/Diagramação: Dener Didoné Capa: Dener Didoné Fotos da capa: Acervo Joana Saira / PROESI

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METODOLOGIA DE ENSINO DE CIÊNCIAS PARA

A FORMAÇÃO DE PROFESSORES INDIGENAS

(TURMA 2005-2009).

Elias Januário* Hébia Tiago de Paula** Maiua Meg Poanpo Txikão*** Paula Cristina Machado de Macedo**** Resumo

Este trabalho trata-se de uma experiência pedagógica desenvolvida na VII Etapa de Estudos Presenciais, turma 2005-2009, no Programa de Educação Superior Indígena Intercultural – PROESI, durante duas semanas. Tem por objetivo apresentar a metodologia de ensino adotada para o desenvolvimento dos conteúdos de Zoologia e Botânica e os resultados obtidos durante as atividades teóricas e práticas do componente curricular de Biologia no curso de Ciências da Matemática e da Natureza.

Introdução

A VII Etapa Especifica, turma 2005, da área de habilitação em Ciências da Matemática e da Natureza realizou-se, no período de 04 a 15 de Fevereiro de 2008, oferecendo o componente curricular de biologia a trinta e seis alunos das etnias Bakairi, Bororo, Chiquitano, Ikpeng, Karajá, Kayabi, Kuikuro, Nafukua, Panará, Paresi, Tapirapé, Terêna, Umutina, Xavante, Yawalapiti e Zoró.

Considerando os componentes curriculares anteriormente oferecidos aos alunos durante as etapas básicas, foram selecionados para a etapa especifica os conteúdos de Zoologia e Botânica.

* - Dr. em Educação pela UFSCar, Docente do PPGCA, Coordenador Geral do PROESI – UNEMAT. ** - Mestranda em Ciências Ambientais PPGCA e Assessora Pedagógica da área de Ciências da Matemática e da Natureza no PROESI – UNEMAT.

*** - Mestrando em Ciências Ambientais PPGCA e Professor Auxiliar no PROESI – UNEMAT. **** - Acadêmica do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas (Campus de Cáceres) e Monitora

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As aulas foram planejadas com o objetivo de proporcionar momentos de reflexão da prática pedagógica e suas ferramentas para o ensino de temas que envolvam classificação dos seres vivos, bem como suas características morfofisiológicas. Para atingir esse objetivo ministraram-se as aulas através de atividades teóricas e práticas, possibilitando aos alunos a instrumentalização dos conteúdos tratados no livro didático.

Os conteúdos trabalhados nas aulas de Zoologia e Botânica foram os seguintes: taxonomia (classificação dos seres vivos); objetivos e critérios da classificação; grupos taxonômicos; divisão em reinos; classificação reino monera; morfologia/fisiologia das bactérias e das cianofíceas; características e divisão do reino protista; morfologia/ fisiologia dos protozoários e das algas protistas; característica, classificação, morfologia/fisiologia do reino fungi; características, classificação, morfologia/fisiologia do reino animal e suas divisões: poríferos, cnidários, platelmintos, asquelminto, anelídeos, artrópodes, equinodermos, molusco e cordados; características, classificação, morfologia e fisiologia do reino vegetal e suas divisões: algas verdes, briófitas, pteridófitos, gimnosperma e angiosperma.

Teoria e prática de forma integrada e interativa

Ao se iniciar o conteúdo foi necessário fazer uma revisão de conceitos e teorias básicas da Biologia, como por exemplo: origem da vida; autótrofos, heterótrofos, eucarionte, procarionte, tipos de reprodução sexuada e assexuada.

Para facilitar a compreensão da teoria do surgimento de células eucarióticas a partir de células procarióticas, realizou-se uma atividade prática utilizando pedaços de linha de cores diferentes para representar as estruturas de uma célula procarionte (parede celular, membrana plasmática e DNA). Essa atividade possibilitou aos alunos acompanhar a explicação teórica dos processos evolutivos que alteraram a estrutura morfológica de uma célula procariótica e provocaram o surgimento de uma eucariótica.

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Após a apresentação da classificação, características gerais e morfológicas dos seres vivos, os alunos foram divididos em grupos para elaboração de cartazes com as divisões de cada reino. Para realização dessa atividade os alunos foram amparados pelos materiais didáticos oferecidos em sala e as anotações realizadas durante a explanação do conteúdo pela professora. A elaboração e apresentação dos cartazes deixaram os alunos mais próximos dos professores e monitora, fato que fez com que todos se sentissem mais a vontade para tirar suas dúvidas a respeito do conteúdo. Outro fato interessante foi a aceitação dos acadêmicos e a facilidade que eles tiveram em procurar o Prof. Maiua, uma vez que o mesmo é indigena egresso do mesmo curso.

Oportunizar a participação de professores indígenas egressos dos cursos de Licenciaturas Especificas e Intercultural, tem sido uma política adotada pela coordenação do PROESI, com o propósito de inseri-los no exercício da docência em nível superior e da consolidação de espaços para o protagonismo dos povos indígenas.

A relação dos estudantes indígenas com os professores indígenas, tem sido, como ressaltado anteriormente, avaliada positivamente na medida em que estabelece uma relação dialógica mais intensa do que com o professor não-índio.

As atividades de revisão dos conteúdos realizaram-se em momentos diferentes, isto é, por meio de dois simulados (questionários) com perguntas objetivas e gabarito. Na realização dessas atividades pode-se observar o interesse dos alunos em fazer uma atividade parecida com concurso ou vestibular, por serem questões objetivas de múltipla escolha e por terem um gabarito a ser entregue visando à correção. A realização de atividades que estimulem a interpretação do que esta sendo pedido pelo enunciado da pergunta tem muita a contribuir com o desenvolvimento da capacidade de leitura dos alunos.

A realização de atividades objetivas, na forma de simulados, a exemplo dos vestibulares e concursos públicos, tem sido uma orientação pedagógica do PROESI, com a finalidade de permitir ao estudante indígena o entendimento

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de como responder questões de múltipla escolha e de principalmente preencher gabaritos, fatos que tem levado um número expressivo de indígenas a não serem aprovados em concursos públicos estaduais e municipais realizados anteriormente.

Outra atividade prática que estimulou a capacidade de leitura e aumentou a integração entre os alunos foi à realização de debates entre grupos diferentes de alunos. Como estratégia para desenvolver essa atividade os alunos utilizaram textos e o material produzido nas aulas teóricas para elaborar perguntas que seriam dirigidas a outro aluno de grupo diferente. Caso o aluno escolhido não respondesse a pergunta da forma correta, a pergunta retornava aos colegas do aluno que a elaborou. Assim todos os integrantes de um mesmo grupo participavam da elaboração de perguntas diferentes. Além de estimular a produção de perguntas a partir de textos informativos, os debates utilizam o espírito competitivo dos alunos, para incentivá-los a socializar dados relevantes de um conteúdo a partir da concepção individual.

Ao concluir o conteúdo (teórico) de Zoologia foram realizadas duas atividades práticas em laboratório, para visualizar as características morfológicas dos seres vivos, dos reinos: Protista, Fungi e Animal, utilizando material do laboratório de Zoologia e Microscopia do Campus de Cáceres, onde realizaram-se as aulas de laboratório.

Durante as aulas no laboratório de Zoologia os alunos observaram exemplares dos filos: Porífero (esponja), Cnidário (anêmona-do-mar e corais), Platelminto (Taenia solium), Nematelminto (Ascaris galli e Ascaris lumbricoides), Anelídeo (minhoca), Molusco (caramujo), Artrópodes (Besouro, caranguejo, centopéia, lacraia, camarão, escorpião e aranha). Já no laboratório de microscopia montado dentro do laboratório de química, os alunos observaram além dos equipamentos (estufas, centrifugas, vidrarias, capela, balanças e outros disponíveis nesse laboratório), também representantes do reino Fungi (Aspergillus sp e Mucor) e do reino Protista (Euglena viridis).

Como atividade dessa aula prática, nos laboratórios de Zoologia e Microscopia/química, os alunos produziram

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relatórios contendo um texto descritivo e ilustrações com fichas descritivas/identificação do material observado, com as seguintes informações:

A elaboração do relatório exigiu que a observação fosse feita de forma mais detalhada, além da realização de pesquisa bibliográfica para a elaboração da ficha descritiva/ identificação de cada exemplar analisado.

Objetivou-se com essa atividade a visualização dos critérios morfológicos utilizados para classificar seres vivos do mesmo reino em filos diferentes e a reflexão sobre a construção de materiais didáticos para o ensino desse conteúdo para crianças, através de coleção de invertebrados.

Para desenvolver o conteúdo de Botânica utilizou se de seminários e debates. Contudo a atividade prática com maior contribuição para a compreensão dos critérios de classificação das plantas foi a realização da aula de campo ocorrida na Escola Agrícola. Dividir os alunos em grupos para coletar e depois classificar o material, foi a melhor estratégia para integrar conhecimento teórico com a prática.

Entretanto, aproveitamos a aula de campo para realizar coletas de animais invertebrados também, uma vez que a turma era formada por um grande número de alunos.

Ao iniciar essa prática houve um momento de reflexão de qual é o objetivo de fazer aulas de campo no ensino de ciências, lembrando a necessidade e os cuidados que se deve ter ao planejar e desenvolver essa prática com crianças.

Técnicas de coletas e conservação foram apresentadas aos alunos com o intuito de incentivá-los a produzir coleções

Nome vulgar: Nome científico: Reino:

Filo:

Classe ou Grupo:

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Considerações Finais

Os acadêmicos foram avaliados individualmente durante toda a disciplina através da observação quanto ao interesse pelo conteúdo e envolvimento nas atividades teóricas e práticas.

Ao analisar o resultado das avaliações (seminários, relatório de laboratório, relatório de aula campo, debates e simulados), observamos que os alunos foram surpreendidos com a forma de abordar e trabalhar conteúdos básicos do ensino médio, uma vez que perceberam que ao associar a teoria à prática, facilita a aprendizagem dos alunos.

Percebemos que durante as atividades alguns alunos apresentaram dificuldades no decorrer da disciplina por não terem tido uma boa formação inicial no ensino fundamental e médio. Para sanar essas dúvidas elementares foi necessário fazer revisão de conceitos e teorias durante todo o desenvolvimento das aulas ou no período noturno.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ORR, Robert T. Biologia dos Vertebrados. 5ª. Edição. Editora Roca. São Paulo – 2000.

AURICCHIO, Paulo & SALOMÃO, Maria da Graça. Técnicas de Coleta e Preparação de Vertebrados. Instituto Pau Brasil – Historia Natural. Palmas - TO. 2002.

MARGULIS, Lynn & SCHWARTZ, Karlene V. Cinco Reinos – Um Guia Ilustrado dos Filos da Vida na Terra. 3ª. Edição. Editora Guanabara Koogan. São Paulo – SP. 2001.

STORER, Tracy I. Zoologia Geral. 6ª. Edição. Editora Nacional. São Paulo –SP. 2003.

PAULINO, Wilson Roberto. Biologia Atual: Seres Vivos e Fisiologia. Vol. 2. Editora Ática. 11ª. Edição. São Paulo – SP. 1996.

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