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DIAGNÓSTICO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM SHOPPING DE MÉDIO PORTE

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Academic year: 2019

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Dissertação de Mestrado

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil

Cecilia Carmelita Ramos Marega

DIAGNÓSTICO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM

SHOPPING DE MÉDIO PORTE

Dissertação apresentada à Faculdade de

Engenharia Civil da Universidade Federal de Uberlândia como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil.

Área de Concentração: Engenharia Urbana

Orientadora: Profª. Drª. Ana Luiza Ferreira Campos Maragno

Co-orientador: Prof. Dr. André Luiz de Oliveira

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Dedicatória

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, que me permitiu sonhar abrindo novos horizontes, pelo dom da vida e por estar sempre presente em todas as minhas realizações.

Ao meu marido Gilberto, amor de minha vida, por seu amor incondicional, por ser meu companheiro em todos os momentos, pelo estímulo e por não me deixar desistir.

As minhas filhas Stella, Thaís e Cínthia razão do meu viver, vocês são meu tesouro.

À minha mãe Delza, por sempre ter cuidado de mim e por suas orações.

Ao meu Prof. Dr. Amigo Acir pelo incentivo e ajuda para poder realizar sonhos considerados impossíveis.

A minha orientadora Profª. Drª Ana Luiza pelo incentivo e boas ideias.

Ao meu co-orientador André pelo desprendimento, boa vontade e estímulo nas horas ingratas. Você é um exemplo para mim.

Ao Prof. Dr. Francisco Gesualdo pelo tamanho da sua generosidade.

Aos amigos Adriano, Lilyane, Larissa, Anamaria e Mônica pela ajuda certa nas horas incertas.

A todos os meus colegas de estrada, pelo companheirismo, motivação e disponibilidade em ajudar.

Agradeço a todos os meus amigos pela força e paciência durante todo este período.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Disposição dos Resíduos no Brasil. ... 22

Figura 2 - Fluxograma da logística reversa. ... 27

Figura 3 - Evolução das taxas de recuperação de PET no Brasil ... 30

Figura 4–Classificação do Brasil em quantidades de PET recuperada. ... 31

Figura 5 - Destino de PET reciclado. ... 31

Figura 6 - Intenção quanto ao uso de Pet reciclado. ... 32

Figura 7 - Articulações entre os meios. ... 37

Figura 8 - Ciclo de melhoria contínua ... 39

Figura 9 - Logística dos catadores. ... 40

Figura 10 - Aspectos do crescimento econômico sustentável. ... 52

Figura 11 - Localização do Shopping Center. ... 60

Figura 12- Disposição inadequada de papelão ... 64

Figura 13 - Disposição de resíduos. ... 65

Figura 14 - Contêiners das docas ... 65

Figura 15– Disposição inadequada de papelão e vidro ... 66

Figura 16-Lixeira do Mall. ... 67

Figura 17– Disposição inadequada de materiais de pintura. ... 67

Figura 18– Disposição inadequada de plásticos e dos resíduos de poda. ... 68

Figura 19– Disposição inadequada de resíduos na câmara fria ... 68

Figura 20- Contêineres de coleta. ... 71

Figura 21- Recipientes de coleta ... 71

Figura 22– Balança utilizada na pesagem ... 72

Figura 23–Recipientes de coleta da praça de alimentação ... 73

Figura 24-Pesagem dos resíduos orgânicos na câmara fria ... 74

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1– Geração de resíduos sólidos domiciliares e comerciais, segundo levantamentos

de ETC/W e aqueles publicados pela OECD/Eurostat . ... 21

Tabela 2– Destino Final dos Reciclados no Brasil ... 23

Tabela 3–Tabelas de recicláveis e Não Recicláveis ... 26

Tabela 4- Fatores de conversão energética para resíduos. ... 48

Tabela 5–Energia associada ao resíduo ... 49

Tabela 6- Leis, datas e discussão ... 54

Tabela 7– Classificação ABRASCE por Tipo de empreendimento ... 59

Tabela 8– Descrição das lojas avaliadas... 63

Tabela 9–Valores obtidos para a pesagem dos resíduos gerados no Mall após três dias de pesagem ... 80

Tabela 10- Total de Pesagem dos resíduos gerados na praça de alimentação ... 82

Tabela 11– Pesagem de Papelão nas docas. ... 84

Tabela 12– Pesagem dos resíduos das docas ... 84

Tabela 13- Resíduos gerados e produção per capita, por faixa de número de habitantes ... 86

Tabela 14-Comparação entre Shoppings de mesmo porte. ... 89

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 ... 14

1.1 INTRODUÇÃO ... 14

1.2 OBJETIVOS ... 16

1.2.1 Objetivo Geral ... 16

1.2.2 Objetivos Específicos ... 17

CAPÍTULO 2 ... 18

2.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 18

2.1.1 Conceituação de Resíduos Sólidos ... 18

2.1.2 Classificação dos resíduos ... 19

2.1.3 Geração de Resíduos ... 20

2.1.4 Sustentabilidade e preservação dos recursos naturais ... 37

2.1.5 Gerenciamento de resíduos sólidos ... 41

CAPÍTULO 3 ... 50

3.1 Leis ... 50

3.1.1 Datas e Discussões ... 50

CAPÍTULO 4 ... 59

4.1 MATERIAIS E MÉTODOS ... 59

4.1.1 Descrição da área de estudo... 59

4.1.2 Atividades Geradoras e os Tipos de Resíduos Gerados ... 61

4.1.3 Caracterização dos resíduos e escolha dos pontos de Amostragem ... 69

4.1.4 Pesagem dos resíduos sólidos ... 70

CAPÍTULO 5 ... 75

5.1 RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 75

5.1.1 Diagnóstico da geração de resíduos... 75

5.1.2 Quantificação dos resíduos gerados ... 78

5.1.3 Avaliação global da situação existente ... 84

5.1.4 – Comparação de dados com outros centros comerciais ... 86

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6.1 DIRETRIZES PARA UM PLANO DE GERENCIAMENTO ... 92

6.1.1 Diretrizes Avaliativas ... 93

6.2 CONCLUSÕES ... 95

(12)

RESUMO

A educação ambiental é uma ferramenta fundamental na atualidade, pois visa, por meio da sensibilização dos cidadãos, uma mudança significativa de valores em relação à produção de resíduos sólidos. De um modo geral, os clientes que circulam pelos corredores (Mall)

dos Shoppings descartam nas lixeiras diversos tipos de resíduos recicláveis, sem a devida

preocupação com a maneira correta de disposição final e os problemas ambientais advindos deste tipo de descarte. Assim, neste trabalho diagnosticou-se a geração de resíduos sólidos de um Shopping Center de médio porte do Estado de Minas Gerais e além de sugerir alternativas de melhoria no gerenciamento. A pesquisa permitiu traçar um perfil da geração de resíduos no Mall em três dias de amostragem, assim como na praça de alimentação, permitindo a construção de um perfil mensal da geração de resíduos e principalmente da destinação que cada tipo de resíduo obtém. Detectou-se que a destinação dos resíduos produzidos pelo Shopping é feita de maneira incorreta, sendo verificado vazamento de chorume nos resíduos dispostos nas docas, o que indica que o resíduo está disposto neste local a um tempo considerável. Como medidas mitigadoras e de controle dos problemas ambientais verificados, propôs-se alternativas como a coleta seletiva, triagem e venda dos materiais recicláveis, contêineres com tampas para as docas, contêineres apropriados para as lâmpadas, triagem de materiais cartonados em local apropriado e utilização de secadora para resíduos orgânicos, com possível comercialização para fábricas de ração animal.

Palavras-chave: Resíduos sólidos, Coleta seletiva, Gerenciamento.

MAREGA, Cecilia Carmelita Ramos. DIAGNÓSTICO DA GERAÇÃO DE

RESÍDUOS SÓLIDOS EM SHOPPING DE MÉDIO PORTE. Dissertação de

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ABSTRACT

Environmental education is an essential tool nowadays, as it aims by raising public awareness, a significant change of values in relation to the production of solid waste. In general, customers circulating in the hallways (Mall) in Shopping, discard dumps invarious types of recyclable waste, without due concern for the proper way to final disposal and environmental problems arising from this type of disposal. Thus, this study was diagnosed with the generation of solid waste from a mide-size Mall of the State of Minas Gerais, and also suggest alternatives for improving management. The research allowed to draw a profile of the generation of waste at the mall in three days of sampling as well as the food court allowing the construction of a monthly profile of waste generation and especially the allocation to each type of waste gets. It turned out that the destination of the waste generated by the shopping is done incorrectly, confirmed leakage of slurry in the waste disposed at the docks which indicates that the waste is disposed in a local considerable time. As mitigation measures and control of environmental problems checked, it was proposed alternatives such as selective collection, sorting and selling recyclable materials, containers with lids to the docks, containers suitable for lamps, screening materials and carton in an appropriate use of dryer for organic waste with a potential market for animal feed production plants.

Keywords: Solid waste, waste sorting, management.

MAREGA, Cecilia Carmelita Ramos. DIAGNÓSTICO DA GERAÇÃO DE

RESÍDUOS SÓLIDOS EM SHOPPING DE MÉDIO PORTE. Dissertação de

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Capítulo 1

1.1 INTRODUÇÃO

Todo resíduo gerado, em qualquer situação, provoca impacto no meio ambiente em que está, quer seja no seu descarte ou na sua destruição. De acordo com a Lei 6.938/1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, “meio ambiente é o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. Esta lei ainda reporta que “poluição é a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente prejudicam a saúde, a segurança e o bem estar da população”, e “poluidor é a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente por atividade causadora de degradação ambiental”.

A degradação ambiental tem sido alvo de incessantes esforços do poder público com aplicação de penas mais rígidas e com menor tolerância às desobediências a estas leis ambientais. Neste sentido, as iniciativas públicas e privadas tem demonstrado maior preocupação com a questão, pois vem se empenhando para recuperar a qualidade do ambiente degradado e preservar a qualidade do ambiente nativo. Uma dentre as diversas iniciativas é a coleta seletiva que, aliada à educação ambiental, tem sido amplamente aplicada e difundida, com o intuito de amenizar os problemas sérios existentes hoje no nosso cotidiano.

Os resíduos precisam ser identificados e separados sendo esta uma das melhores técnicas aplicadas ao processo de gestão de resíduos. De acordo com jornal O Estado de Minas Gerais (2010), e conforme dados atualizados da Gerência de Saneamento Ambiental da FEAM (Fundação Estadual de Meio Ambiente), o Estado de Minas Gerais tem atualmente 462 lixões, 241 aterros controlados, 49 aterros sanitários e 95 usinas de triagem e compostagem.

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dezembro de 2008, beneficiando cerca de 7,5 milhões de pessoas. A utilização de objetos descartáveis para favorecer a vida social é uma solução muito usada no nosso cotidiano mas essa atividade traz um acúmulo de resíduos que são descartados e desvalorizados em um período de tempo muito pequeno, aumentando expressivamente a quantidade de resíduos gerados. Uma das maiores dificuldades enfrentadas por uma administração, seja ela pública ou privada, diz respeito à quantidade dos resíduos produzidos pelas diversas atividades humanas, pois geram sérios problemas econômicos, técnicos, ambientais políticos e sociais.

Os lixões a céu aberto são uma realidade muito presente ainda não só no estado de Minas Gerais, como em todo Brasil. De acordo com a associação brasileira de Engenharia Sanitária - ABES – MG, em matéria publicada em 07/04/2011, desde 2003, com o programa "Minas sem lixões", criado pela FEAM, o número de lixões do Estado vem diminuindo, que passou de 828 para 312 unidades. A ausência de infraestrutura e pessoas capacitadas também tem prejudicado muito a implantação e manutenção de técnicas adequadas de disposição de resíduos, sendo que a falta de capacitação e operacionalização destes locais são problemas preocupantes.

A busca de alternativas sócio ambientais e descobertas de novas tecnologias de aproveitamento dos materiais e até mesmo para destinação final ambientalmente correta são fatores que fazem com que os resíduos comecem a serem vistos com olhos diferentes, se tornando fonte rentável. Por isso, atualmente o termo lixo não é considerado muito apropriado pelos pesquisadores da área, sendo utilizado o termo resíduo, pelo seu alto valor comercial.

A necessidade de uma destinação final aos resíduos de forma que atenda as leis ambientais, buscando os 5Rs (Reduzir, Reutilizar, Reciclar, Repensar e Recusar),motivou a realização deste trabalho, tendo como objeto a área interna de um Shopping de médio porte no Estado de Minas Gerais. A geração de uma grande quantidade de resíduos observada em estabelecimentos deste segmento foi determinante para a escolha do tema.

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preocupação com a maneira correta de disposição final dos resíduos muitas vezes até disponibilizados pelos Shoppings porém utilizados de maneiro errônea. Qualquer tipo de estabelecimento gerador de resíduos tem a obrigação de recolher diariamente todo o volume gerado dentro de suas dependências e dar a destinação adequada a estes.

Portanto, este trabalho visa diagnosticar a realidade de Shoppings Centers de médio porte no Estado de Minas Gerais, por meio de estudo de caso, para assim poder elaborar diretrizes para um plano de gerenciamento de resíduos que possam trazer estratégias de ações para seu adequado gerenciamento. O trabalho é constituído por seis capítulos organizados da seguinte maneira:

• Capítulo 1: apresenta uma introdução sobre produção e gerenciamento de resíduos

sólidos.

• Capítulo 2: apresenta uma revisão bibliográfica com conceitos sobre geração,

classificação e gerenciamento de resíduos sólidos;

• Capítulo 3: determinar todas as leis e normas necessárias para um plano de

gerenciamento de resíduos sólidos consistente.

• Capítulo 4: define a metodologia utilizada para amostragem e classificação dos resíduos

gerados no ambiente estudado.

• Capítulo 5: apresenta os resultados obtidos para classificação dos resíduos sólidos do

Shopping de Médio Porte determinado como local de estudo.

• Capítulo 6: define um plano de gerenciamento adequado para os resíduos gerados no

Shopping e apresenta as conclusões obtidas com a pesquisa.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

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1.2.2 Objetivos Específicos

•Levantar, de maneira geral, as atividades acerca do manejo dos resíduos; •Realizar a caracterização física dos resíduos;

•Analisar os dados obtidos nas amostragens dos resíduos;

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Capítulo 2

2.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1.1 Conceituação de Resíduos Sólidos

A Associação Brasileira de Normas Técnicas, através da norma NBR 10.004 (2004) define resíduos sólidos como:

[...] Resíduos nos estados sólidos e semissólidos, que resultar de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis, em face à melhor tecnologia disponível.

Atualmente esse conceito não é mais absoluto, pois um resíduo considerado sem valor ou utilidade para um gerador pode ser considerado de grande valor ou até matéria prima para outros. Hoje já existem cooperativas de catadores que realizam a coleta seletiva fazendo com que os resíduos sejam considerados de grande valia para a comunidade, de acordo com CEMPRE – Compromisso Empresarial Para Reciclagem (2010).

A questão dos resíduos e seu impacto é uma preocupação de todo o país. Contrariando o conceito que relaciona resíduo a algo sem valor ou utilidade, foram desenvolvidas diversas técnicas e alternativas para aplicar este material como matéria-prima alternativa para diversos setores além de atividades que faz com que este material tenha um valor agregado possibilitando a geração de renda através dele. Atualmente, existem cooperativas de catadores realizando a coleta seletiva fazendo destes resíduos geradores de renda para a comunidade, de acordo com o CEMPRE- Compromisso Empresarial de Reciclagem (2010).

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produziram dois importantes documentos de base para a sustentabilidade. O primeiro é sobre a carta1 da Terra trazendo valores universais de respeito à Terra e à sua existência, proteção e a restauração da diversidade, da integridade e da beleza dos ecossistemas, do consumo e da reprodução sustentável, incluindo o respeito e o direito em se ter um meio ambiente propício à dignidade e ao bem-estar.

O segundo é o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, trazendo princípios que incorporam aos preceitos constitucionais de 1988 juntamente com a política nacional do meio ambiente e identifica a educação como um instrumento chave para mudar valores, comportamentos e estilos de vida.

Damasceno (2005), explica que a informação da população é de suma importância quanto ao diferentes materiais componentes dos resíduos sólidos e como deveriam ser segregados, pois assim além de informar, resgata a responsabilidade individual sobre a reciclagem.Para alcançar um futuro sustentável é necessário fomentar valores entre a população e despertar a consciência na importância do meio ambiente, respeitando ciclos vitais e impondo limites a qualquer tipo de exploração realizada pelos seres humanos.

2.1.2 Classificação dos resíduos

Os resíduos são resultados de processos de várias atividades da comunidade. Podem ser classificados quanto as suas características físicas em secos ou molhados, quanto a suas características químicas em orgânico ou inorgânico e quanto a sua origem em domiciliar ou comercial. Também podem ser de serviços públicos, hospitalar, portos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários, industriais, radioativos, agrícola, entulho.

A norma ABNT 10004 (2004), classifica os resíduos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente, à saúde pública para que, assim possam ser gerenciados adequadamente. A partir da classificação definida pela referida norma, o gerador de um resíduo pode identificar o potencial de risco do mesmo e também identificar as melhores alternativas

1 Carta: Declaração de princípios fundamentais com significado perdurável e que possa ser compartilhada

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para a destinação final e /ou reciclagem. A norma NBR 10004 (2004) classifica os resíduos em classes distintas:

• Classe I - Perigosos; • Classe II – Não perigosos:

Resíduos classe II A - não inerte; Resíduos Classe II B - inertes.

Os resíduos considerados perigosos são aqueles que podem apresentar risco à saúde pública e ao meio ambiente, em função de suas características intrínsecas, exigindo disposição especial. Sendo exigidos tratamentos específicos e disposição final especial em função de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxidade e patogenidade. São ainda considerados como resíduos perigosos os resíduos de restos de embalagens contaminados com substâncias agudamente tóxicas ou resíduos fora de especificações.

Os resíduos não inertes não apresentam periculosidade, mas possuem características como: combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água. São aqueles resíduos com características de resíduos domésticos.

Os inertes são resíduos que não possuem solubilidade em concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água. Nas águas de classe especial é proibido o lançamento de qualquer fonte poluidora, tratada ou não. Nas outras classes, a água poderá continuar potável se, quando em contato com o resíduo, estes não degradam ou não se decompõe quando dispostos ao solo. Os resíduos de classes 1 e 2 devem ser tratados e destinados em instalações apropriadas para esse fim.

2.1.3 Geração de Resíduos

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O problema com o meio ambiente é de longa data e têm as crises de energia e econômica como um agravante. A geração de resíduos está ligada diretamente ao crescimento populacional e ao desenvolvimento da industrialização. A obtenção de benefícios financeiros, provenientes de reutilização de materiais reciclados, é agora uma cultura dos países modernos. A importância social e econômica da coleta seletiva fez com que mais e mais habitantes das grandes cidades adote esse procedimento como elemento básico para a qualidade de vida urbana (LICHTNOW; POZZOBON; FOIATO, 2004).

A Agência Europeia do Ambiente (EEA Brienfing – 2008) divulgou que em 1995, cada cidadão europeu produziu em média 460 kg/hab./ano de resíduos urbanos. Em 2004 esse valor subiu para 520 kg/hab./ano e existe a possibilidade de aumento destes resíduos para 680 kg/hab./ano até 2020, correspondendo a um aumento de aproximadamente 50% num período de 25 anos.

A Tabela 1 representa a geração de resíduos sólidos domiciliares e comerciais por habitante/dia (EEA Brienfing , 2008).

Tabela 1– Geração de resíduos sólidos domiciliares e comerciais, segundo levantamentos de ETC/W e aqueles publicados pela OECD/Eurostat .

País

Domiciliares e

comerciais País Domiciliares e comerciais Anual Diária Anual Diária Áustria 245 0,671 Luxemburgo 391 1,071 Bélgica 347 0,951 Noruega 362 0,992 Dinamarca 386 1,058 Portugal 387 1,06

Finlândia 350 0,959 Espanha 397 1,088 França 403 1,104 Suécia 357 0,978 Alemanha 403 1,104 Holanda 402 1,101 Grécia 328 0,899 Reino Unido 396 1,085 Islândia 272 0,745

EEA (média) 368 1,008 Irlanda 393 1,077

Itália 430 1,178

Fonte: Adaptada de HAMADA, 2006.

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os países que produzem cerca de 1,104 kg/hab. de resíduos, diferente da Áustria que produz cerca de 0,671 kg/hab. dia.

De acordo com Quintanilha (2008), na Revista Meio Ambiente, desde 1990, em virtude do acelerado processo de urbanização e concentração populacional, os padrões insustentáveis de produção e consumo geram a preocupação da gestão sustentável dos resíduos sólidos. A Figura 1 ilustra a disposição dos resíduos sólidos em todo o Brasil, de acordo com o IBGE (2000). Os resíduos domésticos produzidos estavam em torno de 0,8 kg per capita/dia, indicando a necessidade de programas de gerenciamento de resíduos.

Figura 1 - Disposição dos Resíduos no Brasil. Fonte: IBGE, 2000.

No trabalho apresentado por Schalch, Leite e Gomes (1994) foi discutido a importância da questão ambiental. Esta questão não se limita à vida cotidiana das populações, mas deve-se entender que a ligação entre a vida do ser humano e o meio ambiente é de responsabilidade de cada indivíduo. Compreender o significado do ciclo de vida, dos produtos e serviços permite ampliar a compreensão das responsabilidades e agir de maneira mais eficaz. O aumento na geração de resíduos constitui uns dos mais graves problemas ambientais causados. A situação torna-se pior considerando-se o padrão de consumo, que vem se desenvolvendo a partir dos anos 50 do século passado. (FERREIRA, 2011).

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funcionamento, mas sim por haver no mercado outro com mais recurso tecnológico. Assim, os objetos mais antigos vão sendo “entulhados” e por sua falta de uso, tornam-se inúteis rapidamente, tendo como destino final o aterro controlado sanitário/lixão. (FERREIRA ,2011)

A logística reversa consiste em ações cujo principal objetivo é a minimização de resíduos através do recolhimento e destinação adequada, que devem ser adotadas pelos fabricantes, para cada tipo de resíduo gerado pelo consumo do produto final. As embalagens destes novos objetos resultam num agravante para situação sendo estes acondicionados em caixas de papelão, embrulhos de plásticos e protegidos por Poliestireno Expandido – EPS, mais conhecidos pelo nome comercial isopor. Com a rápida substituição de produtos antigos por novos há um aumento considerável na quantidade de resíduos gerados, reforçando a importância de uma logística reversa em todos os níveis empresariais. (FERREIRA,2011)

Existem práticas de gestão que incluem a minimização da geração de resíduos e a maximização do reuso e da reciclagem. O desenvolvimento de uma sensibilização empresarial é muito importante para a logística reversa, pois em função do alinhamento do conceito que vincula produtos e sustentabilidade, projetos podem ser desenvolvidos, buscando redução do peso e tamanho de embalagens, inovações implementadas que visem economia de matéria prima, água, energia e outros recursos naturais.

A Tabela 2 representa um estudo comparativo feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), para a destinação final dos resíduos sólidos, por unidades de destino dos resíduos.

Tabela 2– Destino Final dos Reciclados no Brasil

Ano Destino final dos resíduos sólidos, por unidades de destino dos resíduos (%) Vazadouro à céu aberto Aterro controlado Aterro sanitário

1989 88,2 9,6 1,1

2000 72,3 22,3 17,3

2008 50,8 22,5 27,7

Fonte: IBGE/2009.

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inicialmente eram de 1,1% dos destinos finais de resíduos e que passaram a representar 17,3%. Em 2008, com a adoção de práticas ambientais a distribuição dos resíduos gerados apresentou um novo cenário: 27,7%da quantidade de destino final destes resíduos foram agora aterros sanitários, ilustrando a preocupação governamental em minimizar os vazadouros a céu aberto optando pela alternativa mais adequada para estes fins.

2.1.3.1 Resíduos potencialmente recicláveis

A composição e a geração de resíduos podem variar conforme a localização da cidade, sua renda per capita, seus hábitos e cultura. De acordo com Schalch (1994), a caracterização dos resíduos pode ser devido a sua origem, pois existem resíduos domésticos ou residenciais, comerciais, públicos, domiciliares especiais, de obras/demolição, pilhas e baterias, lâmpadas, pneus, resíduos de fontes especiais, radioativos, de portos, aeroportos e terminais rodo ferroviários, agrícolas e os resíduos do serviço de saúde.

Estes resíduos, caso não sejam dispostos corretamente, geram um grande transtorno aos técnicos e administradores públicos, pois podem se transformar em potencial foco de doenças transmitidas por ratos, moscas, baratas e urubus e principalmente contribuir para a degradação do meio ambiente. A matéria orgânica entra em decomposição rapidamente e se não for revolvida periodicamente dá lugar à decomposição anaeróbia, com desprendimentos de gases mefíticos e formação de chorume.

Ainda segundo Schalch (1994), a caracterização dos resíduos pode ser também devido ao seu grau de biodegradabilidade, onde os resíduos FD são os facilmente degradáveis como matéria orgânica. Os resíduos MD são os moderadamente degradável como papel, papelão e outros produtos celulósicos e os resíduos DD são os dificilmente degradáveis como trapo, couro, borracha e madeira e os não degradáveis como vidro, metal, plástico, pedras, terras e outros.

O estudo dará ênfase nos resíduos comerciais que são gerados em grandes estabelecimentos, por isso faz-se necessário uma explicação acerca de alguns resíduos

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fabricado por polpa de fibra de algodão, polpa de árvore como o pinheiro e o eucalipto, linho e o cânhamo. A maioria dos papéis possui um pH ácido o que faz com que ele altere sua coloração original rapidamente. Todo papel possui certa umidade, pois sofre interferência do ambiente em que está. O papel é identificado pela sua gramatura, formato, cor e textura.

A indústria do papel segundo o site da BRACELPA (Associação Brasileira de Celulose e Papel) começou com a reciclagem de trapos para gerar outros produtos. O avanço na reciclagem do papel está ligada às questões econômicas e também às de sustentabilidade. Ao ser descartado, o papel pode sofrer a disposição inadequada, tornando-se rejeito passando a ter como destino final lixões ou aterros como também pode ser feita um armazenamento correto para que possa ser reutilizado ou reciclado. A reciclagem é possível e permite 100% de aproveitamento. A BRACELPA (2007) divulga normas para reciclagem de papel no Brasil, juntamente com a Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT NBR Nº 15483, para ser distribuído aos fornecedores de papel reciclado.

O Brasil é considerado um grande reciclador. De acordo a BRACELPA, em 2006, a taxa de reciclagem era em torno de 45,6%. Ela ainda deixa claro que o papel não pode ser reciclado infinitamente. Portanto, é importante a entrada no mercado de papéis feitos a partir de fibras virgens, que misturados com as aparas permite o aumento no ciclo da reciclagem. A reciclagem de uma tonelada de papel pode evitar o corte de 10 a 12 árvores provenientes de reflorestamentos, além de que ao fabricar com aparas, consome de 10 a 50 vezes menos água e metade da energia necessária. Este papel tem todos os seus componentes diferentes do original e vai ser trabalhado para compor um novo papel diferenciado daquele anterior. Quase todo o papel pode ser reciclado, trazendo benefícios ao meio ambiente.

A Tabela 3 relaciona quais tipos de papéis que podem ser reciclados e quais não podem, de acordo com a NATURAL LIMP, empresa que se dedica ao fornecimento de produtos e equipamentos para a coleta seletiva.

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ambiente. Foi citado ainda que estão em desenvolvimento tecnologias que possam realizar esse processo de separação da parafina ou cola do papel trazendo assim um maior aproveitamento desse material.

Tabela 3–Tabelas de recicláveis e Não Recicláveis

RECICLÁVEIS NÃO RECICLÁVEIS Jornais e revistas Papel engordurado

Listas telefônicas Carbono Impresso Celofane

Papel branco Papel plastificado Papel misto Papel parafinado Fotocópias Papel metalizado Envelopes Papel laminado

Folhas de caderno Papel Higiênico e papel toalha Rascunho Papel vegetal

Formulários de computador Papel siliconado Papel de fax sem parafina Etiqueta adesiva

Fita crepe

Fonte: (adaptado) www.naturallimp.com.br.

b) Papelão: Nasceu da necessidade de embalar e proteger o produto durante a movimentação, transporte e armazenamento. Atualmente as empresas que produzem papelão aplicam um check-list no seu futuro usuário, para que possam fabricar embalagens mais baratas e mais eficientes possíveis. De acordo com a Associação Brasileira de Papelão Ondulado (ABPO, 2011), a diferença de cada produto está na gramatura usada, pois são inúmeras as possibilidades de combinação de diferentes papéis para capas e miolos.

A logística reversa é uma nova potencialidade para o reuso do papelão. No dizer de Lacerda (2011), pensa-se muito no gerenciamento do fluxo de materiais do seu ponto de aquisição até o seu ponto de consumo. Mas existe também o fluxo do ponto de consumo até o ponto de origem que precisa ser gerenciado.

Esse fluxo reverso não é novidade na indústria de bebidas, mas atualmente todas as indústrias precisam ter um novo olhar sobre a logística reversa.

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produto. Isto significa ser legalmente responsável pelo seu destino após a entrega dos produtos aos seus clientes e do impacto que estes produzem no meio ambiente. [...] As iniciativas relacionadas à logística reversa tem trazido considerados retornos às empresas. Economias com a utilização de embalagens retornáveis ou com o reaproveitamento de materiais para a produção têm trazidos ganhos que estimulam cada vez mais novas iniciativas (LACERDA, 2011).

A Figura 2 ilustra um fluxograma da logística reversa. Tanto a matéria prima nova quanto a matéria prima de reciclados são utilizadas na composição industrial, sendo que a matéria de reciclados pode trazer alguma economia, principalmente pensando-se no reuso.

Figura 2 - Fluxograma da logística reversa. Fonte: LACERDA, 2011.

O processo de logística reversa, ainda segundo Lacerda (2011), gera materiais reaproveitáveis que retornam ao processo tradicional de suprimento, produção e distribuição. Existem variantes com relação ao tipo de processo que podem ser submetidos. Eles podem ser vendidos, retornar ao fornecedor, recondicionados, ou reciclados se não houver possibilidade de reuso.

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eletrônicos mostrou uma logística semelhante e também houve uma grande economia. Esta empresa constatou que se não houver uma logística reversa, esses papelões precisam ser alocados em lugares secos e cobertos, para poder haver uma prensagem do material sem perda.

c) Vidro: De acordo com Schalch (1994), a grande porcentagem de matéria prima usada para a fabricação de vidros é a areia. Para a sua extração é necessária uma quantidade enorme de áreas de fontes naturais. O solo deslocado prejudica áreas distantes dos locais de remoção, causando assoreamento e, portanto trazendo grandes prejuízos ao ambiente.

Segundo Schalch (1994), quando o vidro não possui uma coleta seletiva adequada, ou são retirados de compostagem e aterros sanitários/lixões, eles possuem várias formas de poluentes. Com a coleta seletiva os vidros seriam mais limpos e na lavagem do vidro a água não conteria poluentes. A sucata de vidro pode ser reciclada e gerar lã de vidro antes de ser considerada rejeito.

De acordo com CEMPRE (2010), em 2020 para cada 10% de caco de vidro na mistura utilizada na fabricação de um novo vidro, haverá uma economia de 4% da energia necessária para a fusão nos fornos industriais e a redução de 9,5% no consumo de água. No Brasil em 2009, 47% das embalagens de vidro foram recicladas, somando 470.000 t/ano. O vidro deve ser separado por cor para evitar alterações do padrão visual do produto final e agregar valor. Frascos de medicamentos só podem ser reciclados se coletados separadamente e estiverem descontaminados (SCHALCH; LEITE; GOMES, 1994).

d) Alumínio: O alumínio é um metal obtido a partir de um minério chamado bauxita. As características do alumínio permitem que ele tenha uma gama de aplicações, por isso é o mais utilizado no mundo inteiro.

De acordo com a ABAL (Associação Brasileira de Alumínio), em reportagem no dia 28 de outubro de 2010:

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alumínio das latas, também foram economizados 2,9 mil gigawatts-hora(GWH). Com esta energia, seria possível atender à demanda anual de uma cidade como Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, que tem 1,2 milhão de habitantes.

Nota-se, a partir das estatísticas apresentadas, que a reciclagem das latinhas de alumínio é totalmente viável e a venda desses resíduos gera oportunidades para uma melhor qualidade de vida para os catadores, pois o ganho com a sua venda é real (CEMPRE, 2010).

As embalagens dos salgadinhos BOPP (Polipropileno Biorientado), entram como laminados e até pouco tempo era difícil a sua reciclagem. No Congresso VI RECICLE (2010) foi demonstrado que já existem algumas grandes empresas que estão trabalhando com a sustentabilidade, procurando uma destinação melhor para o filme BOPP. É um filme apto para ser utilizado como mono-lâmina ou para fazer complexos. Após seu uso é convertido em grânulos plásticos usados na fabricação de vasos.

e) PET: É um poliéster, polímero termoplástico – Poli (tereftalato de Etileno), simplificando PET. É o melhor e mais resistente plástico para fabricação de garrafas e embalagens para refrigerantes, água, sucos, óleos comestíveis, medicamentos, cosméticos, produtos de higiene e limpeza, destilados, isotônicos, cervejas, entre vários outros. A indústria de PET abrange três setores: os fabricantes de pré-reforma, empresas recicladoras e fabricantes de resina. Existem atualmente 182 empresas especializadas em reciclagem no Brasil. Em 2009, foram responsáveis pelo aumento de 3,6% da reciclagem das garrafas plásticas. Ao todo 262 mil toneladas desse material tiveram a destinação adequada, onde o Brasil tem o interesse em aumentar ainda mais o percentual de reciclagem (COUTO, 2010)

No congresso CEMPRE (2010), foi apresentado um novo tipo de garrafa por uma grande empresa de refrigerantes. Essa garrafa chama-se plant bottle (bio PET) e foi apelidada de garrafa do futuro. Na busca para aprimorar as embalagens e buscando a diminuição do uso de derivados de petróleo, foi que essa empresa desenvolveu a plant bottle, que amortecerá em 25% as emissões de carbono em relação à PET convencional. A utilização do MEG (Mono Etileno Glicol), fonte energética renovável derivada da cana de açúcar e matéria-prima da garrafa plant bottle, substituirá até 30% do peso da garrafa fabricada em PET.

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embalagens pós-consumo, bem como oferecer informações necessárias para as indústrias. Em dezembro de 2010, foi apresentado a Sexta edição do Censo da Reciclagem do PET no Brasil, demonstrando que o país é um dos maiores recicladores de PET do mundo e o maior em aplicações para o material reciclado. A pesquisa demonstrou que o Brasil é o país mais preparado para a reciclagem de PET no mundo. A Figura 3 ilustra a evolução das taxas de recuperação de PET reciclado no Brasil de 1994 a 2009:

Figura 3 - Evolução das taxas de recuperação de PET no Brasil Fonte: 6º Censo da Reciclagem de Pet no Brasil 2009/2010.

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Figura 4–Classificação do Brasil em quantidades de PET recuperada. Fonte: 6º Censo da Reciclagem de Pet no Brasil 2009/2010

.

A Figura 5 ilustra o crescimento do uso de PET recicláveis para fins têxteis. Se for levado em consideração apenas as aplicações para este tipo de indústria, que representam 39% do total, é notável o crescimento das aplicações de cordas, cerdas e mono filamentos.

Figura 5 - Destino de PET reciclado.

Fonte: 6º Censo da Reciclagem de Pet no Brasil 2009/2010.

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Figura 6 - Intenção quanto ao uso de Pet reciclado. Fonte: 6° Censo de Reciclagem Pet no Brasil 2009/2010.

f) Plásticos: O primeiro plástico foi produzido em 1862 pelo inglês Alexander Parkes. Com ele foi descoberto um método prático de embalagem garantindo a durabilidade e a leveza. Hoje já é sabido que ele não é biodegradável e, portanto tornou uma preocupação.

Nos dizeres de Grippi, 2006 o plástico é usado em quase todos os setores da indústria devido a sua versatilidade, suas características de alta resistência e leveza que permite seu aproveitamento em uma gama de produtos. Ele é usado na construção civil, lazer, telecomunicações, indústrias, médico-hospitalar e até no transporte de energia.

A maior crítica e desafio em relação ao plástico é sobre a sua biodegradação devido à sua natureza química. A preservação do meio ambiente trouxe à tona a ideia de reaproveitamento, principalmente na zona urbana onde o plástico é efetivamente muito usado. Desde a década de 70 já se pensava no reaproveitamento de plástico, fazendo a sua reciclagem (GRIPPI, 2006).

Também a queima indevida do plástico resulta em fumaça preta composta por substâncias altamente tóxicas e cancerígenas resultando em sérios prejuízos às pessoas e ao meio ambiente. Quando ele é depositado em aterros, dificultam a compactação e prejudica a decomposição dos materiais degradáveis, criando barreiras de impermeabilidade que afetam as trocas de líquidos e gases no interior do aterro.

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que é aquela da própria indústria geradora, na reciclagem secundária, que é o processo de incineração com aproveitamento dos resultados físicos desta queima, ou na reciclagem terciária, que é a conversão de resíduos plásticos em produtos químicos e combustíveis, podendo originar novas resinas virgens ou outras substâncias como gases e óleos combustíveis.

g) Embalagens Longa vida: É composta por três materiais: o papel, o polietileno (plástico) e o alumínio, distribuídos em seis camadas sendo polietileno, papel, polietileno, alumínio, polietileno e polietileno, para proporcionar maior proteção ao alimento envasado. Para realizar a reciclagem das embalagens longa vida, é necessário na primeira etapa, triturar em um grande liquidificador o material onde se separam as camadas de plástico e de alumínio. O papel reciclado é reutilizado na fabricação de caixas.

Após a remoção do papel, o plástico com alumínio pode ser peletizado, isto é, transformado em grãos e usado como matéria prima na produção de vassouras, lixeiras e também na fabricação de placas e telhas. Existe hoje, de acordo com o Congresso CEMPRE (2010), uma nova tecnologia chamada de tecnologia de plasma, desenvolvida por um grande fabricante de embalagens longa vida, que permite separar o plástico do alumínio, recuperando o plástico na forma de parafina e o alumínio na forma de lingotes.

O destino final de embalagens longa vida de acordo com o CEMPRE (2010) pode ser sem reaproveitamento, indo direto para lixões ou aterros sanitários, ou com reaproveitamento, sendo que hoje já existem indústrias que realizam a reciclagem de embalagens longa vida.

O destino final sem reaproveitamento pode ser compostagem, prensagem, incineração etc., mas com reaproveitamento do resíduo pode ser feita a separação do papel com reciclagem das fibras ou ainda incineração provendo energia. Mas a mais atual reciclagem adotada é a separação do material para fabricação de telhas, lixeiras, tapumes, que são ecologicamente corretos.

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matéria orgânica entra muito rápido em estágio de decomposição gerando chorume e contaminando todos os outros resíduos. O melhor método a ser adotado neste caso, para que não haja nenhuma contaminação, é a coleta seletiva.

Existem alguns tipos de reciclagem dos resíduos orgânicos. Um deles é a compostagem, que envolve decomposição biológica promovidas por condições de umidade, aeração e micro-organismos que transformam a matéria orgânica num material semelhante ao solo, ao qual se dá o nome de composto e o seu produto final é utilizado como adubo

Outro tipo de reciclagem dos resíduos orgânicos é a vermicompostagem ou minhocultura na qual as minhocas atuam acelerando o processo de decomposição resultando no mais valioso e natural adubo orgânico que é o “húmus”. A decomposição acontece da mesma maneira que na compostagem, mas existe também a presença da minhoca que ingere o alimento, digere e expele cerca de 70% do que comeu sob a forma de pequenos grãos de “húmus”.

Segundo Damasceno (2005), é possível verificar que o aproveitamento dos resíduos sólidos orgânicos é uma técnica financeiramente viável para pequenos municípios, pois podem implantar pequenas usinas de triagem de compostagem que demandam menor custo em equipamentos e tecnologias simples.

Outro tipo de reciclagem de materiais orgânicos são os biodigestores ou a fermentação anaeróbia, que de acordo com Souza (2010) é um processo para facilitar e acelerar a fermentação da matéria orgânica formando o biogás. Atualmente, o biogás gerado incorporou valor econômico sendo, portanto, considerado uma fonte de energia alternativa e não apenas um subproduto do processo, criando assim uma opção para a utilização de recursos naturais esgotáveis.

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É recomendável que sejam descartadas em caixas de papelão ou protegidas com jornais, plástico bolha, entre outros e vedadas para conter o vapor de mercúrio e proteger a saúde. Ainda não existe uma legislação para o descarte das lâmpadas de mercúrio, mas é recomendável que não se misture essas lâmpadas com os resíduos domésticos, pois será rompida fatalmente, contaminando o meio ambiente. Apesar de que a logística reversa já está em andamento para outros tipos de resíduos, ainda é precária em relação a essas lâmpadas geradas no ambiente doméstico. Somente em grandes indústrias a logística acontece (CEMPRE, 2010).

j) Pilhas e Baterias: Segundo Schalch (1994), algumas baterias podem conter em sua composição metais pesados altamente tóxicos como mercúrio, cádmio ou chumbo e representam consequentemente sérios riscos ao meio ambiente.

De acordo com Grippi (2006), houve um amplo debate entre órgãos governamentais, entidades civis e organismos não governamentais para discutir a questão da reciclagem, reutilização e disposição final das pilhas e baterias. O resultado gerou a resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente- CONAMA Nº 257 publicada em 22 de julho de 1999, complementada em 22 de dezembro de 1999, que limitam a quantidade de metais potencialmente perigosos usados nas composições das pilhas comuns e alcalinas.

Outra resolução acerca do descarte deste material (CONAMA - Nº 257 de 30 de junho de 1999), pilhas e baterias jamais devem ser lançadas in natura a céu aberto, tanto em áreas urbanas como rurais; não devem ser queimadas a céu aberto ou em recipientes não adequados; lançadas em corpos de água, praias, manguezais, terrenos baldios, caçambas, cavidades subterrâneas, em redes de drenagem de águas pluviais, esgotos ou eletricidades mesmo que abandonadas ou em áreas sujeitas à inundação.

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Existem leis que regem essa disposição final para que não haja crimes ambientais, tais como a Lei Nº 9605/1998, regulamentada pelo Decreto Nº 3179/1999, Lei de crimes ambientais e que foi alterada pela Lei 12305/2010 da Política Nacional de Resíduos Sólidos, sobre a responsabilidade compartilhada entre todos os envolvidos, buscando após a utilização dos materiais adquiridos, o descarte e a destinação final ambientalmente correta.

Existem atualmente empresas que trabalham com a reciclagem das pilhas e baterias, sendo uma alternativa viável e benéfica ao meio ambiente, pois recicla, trata e utiliza as baterias e pilhas para a produção de sais de óxidos metálicos, transformando esse rejeito em um novo produto.

As pilhas comuns e alcalina possuem um mercado no Brasil que soma mais de 700 milhões de unidades/ano. Como não oferecem riscos diretos à saúde e ao meio ambiente, depois de esgotadas podem ser dispostas junto a resíduos domiciliares. Já as pilhas e baterias que são de responsabilidade dos fabricantes e importadores, pois são de chumbo ácido (aquelas voltadas para o uso industrial), de níquel cádmio (utilizadas principalmente em telefones celulares e baterias recarregáveis) e por último as de óxido de mercúrio (usadas em instrumentos de navegação) devem ter uma destinação correta de modo a evitar quaisquer danos ao meio ambiente.

l) Resíduos Tecnológicos: Estes resíduos são provenientes das inovações de tecnologia e das constantes trocas de aparelhos eletrônicos, domésticos, comerciais e industriais. Eles provêm da substituição do antigo em busca da modernidade e assim, engloba-se na cadeia produtiva e comercial, desde o fabricante até o consumidor final, ou seja, responsabilidade compartilhada entre todos os envolvidos, buscando após a utilização dos materiais adquiridos, o descarte e a destinação final ambientalmente correta. O reprocessamento de resíduos tecnológicos obtém sais e óxidos metálicos que são utilizados nas indústrias de calorífico, cerâmicas, refratários e indústrias químicas.

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maneira responsável, preservando o planeta para as gerações futuras, envolvendo governo, empresas e população são os pilares para a sustentabilidade.

2.1.4 Sustentabilidade e preservação dos recursos naturais

Curry (2011) afirma que, na década de 90, o caráter abrangente da sustentabilidade foi reforçado pelo pensador britânico John Elkingyon que explica que só faz sentido pensar em desenvolvimento sustentável quando aspectos ambientais, sociais e econômicos são levados em conta. A Figura 7 ilustra as articulações entre os meios que resulta no conceito de desenvolvimento sustentável.

Figura 7 - Articulações entre os meios. Fonte: CURI (2011).

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O Brasil vive um momento de expectativa de mudança. A sustentabilidade busca o desenvolvimento da economia, tendo sempre à frente o meio ambiente através do gerenciamento de resíduos gerados, respeitando a responsabilidade social, que é uma meta que todo brasileiro precisa alcançar. A nova Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS foi sancionada em 2 de agosto de 2010. A construção de PNRS não foi uma tarefa fácil, de acordo com a Revista Meio Ambiente de set/out 2010, pois se trata de um tema complexo, que demanda ações conjuntas do poder público, empresarial e da sociedade.

Ainda de acordo com a Revista Meio Ambiente, alguns pontos que todos têm que estar alertas:

• Lixões: Proibir lançamento de resíduos sólidos a céu aberto;

• Habitações: Proibir, nas áreas de disposição final de resíduos sólidos ou rejeitos, a

fixação de habitações temporárias ou permanentes;

• Importação: Proibir a importação de resíduos sólidos ou rejeitos;

• Incentivos: União, estados e municípios poderão conceder incentivos fiscais e

financeiros para indústrias e entidades dedicadas a tratar e reciclar os resíduos;

• Financiamento: o poder público poderá instituir linhas de financiamento para

cooperativas ou associações de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, formadas por pessoas de baixa renda;

• Plano de gestão: União, estados e municípios deverão fazer planos integrados de

resíduos sólidos, com diagnóstico da situação, metas de redução de resíduos, reciclagem e ações para atingir os objetivos.

• Logística reversa: Fabricantes importadores, distribuidores e comerciantes terão de dar

destinação adequada aos produtos que fabricam, após o uso pelo consumidor;

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A proposta objetiva a prevenção e o controle da poluição, a proteção e a recuperação da qualidade do meio ambiente, além da promoção da saúde pública e assegurar o uso adequado dos nossos recursos naturais. A sustentabilidade está intimamente ligada aos 5R’s. O volume de resíduo descartado é muito grande e, portanto necessita de mudança. O aprofundamento do diálogo e o fortalecimento de parcerias são bases fundamentais para o aprimoramento dos processos de uma gestão sustentável. De acordo com uma grande empresa de refrigerantes, que conferiu palestra no CEMPRE (2010), “conhecer melhor a percepção da sociedade a respeito da forma como são conduzidas as metas para a sustentabilidade”.

A Figura 8 ilustra os passos para o estabelecimento de sistemas de gestão ambiental que vão desde a análise crítica inicial do sistema até a implantação efetiva dos controles ambientais. Desta forma, é estabelecido o conceito de melhoria contínua que toda organização possuidora de sistema de gestão ambiental deve buscar.

Figura 8 - Ciclo de melhoria contínua Fonte: (adaptado) Grippi, 2006 – p.108

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de materiais recicláveis. Isso auxilia os catadores, pois quase todos os resíduos são de papel, papelão e plástico, com uma boa comercialização.

De acordo com o VI RECICLE (2010) algumas conquistas estão sendo concretizadas, como adesões dos cooperados direito ao INSS (Instituto Nacional de Serviço social), incentivo à capacitação, etc. A Figura 9 representa a logística dos catadores de Londrina, cidade do sul do país.

Figura 9 - Logística dos catadores.

Fonte: adaptada Coopersil apud CEMPRE, 2010.

Os resíduos sólidos devem ser coletados em locais e recipientes adequados para que a coleta seletiva seja realmente eficiente. A forma de acondicionamento depende das características dos resíduos e da quantidade. De acordo com Schalch (1994), existem alguns tipos de acondicionamentos possíveis de serem empregados para resíduo urbano, a saber:

• Vasilhame padrão: Para resíduos provenientes de domicílio e de pequenos

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• Recipiente hermético: Caracteriza-se pelo modo como a tampa se prende e pelo sistema

de basculante a que se presta. Evita o desprendimento de poeira e o derramamento de líquidos;

• Sacos descartáveis: Apesar de maior custo, ainda é o mais empregado, pois elimina a

operação de recolhimento do vasilhame, dispensa a lavagem ou forração do recipiente, evitando o ruído da descarga e o furto do vasilhame, reduz a atração de vetores e o mau cheiro do domicílio. No ponto de vista da coleta, este acondicionador de resíduos traz mais vantagens, pois diminui o tempo da coleta, não absorvem água da chuva, contribuem para a limpeza das ruas e ficam menos tempo em exposição na via pública.

O uso de sacos plásticos está sendo muito discutido pelos ambientalistas, pois os mesmos levam até 400 anos para se decompor. Atualmente pede-se o uso de sacos biodegradáveis ou oxibiodegradáveis, mas em relação aos sacos de “lixo” ainda estão sendo usados os sacos pretos convencionais.

Segundo Leonel (2002), toda organização pode e deve buscar, juntamente com qualidade, criatividade, humanidade, lucratividade, continuidade, lealdade, os elementos-chave, tais como: inovação, cooperação e comunicação, que são estratégias da administração com consciência ecológica. A partir desses conceitos espera-se que a mudança ocorra nos maiores geradores de resíduos introduzindo a valorização de conceitos de consciência ecológica nos setores que atuam.

2.1.5 Gerenciamento de resíduos sólidos

A geração de resíduos é tema de diversos estudos principalmente quando trata-se de políticas de gerenciamento deste tipo de resíduos possibilitando novas abordagens sobre o assunto. Marsaro (2009) observou que os Shopping Centers são grandes geradores de resíduos, pois neste local estão concentrados várias opções de lojas e a maioria ainda não possui um plano de gerenciamento de resíduos. De acordo com o aumento populacional, a quantidade de resíduos aumenta, portanto se faz necessário o gerenciamento. Gerenciamento é definido pela Lei 12.305 de 02 de agosto de 2010 como:

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dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma desta Lei;

O gerenciamento de resíduos torna-se uma ferramenta de grande potencialidade, quando se trata de Reduzir, Reutilizar, Reciclar, Repensar e Recusar (5Rs). Esses cinco princípios são de grande importância, a partir do momento em que a ideia seja a de transformar o comportamento da sociedade em relação aos resíduos sólidos por ela produzidos, buscando ampliar as atenções da população não só para as questões relacionadas à coleta e manejo, como também para sua destinação final.

No trabalho, verificou-se a quantidade de resíduos e as fontes geradoras. O resíduo mais encontrado foi de construção e demolição com 137 t/mês seguido de resíduo orgânico com 75,0 t/mês. O papelão também teve uma expressão mensal de 8,5 t/mês.

Constatou-se ainda que grande parte dos resíduos que poderiam ser segregados, pois são potencialmente recicláveis, encontram-se contaminados com resíduos orgânicos. Desta forma, alguns resíduos perigosos como lâmpadas com vapor de mercúrio são dispostos juntamente com os outros resíduos e encaminhados ao aterro sanitário. Foram encontrados também resíduos fora dos contêineres por falta de capacidade dos mesmos, e chorume com risco de contaminação.

O local onde os resíduos são dispostos é o mesmo onde são descarregados os insumos para abastecimento das lojas. Marsaro (2009) propôs um modelo de segregação com apenas dois grupos: “Materiais recicláveis” e “Orgânicos e outros”. Foram propostos também novos recipientes seletivos para o Mall, juntamente com cartazes, os locais de carga e descarga (cais) foram reformados e contêineres seletivos foram implantados. Foi observado que houve uma mudança significativa nos hábitos dos funcionários e colaboradores após treinamentos e implantação do plano. Os materiais segregados seriam levados para triagem e posteriormente encaminhados para venda.

Machado (2004) realizou um estudo para avaliar a situação de Shoppings de Belo Horizonte, levando em conta os tipos de resíduo produzidos, em quais áreas existem maior incidência, fazendo um diagnóstico agregado à vida diária dos frequentadores dos

Shoppings, pra propor um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS). Marsaro

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Em uma pesquisa realizada pelo Diário do Grande ABC de 9 de Janeiro de 2010, o Brasil é o 8º país do mundo em número de Shoppings. Segundo a ABRASCE (Associação Brasileira de Shoppings Centers), a indústria fechou o ano de 2010 com 766 empreendimentos em operação. Ainda de acordo com matéria do Diário do Grande ABC, escrita por Luis Antônio Borges Germano da Silva, especialista em Gestão ambiental em 09/01/2010, para haver uma boa gestão de resíduos sólidos em Shoppings Centers é preciso destacar que o conforto precisa ser balanceado com sustentabilidade.

A preocupação em gerenciar os resíduos é uma verdade atual que vem mudando a realidade dos Shoppings Centers, pois a disposição final desses resíduos é de responsabilidade do gerador e precisa ser aprimorado com o passar do tempo. As características dos resíduos podem mudar de acordo com os aspectos sociais, culturais, econômicos, geográficos e climáticos. O modo de tratá-los também muda de acordo com cada realidade, englobando também os aspectos citados anteriormente (LOPES, 2003).

A partir da década de 70, a evolução no gerenciamento de resíduos sólidos pode ser notada, principalmente nos países desenvolvidos. Naquele momento, buscavam-se ações para o gerenciamento dos resíduos baseados na hierarquização destes (reduzir, reutilizar e reciclar), aplicada principalmente aos resíduos industriais, enfatizando a reciclagem (LOPES, 2003).

No final dos anos 80, iniciou-se uma preocupação com a redução, começando a surgir políticas específicas de preservação ambiental, buscando promover um melhor equilíbrio na relação do homem com o meio em que vive. Até 1995, os resíduos sólidos eram considerados “lixos”, sem qualquer valor comercial. A partir daí, para que se evitasse que a poluição ambiental fosse contínua oferecendo risco à saúde pública, empresários, agentes públicos e pesquisadores buscavam soluções para minimizar a produção desenfreada de resíduos e consequentemente diminuírem a quantidade destinada a aterros e lixões (LOPES, 2003).

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enquanto entidade que proporciona educação ambiental para seus visitantes, tanto na prática quanto na demonstração da quantidade de resíduos produzidos e seus resultados.

De acordo com Sandro Mancini (2010), professor de engenharia Ambiental da Universidade do Estado de São Paulo (UNESP), existem dois grandes modelos de gerenciamento de resíduos: um modelo americano que adota a construção de aterros e um modelo europeu que adota o conceito de aterro zero e foco na reciclagem. O Brasil caminha para adotar o modelo americano de gerenciamento de resíduo. Os Estados Unidos adota a teoria de construir grandes aterros sanitários afastados dos grandes centros, porém não são suficientes, pois ainda se produz muito resíduo. Países da Europa, como Holanda, Dinamarca e Alemanha, proibiram aterro de resíduo orgânico. Desde 2005, na Alemanha foi estabelecida por lei a obrigação da coleta seletiva.

Os resíduos urbanos biodegradáveis têm que ser recolhidos e compostos separadamente. Todas as embalagens são recolhidas e matéria orgânica de capina e corte de árvores não podem ser dispostas em aterros. Existem metas para os países do continente europeu para redução de resíduos. Ainda de acordo com o Prof. Mancini (2011), no Brasil ainda discute-se jogar “lixo no lixo” e construir aterros sanitários caríssimos.

Dados fornecidos pela Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB, 2008) constatam que os lixões são um grande problema no nosso país, sendo que em torno de 50,8% dos municípios brasileiros ainda utilizam esse tipo de destinação final para seus resíduos. Os lixões, também conhecidos como vazadouros a céu aberto, são locais onde são depositados todos os tipos de resíduos sem nenhum tipo de impermeabilização, não atendendo a norma de controle NBR nº 8419/03/84 que regula a apresentação de aterros sanitários sólidos urbanos.

De acordo ainda com a mesma pesquisa, a região nordeste é a maior região que dá como destinação final para os seus resíduos os lixões a céu aberto. As regiões sul e sudeste são as que apresentam a menor porcentagem de lixões, sendo que 46% dos municípios do sul e 32,4% dos municípios do sudeste informaram ter coleta seletiva.

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sentido de promover as tecnologias limpas, que tem como foco a reciclagem, isto é possível. A reciclagem necessita de aparato legal no que diz a logística e tecnologia adequada.

Lopes (2006) analisou questões relativas aos resíduos sólidos urbanos e a partir de um diagnóstico da realidade incorpora o gerenciamento de resíduos na consciência do indivíduo. Em seu trabalho foi possível verificar que a partir de palestras e oficinas com participação da população há uma maior sensibilização da comunidade; os resíduos deixam de ser considerados “lixos” e passam a ser fonte de renda, havendo uma maior cobrança da população para com o poder público quanto à melhoria da coleta seletiva e disposição final. Foi observado no trabalho que a gestão dos resíduos é necessária, mas ainda há uma longa caminhada até alcançar um patamar melhor, pois a falta de alternativas técnicas e de recursos financeiros ainda é predominante.

Ainda Lopes (2006) deixa claro em sua pesquisa que é possível organizar uma coleta eficiente e uma disposição final adequada. O caminho que deve ser seguido é o da redefinição do que significa “lixo”, e a busca do comprometimento com a cogestão dos resíduos, desde a redução do desperdício e do consumo exagerado até a separação dos materiais. A melhora ocorre quando existem pessoas atuantes para participar de diversas discussões sobre produção, consumo e descarte, e desta forma ampliar multiplicadores.

Damasceno (2005) observou em seu trabalho que a coleta seletiva acontece através da educação ambiental, pois promove a conscientização e o compromisso na busca de um desenvolvimento sustentável. Os resultados alcançados na sua proposta de minimizar a quantidade de material destinado ao aterro demonstraram que a partir de um trabalho contínuo, em médio prazo, se atingirá o objetivo de influir nos hábitos da população a responsabilidade da segregação e da coleta seletiva.

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Machado (2004) identificou a necessidade de redução do volume de resíduos gerados nos

Shoppings, portanto a obrigação de um plano de gerenciamento de resíduos que vise

minimizar a quantidade descartada em aterros. Foram observados no trabalho três

Shoppings do município, sendo um na região norte e dois na região sul. Foram usadas duas

formas de amostragem, a primeira utilizando o método de triagem de todo os resíduos gerados e a segunda realizando o processo de coleta seletiva, distribuindo sacos plásticos coloridos aos lojistas para posterior postagem.

Após os resultados obtidos e análise socioeconômica e cultural da região e circunvizinhanças, inferiu-se que os frequentadores dos estabelecimentos da zona sul (classe mais abastadas) compram mais e portando geram mais resíduos. Nos shoppings da zona sul foi detectado uma geração de 3500 kg/dia de papéis e resíduos orgânicos, 2000 kg/dia de plásticos e 500 kg/dia de vidros.

Os pequenos geradores de resíduos comerciais são aqueles que geram até 120 L/dia e os grandes geradores de resíduos são aqueles que geram um volume maior que 120 L/dia. O conhecimento dos resíduos gerados é o ponto de partida para a elaboração e execução do gerenciamento, pois a determinação dos percentuais dos componentes como vidro, papel, papelão entre outros e os parâmetros físicos (geração per capita), as características biológicas (aquelas determinadas pela população microbiana) e agentes patológicos (presentes na massa de lixo), acabam por definir suas características (MACHADO, 2004).

O Shopping da zona norte gera uma quantidade menor de resíduos orgânicos, mas em

contra partida uma quantidade maior de papel e plástico do que os Shoppings da zona sul. Neste caso a coleta seletiva ainda é o melhor método para descarte sendo implantada com a distribuição de sacos plásticos coloridos e portando não havendo contaminação com resíduos orgânicos. No método utilizado anteriormente os resíduos sofriam contaminação, mascarando o resultado final. Enfatizou-se na pesquisa que para trabalhar juntamente com o comércio é necessário credibilidade e confiança entre os atores do processo para que o projeto renda bons frutos.

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acarretados por esses resíduos. No trabalho foi observado a importância da política pública voltada para os resíduos, visto que o crescimento desordenado e a falta de planejamento é um problema da maioria dos municípios.

Prata Filho (2000), fez um estudo diagnóstico sobre os resíduos gerados em shoppings na cidade do Rio de Janeiro, visando estudar a logística interna de gerenciamento dos resíduos, bem como da comercialização dos materiais recicláveis e a melhoria da conscientização ambiental. Foi constatado que supermercados e grandes centros comerciais são considerados grandes geradores de resíduos sólidos.

Detectou-se ainda que o gerenciamento interno dos resíduos desde a coleta até a comercialização é ineficiente de retorno em recursos, incompatível com o potencial de geração e com as oportunidades disponíveis no mercado de recicláveis na região. O papelão apresenta uma quantidade em torno de 1,2 t/semana e pode ser vendido entre R$ 1.500,00 a R$ 1.800,00 trazendo o lucro sócio/econômico para os catadores. O resíduo orgânico juntamente com as latas de alumínio, papel, plásticos e vidros, são enfardados juntos e vendidos com um valor variável de R$2.000,00 a R$ 2.400,00. A operacionalização interna das atividades de coleta, bem como o uso das áreas de circulação e armazenagem precisam ser otimizadas (PRATA FILHO, 2000).

Roberta Oliveira Lança em artigo na revista Meio ambiente de março/abril 2008 diz que várias são as técnicas para minimizar os impactos ambientais, e que essas técnicas envolvem tanto gestão como equipamentos. O somatório desses dois elementos é que acaba por garantir a eficiência no tratamento de resíduos e na minimização do uso dos recursos naturais.

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Tabela  1–  Geração  de  resíduos  sólidos  domiciliares  e  comerciais,  segundo  levantamentos  de  ETC/W e aqueles publicados pela OECD/Eurostat
Figura 1 - Disposição dos Resíduos no Brasil.
Figura 2 - Fluxograma da logística reversa.
Figura 3 - Evolução das taxas de recuperação de PET no Brasil  Fonte: 6º Censo da Reciclagem de Pet no Brasil 2009/2010
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Referências

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