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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA. William Rafael Tavares

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William Rafael Tavares

EXCITAC¸ ˜OES MES ˆONICAS SOB INFLU ˆENCIA DE CAMPOS MAGN ´ETICOS FORTES

Florian´opolis 2015

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EXCITAC¸ ˜OES MES ˆONICAS SOB INFLU ˆENCIA DE CAMPOS MAGN ´ETICOS FORTES

Dissertac¸˜ao submetida ao Programa de P´os-Graduac¸˜ao em F´ısica para a obtenc¸˜ao do Grau de Mestre em F´ısica.

Orientador: Prof.Dr. Sidney dos Santos Avancini

Florian´opolis 2015

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EXCITAC¸ ˜OES MES ˆONICAS SOB INFLU ˆENCIA DE CAMPOS MAGN ´ETICOS FORTES

Esta Dissertac¸˜ao foi julgada aprovada para a obtenc¸˜ao do T´ıtulo de “Mestre em F´ısica”, e aprovada em sua forma final pelo Programa de P´os-Graduac¸˜ao em F´ısica.

Florian´opolis, 30 de janeiro 2015.

Prof. Dr. Luis Guilherme de Carvalho Rego Coordenador

Universidade Federal de Santa Catarina Banca Examinadora:

Prof.Dr. Sidney dos Santos Avancini Orientador

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Prof. Dr. Celso de Camargo Barros Junior Universidade Federal de Santa Catarina

Prof. Dr. Jos´e Ricardo Marinelli Universidade Federal de Santa Catarina

Prof. Dr. Marcus Emmanuel Benghi Pinto Universidade Federal de Santa Catarina

Prof. Dr. Ricardo Luciano Sonego Farias Universidade Federal de Santa Maria

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Gostaria de agradecer o apoio dos meus pais e irm˜aos, que sempre me apoiaram nas minhas escolhas.

Ao professor Sidney dos Santos Avancini, pela sua paciˆencia em me orientar e passar seus ensinamentos.

Aos meus amigos, que me apoiaram desde o in´ıcio desta jornada. E a CAPES, pelo financiamento atrav´es da bolsa de estudos.

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Neste trabalho desenvolvemos as t´ecnicas necess´arias para realizac¸˜ao do c´alculo das massas dos m´esons neutros no modelo de Nambu-Jona-Lasinio SU(2) na aproximac¸˜ao de campo m´edio(MFA) sob a influˆencia de campos magn´eticos fortes. Para tanto, utilizando o formalismo de func¸˜oes de Green apropriadas para a descric¸˜ao dos quarks em meio magn´etico, e atrav´es da Aproximac¸˜ao de Fase Aleat´oria (RPA), obteremos express˜oes para os propagadores dos m´esons π0 e σ . Atrav´es do c´alculo dos p´olos dos propagadores obteremos as massas destes m´esons.

Para mostrar a consistˆencia do m´etodo que estamos empregando, tamb´em cal-culamos a equac¸˜ao do Gap j´a conhecida na literatura e obtivemos a express˜ao esperada.

Tamb´em pudemos calcular a constante de decaimento do π0em meio magn´etico,

de modo a testar a relac¸˜ao de Gell-Mann-Oakes-Renner e ver que a mesma se preserva quando temos um campo magn´etico constante.

Palavras-chave: Cromodinˆamica Quˆantica. Modelo de Nambu-Jona-Lasinio. Aproximac¸˜ao de Campo M´edio. Func¸˜oes de Green. Aproximac¸˜ao de Fase Aleat´oria.

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In this work, are developed the appropriate techniques for the calculation of the neutral mesons masses in the context of the Nambu-Jona-Lasinio SU(2) model. The mean field approximation under strong magnetic fields are used. It is utilized the Green functions formalism in a magnetic medium and using the Random Phase Approximation (RPA) are obtained expressions for the π0 and σ propagators. Through the calculation of the poles of these propagators the meson masses are obtained.

In order to show the consistency of our method, the Gap equation is calculated and our result reproduces the expression of the literature.

The π0 decay constant in a magnetic medium is also obtained in order to

show that the Gell-Mann-Oakes-Renner relation is preserved in a magnetic medium.

Keywords: Quantum Chromodynamics. Nambu-Jona-Lasinio Model. Mean Field Approximation. Green Functions. Random Phase Approximation.

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Figura 1 Atual modelo padr˜ao de part´ıculas elementares (Figura reti-rada da internet). . . 20 Figura 2 Poss´ıvel diagrama de fases da QCD (Figura retirada da inter-net). . . 22 Figura 3 Regras de Feynman do modelo NJL SU (2). . . 29 Figura 4 S´erie de Dyson: Primeiro termo representa o propagador do quark livre somado com um termo de autointerac¸˜ao(Tadpole). . . 29 Figura 5 Espalhamento de quarks up e down mediante troca de um m´eson π+. . . 31 Figura 6 RPA, como uma s´erie de infinitos an´eis de polarizac¸˜ao. . . 32 Figura 7 Em (a), com o tempo indo da esquerda para direita, t0< t, o quark se propagando de x0→ x.Em (b) com t < t0, o anti-quark se

propa-gando de x → x0. . . 36 Figura 8 Fenˆomeno da cat´alise magn´etica, para a parametrizac¸˜ao 2 da tabela 1. . . 56 Figura 9 Conjunto de soluc¸˜oes autoconsistentes para a massa do π0em meio magn´etico, utilizando as parametrizac¸˜oes da tabela 1. . . 57 Figura 10 Comparac¸˜ao entre o m´etodo autoconsistente e a aproximac¸˜ao p0k2≈ p2(n˜ao auto-consistente), utilizando o set 1. . . 58

Figura 11 Massa do m´eson σ , sua massa sofre cat´alise mediante um campo magn´etico, onde utilizamos o set 2. . . 59 Figura 12 Constante de decaimento do π0. . . 60 Figura 13 Constante de decaimento do π0para campos magn´eticos

bai-xos, onde Fπ0= 92, 4MeV ´e a constante de decaimento do pion no v´acuo. 60 Figura 14 Constante de decaimento do π0para campos magn´eticos

bai-xos, a partir do resultado apresentado em [33], onde Fπ = 93MeV ´e o

valor escolhido pelo autor para a constante de decaimento no v´acuo. A curva pontilhada reprsenta o limite quiral da teoria onde Mπ= 0. A linha

cont´ınua Mπ= 140MeV . . . 61

Figura 15 Acoplamento efetivo gπ qqsob influˆencia de um campo magn´etico

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Tabela 1 Parametrizac¸˜oes . . . 55 Tabela 2 Massas das part´ıculas importantes para este trabalho. . . 67

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1 INTRODUC¸ ˜AO . . . 19

1.1 A CROMODIN ˆAMICA QU ˆANTICA . . . 19

1.2 QCD SOB CONDIC¸ ˜OES EXTREMAS . . . 21

2 UM MODELO EFETIVO PARA QCD EM BAIXAS ENER-GIAS . . . 25

2.1 QCD E SUAS SIMETRIAS . . . 25

2.2 O MODELO DE NAMBU-JONA-LASINIO NO V ´ACUO . . . . 27

2.3 MASSAS DOS M ´ESONS π E σ . . . 30

2.4 CONSTANTE DE DECAIMENTO DO PION NO V ´ACUO . . . 34

3 NJL SU (2) COM CAMPO MAGN ´ETICO CONSTANTE . . 35

3.1 A LAGRANGIANA DO MODELO NJL COM CAMPO MAGN ´ETICO EXTERNO CONSTANTE . . . 35

3.2 PROPAGADOR DE FEYNMAN EM UM CAMPO MAGN ´ETICO EXTERNO CONSTANTE . . . 37

3.3 EQUAC¸ ˜AO DO GAP EM MEIO MAGN ´ETICO . . . 39

3.4 REGULARIZAC¸ ˜AO . . . 41

3.4.1 C´alculo de I . . . 44

3.4.2 C´alculo de Idiv. . . 45

4 EXCITAC¸ ˜OES MES ˆONICAS EM MEIO MAGN ´ETICO . . 47

4.1 AN ´EIS DE POLARIZAC¸ ˜AO EM RPA . . . 47

4.2 A CONSTANTE DE DECAIMENTO DO PION EM MEIO MAGN ´ETICO . . . 52

5 RESULTADOS NUM ´ERICOS . . . 55

5.1 PARAMETRIZAC¸ ˜OES . . . 55

5.2 A CAT ´ALISE MAGN ´ETICA . . . 55

5.3 EXCITAC¸ ˜OES MES ˆONICAS . . . 56

6 CONCLUS ˜OES E PERSPECTIVAS FUTURAS . . . 63

AP ˆENDICE A -- Definic¸˜oes e Convenc¸˜oes . . . 67

AP ˆENDICE B -- Relac¸˜oes matem´aticas ´uteis . . . 73

AP ˆENDICE C -- C´alculo do Trac¸o do propagador SF(x, x0) . 77 AP ˆENDICE D -- C´alculo do Trac¸o da express˜ao para a massa do m´eson π0 . . . 81

AP ˆENDICE E -- C´alculo do Trac¸o para o m´eson σ . . . 89

AP ˆENDICE F -- C´alculo do Trac¸o para a constante de de-caimento do π0. . . . 97

AP ˆENDICE G -- C´alculos de normalizac¸˜ao de polinˆomios de Laguerre para π0e σ . . . 105

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1 INTRODUC¸ ˜AO

A f´ısica contemporˆanea na ´area de altas energias vem enfrentando de-safios cada vez mais complicados, que necessitam de t´ecnicas alternativas cada vez mais sofisticadas tanto no ˆambito te´orico quanto experimental. En-tender propriedades do universo primordial, do plasma de quarks e gl´uons, estados da mat´eria que s˜ao explorados por laborat´orios como os do CERN e do BNL atrav´es de colis˜oes de ´ıons pesados, e o estudo de objetos compac-tos, como as estrelas de nˆeutrons tˆem sido alguns desses desafios. Na linha deste trabalho, nos focaremos em estudar a f´ısica hadrˆonica, setor do modelo padr˜ao que trata da interac¸˜ao forte, e que tem alguns dos ingredientes essen-ciais para almejarmos entender estes v´arios problemas de interesse da f´ısica atual.

1.1 A CROMODIN ˆAMICA QU ˆANTICA

H´adrons s˜ao part´ıculas que interagem mediante a forc¸a forte, como os p´ıons, os pr´otons e nˆeutrons. A interac¸˜ao forte, ´e a interac¸˜ao que mantˆem os n´ucleos dos ´atomos coesos, ou seja, mantˆem os n´ucleos est´aveis, j´a que a forc¸a de repuls˜ao Coulombiana(Eletromagn´etica) a princ´ıpio, deveria fazer com que os pr´otons do n´ucleo se repelissem. A teoria respons´avel por expli-car os fenˆomenos relacionados `a interac¸˜ao forte ´e a Cromodinˆamica Quˆantica (QCD - Quantum Chromodynamics) [1] [2], desenvolvida em meados dos anos 60, ap´os a id´eia de adicionar graus de liberdade internos para os h´adrons e faz parte do atual modelo padr˜ao. Nesta teoria, os constituintes fundamen-tais s˜ao chamados de quarks e gl´uons, e seriam estes os respons´aveis por formar os pr´otons, nˆeutrons, p´ıons, entre muitas outras part´ıculas que vinham sendo descobertas nesta ´epoca.

A QCD possui 6 quarks que portam carga de cor e sabor, al´em dos b´osons n˜ao-massivos, mediadores da interac¸˜ao forte, que s˜ao os gl´uons. Os quarks mais leves, primeiros a serem propostos, s˜ao os quarks up e down, e estes formam os h´adrons mais conhecidos, os pr´otons e nˆeutrons. Dentre as caracter´ısticas mais marcantes da QCD est˜ao o confinamento, na qual os quarks e gl´uons sempre estariam confinados formando h´adrons, e a liberdade assint´otica [1], que permite analisar o comportamento da constante de aco-plamento da teoria para os processos de altos momentos transferidos(altas energias) e baixos momentos transferidos(baixas energias).

Embora, esta teoria seja muito bem testada e comprovada num re-gime de altas energias(rere-gime pertubativo) ela apresenta diversas

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dificulda-Figura 1 – Atual modelo padr˜ao de part´ıculas elementares (dificulda-Figura retirada da internet).

des t´ecnicas no regime de baixas energias (regime n˜ao-pertubativo). Das al-ternativas que existem atualmente que nos ajudam a exprimir resultados da QCD em baixas energias encontram-se os trabalhos de QCD na rede (Lattice QCD) [3], que ´e a tentativa, a partir de primeiros princ´ıpios, de discretizar o espac¸o-tempo e obter resultados diretamente da Lagrangiana da QCD em c´alculos num´ericos, que em geral, s˜ao trabalhosos e requerem um arsenal computacional pesado. Outras t´ecnicas que contribuem para o avanc¸o dos estudos de QCD em baixas energias s˜ao os trabalhos de Regras de Soma da QCD [4] e modelos efetivos [5] [6] [7] [8] [9].

Desta forma, pode-se perceber que a QCD ´e a teoria que trata de des-crever o comportamento dos constituintes que s˜ao respons´aveis basicamente por quase toda a massa dos ´atomos conhecidos, j´a que a massa dos pr´otons e dos nˆeutrons ´e cerca de duas mil vezes maior que a massa dos el´etrons. Por´em, quase toda essa massa hadrˆonica ´e devido as interac¸˜oes dos quarks e gl´uons internos. Isso ocorre devido ao fato das massas dos quarks mais leves serem extremamente baixas. A massa de um pr´oton ´e de 938, 3MeV , por´em, o mesmo ´e formado por dois quarks up e um down, portanto, um c´alculo ingˆenuo nos indicaria que cada quark deveria ter cerca de 312, 76MeV de massa. Devido ao confinamento, a massa dos quarks n˜ao ´e acess´ıvel ex-perimentalmente(e ´e chamada de massa de corrente), mas c´alculos te´oricos, baseados em quantidades que podem ser medidas no laborat´orio, indicam que

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a massa destes quarks mais leves devem ser da ordem de 5MeV , e esta massa ´e gerada via mecanismo de Higgs.

Portanto, temos uma cen´ario interessante, pois embora as massas de corrente dos quarks mais leves sejam muito baixas, estes se comportam como se tivessem uma massa muito maior quando confinados dentro dos h´adrons, e para essa massa damos o nome de massa efetiva. O mecanismo respons´avel por gerar a massa efetiva para os quarks est´a diretamente relacionado com a quebra dinˆamica de simetria quiral1, que ´e uma das caracter´ısticas

fundamen-tais da QCD.

Neste trabalho o nosso objetivo ser´a trabalhar com o modelo de Nambu-Jona-Lasinio(NJL), na Aproximac¸˜ao de Campo M´edio [5] [6] [10] [11] , in-terpretado como um modelo efetivo para QCD em baixas energias incorpo-rando suas mesmas simetrias, embora, em sua forma mais simples n˜ao possua caracter´ısticas fundamentais da QCD, como o confinamento e a liberdade as-sint´otica. Estamos interessados tamb´em, basicamente na primeira gerac¸˜ao de quarks, isto ´e, os mais leves, up e down, que nos d˜ao a vers˜ao mais simples do modelo, conhecido como NJL SU (2)(neste caso ´e o grupo de simetria ca-racter´ıstico do modelo), na qual interpreta-se que a escala de energia do mo-delo ´e suficientemente baixa para excitar outros quarks mais pesados. Uma generalizac¸˜ao na qual inclui-se o quark strange motivaria o uso do modelo de NJL SU (3) [11].

1.2 QCD SOB CONDIC¸ ˜OES EXTREMAS

Incorporar carcater´ısticas como temperatura finita e densidade bariˆonica (potencial qu´ımico) na QCD tˆem sido de enorme interesse nas ´ultimas d´ecadas. A partir dos resultados obtidos pelos principais laborat´orios do mundo em pesquisas com colis˜oes de ´ıons pesados, espera-se haver um estado em certas temperaturas e/ou densidades finitas, nas quais os quarks e gl´uons n˜ao for-mem mais mat´eria hadrˆonica, de modo a obterem um livre caminho m´edio razoavelmente maior do que o encontrado no interior dos h´adrons, e forma-rem ent˜ao um novo estado da mat´eria, o plasma de quarks e gl´uons. Para tanto, como dito anteriormente, isso n˜ao ´e uma terefa simples na QCD no regime n˜ao-pertubativo(baixas energias). O uso de modelos efetivos, como o NJL SU (2) tem mostrado resultados frut´ıferos, mesmo quando comparados com os resultados da rede.

Os experimentos de colis˜oes de ´ıons pesados conseguem em um curto 1Esta simetria s´o ´e exata num limite em que as massas dos f´ermions do modelo s˜ao nulas.

Na QCD, dizemos que a simetria Quiral ´e aproximada devido a pequena massa dos quarks up e down.

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intervalo de tempo(cerca de 1 f m/c para campos magn´eticos intensos), re-produzir as condic¸˜oes extremas dos instantes iniciais da grande explos˜ao do Big Bang, com temperaturas de centenas de milhares de kelvins, densidades extremamente altas e campos magn´eticos maiores que 1018G.

Na figura 2 apresentamos o poss´ıvel diagrama de fases da QCD, que deve manifestar-se nos cen´arios comentados anteriormente, na qual para bai-xas densidades bariˆonicas e altas temperaturas espera-se um crossover da mat´eria hadrˆonica para o plasma de quarks e gl´uons, j´a que devido ao fato da simetria quiral n˜ao ser exata na QCD, n˜ao encontramos de fato transic¸˜oes de fases neste regime. No outro lado, baixas temperaturas e altas densidades bariˆonicas, espera-se uma transic¸˜ao de primeira ordem. Ainda espera-se que para alt´ıssimas densidades bariˆonicas exista uma fase de supercondutividade cor, que n˜ao ser´a tratada neste trabalho.

Embora este seja um diagrama hipot´etico, j´a que as principais informac¸˜oes s˜ao tiradas em geral, de modelos efetivos e da QCD na rede, ele nos fornece uma previs˜ao do cen´ario que a QCD sob essas condic¸˜oes extremas pode apre-sentar.

Figura 2 – Poss´ıvel diagrama de fases da QCD (Figura retirada da internet). Al´em de incluirmos fatores externos como temperaturas e/ou densida-des finitas, outra caracter´ıstica que pode ser incorporada ´e o campo magn´etico. Nas colis˜oes de ´ıons-pesados, n´ucleos de chumbo ou ouro, ricos em pr´otons e

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nˆeutrons, s˜ao acelerados a velocidades pr´oximas `as da luz, sofrem contrac¸˜ao de Lorentz, de modo a ficarem achatados e ent˜ao colidem. Logo ap´os a colis˜ao, devido `a alt´ıssima densidade de energia envolvida na colis˜ao, tem-peraturas alt´ıssimas s˜ao alcanc¸adas, e o meio, que ´e extremamente denso e quente passa a ser formado por quarks e gl´uons, os constituintes dos pr´otons e nˆeutron anteriores. O plasma ent˜ao resfria e expande rapidamente sofrendo ent˜ao uma transic¸˜ao , formando mat´eria hadrˆonica novamente. Espera-se que nas colis˜oes de ´ıons n˜ao-frontais, as part´ıculas que n˜ao participam propria-mente da colis˜ao contribuam com intensos campos magn´eticos.

O nosso trabalho tem por objetivo, em incluir campos magn´eticos intensos, estudar o comportamento dos quarks up e down e as excitac¸˜oes mesˆonicas do modelo NJL SU (2) sob a influˆencia de um campo magn´etico constante, atrav´es da utilizac¸˜ao de diagramas de Feynman.

No segundo cap´ıtulo deste trabalho, s˜ao analisados aspectos de sime-tria da QCD em baixas energias e o modelo NJL SU (2) de modo a justificar a utilizac¸˜ao do modelo. Ainda incluiremos os principais resultados reprodu-zidos pelo modelo de forma n˜ao-pertubativa. No terceiro cap´ıtulo apresenta-remos o modelo NJL SU (2) sob influˆecia de um campo magn´etico constante, e com ele obter os mesmos estudos do segundo cap´ıtulo. No quarto cap´ıtulo, calcularemos as excitac¸˜oes mesˆonicas do modelo e apresentaremos os resulta-dos no cap´ıtulo 5. Este trabalho ainda cont´em um conjunto de oito apˆendices que dar˜ao suporte aos c´alculos realizados no decorrer do texto.

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2 UM MODELO EFETIVO PARA QCD EM BAIXAS ENERGIAS No trabalho proposto por Yogiro Nambu e Giovanni Jona-Lasinio em 1969 [5] [6], houve uma tentativa de explicar a interac¸˜ao de nucleons medi-ante troca de m´esons, no contexto de f´ısica nuclear da ´epoca. O mecanismo de gerac¸˜ao da massa foi desenvolvido em analogia `a equac¸˜ao do Gap na te-oria BCS. Como era um modelo para f´ısica nuclear anterior a existˆencia da QCD, o confinamento foi completamente ignorado, preservando algumas ca-racter´ısticas, como a conservac¸˜ao (parcial) da simetria quiral. Posteriormente, este modelo pode ser reinterpretado como uma teoria efetiva para QCD em baixas energias.

2.1 QCD E SUAS SIMETRIAS

Apesar de estarmos utilizando um modelo efetivo para tratar a mat´eria hadrˆonica e explorar o diagrama de fases da QCD, devemos enfatizar que al-gumas das principais caracter´ısticas da QCD s˜ao preservadas. A Lagrangiana da QCD ´e dada por:

LQCD= − 1 4F µ ν a Fµ νa + ψ i /D− ˜m  ψ , (2.1)

onde os Tensores de Forc¸a Faµ νs˜ao definidos por:

Fµ νa = ∂µA a ν− ∂νA a µ+ g fabcA b µA c ν, (2.2)

e os campos ψ ≡ ψij, com o ´ındice de cor j = r, g, b, fica subentendido, e i= 1, ...6, s˜ao os sabores do modelo.

Com a derivada covariante definida por: Dµ = ∂µ− ig

1 2λ

aAa

µ, (2.3)

os campos de calibre Aaµ(x) representam os campos dos gl´uons, com os in-dices gregos(Lorentz) µ, ν = 0, 1, 2, 3 e os latinos a, b, c = 1...8; a constante de acoplamento ´e dada por g; as matrizes λas˜ao as matrizes de Gell-Mann,

geradoras do grupo SU (3) caracterizadas pelas constantes de estrutura fabc; a matriz das massas ˜m´e diagonal, e comumente s˜ao chamadas de massas de corrente, pois devido ao confinamento as mesmas n˜ao s˜ao observ´aveis.

Se nos focarmos no setor da primeira gerac¸˜ao de quarks, que s˜ao os mais leves, up e down, o que nos d´a uma escala de energia de MeV at´e GeV

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de aplicabilidade, e estudarmos as simetrias envolvidas, veremos que elas permanecem as mesmas quando aplicadas ao modelo de NJL. Portanto, es-crevendo

LQCD=Lud+Lscbt, (2.4)

a LagrangianaLscbtenvolve os quarks mais pesados strange, charm, bottom e top. Como Lud envolve os quarks mais leves, podemos redefinir como Lchiral, Lchiral= − 1 4F µ ν a Fµ νa + ψ i /D− ˜m  ψ , (2.5)

com a matriz das massas dada por: ˜ m=mu 0 0 md  , (2.6) e os espinores ψ: ψ =  ψu ψd  . (2.7)

Vamos explorar algumas simetrias para essa parte da Lagrangiana da QCD.

A simetria U (1)V ´e preservada frente a mudanc¸a ψ → exp[−iα]ψ e

ψ → exp[iα ]ψ , com α ∈ ℜ. Segundo o teorema de Noether, devemos ter uma quantidade preservada, e esta ´e o n´umero bariˆonico:

Z

d3p j0=

Z

d3pψ†ψ . (2.8)

Para a simetria do tipo ψ → exp[−i−→τ .−→θ /2]ψ e ψ → exp[i−→τ .−→θ /2]ψ , com−→τ sendo as matrizes no espac¸o de isospin, referente ao grupo SU (2)V,

com−→θ ∈ ℜ3, a corrente conservada ´e: Jaµ= ψγµτ

a

ψ , (2.9)

que corresponde a uma rotac¸˜ao no espac¸o de isospin, portanto dizemos que ´e uma simetria de isospin. Neste caso, ´e uma simetria aproximadamente con-servada, visto que os quarks up e down tˆem massas com valores pr´oximos, mas n˜ao iguais. Se tormarmos o limite mu= md= m, a simetria ´e exata.

Podemos explorar tamb´em a transformac¸˜ao ψ → exp[−iγ5−→τ .−→θ /2]ψ e ψ → exp[iγ5−→τ .

− →

θ /2]ψ referente ao grupo SU (2)A, com

− →

θ ∈ ℜ3. ´E uma simetria aproximada, j´a que s´o ´e verdadeira no limite em que as massas de

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corrente dos quarks ´e nula. A quatidade conservada ser´a:

Jµa= ψγµγ5τaψ . (2.10)

Esta simetria, assim como as outras citadas, ´e compartilhada no mo-delo NJL e nos d´a informac¸˜oes preciosas. Se analisarmos o modo de Golds-tone [10] [11], a quebra espontˆanea de uma simetria global e cont´ınua, acar-reta a existˆencia de b´osons de Goldstone, ou seja part´ıculas n˜ao-massivas de spin zero. No nosso modelo, ´e natural associar estas part´ıculas aos p´ıons, mesmo que num limite aproximado, j´a que sua massa ´e pequena comparada `a massa dos nucleons mπ/MN≈ 0.15.

Ainda h´a outra simetria referente ao grupo U (1)A, pela transformac¸˜ao

ψ → exp[−iγµγ5]ψ e ψ → exp[iγµγ5]ψ. Esta ´e outra simetria que se mantˆem,

mas devido `a incapacidade de associar um b´oson de Goldstone `a teoria, ela acabou se tornando um problema. O problema foi resolvido por t’Hooft, por´em esta simetria n˜ao deve manifestar caracter´ısticas f´ısicas [11].

Mais informac¸˜oes sobre as simetrias da QCD podem ser encontradas nas referˆencias [10] [11]. Podemos escrever que a QCD apresenta as seguin-tes simetrias cont´ınuas:

SU(2)V⊗ SU(2)A⊗U(1)V⊗U(1)A. (2.11)

O modelo NJL assim como a QCD apresenta estas caracter´ısticas, mas falha em incorporar o confinamento, sem a presenc¸a dos gl´uons em seu mo-delo mais simples. ´E poss´ıvel incorporar o comportamento do confinamento via um campo de fundo, atrav´es do Loop de Polyakov [12] [13]. Outro fator que devemos enfatizar ´e que no modelo NJL como veremos mais tarde, esta-mos limitados a uma faixa de energia de at´e ≈ 1GeV , considerado um limite de baixas energias, que ´e dificil de ser explorado pertubativamente na QCD, devido a sua constante de acoplamento ser maior do que 1 neste regime.

2.2 O MODELO DE NAMBU-JONA-LASINIO NO V ´ACUO

A Lagrangiana do modelo em SU(2) ´e dada por: L = ψ iγµ∂µ− ˜m



ψ + G(ψψ)2+ (ψiγ5−→τ ψ )2 , (2.12)

onde, γ s˜ao as matrizes gama de Dirac;−→τ s˜ao as matrizes de Pauli e os cam-pos fermiˆonicos ψ ≡ ψijrotulados como na sec¸˜ao anterior. Por simplicidade, deixaremos as somas de cor e do espac¸o de isospin impl´ıcitas:

(28)

ψ =  ψu ψd  , (2.13)

e suas respectivas massas de corrente, na simetria de isospin, mu= md= m

dadas por: ˜ m=m 0 0 m  . (2.14)

Temos tamb´em dois canais de interac¸˜ao, um escalar respons´avel pela existˆencia de m´esons σ no modelo, e um canal pseudo-escalar, respons´avel pela existˆencia dos p´ıons. A constante de acoplamento G tem dimens˜ao de MeV−2em 3 + 1 dimens˜oes.

O modelo de NJL SU(2) no v´acuo tradicionalmente ´e estudado na Aproximac¸˜ao de Campo M´edio(MFA). Desta maneira, analisar o processo de gerac¸˜ao de massa efetiva dos quarks em quest˜ao fica razoavelmente mais f´acil. Fazendo MFA no modelo, ficamos com:

(ψψ)2≈ 2 hψψi ψψ − hψψi2, (2.15) (ψiγ5τ ψ )2≈ 2 hψiγ5τ ψ i ψ iγ5τ ψ − hψ iγ5τ ψ i2, (2.16) onde podemos definir:

σ ≡ hψ ψ i , (2.17)

− →

π ≡ hψ iγ5τ ψ i , (2.18)

sabendo que h i corresponde ao valor esperado do v´acuo, e portanto, a La-grangiana (2.12) fica, em MFA:

LMFA

NJL = ψ iγµ∂µ− ˜m



ψ + G(2σψψ) − σ2+ 2−→π (ψ iγ5τ ψ ) −−→π2 . (2.19) Por argumentos de simetria por transformac¸˜ao de paridade,−→π = 0, e podemos redefinir o termo de massa da Lagrangiana (2.12) como:

M= m − 2Gσ , (2.20)

e portanto, obtemos:

L = ψ iγµ∂ µ− M

ψ − Gσ2, (2.21)

aqui est´a subentendido que M = MI. Podemos definir as regras de Feynman mais simples para o modelo no espac¸o dos momentos, e que utilizaremos

(29)

neste trabalho:

Figura 3 – Regras de Feynman do modelo NJL SU (2).

Em termos de regras de Feynman, o c´alculo da massa efetiva nada mais ´e do que uma s´erie de Dyson, quando percebemos que:

σ ≡ hψ ψ i = −iTr Z d4p (2π)4 1 / p− M. (2.22)

A equac¸˜ao (2.20) pode ser reescrita como [10]:

M= m + 8GiNcNf

Z d4p

(2π)4

M

p2− M2+ iε, (2.23)

Integrando na vari´avel d p0e colocando em coordenadas esf´ericas,

ob-temos: M= m + 8GNcNfM Z ∞ 0 d p 4π2 |−→p|2 p|−→p|2+ M2. (2.24)

Figura 4 – S´erie de Dyson: Primeiro termo representa o propagador do quark livre somado com um termo de autointerac¸˜ao(Tadpole).

Esta express˜ao, ´e conhecida como a equac¸˜ao de Gap, onde Nc= 3 ´e o

n´umero de cores, Nf = 2 o n´umero de sabores que estamos usando, o Trac¸o

(30)

Dirac. A equac¸˜ao do Gap ´e uma completa analogia `a teoria BCS, e nos d´a o mecanismo de gerac¸˜ao dinˆamica da massa efetiva dos quarks em termos da massa de corrente e de um termo de auto-interac¸˜ao.

A integral da equac¸˜ao (2.23) diverge, essa caracter´ıstica vem devido `a n˜ao renormalizabilidade do modelo. Para tanto, ´e usual escolher um procedi-mento de regularizac¸˜ao, e utilizaremos neste trabalho o 3-momentum Cutoff n˜ao-covariante, de modo a incluir um limite superior Λ [11] nas integrais em d3p que apresentam divergˆencia ultravioleta. Com isto, ganhamos um

parˆametro no nosso modelo al´em de G e m que s˜ao escolhidos de maneira a reproduzir o valor da massa do pion mπ= 135MeV , a constante de

decai-mento do p´ıon fπ = 92.6MeV e do condensado dos quarks hψψi que est´a

associado com a massa de corrente dos quarks m = 5.6MeV [10].

Ao resolver a integral da equac¸˜ao do Gap com 3-momentum Cutoff n˜ao-covariante, obtemos a seguinte express˜ao,

Z Λ 0 d p 4π2 |−→p|2 p|−→p|2+ M2= 1 8π2 " Λ p Λ2+ M2− M2ln Λ + √ Λ2+ M2 M !# , (2.25)

logo, encontramos para a equac¸˜ao do Gap, que deve ser resolvida de forma auto-consistemente: M= m +2GMNfNc 2π2 " Λ p Λ2+ M2− M2ln Λ + √ Λ2+ M2 M !# . (2.26)

Em uma das parametrizac¸˜oes mais utilizadas [10], Λ = 587.9MeV e G= 2.44/Λ2, obtemos resolvendo de forma autoconsitente a soluc¸˜ao n˜ao-trivial M = 400MeV .

2.3 MASSAS DOS M ´ESONS π E σ

Al´em de explorarmos este mecanismo que gera a massa dos quarks, podemos analisar a massa dos m´esons presentes no modelo, estudando o ca-nal escalar respons´avel pela existˆencia de m´eson σ e pseudo-escalar pelos p´ıons. Usando o mesmo m´etodo apresentado [11] [10] podemos aproximar o propagador do m´eson em quest˜ao atrav´es da aproximac¸˜ao de fase aleat´oria ou em inglˆes Random Phase Approximation (RPA). Para tanto, primeiro ana-lisamos uma Lagrangiana efetiva de interac¸˜ao de p´ıons com nucleons:

(31)

Lπ NN= igπ NNψ (x)γ5−→τ .−→π ψ (x). (2.27)

Fazemos ent˜ao uma reinterpretac¸˜ao desta Lagrangiana de interac¸˜ao em termos de quarksLπ NN→Lπ qqe identificando:

− →

τ .−→π = τ+.π++ τ−.π−+ τ3.π3, (2.28) com os operadores π+e π−como operadores de criac¸˜ao e aniquilac¸˜ao, e as matrizes τ±definidas no apˆendice A. Temos ent˜ao:

π±=√1

2(π1∓ iπ2). (2.29)

O nosso diagrama de espalhamento da figura (5), ´e obtido ent˜ao atrav´es das regras de Feynman como feito em [11], onde u, (u) e d, (d) correspondem aos espinores de Dirac dos quarks(anti-quarks); D+F ´e o propagador do π+e gπ qq

´e a constante de acoplamento. [d0

5τ−u][(igπ qq)2]D +

F(k2)[u0iγ5τ+d]. (2.30)

Figura 5 – Espalhamento de quarks up e down mediante troca de um m´eson π+.

O espalhamento da figura (5) pode ser estudado mediante o modelo NJL utilizando a aproximac¸˜ao em RPA, que ´e uma soma de infinitos termos diretos (que corresponde a uma aproximac¸˜ao de Hartree ou aproximac¸˜ao de ordem 1/Nc) de Loops de polarizac¸˜ao quark-antiquark, que pode ser

lem-brado como uma progress˜ao geom´etrica. Nesta aproximac¸˜ao, mesmo n˜ao tendo influˆencia dos gl´uons no modelo, associamos os m´esons atrav´es de es-tados ligados de quark-antiquark [10] [11].

(32)

iUi j(k2) = (iγ5)Ti  2iG + 2iG 1 iΠps(k 2)  2iG+ 2iG 1 iΠps(k 2)  2iG 1 iΠps(k 2)  2iG + ...  (iγ5)Tj ⇒ iUi j(k2) = (iγ5)Ti  2iG 1 − 2GΠps(k2)  (iγ5)Tj, (2.31)

onde Ui j corresponde ao lado esquerdo da figura 6, e Ti= Tj= τ3 s˜ao

ne-cess´arias para gerar π0 e T

i = τ± e Tj = τ∓ para gerar π±. O Loop de

polarizac¸˜ao para o canal pseudo-escalar ´e dado por:

1 iΠps(k 2) = −Z d4p (2π)4Tr[γ5TiiS(p + 1 2k)γ5TjiS(p − 1 2k)], (2.32) E analogamento para o canal escalar:

1 iΠs(k 2) = −Z d4p (2π)4Tr[TiiS(p + 1 2k)TjiS(p − 1 2k)]. (2.33)

Figura 6 – RPA, como uma s´erie de infinitos an´eis de polarizac¸˜ao. Assim, utilizando a express˜ao calculada em RPA, vemos que para ob-termos as massas dos m´esons em quest˜ao, devemos calcular o p´olo de (2.31) quando tivermos para os momentos externos transferidos, k2= m2

π:

1 − 2GΠps(m2π) = 0. (2.34)

Ap´os calcular explicitamente o Loop de polarizac¸˜ao (2.32), obtemos: 1 − 2GΠps(k2) =

m

M+ 4iNcNfk

(33)

onde: I(k2) = Z d4p (2π)4 1 (p2+ m2)((p + k)2+ m2). (2.36) Aplicando k2= m2

π, obtemos para a ´ultima express˜ao:

m2π= −m M

1 4iGNcNfI(m2π)

. (2.37)

No limite em que m = 0, a massa do p´ıon se anula, a simetria quiral ´e reestabelecida e o p´ıon se torna um genu´ıno b´oson de Goldstone. Por´em, os quarks up e down n˜ao tˆem massas de correntes nulas, e neste contexto, os p´ıons s˜ao normalmente chamados de pseudo-b´osons de Goldstone do modelo. E com o mesmo procedimento realizado para os p´ıons, podemos obter a express˜ao para a massa do m´eson σ :

m2σ= 4M2+ m2π. (2.38) Por completeza, podemos analisar a magnitude do acoplamento gπ qq

da express˜ao (2.30) associando-o com o propagador em RPA (2.31), de ma-neira a representarmos uma troca efetiva de m´eson π no espalhamento da figura (5) [10] [11]: DMF = ig 2 Mqq k2− m2 M ,

onde M representa a part´ıcula mediadora da interac¸˜ao efetiva (2.27). Se asso-ciarmos este propagador da nossa interac¸˜ao efetiva com o propagador calcu-lado em RPA, obtemos:

g2Mqq k2− m2 M ≈ 2iG 1 − 2GΠM(k2) ,

associando agora o res´ıduo de DMF que ocorre em k2= m2

M, com o propagador

em RPA(2.31), obtemos para o m´eson π [14]:

g2π qq=  ∂ Πps ∂ k2 −1 |k2=m2 π, (2.39)

e da mesma forma para o m´eson σ :

g2σ qq=  ∂ Πs ∂ k2 −1 |k2=m2 σ. (2.40)

(34)

2.4 CONSTANTE DE DECAIMENTO DO PION NO V ´ACUO

O pion π0decai mediante interac¸˜ao fraca, mediada pelo b´oson Z0. Em baixas energias, somente a corrente vetorial axial contribui para o elemento de matriz que representa o processo de decaimento do π0, devido ao fato de que o p´ıon ter paridade negativa [15]. Pode-se calcular a constante de decaimento do pion, utilizando o elemento de matriz da corrente axial Ji

5µ entre o estado do p´ıon e o v´acuo: D 0 J i 5µ π iE, (2.41)

que equivale a realizar o c´alculo de:

ikµfπ0δi j= − Z d4p (2π)4Tr  iγµγ5 τi 2iS(p + 1 2k)igπ qqγ5τ jiS(p −1 2k)  . (2.42) O c´alculo expl´ıcito est´a na referˆencia [11]. Obtemos para este:

f2

π0= −4iNcMI(0), (2.43)

partir deste resultado, podemos reproduzir a Relac¸˜ao de Gell-Mann-Oakes-Renner [16] [11]:

m2πf2

π0= mM(2G)

−1. (2.44)

Podemos ainda recobrar rapidamente em primeira ordem a relac¸˜ao de-sejada:

m2πfπ20= 1

2(mu+ md) hψψi . (2.45) Usando estes resultados, ´e poss´ıvel obter tamb´em, a n´ıvel de quarks a relac¸˜ao de Goldberger-Treiman [11]: f2 π0g 2 π qq= M 2. (2.46)

(35)

3 NJL SU (2) COM CAMPO MAGN ´ETICO CONSTANTE

Este cap´ıtulo ser´a dedicado a explorar o modelo de NJL SU (2) sob in-fluˆencia de um campo magn´etico externo constante [11] [17] [18] [19] [20]. O tratamento se basear´a em apresentar como a equac¸˜ao do Gap ´e obtida via propagador dos quarks em meio magn´etico na Aproximac¸˜ao de Campo M´edio. Este procedimento pode ser feito de v´arias maneiras diferentes, como o m´etodo de Schwinger-Dyson [21], ou pelo m´etodo de Ritus [22]. Tamb´em vale lembrar que ´e poss´ıvel obter a mesma express˜ao para equac¸˜ao de Gap em meio magn´etico e t´ermico via minimizac¸˜ao do Potencial Grande-Canˆonico [17].

3.1 A LAGRANGIANA DO MODELO NJL COM CAMPO MAGN ´ETICO EXTERNO CONSTANTE

Ao utilizarmos a mesma Lagrangiana (2.1) do cap´ıtulo anterior, po-demos acopla-l´a a um potˆencial quadrivetor Aµ= (φ ,−→A) na QED [2]. Para

isso, adicionamos ao modelo a Lagrangiana do Campo Eletromagn´etico:

L = LNJL+LEM, L = ψ γµ(i∂µ− QqAµ) + ˜m  ψ + G(ψψ)2+ (ψiγ 5−→τ ψ )2 − 1 4F µ νF µ ν, (3.1) via acoplamento m´ınimo, acima teremos a mudanc¸a i∂µ → i∂µ− Q

qAµ =

, que ´e a derivada covariante do modelo. O campo eletromagn´etico ´e

re-presentado por Fµ ν= ∂µAν− ∂νAµ. Os campos ψ e a matriz diagonal com

simetria de isospin ˜ms˜ao definidas como no cap´ıtulo 2. A matriz das cargas Qq´e dada por:

Qq= e 2 3 0 0 −13  , (3.2)

nesta notac¸˜ao, a soma no espac¸o das cores est´a impl´ıcita, visto que que esta-mos usando notac¸˜ao apenas para os ´ındices de sabores.

Aplicando a Aproximac¸˜ao de campo m´edio em (3.1) e seguindo a mes-mas definic¸˜oes feitas no cap´ıtulo 2, obtemos:

(36)

LMFA NJL →LNJLMFA= ψi /D− M  ψ + Gσ2−1 4F µ νF µ ν. (3.3)

Podemos agora escolher um calibre ao nosso gosto, de modo a repro-duzir um campo magn´etico constante em alguma direc¸˜ao espec´ıfica. Nossa escolha ser´a Aµ= δ

µ 2x1B, que corresponde a ∇ ·

− →

A = 0 e ∇ ×−→A =−→B = B ˆe3,

ou seja, um campo magn´etico constante na direc¸˜ao z. Com a equac¸˜ao do Gap, dada como antes:

M= m − 2Gσ = m − 2G hψψi . (3.4)

Como no cap´ıtulo 2, o Trac¸o ´e sobre os espac¸os de sabor, cor e de Dirac. Vamos definir:

iSF(x, x0) ≡0 | T ψ(x)ψ(x0) | 0 , (3.5)

como o propagador de Feynman para um f´ermion na presenc¸a de um campo magn´etico externo, que no nosso caso, ser˜ao os quarks up e down, com T representando o ordenamento temporal que ser´a utilizado na contrac¸˜ao dos espinores [2]. Em termos de diagramas de Feynman, corresponde:

Figura 7 – Em (a), com o tempo indo da esquerda para direita, t0< t, o quark se propagando de x0→ x.Em (b) com t < t0, o anti-quark se propagando de

x→ x0.

Observando a express˜ao (3.5), temos que o valor esperado do v´acuo dado por:

hψψi ≡ lim

x0→x+0 | T [ψ(x)ψ(x

0)] | 0 , (3.6)

que corresponde ao Tadpole da figura (4). Portanto, para prosseguirmos no c´alculo da equac¸˜ao de Gap, precisamos obter as express˜oes para os propa-gadores em meio magn´etico para assim conseguirmos realizar o c´alculo da

(37)

express˜ao (3.4).

3.2 PROPAGADOR DE FEYNMAN EM UM CAMPO MAGN ´ETICO EX-TERNO CONSTANTE

Como pode ser estudado em mais detalhes nas referˆencias [23] [24], pode-se obter a soluc¸˜ao da seguinte equac¸˜ao:

γµ(i∂µ− Qqδµ 2x1Beˆ2) − Mψ (x) = 0, (3.7) que ´e a equac¸˜ao de Dirac do f´ermion n˜ao interagente em meio magn´etico obtida mediante o uso de equac¸˜oes de Euler-Lagrange da express˜ao (3.1).

Mostraremos nesta breve sec¸˜ao, definic¸˜oes importantes referentes `as soluc¸˜oes da equac¸˜ao de Dirac em meio magn´etico.

´

E poss´ıvel encontrar as soluc¸˜oes de energias positivas em uma caixa de volume V = LxLyLz, dada por:

ψn,p(+)2,p3,s(x) =

e−i(Enx0−p2x2−p3x3) p2En(En+ M)LyLz

Un,p(+)2,p3,s(ξ ), (3.8) onde n = 0, 1, 2, 3...; indica os n´ıveis de Landau; p2,p3 s˜ao as

componen-tes do momentum do f´ermion em quest˜ao; Ly,Lz s˜ao as componentes de

normalizac¸˜ao sobre as direc¸˜oes x2e x3, e s = ±1 s˜ao os n´umeros quˆanticos relacionados ao spin; En ´e a energia do quark, que depende dos n´ıveis de

Landau, obtidas atrav´es dos auto-valores da Hamiltoniana dos f´ermions em quest˜ao em um meio magn´etico n˜ao interagente [23], que s˜ao dados por:

En=

q M2+ p2

3+ 2 | Qq| Bn. (3.9)

Os biespinores tˆem valores diferentes para s = ±1:

Un,p(+) 2,p3,s=−1(ξ ) =        0 (En+ M)Vn(ξq(+)) −ip2 | Qq| BnVn−1(ξq(+)) −p3Vn(ξq(+))        , (3.10)

(38)

Un,p(+) 2,p3,s=+1(ξ ) =        (En+ M)Vn−1(ξq(+)) 0 −p3Vn−1(ξq(+)) ip2 | Qq| BnVn(ξ (+) q )        , (3.11)

o estado fundamental ´e n˜ao-degenerado,isto ´e, a soluc¸˜ao s´o existe para s = −1, quando n = 0. A vari´avel ξ(+)´e definida por:

ξq(+)= q | Qq| B  x1+ p2 | Qq| B  . (3.12)

Para n˜ao deixar a notac¸˜ao carregada, definiremos:

ξq(+)≡ ξ(+). (3.13)

As func¸˜oes Vn s˜ao definidas em termos de polinˆomios de Hermite

Hn(ξ ): Vn= (| Qq| B) 1 4 p 2nn!π exp (− ξ2 2 )Hn(ξ ), (3.14) Hn= (−1)neξ 2 dn dξnexp (−ξ 2), (3.15)

com a seguinte normalizac¸˜ao:

Z ∞

−∞| Vn(ξ ) | 2dx

= 1. (3.16)

As soluc¸˜oes de energia negativa s˜ao obtidas trocando os sinais de (3.8)-(3.10)-(3.12) para os valores de En, p2e p3.

No nosso tratamento podemos observar que o quark est´a limitado a se mover livremente apenas na direc¸˜ao z, enquanto realiza ´orbitas quantizadas pelos n´ıveis de Landau n, de raiop2 | Qq| Bn no plano x e y, como ´e

deta-lhado em [23]. O centro do seu pacote de onda gaussiano na direc¸˜ao x ´e dado por −p2

|Qq|Bque pode ser notado pela express˜ao (3.12).

Usando o mesmo procedimento visto em [23] [24], podemos derivar uma express˜ao para o propagador do f´ermion em meio magn´etico, visto que j´a est˜ao obtidas as express˜oes para os espinores ψ. Definindo βq= |Qq|B,

obtemos, aplicando a definic¸˜ao (3.5) para SF(x, x0) no espac¸o de isospin :

SF(x, x0) =

Su(x, x0) 0

0 Sd(x, x0)

 ,

(39)

com Sq(x, x0) = ∞

n=0 Sq,n(x, x0), (3.17)

onde q = u, d; e Sq,ndepende dos n´ıveis de Landau, e ´e dado por:

Sq,n(x0, x) = i 2nn! r βq π exp (−βq (x1)2+ (x01)2 2 ) Z d p 0d p2d p3 (2π)3 × ×exp (−i(p(X − X 0))) k p2k− M2− 2β qn+ iε exp −p 2 2 βq − p2[x1+ x01− i(x2− x02)]  × ×[(pγ)k+ m][Π−Hn(ξ )Hn(ξ0) + 2nΠ+Hn−1(ξ )Hn−1(ξ0)]+ +i2n q βqγ1[Π−Hn−1(ξ )Hn(ξ0) − Π+Hn(ξ )Hn−1(ξ0)]  , (3.18) devemos identificar (a · b)k= a0b0− a3b3, (a · b)⊥= a1b1+ a2b2; j´a que

(p(X − X )0)k= p0(x0− x00) − p3(x3− x03); os projetores Π±s˜ao dadas por:

Π±=

1 2(I ± iγ

1

γ2), (3.19)

com as condic¸˜oes , Π±Π±= Π±e , Π±Π∓= 0, onde I ´e a matriz identidade.

Agora que temos uma express˜ao para o propagador em meio magn´etico, podemos aplicar diretamente na definic¸˜ao da equac¸˜ao do Gap.

3.3 EQUAC¸ ˜AO DO GAP EM MEIO MAGN ´ETICO

Para facilitar o tratamento, vamos considerar a identidade, onde f (±En)

´e uma func¸˜ao arbitr´aria dependente da energia En:

f(±En) 2En e∓i(En(x0−x00))| t≶t0= i 2π Z ∞ −∞ d p0f(p0)e−p0(x 0−x00) p2 k− M2− 2βqn+ iε , (3.20)

aplicando a express˜ao (3.20) no propagador (3.18), realizamos a integrac¸˜ao em d p0. Pela definic¸˜ao do condensado de quarks que temos que calcular para

aplicar na equac¸˜ao de Gap, devemos calcular TrSF(x, x), o que simplifica

(40)

TrSF(x, x) = 1 i q=u,d

tr Z d p 2d p3 (2π)2 1 2 q p23+ M2+ 2β qn × Ω(ξ , ξ ), (3.21)

onde Ω(ξ , ξ ) representa a parte matricial do propagador (3.18) e est´a definido no apˆendice C, que depende de matrizes γ e dos polinˆomios de Hermite,

TrSF(x, x) = 1 iNcq=u,d

Z d p 2d p3 (2π)2 1 2qp23+ M2+ 2β qn × trΩ(ξ , ξ ), (3.22)

realizamos o trac¸o sobre as componentes de cor, o que nos resulta em Nc; o

trac¸o sobre as componentes de sabor nos d˜ao ∑q=u,d, com os ´ındices u, d para

indicar as cargas dos quarks up e down.

O trac¸o que nos resta ´e no espac¸o de Dirac no termo Ω(ξ , ξ ). O trac¸o ´e feito no apˆendice C, e nos fornece:

trΩ(ξ , ξ ) = 2M(Vn,n+Vn−1,n−1), (3.23)

onde:

Vn,n= Vn(ξ )Vn(ξ ), (3.24)

e o nosso propagador fica reescrito como:

TrSn(x, x) = 1 iNcq=u,d

Z d p 2d p3 (2π)2 2M(Vn,n+Vn−1,n−1) 2 q p23+ M2+ 2β qn . (3.25)

Se obervarmos, temos a seguinte integrac¸˜ao no nosso propagador:

Z d p2(Vn,n+Vn−1,n−1) = q βq Z dξ (Vn,n+Vn−1,n−1) q βq, (3.26)

lembrando que ξ ´e definido por (3.12), e utilizando a seguinte mudanc¸a de vari´aveis:

d p2=

q

βqdξ , (3.27)

e pela normalizac¸˜ao dos polinˆomios de Hermite, teremos:

Z

(41)

assim como:

Z

dξVn−1(ξ )Vn−1(ξ ) = βq, ∀ n= 1, 2..., (3.29)

portanto, podemos identificar: βq

Z

dξ (Vn,n+Vn−1,n−1) = βqgn, (3.30)

e definiremos o fator de degenerescˆencia: gn= βq(2 − δn,0).

este resultado reflete uma propriedade importante de estarmos tratando f´ermios em meio magn´etico, o n´ıvel de Landau mais baixo n = 0 ´e o ´unico que n˜ao ´e duplamente degenerado. Portanto obtemos para SF:

iTrSF(x, x) = MNc (2π)2 ∞

n gn

q=u,d βq Z ∞ −∞d p3 1 q p23+ M2+ 2β qn . (3.31)

A express˜ao (3.31) junto com a equac¸˜ao (3.4) nos fornece a equac¸˜ao do Gap em um campo magn´etico externo constante. Esta integral diverge, devido a soma nos n´ıveis de Landau, e devemos ent˜ao regularizar a integral de modo a isolar as divergˆencias.

3.4 REGULARIZAC¸ ˜AO

Antes de regularizar, vamos reescrever a integral (3.31) em uma representac¸˜ao de func¸˜ao Zeta de Rienmann [25]. Para tanto:

iTrSF(x, x) = MNc (2π)2 ∞

n=0q=u,d

βq  2 Z ∞ −∞ d p3 1 En − δn,0 Z ∞ −∞ d p3 1 En  , (3.32) reescrevendo: iTrSF(x, x) = MNc (2π)2

q=u,d βq " 2 ∞

n=0 Z ∞ −∞ d p3 1 En − Z ∞ −∞ d p3 1 E0 # , (3.33)

(42)

e agora, colocando em evidˆenciap2βq En= q 2βq s p2 3+ M2 2βq + n, (3.34)

e aplicando em (3.33), de modo que:

n=0 1 En = ∞

n=0 1 p2βq r p2 3+M2 2βq + n = 1 p2βq ζ (1 2, p23+ M2 2βq ), (3.35)

onde ζ (a, b) ´e a func¸˜ao de Zeta de Rienmann-Hurwitz [25].

iTrSF(x, x) = MNc (2π)2

q=u,d βq " 2 1 p2βq Z ∞ −∞ d p3ζ (1 2, p23+ M2 2βq ) − Z ∞ −∞ d p3 1 E0 # , (3.36)

Agora, usando a seguinte representac¸˜ao de func¸˜ao zeta de Rienmann-Hurwitz [27]:

Z ∞ 0

dyyz−1exp[−κy] coth(αy) = Γ[z]21−zα−zζ (z, κ 2α) − κ

−z, (3.37)

onde Γ[z] ´e a Func¸˜ao Gama [26]. Fazendo ent˜ao, a identificac¸˜ao:

α = |Qq|B ≡ βq, (3.38)

κ = M2+ p23, (3.39)

z=1

2, (3.40)

e portanto, reescrevendo (3.37) resolvida para ζ , obtemos:

ζ (1 2, κ 2α) = 1 Γ[12] Z ∞ 0

dyy−1/2exp(−κy) coth(βqy) + κ−1/2

! 2−12β 1 2 q, (3.41) usando esta express˜ao para iTrSF(x, x), e sabendo que Γ[12] =

(43)

ter: iTrSF(x, x) = MNc (2π)2

q=u,d Z ∞ −∞ d p3  βq √ π Z ∞ 0

dyy−1/2exp(−κy) coth(βqy) + βqκ−1/2  + −βq Z ∞ −∞ d p3 1 E0  , (3.42) os dois ultimos termos se cancelam, e ficamos com:

iTrSF(x, x) = MNc (2π)2√π

q=u,d βq Z ∞ −∞d p3 Z ∞ 0

dyy−1/2exp(−κy) coth(βqy).

(3.43) Usando agora que κ = p23+ M2e integrando em d p

3: Z ∞ −∞ d p3exp(−p23y) = 1 √ y Z ∞ −∞ d pexp(−p2) = r π y, (3.44) a express˜ao (3.43) pode ser reescrita como:

iTrSF(x, x) = MNc (2π)2

q=u,d βq Z ∞ 0

dyy−1exp(−M2y) coth(βqy). (3.45)

Vamos isolar a divergˆencia, percebendo que a expans˜ao de coth βqy

quando βqy 1, nos fornece:

coth(βqy) = 1 βqy +βqy 3 + ..., (3.46) portanto: iTrSF(x, x) = MNc (2π)2

q=u,d βq Z ∞ 0 dyy−1exp(−M2y)  1 βqy +βqy 3 + ...  , (3.47) apenas a primeira integral nos fornece uma divergˆencia e n˜ao depende do campo magn´etico, de modo que ∑q=u,d = Nf. Podemos definir a integral

divergente como: Idiv≡ MNc (2π)2

q=u,d βq Z ∞ 0 dyexp(−M2y) 1 βqy2 , (3.48) reescrevendo iTrSF(x, x):

(44)

iTrSF(x, x) = [iTrSF(x, x) − Idiv] + Idiv= I + Idiv iTrSF(x, x) = MNc (2π)2

q=u,d βq Z ∞ 0 dyexp(−M 2y) y2  ycoth(βqy) − 1 βq  + + MNc (2π)2

q=u,d βq Z ∞ 0 dyexp(−M2y) 1 βqy2 , (3.49)

onde I foi definido como:

I= [iTrSF(x, x) − Idiv] . (3.50)

Agora nosso trabalho est´a em calcular a integral I e regularizar Idiv.

Primeiro calcularemos I.

3.4.1 C´alculo de I

Primeiro, colocaremos nossa express˜ao para I da seguinte forma:

I= lim ε →0 MNc (2π)2

q=u,d βq Z ∞ 0 dyy−2+εexp(−M2y)  ycoth(βqy) − 1 βq  . (3.51)

Utilizaremos novamente a representac¸˜ao de func¸˜ao ζ de Hurwitz-Rienmann, com z = ε, κ = M2e α = βq, assim como a func¸˜ao Gama, definida em (B.12)

de modo a obtermos: I= lim ε →0 MNc (2π)2

q=u,d βq1−ε   Γ[ε ] 2 1−ε ζ  ε ,M 2 2βq  − M 2 βq −ε! − Γ[−1 + ε ]  M2 βq −1+ε   , (3.52) neste ponto, ´e interessante utilizarmos as seguintes identidades (B.4) at´e (B.10) do apˆendice B:

(45)

I= lim ε →0 MNc (2π)2

q=u,d βq1−ε  (1 ε− γE)2(1 − ln 2ε)(ζ (0, xq) + ζ 0 (0, xq)ε) − (1 − ln(2xq)ε)] +( 1 ε+ 1 − γE)2xq(1 − ln(2xq)ε)  , (3.53) onde xq= M 2

2βq. Ap´os realizar o c´alculo alg´ebrico expl´ıcito, obtemos:

I=MNc 2π2

q=u,d βq  ln Γ[xq] − 1 2ln 2π − 1 2ln xq(2xq− 1) + xq  . (3.54) 3.4.2 C´alculo de Idiv

Podemos relacionar esta integral com a express˜ao (2.26) obtida no cap´ıtulo 2 para a equac¸˜ao do Gap, onde o limite superior das integrac¸˜oes foi colocado como Λ devido a divergˆencias ultravioletas naturais do modelo. Assim, no cap´ıtulo 2, para obtermos uma express˜ao do Gap no v´acuo, de-ver´ıamos calcular a seguinte integral:

M= m − 8GNcNfM Z ∞ 0 d p 2π2 |−→p|2 p|−→p|2+ M2. (3.55)

Utilizando a seguinte representac¸˜ao de func¸˜ao da func¸˜ao Beta, B(x, y) [26] : Z ∞ 0 dxxµ −1(1 + x2)ν −1=1 2B µ 2, 1 − ν − µ 2  , (3.56)

e sabendo que a func¸˜ao Beta pode ser dada em termos de func¸˜oes Gama: B(x, y) =Γ[x]Γ[y]

Γ[x + y], (3.57)

´e poss´ıvel ent˜ao reescrever a integral de (3.55):

M2 2(2π)2B  3 2, −1  = 1 (2π)2 Z ∞ 0 |−→p|2d p p|−→p|2+ M2 = lims→0 Γ[−1 + s] (M−2)−1+s2. (3.58) A Integral Idiv pode ser escrita tamb´em como uma representac¸˜ao de

(46)

func¸˜ao Γ, visto que: Idiv= MNc (2π)2

q=u,d Z dyexp(−M2y)1 y2= MNc (2π)2M−2

q=u,d Z ∞ 0 duexp(−u)1 u2 = lim s→0 MNc (2π)2

q=u,d Γ[−1 + s] (M−2)−1+s. (3.59) Portanto, acabamos mostrando que a contribuic¸˜ao dada pela Integral Idiv ´e a mesma que seria obtida, no caso onde o campo magn´etico B = 0.

A partir daqui, escolheremos o m´etodo de regularizac¸˜ao do 3D Cutoff n˜ao-covariante como feito no cap´ıtulo 2.

Idiv= MNc (2π)2

q=u,d 2 Z Λ 0 |−→p|2d p p|−→p|2+ M2, (3.60)

que, como visto no cap´ıtulo 2, o c´alculo desta integral nos fornecer´a:

Idiv= MNcNf 2π2 Λ p Λ2+ M2− M2ln " Λ + √ Λ2+ M2 M #! , (3.61)

neste termo de v´acuo, ∑q=u,d → Nf j´a que n˜ao h´a soma propriamente nas

cargas, como deveria ser.

Portanto, a equac¸˜ao do Gap deve ser:

M= m +2GMNfNc 2π2 Λ p Λ2+ M2− M2 " Λ + √ Λ2+ M2 M #! + +

u,d 2GMNc |Qq|B 2π2  ln Γ[xq] − 1 2ln 2π + xq− 1 2(2xq− 1) ln xq  . (3.62)

Portanto, conseguimos o mesmo resultado j´a obtido na literatura atrav´es do formalismo de Func¸˜oes de Green dos quarks em meio magn´etico. Como veremos no cap´ıtulo 5, esta equac¸˜ao ´e resolvida de maneira autoconsistente para M, e obtemos como resultado o interessante fenˆomeno da Cat´alise Magn´etica.

(47)

4 EXCITAC¸ ˜OES MES ˆONICAS EM MEIO MAGN ´ETICO

Neste cap´ıtulo, daremos seguimento a an´alise do modelo NJL SU (2) sob a influˆencia de um campo magn´etico constante na Aproximac¸˜ao de Campo M´edio, e calcularemos as massas dos m´esons neutros π0e σ , assim como a constante de decaimento do p´ıon neutro fπ0.

4.1 AN ´EIS DE POLARIZAC¸ ˜AO EM RPA

Utilizaremos o mesmo m´etodo do cap´ıtulo 2 para calcular as massas dos m´esons, por´em, os propagadores agora ser˜ao aqueles calculados em meio magn´etico como no cap´ıtulo 3. Entretanto, para facilitar os c´alculos, ´e ´util mudar da representac¸˜ao do propagador iSF(x, x0) em termos de polinˆomios

de Hermite do cap´ıtulo 3 para uma representac¸˜ao em termos de polinˆomios de Laguerre como visto no apˆendice B pelas transformac¸˜oes (B.13),(B.14) e (B.15). Com estas mudanc¸as, o nosso propagador se torna:

Sq(x, x0) = ∞

n=0 eiΦ(x,x0)qS n(x − x0), (4.1)

onde separamos o propagador em um termo dependente do calibre e da carga que quebra a simetria translacional, e um termo invariante por esta mesma simetria, e portanto: Sn(Z) = iβq 2πexp  −βq 4 Z 2 ⊥ Z d2p k (2π)2 e(ip·Z)k p2k− M2− 2β qn . h (pγ)k+ M i Π−Ln  βq 2 Z 2 ⊥  + Π+Ln−1  βq 2 Z 2 ⊥  +2in(Z · γ⊥) Z2 ⊥  Ln  βq 2 Z 2 ⊥  − Ln−1  βq 2Z 2 ⊥  . (4.2)

Vamos indicar tamb´em Z = x − x0, de modo que Z2

k= (Z02− Z23) e Z⊥2= (Z12+

Z22); Ln(x) s˜ao polinˆomios de Laguerre definidos por:

Ln(x) = 1 n!e x dn dxn x ne−x , (4.3)

(48)

Φ(x, x0)q= −

βq

2(x

1+ x10)(x2− x20), (4.4)

este fator quebra a invariˆancia translacional e de calibre. Por´em, para os nos-sos prop´ositos, como discutido em [23], esta fase n˜ao ser´a um problema.

Como utilizaremos a aproximac¸˜ao em RPA, deveremos calcular a polarizac¸˜ao pr´opria π0dos quarks. Para tanto, deveremos utilizar uma representac¸˜ao no espac¸o das coordenadas [11].

1 iΠps(k

2) =Z d4(x − x0

)Tr[γ5TiiS(x, x0)γ5TjiS(x0, x)]eik(x−x

0) , (4.5) no caso do π0, Ti= Tj= τ3, obtemos: 1 iΠps(k 2) =

n=0 ∞

m=0q=u,d

Z

d4Ze−ik·Ztr[γ5i ˆSn,q(Z)γ5i ˆSn,q(−Z)]eiΦ(x,x

0) qeiΦ(x0,x)q, ⇒1 iΠps(k 2) =

n,m=0q=u,d

Z d2Z⊥ (iβq)2 (2π)2e  −βq2Z2Z d2Zk × Z d2p k (2π)2 Z d2p 0 k (2π)2 ei[Z(p 0 −p)]k

e−ik·Ztrhiγ5Ξ( pk, Z⊥)iγ5Ξ( p0k, −Z⊥)

i [p02

k− M2− 2βqm][p2k− M2− 2βqn]

,

(4.6) como ´e discutido em [23], os fatores de fase na express˜ao acima simplificam-se eiΦ(x,x0)eiΦ(x0,x)= 1. E vale ressaltar, que o trac¸o Tr ´e sobre o espac¸o de isospin, e o trac¸o tr ´e sobre as componentes de cor e de Dirac.

Podemos perceber que d4Z= d2Z

kd2Z⊥, e tamb´em que e−ik·Z= ei(k·Z)⊥e−i(k·Z)k,

e assim observar que podemos integrar em d2Zkas exponenciais em ei[Z·(p

0

−p)]ke−i(k·Z)k de modo a obtermos func¸˜oes Delta de Dirac:

Z

d2Zkei[Z(p

0

−p−k)]k

= (2π)2δ2(p0− p − k)k, (4.7)

(49)

1 iΠps(k 2) =

n,m=0q=u,d

Z d2Z⊥ (iβq)2 (2π)2e  −βq2Z2 e−(Z·k)⊥(2π)2δ2(p0− p−k) k × Z d2p k (2π)2 Z d2p 0 k (2π)2 tr h iγ5Ξ( pk, Z⊥)iγ5Ξ( p0k, −Z⊥) i [p02 k − M2− 2βqm][p2k− M2− 2βqn] ,

definindo que Ξ(p0k, Z⊥) como a parte matricial do propagador (4.2); e

defi-nimos p0k2= (p0+ k0)2− (p3+ k3)2. Realizando o c´alculo do trac¸o em (4.6),

obtemos como pode ser visto no apˆendice C:

tr[iγ5Ξ( pk, Z⊥)iγ5Ξ( p0k− Z⊥)] = − 2Nc[M2− p0(p0+ k0) + p3(p3+ k3)]  Ln  βq 2 Z 2 ⊥  Lm  βq 2 (−Z) 2 ⊥  − 2Nc[M2− p0(p0+ k0) + p3(p3+ k3)]  Ln−1  βq 2 Z 2 ⊥  Lm−1  βq 2 (−Z) 2 ⊥  − Nc 16 Z2  βq 2 Z 2 ⊥ 2 L0n  βq 2 Z 2 ⊥  L0m  βq 2 (−Z) 2 ⊥  , (4.8) onde: L0n(u) = d duLn(u), (4.9)

Ao utilizarmos (4.8) em (4.6), devemos realizar algumas integrac¸˜oes, que s˜ao feitas no apˆendice F. Teremos como resultado:

1 iΠps(k 2) = Nc

q=u,d 2βq ∞

n=0 gn Z d2p k (2π)3 [−M2+ p 0(p0+ k0) − p3(p3+ k3) − 2βqn] [p2 k− M2− 2βqn][p 02 k− M2− 2βqn] , (4.10) separando em frac¸˜oes parciais :

(50)

1 iΠps(k 2) =

n=0 gn

q=u,d 2βqNc Z d2p k 2(2π)3 1 p2k− M2− 2β qn + 1 p0k2− M2− 2β qn ! − ∞

n=0 gn

q=u,d 2βqNc  k2 0 2 − k23 2 Z d p k (2π)3 1 [p2 k− M2− 2βqn][p 02 k − M2− 2βqn] . (4.11) A segunda integral, denominaremos:

In(k2) = Z d2pk 1 [p2k− M2− 2β qn][p 02 k− M2− 2βqn] . (4.12)

Utilizando a representac¸˜ao integral da Parametrizac¸˜ao de Feynman [2]: 1 AB= Z 1 0 dx 1 [xA + (1 − x)B]2, (4.13)

podemos representar esta integral Incomo:

Z d2pk 1 [p2 k− M2− 2βqn][p 02 k− M2− 2βqn] = Z 1 0 dx Z d2pk 1 [p2k+ x(1 − x)(k2k) − M2− 2β qn]2 , (4.14)

foram feitas as seguintes mudanc¸as de vari´aveis para obtermos a express˜ao acima [28]:

A= (p + k)2k− M2− 2βqn,

B= p2k− M2− 2βqn,

e ap´os feitas estas mudanc¸as, a seguinte substituic¸˜ao pode ser feita: pk= pk+ kkx,

e ent˜ao, basta fazer pk→ pk.

Definindo agora x(1 − x)(kk2) − M2= M2(k

(51)

In(k2) = Z 1 0 dx Z d2pk 1 [p2 k− M2(kk) − 2βqn]2 , (4.15) e portanto: 1 iΠps(k 2) =

n=0 gn2

q=u,d βqNc Z d2p k (2π)3 1 p2k− M2− 2β qn − k 2 k 2(2π)3In(k 2) ! . (4.16) Identificandok 2 0 2− k23 2 = k2k 2.

Na primeira integral da equac¸˜ao (4.16), podemos resolvˆe-la na vari´avel p0, fazendo primeiramente uma rotac¸˜ao de Wick p0→ −ip(0,E):

−i Z d p (0,E)d p3 (2π)3 1 ˜ p2k− M2− 2β qn , (4.17)

observando que o indice E ´e para indicar nossa mudanc¸a para o espac¸o 4-Euclidiano, e ˜p2k= −p2 (0,E)− p23, portanto: i Z d p(0,E) 1 p2k+ M2+ 2β qn = iπq 1 p23+ M2+ 2β qn . (4.18)

Ao calcular a equac¸˜ao de Gap para os quarks no modelo NJL em meio magn´etico, chegamos em (3.31): − M − m0 2MG  =

n=0 gn

q=u,d 2βqNc 2(2π)2 Z d p3 1 q p2 3+ M2+ 2βqn , (4.19)

que ´e exatamente a primeira integrac¸˜ao que temos em (4.16) usando (4.18). Usando este resultado:

1 iΠps(k 2) = −i M − m0 2MG  −

n=0 gn

q=u,d 2βqNc k2k 2(2π)3In(k 2), (4.20)

e aplicando a condic¸˜ao 1 − 2GΠps(m2π) = 0, onde k 2

k= m2πpodemos

(52)

m2π(B) = − m0 M(B)

(2π)3

∑n=0gn∑q=u,di2GβqNcIn(m2π)

. (4.21)

Agora, para calcularmos o comportamento da massa do π0em meio

magn´etico, devemos calcular a integral Inque ´e uma integral que diverge

de-vido a presenc¸a dos n´ıveis de Landau. Para tanto, utilizando um procedimento semelhante ao realizado no cap´ıtulo 3 para a o c´alculo da massa efetiva dos quarks em meio magn´etico, podemos regularizar esta integral, e escolhere-mos novamente o 3-momentum Cutoff para regularizar In, como ´e discutido

no apˆendice H. In= iπ βq Z 1 0 dx " −ψ M 2(m π) 2βq + 1 ! + βq M2(m π) ! + ln M 2(m π) 2βq ! +2   Λ q Λ2+ M2(m π) − sinh−1 Λ M2(m π)    , (4.22)

onde ψ ´e a func¸˜ao Poligama [26]. O ´ultimo termo de (4.22), como ´e comen-tado no apˆendice H reflete a contribuic¸˜ao do v´acuo ao modelo. A massa do m´eson σ ´e calculada de acordo com o mesmo procedimento, a diferenc¸a est´a apenas no c´alculo dos trac¸os devido `a definic¸˜ao (2.33) do cap´ıtulo 2. Para o m´eson σ , obtemos:

m2σ(B) = 4M2(B) + m2

π0(B), (4.23)

an´aloga `a express˜ao obtida para o v´acuo no cap´ıtulo 2. ´

E possivel ainda realizar os mesmos c´alculos utilizando uma aproximac¸˜ao em que p0k2≈ p2

knas integrais In, como ´e feito em [11] [29]. Assim ´e poss´ıvel

mostrar que h´a pouca a diferenc¸a para o caso em que se leva a aproximac¸˜ao para o caso real que ´e feito de maneira autoconsistente. O resultado ´e mos-trado no pr´oximo cap´ıtulo e o c´alculo ´e apresentando no apˆendice G.

4.2 A CONSTANTE DE DECAIMENTO DO PION EM MEIO MAGN ´ETICO

Seguindo o mesmo procedimento do cap´ıtulo 2, ´e poss´ıvel realizar o c´alculo da constante de decaimento do p´ıon neutro, e assim podemos verifi-car se as relac¸˜oes de Gell-Mann Oakes Renner e de Treiman-Goldeberger se preservam. ´E um c´alculo muito semelhante ao realizado para a massa do p´ıon

(53)

neutro, onde a principal mudanc¸a se encontra no c´alculo do trac¸o. Seguindo a express˜ao (2.42) do cap´ıtulo 2 para o elemento de matriz, obtemos:

f2 π0(B) = −i ∞

n=0 gn

u,d βq (2π)3NcM 2I(0), (4.24)

onde I(0) ≈ I(m2π) e podemos utilizar o resultado (4.22) da sec¸˜ao anterior. Se relacionarmos fπ0 com a massa do p´ıon mπ0, vemos que a relac¸˜ao de Gell-Mann-Oakes-Renner se preserva em meio magn´etico:

m2 π0(B) f 2 π0(B) = 1 2(Mu+ Md) hψψi , (4.25) ou seja, deve reproduzir o comportamento do condensado de quarks em meio magn´etico. A relac¸˜ao de Treiman-Goldeberger tamb´em se preserva:

f2

π0(B)g 2

π qq(B) = M

2(B), (4.26)

onde g2π qq(B) ´e a constante de acoplamento do espalhamento de quarks up e downmediante a troca de um m´eson π0sob influˆencia de um campo magn´etico

externo constante que ´e definido por:

g2π qq=  ∂ Πps ∂ k2 −1 |k2=m2 π (4.27)

De maneira an´aloga como calculado no cap´ıtulo 2, por´em agora gπ qq

(54)
(55)

5 RESULTADOS NUM ´ERICOS

Neste cap´ıtulo apresentaremos os resultados num´ericos a partir das express˜oes obtidas nos cap´ıtulos 3 e 4, que s˜ao as massas efetivas dos quarks em meio magn´etico, resultados j´a conhecidos na literatura, por´em calculados por m´etodos diferentes dos nossos, as massas dos π0 e σ , assim como a

constante de decaimento fπ0em meio magn´etico.

5.1 PARAMETRIZAC¸ ˜OES

O modelo de NJL SU (2) depende de trˆes parˆametros, que s˜ao escolhi-dos de modo a reproduzir quantidades fenomenol´ogicas como discutido no cap´ıtulo 2. Basicamente, a n´ıvel de comparac¸˜ao, estaremos interessados em um conjunto de quatro parametrizac¸˜oes [10]:

set Λ(MeV ) GΛ2 m(MeV) M(MeV) huui1/3

1 664, 3 2,06 5,0 300 -250,8

2 587, 9 2,44 5,6 400 -240,8

3 569, 3 2,81 5,5 500 -242,4

4 568, 6 3,17 5,1 600 -247,5

Tabela 1 – Parametrizac¸˜oes

5.2 A CAT ´ALISE MAGN ´ETICA

Escolhendo o set 2 da tabela, podemos estudar o fenˆomeno da Cat´alise Magn´etica. No cap´ıtulo 3, encontramos a equac¸˜ao do Gap para os quarks em meio magn´etico, e esta deve ser resolvida autoconsistemente para cada valor de campo magn´etico. O nosso c´alculo, envolveu a utilizac¸˜ao da func¸˜ao de Green dos quarks em meio magn´etico, de modo que, na Aproximac¸˜ao de Campo M´edio, obtemos como deveria esperar-se o mesmo resultado obtido quando utiliza-se o potencial efetivo [17]. No sistema de unidades naturais, utilizaremos como unidade para [eB] = MeV2, que ser´a dado em frac¸˜oes da massa do π0, mπ= 140MeV no v´acuo.

Na figura (8), vemos que, para campos fracos, a massa dos quarks sobe basicamente de forma quadr´atica, e para campos fortes, a massa se comporta

(56)

de forma praticamente linear.

Espera-se, de forma qualitativa, que a ligac¸˜ao entre os quarks fique mais intensa a medida que o campo magn´etico fique mais intenso, ou seja, o campo magn´etico fortalece a quebra da simetria quiral. Isso se d´a, pois o condensado de quarks, que temos na equac¸˜ao de Gap ´e formado por um par quark-antiquark, que tˆem cargas e spins opostos. Desta maneira os seus momentos magn´eticos apontam na mesma direc¸˜ao, podendo-se alinhar com o campo magn´etico, fortalecendo a ligac¸˜ao, o contr´ario do que ocorre no Efeito Meissner [30], j´a que o par de Cooper ´e composto por dois el´etrons, com spins opostos e mesma carga, e portanto os seus momentos magn´eticos est˜ao anti-alinhados. 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 M[MeV] eB/mπ0 2 M[MeV] x eB/mπ0 2 Set-2

Figura 8 – Fenˆomeno da cat´alise magn´etica, para a parametrizac¸˜ao 2 da tabela 1.

5.3 EXCITAC¸ ˜OES MES ˆONICAS

As express˜oes para as massas dos m´esons πo e σ foram calculadas

no cap´ıtulo 4. Continuamos a utilizar as func¸˜oes de Green para os quarks em meio magn´etico no c´alculo dos An´eis de Polarizac¸˜ao (RPA), e utilizando a t´ecnica usual de regularizac¸˜ao, conseguimos eliminar as divergˆencias que

(57)

aparecem devido `as somas nos n´ıveis de Landau. Utilizando o conjunto de parametrizac¸˜oes da tabela 1, e resolvendo de forma autoconsistente, de modo a utilizarmos os valores das massas dos quarks em meio magn´etico, obtemos os resultados mostrados na figura (9).

110 115 120 125 130 135 140 145 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 m π0 eB/mπ0 2 mπ0 x eB/mπ0 2 Set-1(autoconsistente) Set-2(autoconsistente) Set-3(autoconsistente) Set-4(autoconsistente)

Figura 9 – Conjunto de soluc¸˜oes autoconsistentes para a massa do π0em meio magn´etico, utilizando as parametrizac¸˜oes da tabela 1.

Vemos na figura (9) que, embora o m´ınimo seja diferente para cada parametrizac¸˜ao, o campo magn´etico referente ao m´ınimo pouco se desloca. Ainda ´e interessante ressaltar que, quando o campo magn´etico alcanc¸a regi-mes pr´oximos ou acima do cutoff Λ do modelo, a massa do m´eson π0passa a sofrer uma poss´ıvel cat´alise magn´etica. Resultado este que entra em con-traste com [20], que, logo ap´os alcanc¸arem o regime acima de cerca 700MeV a massa do π0passa a ser negativa(comportamento taquiˆonico).

No c´alculo apresentado no cap´ıtulo 4, realizamos a parametrizac¸˜ao de Feynman, para resolver as integrais In. Embora, seja o m´etodo correto, uma

aproximac¸˜ao pode ser tomada, como ´e feito em [11] e [29], na qual tomamos p0k2= p2. Com esta aproximac¸˜ao, o c´alculo n˜ao se torna mais autoconsistente.

De modo a comparar os dois m´etodos, obtemos a figura (10):

Os resultados para a massa do π0est˜ao qualitativamente de acordo com o resultado apresentado por [31] , e pelos resultados da rede [32], onde

(58)

110 115 120 125 130 135 140 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 mπ 0 eB/mπ0 2 mπ0 x eB/mπ0 2 Set-1 Set-1(autoconsistente)

Figura 10 – Comparac¸˜ao entre o m´etodo autoconsistente e a aproximac¸˜ao p0k2≈ p2(n˜ao auto-consistente), utilizando o set 1.

afirma-se que a estrutura interna do π0deve sofrer influˆencia do campo magn´etico, em especial, uma cat´alise magn´etica ap´os o campo magn´etico ter ultrapassado 1GeV2, embora seja necess´ario adicionar outras interac¸˜oes aos diagramas em RPA. Este resultado est´a em contraste com o obtido por [11] [29], devido ao m´etodo de regularizac¸˜ao utilizado, onde o π0basicamente n˜ao sofre inflˆencia do campo magn´etico.

Por fim, podemos apresentar a massa do m´eson σ na figura (11), e a constante de decaimento do fπ0, como calculada no cap´ıtulo 4 ´e apresentada na figura (12). Para baixos campos magn´eticos, fπ0 apresenta o resultado da figura (13) que demonstra boa concordˆancia com o resultado apresentado por [33], como ilustra a figura (14).

A massa do m´eson σ sofre uma intensa cat´alise magn´etica. Pela ex-pres˜ao (4.23) vemos que, sua massa ´e expressa em termos da massa do π0e

da massa dos seus quarks constituintes. Se buscarmos o limite quiral, em que mπ0= 0, vemos que toda a sua massa ´e devido a cat´alise magn´etica sofrida pelos seus quarks internos. O resultado semelhante ´e obtido por [29].

A partir do c´alculo apresentado para o acoplamento gπ qq, obtemos as

(59)

800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 m σ eB/mπ0 2 mσ x eB/mπ0 2 Set-2(autoconsistente)

Figura 11 – Massa do m´eson σ , sua massa sofre cat´alise mediante um campo magn´etico, onde utilizamos o set 2.

mos uma n´ıtida diferenc¸a dos valores de gπ qqde acordo com a parametrizac¸˜ao

utilizada, embora o comportamento qualitativo das curvas esteja de acordo com o resultado apresentado em [11].

(60)

90 100 110 120 130 140 150 160 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 fπ 0 eB/m π0 2 fπ0 x eB/mπ0 2 Set-2

Figura 12 – Constante de decaimento do π0.

Figura 13 – Constante de decaimento do π0para campos magn´eticos baixos,

(61)

Figura 14 – Constante de decaimento do π0 para campos magn´eticos bai-xos, a partir do resultado apresentado em [33], onde Fπ= 93MeV ´e o valor

escolhido pelo autor para a constante de decaimento no v´acuo. A curva pon-tilhada reprsenta o limite quiral da teoria onde Mπ = 0. A linha cont´ınua

(62)

Figura 15 – Acoplamento efetivo gπ qqsob influˆencia de um campo magn´etico

Referências

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