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RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO

PACTE.(S) :JOSÉ RENATO GRANADO FERREIRA

IMPTE.(S) :ALEXIS LEMOS COSTA

IMPTE.(S) :ANTONIO CARDOSO DA SILVA NETO

COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DECISÃO

HABEAS CORPUS – LIMINAR – PROCESSO-CRIME – DILIGÊNCIA – AUSÊNCIA DE ACOLHIDA – DEFERIMENTO.

1. O Gabinete prestou as seguintes informações:

Habeas impetrado pela defesa de José Renato Granado Ferreira, réu nas Ações Penais nº 2007.51.01.804.865-5 (Operação Furacão 2) e 2007.51.01.807604-3 (Operação Furacão 4), em tramitação na Sexta Vara Federal Criminal da Circunscrição Judiciária do Estado do Rio de Janeiro, nas quais se apura o envolvimento de diversas pessoas com a exploração ilegal de bingos e caça-níqueis.

Sustentam os impetrantes que formalizaram, no Supremo, o Habeas Corpus nº 100.988/RJ contra o ato mediante o qual, em 23 de setembro de 2009, a ministra Laurita Vaz, relatora do Habeas Corpus nº 148.248/RJ no Superior Tribunal de Justiça, indeferiu o pedido liminar buscando o trancamento dos processos reveladores das referidas ações penais.

Em 14 de outubro de 2009, Vossa Excelência acolheu o pleito de concessão de medida acauteladora formulado no

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prolatada no Habeas Corpus nº 148.248-RJ, em curso no Superior Tribunal de Justiça – que, de modo algum, fica prejudicado com este pronunciamento -, os Processos-Crime nº 2007.51.01.804865-5 e 2007.51.01.807604-3, em tramitação na 6ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Rio de Janeiro”.

A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, em 13 de setembro de 2011, indeferiu a ordem no Habeas Corpus nº 148.248/RJ, consignando, em síntese, estar devidamente fundamentada a decisão do Juízo que implicou o não acolhimento do pedido de diligências na fase do artigo 499 do Código de Processo Penal.

Em decorrência do exame de mérito da referida impetração, deu-se prosseguimento às ações penais a que o paciente responde no Juízo Federal.

Na sessão realizada em 15 de maio de 2012, a Primeira Turma do Supremo, por maioria, vencido Vossa Excelência, declarou prejudicada a ordem no Habeas Corpus nº 100.988/RJ, no qual se pleiteava a superação do óbice do Verbete nº 691 da Súmula do Supremo.

Afirmam os impetrantes que esse julgamento deu ensejo à presente ordem, pois o entendimento da maioria dos Ministros da Primeira Turma foi no sentido de que a decisão de mérito no Habeas Corpus nº 148.248/RJ, do Superior Tribunal de Justiça, desafiaria nova impetração.

Reiterando os argumentos anteriormente expostos no Habeas Corpus nº 100.988/RJ, sustentam haver o Juízo da Sexta Vara Criminal da Circunscrição Judiciária Federal do Estado do Rio de Janeiro cerceado o direito de defesa do paciente ao indeferir injustificadamente, na fase do artigo 499 do Código de Processo Penal, o pedido de diligência no sentido de questionar-se às concessionárias de telefonia e aos servidores de

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comunicação telemática sobre o recebimento e eventual resposta do Juízo Criminal relativamente aos ofícios expedidos à Vivo, Claro, Nextel, Oi/Telemar, Telemar/Velox, Hotmail/Microsoft e Tim. Afirmam que, nas decisões proferidas no Tribunal Regional Federal da 2ª Região e no Superior Tribunal de Justiça, foi mantida a apontada ilegalidade cometida no primeiro grau. Ressaltam ser de fundamental importância para a defesa a realização da citada diligência, porquanto necessária ao controle da lisura das interceptações telefônicas deferidas pelo Juízo. Argumentam haver identidade entre este caso e o discutido no Habeas Corpus nº 99.646/RJ, merecendo entendimento idêntico ao adotado por Vossa Excelência na apreciação do pedido liminar.

Requerem a concessão de medida acauteladora para suspender o curso das Ações Penais nº 2007.51.01.804.865-5 (Operação Furacão 2) e 2007.51.01.807604-3 (Operação Furacão 4), na Sexta Vara Federal Criminal da Seção Judiciária Federal do Rio de Janeiro, até o julgamento definitivo do habeas. No mérito, buscam seja determinada ao referido Juízo a realização da diligência.

Adiantando-se à vinda da resposta às informações solicitadas por Vossa Excelência no despacho de 14 de junho de 2012, os impetrantes apresentam cópias das decisões em que se indeferiram os pedidos de diligência formulados pela defesa do paciente.

O habeas encontra-se concluso para exame do pleito de concessão de medida acauteladora.

2. No Habeas Corpus nº 100.988, declarado prejudicado pela ilustrada maioria, cheguei a confeccionar voto deferindo a ordem. As razões lançadas servem ao acolhimento do pedido de concessão de medida acauteladora para suspender, até a decisão final deste habeas, os

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Processos-Crime nº 2007.51.01.804.865-5 e 2007.51.01.807.604-3, em tramitação na Sexta Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Rio de Janeiro. Eis o que consignei:

[...]

Ao deferir a medida acauteladora, fiz ver: [...]

2. No Habeas Corpus nº 99.646-0/RJ, prolatei a seguinte decisão:

[...]

2. Reitero o que venho sustentando sobre a necessidade de compatibilizar-se o Verbete nº 691 da Súmula do Supremo com a Constituição Federal:

O habeas corpus, de envergadura constitucional, não sofre qualquer peia. Desafia-o quadrDesafia-o a revelar cDesafia-onstrangimentDesafia-o ilegal à liberdade de ir e vir do cidadão. No ápice da pirâmide das normas jurídicas, situa-se a Carta Federal e assim há de ser observada. Conforme tenho proclamado, o Verbete nº 691 da Súmula desta Corte não pode ser levado às últimas consequências. Nele está contemplada implicitamente a possibilidade, em situação excepcional, de se admitir a impetração contra ato que haja resultado no indeferimento de medida acauteladora em idêntica medida – Agravo Regimental no Habeas Corpus nº 84.014-1/MG, por mim relatado na Primeira Turma e cujo acórdão foi publicado no Diário da Justiça de 25 de junho de 2004. É esse o enfoque que

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torna o citado verbete compatível com o Diploma Maior, não cabendo extremar o que nele se contém, a ponto de se obstaculizar o próprio acesso ao Judiciário, a órgão que se mostre, dados os patamares do Judiciário, em situação superior e passível de ser alcançado na seqüência da prática de atos judiciais para a preservação de certo direito.

No caso, há o curso de ação penal a partir de pronunciamento do Judiciário a implicar, ao primeiro exame, transgressão do devido processo legal presente a fase do artigo 499 do Código de Processo Penal. É que, buscando definir a legitimidade, ou não, de interceptação telefônica, requereu-se a remessa de ofícios a empresas de telefonia. O pleito, consideradas as diligências viabilizadas no citado artigo, foi até mesmo deferido pela proficiente Juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, que registrou (folha 2319 do apenso 1):

Quanto aos requerimentos formulados pela defesa de ALEXIS, indefiro a reiteração de ofício ao INC, em vista da resposta de fls. 1907. Reiterem-se os ofícios às operadoras de telefonia, como requerido.

Ora, incumbia, ante os questionamentos visando a elucidar dados sobre as interceptações telefônicas, mormente a envolverem o fator tempo presente a autorização judicial, dar sequência ao que já determinado. Entrementes, veio à balha decisão reconsiderando, sem base maior nos elementos já coligidos, o que consignado anteriormente. Daí as impetrações sucessivas, valendo notar que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região, desconhecendo os

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limites do acesso às informações, acabou por transferir à defesa as providências perante as empresas de telefonia, o que bem revela inexistentes, no processo-crime, os esclarecimentos pretendidos na fase de diligências do artigo 499 do Código de Processo Penal. Eis o trecho do acórdão proferido (folhas 276 e 277 do apenso 2):

Na verdade o processo contém as decisões sobre as interceptações e as datas em que foram proferidas. Basta que a defesa obtenha, em seu interesse, das operadoras, os extratos das ligações do paciente, para comparar e verificar se no período não há registro de comunicações com os telefones que constam do resultado da medida de interceptação.

Essa é a melhor forma de provar que os diálogos eventualmente foram forjados, de modo a inocentar o paciente das acusações que derivam daqueles diálogos.

Não se pode transformar o processo penal de oral em escrito, com a expedição de ofícios para lá e para cá, com vistas a informações que já estão no processo e que podem ser deduzidas de datas que constam dos atos processuais e até mesmo de depoimento de testemunhas.

Ademais, a instrução processual não pode ser feita diretamente no Tribunal de apelação, cabendo deixar o magistrado realizá-la e, depois, fundamentar sua decisão com base no acervo probatório.

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imputação por algum motivo, o paciente será absolvido.

Em síntese, transferiu-se à defesa atividade impossível: lograr, por iniciativa própria, os elementos que cercaram a interceptação para constatá-la fiel, ou não, à determinação judicial. As datas perquiridas não se referem à oportunidade em si das decisões prolatadas, mas à efetivação das interceptações. Dizer-se que incumbe ao Juízo a instrução processual prova em demasia, subtraindo-se do órgão revisor a possibilidade de correção de rumos.

É de frisar que a situação revela risco de vir à balha, sem viabilizar-se à exaustão o direito de defesa, sentença condenatória. Então, a reversão do quadro poderia mostrar-se mais dificultosa para a defesa presente a importância que alguns dão, no Brasil, ao fato consumado, a pretexto, até mesmo, tendo em conta a jurisdição, de evitarem-se movimentos inúteis desta última, salvando-se o que já formalizado.

[...]

Com os cabíveis descontos tendo em vista peculiaridades sobre a liminar indeferida no Tribunal Regional Federal e no Superior Tribunal de Justiça, bem como o ato primeiro da Juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, formalizado no Processo-Crime nº 2007.51.01.8066354-1, o pedido formulado neste habeas guarda sintonia com as premissas consignadas, presente o devido processo legal.

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3. Defiro a liminar pleiteada.

4. Colham o parecer da Procuradoria Geral da República. 5. Publiquem.

Brasília – residência –, 30 de junho de 2012, às 11h10.

Ministro MARCO AURÉLIO Relator

Referências

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