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CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO CAMPUS ENGENHEIRO COELHO TRADUTOR E INTÉRPRETE

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Academic year: 2021

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO CAMPUS ENGENHEIRO COELHO

TRADUTOR E INTÉRPRETE

ISABELA BORTOLAN BOCAIUVA BIZETTI ISABELA RABÊLO SOUSA

DUBLAGEM:

DESAFIOS TRADUTÓRIOS NA TRANSPOSIÇÃO CULTURAL DAS ANIMAÇÕES DA DISNEY

ENGENHEIRO COELHO 2014

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ISABELA BORTOLAN BOCAIUVA BIZETTI ISABELA RABÊLO SOUSA

DUBLAGEM:

DESAFIOS TRADUTÓRIOS NA TRANSPOSIÇÃO CULTURAL DAS ANIMAÇÕES DA DISNEY

Trabalho de Conclusão de Curso do Centro Universitário Adventista de São Paulo do curso de Tradutor & Intérprete, sob a orientação do Prof. Dr. Milton Luiz Torres.

ENGENHEIRO COELHO 2014

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Trabalho de Conclusão de Curso do Centro Universitário Adventista de São Paulo, do curso de Tradutor & Intérprete, apresentado e aprovado em 09de novembro de

2014.

_____________________________________________________ Orientador: Prof. Dr. Milton Luiz Torres

______________________________________________________ Segundo Leitor: Prof. Ms. Neumar de Lima

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AGRADECIMENTOS

 Gostaríamos de agradecer a Deus pela capacidade e força que Ele nos deu;  Gostaríamos de agradecer ao nosso orientador Milton Torres e segundo leitor

Neumar de Lima, que nos ajudaram na elaboração deste trabalho;

 Um agradecimento especial às nossas famílias, que nos apoiaram desde o início do curso até o presente momento.

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RESUMO

Na dublagem, há muitos critérios com os quais analisar a adaptação de uma animação, como, por exemplo, a oralidade, o humor, a estrutura do idioma, etc. Nesta pesquisa, a transposição cultural aparece como critério principal de estudo, ao analisarmos um corpus selecionado de animações dos Estúdios de Animação Walt Disney, comparando seu áudio original com o áudio dublado para o português. Ao fazer a adaptação de animações por meio da dublagem, o tradutor deve considerar vários aspectos a fim de que a adaptação seja de boa qualidade: a cultura do país de origem do filme e sua adaptação ao contexto do país para o qual se está traduzindo. Levando isso em consideração, indagou-se: existem graus diferentes de transposição cultural? Como fazer uma transposição cultural específica que alcance o grau máximo? Os objetivos da pesquisa foram, portanto: identificar se há, na dublagem das animações analisadas, transposição cultural com identificação específica; fazer uma análise comparativa com os originais de três animações dubladas dos Estúdios de Animações Walt Disney: Toy story 3, Monstros S.A. e A nova onda do imperador. Para isso, montou-se um corpus de cenas dubladas. A partir desse corpus, analisaram-se seus níveis de transposição cultural. As cenas foram divididas em dois grupos: aquelas que demonstravam transposição cultural de identificação geral e as de natureza específica. No primeiro caso, sugeriram-se alternativas para uma transposição cultural com identificação específica para os exemplos analisados. A análise comparativa seguiu uma abordagem qualitativa. Os resultados indicam que existem graus diferentes de transposição cultural. O mesmo tradutor consegue atingir, num determinado ponto do filme, a transposição cultural com identificação específica, o que parece ser um empreendimento mais difícil de realizar, enquanto, em outro momento, não obtém esse sucesso. O que se pôde observar é que, ainda que inconscientemente, os tradutores, de fato, têm buscado transpor elementos culturais específicos, adaptando-os para a língua de chegada de modo que o telespectador se identifique de tal forma com o texto que tenha a impressão de que o filme se passe em sua própria cultura.

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ABSTRACT

In dubbing, there are many criteria by which to analyze the adaptation of an animation, including orality, humor, language structure, and so on. In this research, cultural transposition appears as the main criterion of study. We analyze three selected animation movies by Walt Disney Animation Studios, comparing the original audio with the audio dubbed into Portuguese. When dubbing animation movies, the translator must consider various aspects so that the adaptation attains good quality: the culture of the original country and its adaptation to the context of the country to which s/he is translating. Taking that into consideration, s/he must ask the following questions: are there different degrees of cultural transposition? how to make a specific cultural transposition to the maximum level? Among our research goals we try and identify whether there is in fact a form of cultural adaptation that seeks specific identification, and we try to compare three original animations - Toy story 3, Monsters, Inc. and The emperor’s new groove with their dubbed versions. To do this, we created a corpus of dubbed scenes. From this corpus, we analyzed the different levels of cultural transposition. The scenes were divided into two groups: those which showed cultural transposition seeking general identification and those which showed cultural transposition seeking specific identification. In the former case, alternatives have been suggested for a cultural transposition seeking specific identification in the case of the examples that were chosen. Our comparative analysis follows a qualitative approach, and its results indicate that there are in fact different degrees of cultural transposition. A translator sometimes attains a cultural transposition with specific identification, but that seems to be difficult to accomplish. For that reason, the translator sometimes fails to attain that goal in a different part of the movie. Although probably unconsciously, translators try indeed to make use of specific cultural elements, adapting them to the target language. When that happens, viewers can identify themselves with the story of the movie, having the impression that the film happens in their own culture.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 09

1.1 Problemática ... 10

1.2 Objetivos ... 11

1.3 Metodologia ... 11

2 DUBLAGEM, HUMOR E CULTURA ... 12

3 FILMES/CORPUS ... 18

3.1 Toy story 3 ... 18

3.1.1 Produção ... 18

3.1.2 Personagens ... 19

3.1.3 Enredo ... 30

3.2 A nova onda do imperador ... 33

3.2.1 Produção ... 34 3.2.2 Personagens ... 34 3.2.3 Enredo ... 39 3.3 Monstros S.A. ... 41 3.3.1 Produção ... 42 3.3.2 Personagens ... 42 3.3.3 Enredo ... 47 4 ANÁLISE ... 49 4.1 Toy story 3 ... 49 4.1.1 Exemplo 1 ... 49 4.1.2 Exemplo 2 ... 50 4.1.3 Exemplo 3 ... 51

4.2 A nova onda do imperador ... 52

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4.2.2 Exemplo 2 ... 54 4.2.3 Exemplo 3 ... 55 4.3 Monstros S.A. ... 57 4.3.1 Exemplo 1 ... 57 4.3.2 Exemplo 2 ... 58 4.3.3 Exemplo 3 ... 59 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 62 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 64

ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO ... 67

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1 INTRODUÇÃO

Na dublagem, há muitos critérios com os quais analisar a adaptação de uma animação, como, por exemplo, a oralidade, o humor, a estrutura do idioma, etc. Nesta pesquisa, a transposição cultural aparece como critério principal. Nesse contexto, analisam-se, aqui, algumas animações dos Estúdios de Animação Walt Disney, comparando seu áudio original com o áudio dublado para o português.

A dublagem é umas das modalidades de tradução audiovisual, sendo descrita por Ramalho (2007, p. 2), da seguinte forma:

A dublagem consiste em substituir todas as falas do filme original por enunciados traduzidos e gravados por dubladores. Na dublagem todos os sons presentes na cena devem ser traduzidos e regravados. O aspecto principal a ser levado em conta pelo tradutor deve ser a sincronia entre o movimento dos atores em cena e fala traduzida. O primeiro filme totalmente dublado foi Luzes de Nova Iorque, de 1929; mas ainda não havia tecnologia suficiente, portanto os estúdios regravavam vários filmes clássicos com os atores falando em outra língua. Além de caro, o processo não era nem um pouco prático. Então, em 1930, Jacob Karol inventou um sistema que permitia que o áudio e a gravação fossem sincronizados e, com isso, não só começaram a aparecer mais filmes dublados, mas também a dublagem era utilizada para melhorar o som dos filmes. Já no Brasil, a dublagem começou a aparecer em 1938 com a animação Branca de Neve e os Sete Anões, de Walt Disney. A partir da década de 1940, os filmes brasileiros começaram a usar a redublagem para melhorar o som e, mais tarde, com o sucesso da televisão, a dublagem fez-se mais do que necessária, uma vez que, naquela época, a legendagem não era de boa qualidade (KONECSNI, 2012, p. 10).

A dublagem sempre esteve muito relacionada com as animações. Estas são filmes de longa ou curta metragem em que é dado movimento a imagens ou objetos que estão parados, e a primeira animação foi uma stop-motion animation de J. Stuart Blackton (SANTOS, 2013). Com o passar do tempo, novas técnicas foram desenvolvidas e um dos desenhistas que começou a se destacar foi Walter Elias Disney, mais conhecido por Walt Disney. Em 1923, ele chegou a Hollywood com uma ideia revolucionária que juntava animação com atores reais em curtas-metragens, numa série chamada Alice Comedies. Depois de ter várias de suas

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ideias rejeitadas e passar por diversos problemas, Walt Disney conseguiu abrir seu estúdio e sua primeira longa metragem animado (o primeiro do mundo nessa categoria) foi Branca de Neve e os Sete Anões, que ganhou Oscar e foi um sucesso (GABLER, 2006, p. 272). Depois disso, Walt Disney construiu um legado de longas e curtas-metragens, e hoje os Estúdios de Animação Walt Disney são referência de qualidade nas animações, em todos os aspectos.

1.1 Problemática

Ao fazer a adaptação de animações por meio da dublagem, muitos pontos devem ser considerados pelo tradutor a fim de que essa adaptação seja de boa qualidade. Esses pontos podem ser: tempo, clareza de ideia e dicção, naturalidade do diálogo, adequação ao personagem e ao filme, mouthing, rimas, adequação ao público-alvo (infantil, adolescente ou adulto), época (linguagem formal e expressões da época), tribos (surf, punk, etc), humor (gírias e piadas) (EUTHYMÍOU, em entrevista por ocasião de sua visita ao UNASP, no dia 22/05/2014), e o mais importante, a transposição cultural de uma língua para a outra (ROSAS, 2002, p. 18).

Segundo Sobral et al. (2010, p. 5), a transposição cultural é alcançar conhecimentos exteriores à língua:

Para que o tradutor alcance esses universos distantes, ele precisa apoderar-se deles. Esse domínio será alcançado na prática da tradução, na pesquisa e estudo sobre a cultura do país do tradutor e do traduzido, enfim, nos conhecimentos adquiridos ao longo de sua vida. E, nesse ponto, entra a negociação entre culturas, em que o tradutor precisará refletir qual o sentido mais adequado a determinada palavra em certo contexto de modo que fique contextualizado com a realidade do leitor-alvo. A tradução externalizará o resultado de tal câmbio realizado pelo tradutor.

Na transposição cultural, o tradutor para dublagem deve trazer aspectos culturais do país de origem do filme e adaptá-los ao contexto do país para o qual está traduzindo. Alguns exemplos disso são: comidas típicas, cidades conhecidas, festas e eventos culturais, celebridades e até personagens do folclore. Levando isso em consideração, indagou-se: Existem graus diferentes de transposição cultural?

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Caso haja essa diferença, como fazer uma transposição cultural que alcance um grau mais aprofundado?

1.2 Objetivos

O objetivo geral desta pesquisa foi identificar se havia, na dublagem das animações analisadas, transposição cultural com identificação específica e, assim, comprovar que existem diferentes níveis de transposição cultural. Outros objetivos foram fazer uma análise comparativa com os originais das seguintes animações dubladas dos Estúdios de Animações Walt Disney: Toy story 3, Monstros S.A. e A nova onda do imperador; analisar os resultados e procurar identificar quais dublagens foram adaptadas e em quais níveis de transposição cultural elas se encaixavam e sugerir uma transposição cultural com identificação específica para os exemplos que foram analisados.

1.3 Metodologia

O trabalho consistiu de uma análise comparativa com abordagem qualitativa das animações Toy story 3, Monstros S.A. e A nova onda do imperador dubladas em português com o áudio original em inglês das respectivas animações Toy story

3, Monsters, Inc. e The emperor’s new groove. Quando usado o título dos filmes

em português, o texto se refere às animações dubladas, e quando o título está em inglês, refere-se às animações com áudio original. Para a pesquisa, também foi feita uma entrevista com o tradutor para dublagem Pavlos Euthymíou, por ocasião de sua visita ao UNASP, no dia 22 de maio de 2014. Selecionou-se, portanto um corpus para análise, que foi examinado a fim de determinar o grau de transposição cultural em cada caso.

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2 DUBLAGEM, HUMOR E CULTURA

A dublagem é a técnica usada para adaptar o conteúdo auditivo de uma língua para a outra. Filmes, séries, animações, entre outros, podem ser dublados. Dublar é transpor uma ideia da língua-fonte para a língua-alvo através de técnicas de adaptação, tradução, interpretação e equivalência. A tradução ligada a produtos midiáticos como esses, é conhecida como tradução audiovisual. A tradução audiovisual está relacionada com a narração, audiodescrição, legendagem, voice-over e à dublagem.

No Brasil, o conteúdo audiovisual americano cresce a cada dia e sua popularidade faz com que muitos aspectos culturais dos Estados Unidos se tornem perceptíveis na cultura brasileira. Mesmo sem se dar conta disso, o público acaba por assimilar a cultura estrangeira e começar a usar expressões, gírias ou até mesmo trejeitos dessa cultura.

A tradução, a única possibilidade de mediação linguística e cultural capaz de superar essa barreira (a língua), tem em suas mãos a possibilidade de transmitir, de maneira neutra, o texto audiovisual original – uma operação que, em si mesma, não é nem neutra nem desprovida de posicionamento político e ideológico – de adaptá-lo à sua realidade, ou até mesmo de subvertê-lo. (CHAUME, 2004, p. 7). A tradução desse tipo de material é tão importante, que, muitas vezes, pode influenciar a maneira com que um país enxerga o outro. A dublagem é grande responsável pela disseminação da cultura e, de acordo com Venuti (1995, p. 19), “a tradução exerce grande poder na construção da representação de culturas estrangeiras.”

Apesar de grandes serem os impactos culturais causados pela dublagem, pouco se fala sobre sua importância. Para Whitman-Linsen (1992, p. 10), “pouco se fala sobre a dublagem no seu papel de mediadora de trocas interculturais, nas suas funções educacionais, na sua importância na promoção da comunicação artística e sua contribuição para a arte cinematográfica”.

A forma como os aspectos culturais da cultura-fonte são expostos para a cultura-alvo deixa claro que o ambiente cultural e situação em questão, contribuem para o entendimento do filme. A situação, bem como o ambiente e falas são fatores cruciais para uma boa compreensão por parte do telespectador.

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Em 1925 começaram a aparecer os filmes com som. Entretanto, a primeira dublagem ocorreu em 1927 com o filme The

jazz singer (“O cantor de jazz”), onde nem todas as falas eram

dubladas. Luzes de Nova York, lançado em 1929 foi o primeiro filme totalmente dublado” (KONECSNI, 2012, p. 9).

Com a escassa tecnologia da época, o trabalho de dublagem era precário, caro e muito trabalhoso. Era comum que se regravasse o áudio do filme inteiro e que os mesmos atores dublassem tudo de novo em outra língua que não a sua. Devido ao custo e inviabilidade desse processo, a técnica foi abolida. “Todavia, em 1930, Jacob Karol inventou um sistema de gravação que permitia sincronizar áudio e imagem. A dublagem também passou a servir como auxílio para melhorar o som dos filmes” (KONECSNI, 2012, p. 9).

Aqui no Brasil, “as primeiras dublagens foram dos desenhos animados. Em janeiro de 1938 começaram as gravações, [...] para o filme Branca de Neve e os sete anões, com supervisão da própria Walt Disney” (KONECSNI, 2012, p. 10). Ainda de acordo com Konecsni, somente nas décadas de 1940 e 1950 é que os filmes brasileiros começaram a se submeter à redublagem em estúdio para melhorar o som.

Apesar do preconceito, a qualidade do material dublado no Brasil vem melhorando consideravelmente. A dublagem é, de fato, uma técnica extremamente necessária, uma vez que nem toda a população está familiarizada com um idioma estrangeiro. Além disso, a nossa cultura quase sempre aponta para que os filmes de animação sejam dublados e quem tem televisão por assinatura já percebeu que há uma proliferação de filmes e séries dublados na programação dos canais.

Machado e Venticinque (2012) explicam que a presença cada vez mais marcante da classe C nos cinemas e seu interesse nas assinaturas de televisão a cabo farão com que a quantidade de material dublado no Brasil só aumente.

O triunfo da voz sobre a palavra escrita reflete uma nova demanda dos espectadores. Segundo o Instituto Datafolha, 56% dos frequentadores de cinema preferem filmes dublados. A ascensão de uma nova classe média, que passou a frequentar os cinemas recentemente, explica a mudança do gosto (MACHADO; VENTICINQUE, 2012).

Essa mudança de preferência não tem por objetivo agradar toda a população. Na verdade, é apenas uma questão de mercado, uma vez que a maioria esmagadora prefere não ter o trabalho de ler. Não só os filmes, mas também as

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séries estão passando por esse processo de popularização da dublagem. Miranda (2012) também percebeu isso:

É uma realidade concreta, não há como negar. Principalmente depois do crescimento da classe C, que vem sustentando essa mudança de atitude. É o que revela pesquisa da Associação Brasileira das TVs por Assinatura (ABTA), feita em 2011, segundo a qual 76% do público da classe C preferem conteúdo dublado - na tevê paga e no cinema (MIRANDA, 2012).

“Estudiosos que acreditam que a escolha pela dublagem é baseada principalmente em maior ganho econômico, também argumentam que a maioria dos telespectadores preferiria a dublagem, se pudessem escolher” (DANAN, 1991, p. 607). A ascensão da dublagem é apenas uma questão de marketing e preferência da maioria. E não é apenas no Brasil que isso acontece:

Em países como Alemanha e Itália, é difícil encontrar uma sessão legendada nos cinemas. Na Espanha, a preferência por dublados é fruto de uma decisão política. Em 1941, sob a justificativa de defesa do idioma, o ditador Francisco Franco promulgou uma lei que obrigava a dublagem de todos os filmes estrangeiros. A obrigatoriedade desapareceu em 1946, mas o hábito não (MACHADO; VENTICINQUE, 2012).

Antigamente, países como França, Itália, Alemanha e Espanha estavam preocupadas com a súbita e excessiva inserção da cultura americana em sua sociedade e, para se protegerem disso, promoviam e encorajavam a produção nacional através de subsídios e incentivos do governo.

Se no Brasil assistir a filmes dublados nas salas de cinema é coisa nova, em muitos países da Europa essa realidade já é, há muito, usual. Filme estrangeiro na Espanha, França, Itália e Alemanha, por exemplo, só é exibido se for no idioma daqueles países, mesmo que comprometa atuações irretocáveis (MIRANDA, 2012).

Danan (1991, p. 612) diz que “dublar é uma tentativa de esconder a natureza estrangeira de um filme, criando a ilusão de que os atores estão falando a língua do espectador”. É principalmente por causa das diferenças culturais que a adaptação se faz necessária. Ela deve ser aplicada em casos em que a situação do texto original não existe na realidade linguística dos falantes da língua de chegada; portanto, deve ser estabelecida uma equivalência de sentido.

Muitas vezes os tradutores para dublagem encontram dificuldades em traduzir conteúdos humorísticos. Portanto, o humor constitui um desafio para esses profissionais (EUTHYMÍOU, em entrevista por ocasião de sua visita ao UNASP, no dia 22/05/2014). “O humor é um fenômeno humano básico, que todas as culturas,

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sociedades e classes sociais conhecem” (SCHMITZ, 1994, p. 94). Para Schmitz (1994, p. 94), é difícil apontar algum grupo ou sociedade que desconheça completamente a manifestação do humor. Por causa de sua natureza universalmente humana, especialistas e pesquisadores de diversas áreas vêm estudando o humor.

Bergson (1987, p. 7) relaciona diretamente o humor e a comicidade com o humano. Ele explica que o homem é um “animal que ri” (p. 7), mas não apenas isso. O homem também pode ser um animal que faz rir. Se um objeto ou animal tivesse a capacidade de fazer rir, ela sempre seria por pura semelhança com o homem. O riso é tão humano que “deve ter uma significação social” (p. 9).

Não há comicidade fora do que é propriamente humano. Uma paisagem poderá ser bela, graciosa, sublime, insignificante ou feia, porém jamais risível. Riremos de um animal, mas porque teremos surpreendido nele uma atitude de homem ou certa expressão humana (BERGSON, 1987, p. 7).

A significação social do riso implica nas questões intrínsecas do homem: a repressão, a excentricidade, a cobrança politicamente correta da sociedade, entre outras coisas. Sendo assim, só é possível rir quando o ser humano se despe de todas essas preocupações.

O cômico surge no momento preciso no qual a sociedade e a pessoa, isentas da preocupação com a sua conservação, começam a tratar-se como obras de arte. Em resumo, se traçarmos um círculo em torno das ações e intenções que comprometem a vida individual ou social e que se castigam a si mesmas por suas consequências naturais, restará ainda do lado de fora desse terreno de emoção e luta, numa zona neutra na qual o homem se apresenta simplesmente como espetáculo ao homem, certa rigidez do corpo, do espírito e do caráter, que a sociedade quereria ainda eliminar para obter dos seus membros a maior elasticidade e a mais alta sociabilidade possíveis. Essa rigidez é o cômico, e a correção dela é o riso (BERGSON, 1987, p. 14).

O riso não apenas se relaciona com o humano, mas com o grupo de humanos. Bergson (1987, p. 8) notou que no teatro, por exemplo, o riso é proporcional ao número de pessoas no espetáculo. Apesar da facilidade que o humor tem de se propagar, o autor afirma que, ainda assim, já se notou a dificuldade em traduzir certos efeitos cômicos de uma língua para outra devido aos fatores especificamente culturais de cada sociedade.

Apesar de tentar oprimir reações espontâneas e fazer com que as pessoas se sintam vigiadas e preocupadas com a imagem que vão passar, a sociedade não

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consegue isentar o riso de um fato: “ele é, antes de tudo, um castigo” (BERGSON, 1987, p. 92). O riso sempre tem um alvo. Foi feito para humilhar e causar pena de sua vítima. É através do riso que a sociedade se vinga da liberdade que ela mesma concede. Essa vingança não seria possível se os sentimentos expressos fossem a bondade e a solidariedade. Por muitas vezes, o riso inocenta culpados, acusa inocentes, castiga certos excessos, intimida humilhando, mas apesar desses fatores cruéis, Bergson (1987, p. 92) indaga se “o riso, ao reprimir as manifestações exteriores de certos defeitos, nos convida assim, para o nosso bem maior, a corrigir esses defeitos e a nos aprimorar interiormente”.

Apesar de não se basear em ideias benevolentes e muitas vezes justas, o riso sem dúvida exerce um papel proveitoso para que o ser humano se questione a respeito de diversos assuntos. “O humor é um gênero que costuma desafiar os tradutores” (VANDAELE, 2010, p. 149). Para esse autor, o humor ocorre quando alguma regra é quebrada, quando uma expectativa é frustrada ou quando um problema é resolvido de forma inesperada. O humor gera uma sensação de superioridade que pode ser péssima se os participantes a entenderem como uma agressão pessoal e direta ao invés de apenas um “jogo social” (p. 149). Já Sampaio (2008, p. 16) diz que

A primeira semelhança entre o Humor e a Tradução reside no caráter multidisciplinar de ambos, pois tanto na produção quanto na compreensão de um texto humorístico e/ou de uma tradução são necessários diversos saberes de diversas áreas que muitas vezes se entrecruzam.

Pode-se facilmente enxergar o humor através de fatores psicológicos: a risada, o sorriso, a excitação, etc. É por isso que, para Vandaele (2010, p. 149), qualquer erro de tradução fica muito visível “quando ninguém ri do humor traduzido”. O tradutor deve entender que as expectativas, regras, soluções e principalmente piadas, são parte desse “jogo social” e, na maioria das vezes, aspectos específicos de uma cultura ou grupo.

O problema específico com a tradução do humor é que ele se baseia no conhecimento implícito. Além disso, os grupos podem ter diferentes acordos sobre o que ou quem pode ser alvo desse jogo social. Em outras palavras, o humor depende de esquemas culturais implícitos e tem suas regras e tabus (dizendo o que ou quem pode ser ridicularizado) (VANDAELE, 2010, p. 150).

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Vandaele (2010, p. 149) cita dois simples exemplos da interdisciplinaridade do humor: uma paródia e uma imitação de sotaque. As paródias só se tornam engraçadas quando o público-alvo está, de certa forma, familiarizado com o discurso parodiado. A imitação de um sotaque só pode se tornar engraçada quando o público conhece a forma original. De fato, para Leibold (1989, p. 109), “traduzir o humor é um desafio estimulante”. Porém, o processo de tradução é uma tarefa árdua e que nos intriga com algumas perguntas: como traduzir uma piada para que ela faça sentido na língua-alvo? Como traduzir a cultura específica da língua-fonte para a língua-alvo?

Leibold (1989, p. 109) propõe a decodificação do discurso humorístico em seu contexto original e a transferência desse discurso para uma língua ou cultura completamente diferente, fazendo com que o discurso recapture ou remeta à intenção da mensagem humorística original.

Sempre que a tradução do humor está sendo estudada, não se pode deixar de lado a questão cultural. Quando a piada é escrita, o seu autor, muito provavelmente, não levará em conta os desafios que o tradutor terá que enfrentar. Sendo assim, Schmitz (1996, p. 93) afirma que os grandes problemas e dificuldades da tradução surgem quando a piada se origina na ambiguidade fonológica, semântica ou sintática de uma língua em questão.

Há, também, casos em que o tradutor não consegue expressar o devido aspecto cômico que remeta à sensação proposta pelo script original. Devido às diferenças fonológicas, semânticas e sintáticas das línguas, apontadas por Schmitz (1996, p. 88) diz que nem sempre é possível que o tradutor acompanhe as diferenças culturais e estruturais entre as línguas. A dificuldade em traduzir faz com que, em algum momento, seja necessário se apegar ao contexto e fazer com que o objetivo cômico seja transmitido. Segundo Rosas (2002, p. 18) “A valorização das relações entre as palavras implica a valorização do contexto em que elas são empregadas.”

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3 FILMES/CORPUS

3.1 Toy story 3

Toy story 3 – Fonte: http://trailers.apple.com//705/us/media/galleries/disney/toystory3/toystory3_img8_720.jpg

3.1.1 Produção

Toy story 3 é o terceiro filme da franquia Toy story. Demorou quatro anos para ser produzido e foi lançado em 2010 pela Pixar Animation Studios e distribuído pela Walt Disney Pictures. O filme de animação, dirigido por Lee Unkrich, arrecadou na primeira semana, 109 milhões de dólares só nos Estados Unidos (BOX OFFICE MOJO, 2011?). Sendo assim, entrou para a lista das 20 maiores bilheterias do mundo. Randy Newman, famoso por compor trilhas de filmes como Procurando Nemo, Vida de inseto, Carros, Monstros S.A., etc, ficou encarregado da trilha sonora de toda a saga (SOUNDTRACK NET, 2011?). Toy Story 3 foi lançado no dia 18 de junho de 2010, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil e conta com um grande elenco de dubladores em inglês: Tom Hanks, Tim Allen, Joan Cusack, etc (DUBLANET, 2013).

O sucesso de Toy story foi e continua sendo tão grande que o filme se tornou o terceiro filme animado a concorrer ao Oscar de melhor filme. O primeiro filme de animação a ser indicado foi A bela e a fera, em 1991 (AWARDS DATABASE,

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2011?). Em 2011, Toy Story 3 ganhou o Oscar de melhor filme de animação e melhor canção original com We belong together, além de ter concorrido para melhor filme, melhor roteiro adaptado, melhor edição de som e indicado ao Grammy por melhor trilha sonora (AWARDS DATABASE, 2011?; GRAMMY, 2011?). Ainda em 2011, ganhou o Globo de ouro e o BAFTA na categoria melhor filme de animação (HFPA DATABASE, 2011?; BAFTA, 2011?).

O pano de fundo, desde o primeiro filme, é a relação de Andy, uma criança, com seus brinquedos. Quando a presença humana sai de cena, todos os brinquedos ganham vida, e possuem seus próprios dramas, personalidades variadas, e convivem em sociedade, tendo hierarquias de liderança e influência dentro do quarto e casa da família. Andy possui uma irmã mais nova, Molly, apresentada ao telespectador no primeiro filme, como uma bebê. Não existem pistas sobre o histórico familiar de Andy, pois o único adulto em sua casa é sua mãe.

3.1.2 Personagens

Andy: Jovem rapaz proprietário dos brinquedos mais desejados da infância de muita gente. Idolatrado por seus brinquedos, Andy foi uma criança que sempre brincou, amou e principalmente cuidou da integridade dos brinquedos. Agora, com 17 anos e indo para a faculdade, decide doar seus brinquedos para Bonnie, que promete cuidar muito bem de todos eles.

Andy é dublado em inglês por John Morris desde o primeiro filme da franquia. Já em português, Olavo Cavalheiro assumiu o lugar de Bruno Miguel, que dublou Andy quando criança.

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Bala no Alvo: Cavalo de pano que também faz parte da coleção do “Rodeio do Woody”. Brinquedo de colecionador, Bala no Alvo é o fiel alazão do xerife Woody e corre como o vento quando escuta a frase: “sebo nas canelas, Bala no Alvo!”.

O cavalinho carismático e manhoso não tem falas, portanto, marca sua participação com muitos relinchos.

Barbie e Ken: Barbie resistiu por muito tempo às vendas de garagem e às doações. Era a boneca de Molly, a irmã de Andy. Entrou em desespero quando foi parar na caixa de doação com destino à creche Sunnyside e teve que ser consolada pelos outros brinquedos. Ao chegar na creche, logo se anima pois conhece Ken, o boneco perfeito que mora em uma casa dos sonhos. O amor à primeira vista faz com que Barbie fique cega por algum tempo e abandone seus amigos, mas essa fase passa logo. Ela logo ensina a Ken algumas lições e faz com que o brinquedo se renda aos seus encantos. Ken é um brinquedo completamente ligado ao mundo da moda e muito orgulhoso de sua casa completa. Os outros brinquedos o chamam de “brinquedo de menina” e isso o irrita muito. Apesar de ser submisso a Lotso, o urso líder da creche, Ken não hesita em mudar de lado quando enxerga as verdadeiras intenções do urso chefe e, claro, prefere ficar ao lado de Barbie que, para ele, é única.

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Barbie é dublada por Jodi Benson na versão em inglês do filme, enquanto Renata Ferreira faz esse trabalho em português. Ken, por sua vez, é dublado por Michael Keaton na versão original enquanto Olavo Cavalheiro é responsável pela versão brasileira do boneco.

Barbie e Ken - Fonte: http://disneyscreencaps.com/toy-story-3-2010

Bebezão: Boneco com o corpo de pano, cabeça, braços e pernas de vinil. Foi esquecido junto com Lotso por sua dona Daisy e, na creche Sunnyside, trabalha como ajudante de Lotso. Acaba por reagir contra o urso no final pois não concorda com suas atitudes. Por ser bebê, goza da proteção dos brinquedos mais velhos e não precisa de dubladores, pois ainda não sabe falar.

Bonnie: Amável filha de uma funcionária da creche, Bonnie encontra Woody pendurado em uma árvore e o leva para brincar em casa no fim de mais um dia na creche Sunnyside. Woody acaba conhecendo e brincando com os brinquedos de Bonnie. Por seu cuidado e amor pelos brinquedos, Bonnie acaba por ganhar todos os brinquedos de Andy. Estes têm a chance de conhecer os brinquedos de Bonnie e brincar por muitos e muitos anos mais com ela.

Bonnie é dublada por Emily Hahn nos Estados Unidos e por Perla Ficher aqui no Brasil.

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Botão de Ouro: O unicórnio de pelúcia branca, mais um dos brinquedos felizes de Bonnie, se faz presente em algumas das situações cômicas do filme.

Botão de Ouro foi dublado por Jeff Garlin em inglês e por Eduardo Dascar em português.

Buzz Lightyear: Boneco espacial ou, como prefere ser chamado, patrulheiro espacial. Buzz foi um presente de aniversário de Andy em sua infância. Antes de conhecer Woody e se tornar morador do quarto de Andy, Buzz tinha como objetivo derrotar o imperador do mal Zurg: inimigo jurado da aliança galáctica. O patrulheiro foi motivo de muita discórdia. Isso porque o xerife Woody tinha ciúmes e achava que Andy o substituiria por Buzz. Chamativo, inovador e galanteador, Buzz é descrito como o sonho de qualquer menino. Ele possui várias funções tais como: asas retráteis, laser, golpes de karatê, capacete, além de um moderno sistema de som com várias frases: “Há uma missão secreta no espaço não mapeado. Vamos lá!”, “Buzz Lightyear em ação!” e seu mais famoso bordão: “Ao infinito e além!”.

Buzz foi dublado por Tim Allen e sua versão brasileira foi interpretada por Guilherme Briggs. O intérprete é dono de vozes muito famosas como, por exemplo: Superman, Moisés em O príncipe do Egito, Cosmo de Os padrinhos mágicos, Optimus Prime em Transformers, Mestre Yoda de Star Wars: a guerra dos clones,

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Minions de Meu malvado favorito, Mickey Mouse, Kronk em A nova onda do imperador, Rei Julien de Madagascar, etc.

Chuckles: Palhaço que anda sempre com uma carinha triste. Foi esquecido por Daisy juntamente com Lotso e Bebezão. Foi parar na creche Sunnyside onde, quebrado, foi encontrado por Bonnie e levado para casa. Ali, passou a viver em um ambiente saudável e feliz com uma dona cuidadosa, além de amigos com quem brincar. Porém, não se esquece do abandono e de como conseguiu escapar do “lugar em ruínas”, como chama a creche.

Em português foi dublado por Ednaldo Lucena. Já em inglês, por Bud Luckey. Dolly: A simpática boneca de pano e cabelos roxos, age sempre de forma educada e se mostra de bem com a vida. É claro que não podia ser diferente, sendo um brinquedo de Bonnie. Dolly ajuda Woody a se localizar quando está perdido na casa de Bonnie e se comporta como a mais responsável dos brinquedos.

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Bonnie Hunt, sua dubladora em inglês, já atuou em muitos filmes da Disney, como Vida de inseto, Carros e Monstros S.A. Sua dubladora em português é Mareliz Rodrigues.

Espeto: O porco espinho, que se considera ator, tem sotaque alemão. É extremamente educado e sério. Chama a atenção dos colegas quando eles “saem do papel”. Apesar dos espinhos, é um brinquedo fofo, feliz e receptivo.

Espeto é dublado em inglês por Timothy Dalton e, em português, por Garcia Junior que, além de dublador, é também tradutor e diretor de dublagem. Sua voz é muito conhecida por ter feito He-Man, Pica-Pau, Pato Donald e Simba, em O rei leão da Disney.

Jessie: Vaqueira corajosa, positiva e extravagante. Jessie aparece a partir do segundo filme da franquia, que foi lançado em 1999, e faz parte de uma rara coleção de brinquedos do “Rodeio do Woody”. Ela está sempre disposta a ajudar e divertir a todos sem medo de exagerar e se arrepender. Jessie vem acrescentar ao elenco feminino do filme, trazendo a força da mulher que sabe ser incisiva e gentil quando preciso.

Em sua versão americana, ela é dublada por Joan Cusack. Já na versão brasileira, por Mabel Cesar.

Jessie - Fonte: http://disneyscreencaps.com/toy-story-3-2010

Lotso: Urso grande e fofinho de cor rosa que tem cheiro de morangos. Sua aparência esconde muitas coisas más que ele guarda dentro de si. Foi esquecido por Daisy, sua dona. Quando, depois de muito procurar, achou sua casa novamente,

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Daisy já havia ganhado outro urso igual a ele. Essa mágoa causou um rancor que ele carrega consigo. O ódio fez com que ele não deixasse Bebezão e Chuckles entrarem em casa novamente. Eles então seguiram viagem até que encontraram a creche Sunnyside onde se instalaram. No momento presente do filme, Lotso comanda a creche de modo que sua situação é muito confortável. Já os brinquedos novos têm que passar por provações como ficar com as crianças mais novas. Aquelas que não sabem brincar e estragam tudo o que pegam. Lotso tem a chance de se redimir quando o xerife Woody o salva no lixão, mas decide, em vez disso, ir pelo caminho do mal.

O urso Lotso foi dublado em inglês por Ned Beatty e por Pádua Moreira em português.

Mãe do Andy: Também conhecida como Senhora Davis, a mãe de Andy e Molly Davis é uma típica mãe atenciosa que está sempre ajudando e participando diretamente da vida dos filhos. Ela se demonstra muito corajosa e batalhadora pelo fato de não ter marido presente e dois filhos para criar. O pai de Andy nunca aparece nem é mencionado. Isso levanta a suspeita de que ela seja viúva ou divorciada. Em Toy story 3, a mãe de Andy se mostra emotiva e saudosista, pois seu filho mais velho está indo para a faculdade. É difícil ver vazio o quarto em que o filho brincava.

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A Senhora Davis é dublada, em inglês, por Laurie Metcalf e, em português, por Sheila Dorfman.

Molly: Irmã mais nova de Andy e dona da boneca Barbie e muitos outros brinquedos que ela doa para a creche Sunnyside. Molly está crescendo rápido e alguns brinquedos já não condizem mais com sua idade. É por isso que ela doa alguns deles. Molly é a típica irmã mais nova que quer brincar no quarto do irmão e sempre fala que, quando ele sair de casa, vai se mudar para o quarto dele. Apesar dessas coisas de irmãos, Molly e Andy se dão bem.

Porquinho: Um porco-cofrinho que, apesar de sempre ser vilão nas histórias de Andy, é um personagem que traz as mais inteligentes e engraçadas piadas. O desconfiado “porco com fenda” é incisivo, porém sempre está disposto a resgatar um amigo. Porquinho participa de todas as jornadas em busca de um amigo e sempre anima o percurso com seus comentários sérios, porém sempre muito engraçados.

Ele foi dublado por John Ratzenberger, o queridinho da Pixar que sempre dubla pelo menos algum personagem nos filmes produzidos pelo estúdio. Renato Rosenberg foi quem assumiu a responsabilidade de dublá-lo na versão brasileira.

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Porquinho - Fonte: http://disneyscreencaps.com/toy-story-3-2010

Rex: O dinossauro de plástico que afirma ter vindo do Paraguai é sensível e teme conhecer dinossauros maus. O tiranossauro com grande veia cômica é responsável por muitos diálogos engraçados. Conhecido por ser desastrado, Rex sempre atrapalha os brinquedos nas situações mais perigosas e decisivas. Apesar disso, nunca deixa seus amigos na mão e é útil mesmo sem querer.

Sua dublagem, em Toy story 3, foi feita por Wallace Shawn na versão em inglês e por Marco Antônio Costa na versão em português.

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Slinky: O cachorro de molas é o mais fiel amigo de Woody e sempre está disposto a ajudá-lo quando é preciso. Slinky é responsável por reunir os brinquedos para reuniões, gosta de jogar damas e sempre disponibiliza suas molas caso algum brinquedo precise.

O primeiro dublador de Slinky faleceu no ano 2000 e foi substituído por Blake Clark no terceiro filme da franquia. Em sua versão brasileira, foi dublado por Francisco José.

Sr. e Sra. Cabeça de Batata: Casal apaixonado em que o marido está sempre à mercê das vontades da Senhora Cabeça de Batata. Donos de um incrível senso de humor, os bonecos possuem o corpo em formato de batata e os acompanham vários acessórios, como, por exemplo, os olhos zangados, o bigode do Sr. Cabeça de Batata e a bolsa vermelha da Sra. Cabeça de Batata, também chamada de “batatinha doce”. Ela é a típica esposa prestativa e apaixonada pelo tubérculo com quem compartilha o mesmo jeito estressado de ser.

O Sr. Cabeça de batata foi dublado por Don Rickles que, a princípio, não queria o papel, pois estava preocupado em construir uma carreira e não queria “dublar uma batata”. Não demorou muito para que ele visse o reconhecido e lucrativo trabalho. Aqui no Brasil, foi dublado por Alfredo Martins no terceiro filme da

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franquia. Já a Senhora Cabeça de Batata foi dublada por Estelle Harris nos Estados Unidos e por Carmen Sheila aqui no Brasil.

Trixie: Dinossauro de plástico que adora tecnologia e videogames. Ela é feliz por ter uma dona tão cuidadosa como Bonnie e essa felicidade é perceptível em seu humor. Sempre receptiva, Trixie está sempre pronta a dar informações, recepcionar e ensinar qualquer um a jogar videogame.

Sua versão brasileira ganha a voz animada de Christiane Monteiro e de Kristen Schaalem, na versão americana.

Sr. e Sra. Cabeça de Batata - Fonte: http://disneyscreencaps.com/toy-story-3-2010

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Woody: Xerife do velho oeste, feito de pano e com uma cordinha nas costas. Quando sua cordinha é puxada, ele fala várias frases: “Alguém envenenou a água do poço”, “Você é meu delegado preferido”, “Tem uma cobra na minha bota!”, “Mãos ao alto!”. Essas frases faziam parte de um programa fictício de TV dos anos 50 que se chamava “O rodeio do Woody”. Woody é o queridinho de Andy desde sua infância. Por ter um lugar exclusivo na cama de Andy, Woody é o líder dos outros brinquedos. Muito carismático, heroico, amado e respeitado, o cowboy é a voz da razão e tem a grande certeza de que, apesar de velho para brincar, Andy ainda ama todos os seus brinquedos. Por isso, luta até o fim para que todos estejam juntos e à disposição de Andy, caso ele precise.

Woody é inspirado em um brinquedo de infância do produtor executivo do filme e foi dublado por ninguém menos que Tom Hanks. Aqui no Brasil, ganhou voz através do dublador Alexandre Lippiani, que faleceu e foi substituído por Marco Ribeiro.

3.1.3 Enredo

No decorrer do primeiro filme, o brinquedo Woody, um cowboy de pano tipicamente norte-americano, é o líder dos brinquedos. Sob sua regência, pequenos

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soldadinhos cuidam da ordem do local, bem como da segurança, atuando como informantes em ocasiões especiais, como natais e aniversários, para fornecerem aos outros brinquedos informações sobre a chegada de novos membros. No aniversário de Andy, entre jogos de tabuleiro e meias, um novo brinquedo chega ao quarto e ameaça a liderança de Woody. Após desentendimentos e um filme inteiro de trama, os dois se tornam parceiros e amigos. Personagens de apoio integram a sociedade dos brinquedos do quarto de Andy, como um boneco cabeça de batata solteiro e briguento, um tiranossauro desprovido de capacidade de assustar, um porco-cofrinho bruto, um cão-corpo-de-mola e uma pastora de ovelhas, com especial queda pelo personagem do xerife Woody. Estes personagens passam por dois filmes acompanhando as diferentes fases da infância de Andy.

No terceiro filme, Andy cresceu e está prestes a ir para a faculdade. Brincar, fantasiar e criar não fazem mais parte de seu dia-a-dia. Agora que suas prioridades mudaram e ele está prestes a fazer as malas para a faculdade, resta escolher o que levar. A antecipação deste momento tira o sono dos brinquedos, cuja preocupação é irem para o sótão e serem esquecidos em meio à poeira e aos artigos velhos, ou irem parar na lata do lixo. O líder Woody, juntamente com seu amigo Buzz Lightyear, tentando acalmá-los, explica que, mesmo indo para o sótão, os brinquedos cumpriram sua missão enquanto o dono deles foi criança. A mãe de Andy pede para que ele separe as coisas que levará para a faculdade, coisas que ele quer guardar no sótão e coisas que ele quer jogar fora. Andy coloca seus brinquedos em um saco para guardá-los no sótão, pois sente carinho por eles e não quer se desfazer dos anos de lembranças agradáveis. Por acidente, sua mãe confunde o saco de brinquedos que deveria ir para o sótão e o coloca na lixeira.

Os brinquedos conseguem fugir do trágico destino e entram em uma caixa de doações, que vai diretamente para a creche Sunnyside, um lugar perfeito onde ninguém é abandonado, de acordo com a sabedoria popular dos brinquedos. Quando as crianças crescem, vêm outras no lugar. Pelo menos é isto que Lotso, o urso, diz. Todos os brinquedos ficam maravilhados com aquele lugar colorido, animado, cheio de crianças. Apenas Woody não concorda em ficar. Ele insiste para que todos voltem para a casa, estando lá, quando Andy precisar deles.

Ainda chateados por acharem que Andy os jogou no lixo, os brinquedos preferem ficar, na esperança de uma vida cheia de crianças para brincarem com

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eles por toda a vida. Woody consegue escapar, mas não para o destino que queria, que era a casa do Andy. Ele acaba indo para a casa da Bonnie, filha da dona da Sunnyside. Lá ele conhece outros brinquedos, como Trixie, Espeto, Dolly e Chuckles. Ele lhes explica que precisa voltar para a Sunnyside para salvar seus amigos e levá-los de volta para a casa do Andy.

Enquanto isso, na Sunnyside, não é preciso nem esperar o dia acabar para saber que o lugar não é tão bom assim. As crianças, por serem mais novas, agem de forma bruta com os brinquedos recém-chegados, os jogam sem nenhum cuidado, muitas vezes estragando suas peças, enquanto Lotso e os outros brinquedos que ficavam na sala das crianças mais velhas eram muito bem tratados. Incomodados com a injustiça, Buzz tenta ir conversar com Lotso durante a noite, mas ele acaba descobrindo que o urso comandava o lugar como uma verdadeira prisão e era respeitado pelos outros brinquedos por medo. Temendo que Buzz estrague seus planos, os comparsas de Lotso reiniciam seu sistema, fazendo com que Buzz se esqueça de quem ele é, e toda a história que já viveu com seus amigos. Quando os outros brinquedos do Andy veem o que aconteceu com Buzz, ficam muito assustados.

Enquanto isso, Woody faz amizade com os brinquedos da Bonnie, e estes lhe contam a história do Lotso, que explica o porquê de ele ser tão cruel. Lotso, Chuckles e Bebezão eram de uma menina chamada Daisy. Lotso era o brinquedo especial dela, e onde ela ia, ela o levava. Até que um dia eles foram ao parque, e Daisy dormiu. Na hora de ir embora, seus pais esqueceram os três brinquedos (Lotso, Chuckles e Bebezão) para trás. Com a esperança de que conseguiriam encontrar a casa dela, saíram em uma jornada. Depois de muito tempo, eles conseguiram chegar até a casa, mas viram pela janela que a menina estava brincando com um Lotso novo. Sentindo-se traído e de coração partido, Lotso mente para Bebezão dizendo que ele também foi substituído e resolvem ir embora, e Chuckles é obrigado a acompanhá-los. Eles acabam então descobrindo a Sunnyside, e Lotso resolve transformar o local em uma prisão para os brinquedos abandonados por seus donos. Woody, percebendo, então, que seus amigos correm perigo, espera uma oportunidade de voltar para a Sunnyside para salvá-los.

Nesse meio de tempo, a ilusão de um lugar agradável dá espaço à retomada de consciência dos brinquedos de Andy, percebendo que o local é uma verdadeira

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prisão. A partir dessa cena, os brinquedos começam a tramar um plano para fugir de Sunnyside, mas o temido líder-brinquedo da creche, o urso Lotso, comanda o local com mãos de ferro e usa de segurança e proteção reforçadas para coibir qualquer tentativa de fuga.

Por fim, depois de muito pensar, e de contar com a ajuda de outros brinquedos e de Woody, que consegue voltar para a creche através da mochila de Bonnie, eles conseguem realizar o plano. Quando acham que finalmente conseguiram escapar, Lotso e sua gangue estão atrás deles. Como fugiram pela caçamba de lixo, todos vão parar em um aterro sanitário. Depois de quase serem destruídos pelo incinerador, os brinquedos do Andy conseguem escapar, e Lotso acaba preso em um caminhão de lixo.

No final, Woody monta uma caixa com todos os outros brinquedos do Andy e coloca uma etiqueta que é para a Bonnie. Então, Andy leva a caixa até a casa dela. Quando chega lá e abre a caixa, Woody é o primeiro brinquedo que aparece. Apesar de Andy ter a intenção de levar o cowboy para a faculdade, quando vê a felicidade de Bonnie ao ver Woody, ele acaba deixando todos os brinquedos juntos com ela, e vai embora, se despedindo com a frase “Valeu, pessoal.”

3.2 A nova onda do imperador (The emperor’s new groove)

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3.2.1 Produção

A nova onda do imperador (The emperor’s new groove) é uma animação de 2000 dos Estúdios de Animação Walt Disney, dirigida por Mark Dindal e produzida por Randy Fullmer e Don Hahn. Seu orçamento foi de 100 milhões de dólares, e seu faturamento total mundial foi de aproximadamente 169 milhões de dólares (BOX OFFICE MOJO, 2001?). Inicialmente ela se chamaria Kingdom of the sun, e seria um drama musical inspirado na história O príncipe e o mendigo de Mark Twain. Com 50% do filme concluídos, alguns supervisores de animação foram transferidos para outro projeto, a animação Lilo & Stitch, também dos Estúdios de Animação Walt Disney. Durante esse hiato, Dindal, Fullmer, os roteiristas Chris Williams e David Reynolds resolveram mudar o foco da história. Continuaram com os mesmos personagens principais, mas mudaram o enredo e deixaram de lado o musical, passando, assim, a ser o primeiro longa-metragem dos Estúdios de Animação Walt Disney desde 1990 a não ser um musical. Os personagens principais foram inspirados em seus dubladores (do áudio original em inglês), tendo até características físicas, como o personagem Kuzco tendo hipoglicemia porque seu dublador, David Spade, tem essa condição (HILL, 2000).

A animação foi indicada ao Oscar e ao Globo de ouro, ambos na categoria de melhor canção original por My funny friend and me, mas não recebeu nenhum dos dois prêmios (AWARDS DATABASE, 2001?; HFPA DATABASE, 2001?).

A dublagem em português foi feita pelo estúdio Double Sound, localizado no Rio de Janeiro, e teve como diretor Manuel Garcia Júnior, dublador, tradutor e diretor de dublagem, conhecido por dar a voz em português para atores como Arnold Schwarzenegger, Robin Williams, Harrison Ford, entre outros (DUBLANET, 2012). As duas e únicas canções presentes no filme foram traduzidas por Pavlos Euthymíou e interpretadas por Ed Motta, sendo a terceira vez que esse cantor participa de animações dos Estúdios de Animação Walt Disney (EUTHYMÍOU, 2014).

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Chicha: Uma mulher de opinião forte e ótimo senso de humor. É a esposa de Pacha, mãe de Tipo e Chaca. Como está grávida, ela se torna a primeira personagem a aparecer grávida em uma animação da Disney.

Chicha foi dublada em inglês por Wendie Malick, atriz e ex-modelo norte-americana, conhecida por atuar em séries de comédia. Em português, ela foi dublada por Izabel Lira, dubladora, atriz e locutora carioca.

Garçonete da Birosca: É uma senhora que trabalha na Birosca do Mudka e aparentemente gosta do que faz.

Chicha - Fonte: http://disneyscreencaps.com/the-emperors-new-groove-2000

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Kronk: Ele é o “bola da vez” de Yzma. É o atrapalhado ajudante da conselheira imperial. A maioria das cenas de humor do filme o envolve, pois, ao mesmo que tem a inteligência desenvolvida, sabendo até conversar com esquilos, ele é muito inocente e sem malícia. Apesar de trabalhar para a vilã do filme, ele sempre fica em dúvida se deve realmente executar as maldades ou se age como “mocinho”.

No filme com áudio original, ele foi dublado por Patrick Warburton, ator de TV e dublador norte-americano. Já no filme com áudio em português, ele foi dublado por Guilherme Briggs, dublador brasileiro que já participou de muitas outras animações dos Estúdios de Animação Walt Disney, incluindo o personagem Buzz Lightyear da série Toy story.

Kuzco: Ele é o personagem principal da história. Um imperador adolescente egocêntrico e arrogante. Gosta muito de dançar, e tem até seu próprio “tema”. Odeia quando os outros “quebram a sua onda”. Desde que era bebê, sempre foi muito mimado. Portanto, não consegue ter compaixão pelos camponeses de seu império e está disposto a destruir uma vila inteira só para construir um parque aquático para si mesmo. Sua vida muda drasticamente quando conhece Pacha e sua família.

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Kuzco ganhou sua voz em inglês do ator e comediante norte-americano David Spade, que contribuiu muito com sua personalidade e talento para a criação do personagem. Já em português, sua voz é do ator Selton Mello, famoso por seus trabalhos como ator de TV, filmes e teatro, dublador, diretor e produtor.

Pacha: O camponês chefe da vila onde mora. Vive no topo da colina com sua esposa Chicha e seus filhos Tipo e Chaca. Com o grande coração que tem, acredita que as pessoas sempre têm um lado bom e acredita verdadeiramente nas mudanças. Por diversos momentos, vemos a compaixão que sente. Assim, não deixar o imperador sair sozinho pela selva, mesmo sabendo que, ao chegarem ao palácio, ele destruirá sua vila.

A dublagem em inglês foi feita pelo ator norte-americano John Goodman, famoso por seu papel de Fred Flintstone no filme Os Flintstones e por ter dublado o monstro Sulley de Monstros S.A. Já a dublagem em português foi feita pelo ator brasileiro Humberto Martins.

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Pacha - Fonte: http://disneyscreencaps.com/the-emperors-new-groove-2000

Tipo e Chaca: São um casal de gêmeos, filhos de Pacha e Chicha. Tipo é menino e Chaca, menina. Os dois são muito parecidos, bastante animados e vivem brigando. No entanto, quando precisam, os dois se ajudam e se amam.

No filme com áudio original, a voz de Tipo vem de Shane Baumel e a de Chaca, de Jessie Flower. Já na versão dublada para o português, Tipo recebe a voz de Bruna Laynes, e Chaca a de Bianca Salgueiro.

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Yzma: Conselheira imperial há muitos anos, inclusive de imperadores que vieram antes do imperador Kuzko, Yzma é egocêntrica e ambiciosa. Ela busca formas de eliminar o imperador para que possa assumir o governo. É muito inteligente e possui um laboratório “secreto” (cuja existência todos conhecem) onde prepara diversas poções. Seu ajudante é Kronk.

Yzma é dublada em inglês pela atriz e cantora norte-americana Eartha Kitt, e em português pela atriz brasileira Marieta Severo.

3.2.3 Enredo

A história se passa no Peru, na época do Império Inca, quando Kuzco é o imperador. Sua conselheira é Yzma, cujo braço direito é Kronk. Em determinado dia, Kuzco surpreende Yzma, que está fingindo ser a imperatriz enquanto ele não estava no palácio e, como não era a primeira vez que ela fazia isso, e também por ele achar que ela já está há tempo demais ocupando o cargo de conselheira, o imperador a demite. Furiosa, Yzma vai para seu laboratório secreto, juntamente com Kronk, buscar uma forma de se vingar de Kuzco. O imperador deseja construir um parque aquático de presente de aniversário para si mesmo em uma vila de seu império. Por

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essa razão, chama o chefe dessa vila, o camponês Pacha, para saber onde o sol bate da melhor forma para poder iniciar a construção. Ao saber dos planos do imperador, Pacha fica muito aborrecido e precisa voltar para a vila para dar as más notícias aos moradores.

Enquanto isso, Yzma, que tem diversas poções em seu laboratório, decide usar uma delas, um veneno, para matar Kuzco. Sendo assim, ela marca um jantar para o mesmo dia, e quem o prepara é Kronk. Na hora do jantar, o ajudante de Yzma coloca o veneno na bebida do imperador. Ao beber, este se transforma em lhama em vez de morrer, porque Kronk se confundiu com os rótulos das poções e acabou servindo extrato de lhama para o imperador. Kronk faz com que Kuzco desmaie batendo em sua cabeça, e Yzma ordena que seu ajudante se livre do corpo. Mas na hora de jogar o corpo pela cachoeira, Kronk fica com dó e não o faz. A sacola em que o imperador está acaba caindo na carroça de Pacha, que o leva para a vila. Kronk vê onde a sacola caiu, mas não consegue alcançar o camponês.

Ao chegar em casa, Pacha não tem coragem de contar a sua esposa (que está grávida) que eles terão que se mudar, então simplesmente diz que o imperador não o pode ver naquele dia, e que voltaria para o palácio no dia seguinte. Pacha então se despede de seus dois filhos (um casal) e vai colocar sua lhama para dormir. É aí que ele descobre que o imperador veio com ele, e o imperador descobre que virou lhama. Achando que Pacha o transformou em lhama e depois o sequestrou, Kuzco ordena que ele o leve de volta ao palácio para que Yzma o transforme em gente novamente.

Yzma, por outro lado, está muito feliz que o imperador não está mais lá e, como ele não tinha nenhum herdeiro, ela passa a governar no lugar dele. Ao mesmo tempo, está preocupada que ele retorne ao palácio, já que Kronk não o matou, então os dois saem em direção à vila para tentar matar Kuzco. Enquanto isso, Pacha e Kuzco começam sua trajetória de volta ao palácio, passando por diversos problemas ao longo do caminho. Não há nenhuma confiança entre eles.

Kuzko e Pacha param em um restaurante chamado Birosca do Mudka e, enquanto Kuzco está na cozinha fazendo seu pedido especial para o chef, Yzma e Kronk chegam e começam a conversar sobre o imperador, e sobre seus planos para ele. Então, Pacha tira Kuzco do lugar e tenta avisá-lo sobre Yzma. Kuzco não acredita, porém, e acha que é um plano de Pacha para que ele não volte para o

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palácio e não construa seu parque. Eles se separam e o imperador acaba ouvindo a conversa entre Yzma e Kronk. Ele volta para procurar Pacha, mas este já foi embora.

Durante a noite, Kronk lembra que Pacha (que ele viu no restaurante) é o camponês em cuja carroça o imperador caiu, então eles partem para a casa do camponês na esperança de encontrar o imperador. Enquanto isso, Kuzco encontra outras lhamas, e vai pastar com elas, e acaba ouvindo Pacha contando suas aventuras para as outras lhamas. Eles fazem as pazes e resolvem voltar para a casa do camponês para buscar algumas coisas antes de ir para o palácio, mas Yzma e Kronk chegaram primeiro, e entraram na casa de Pacha, falando para Chicha que Yzma é “tia avó do primo do irmão da concunhada da mulher do tio avô” dele... de segundo grau. Ao chegar em casa, Pacha conta para sua esposa a história toda, e ela diz que atrasará Yzma e Kronk o máximo que puder com a ajuda de Tipo e Chaca para os outros dois poderem chegar antes ao palácio.

Acontece que, de alguma forma, os quatro chegam juntos, e Yzma consegue pegar, antes de Kuzco e Pacha, a poção que transformaria Kuzco em humano. Então, ela pede que Kronk mate Kuzco, mas ele novamente não consegue. Ela chama os guardas e diz que Pacha e Kuzco assassinaram o imperador. Nisso, os dois jogam poções nos guardas, que se transformam em diversos animais, e Yzma é transformada em gato. Kuzco e Yzma começam a brigar por causa da poção, que quase cai de uma cachoeira, mas Pacha e Kuzco trabalham juntos para recuperá-la. Por fim, o imperador bebe a poção e volta a ser humano. Ao se transformar, ele reflete sobre tudo o que passou recentemente e, como Pacha o ajudou, então ele muda de ideia e, ao invés de construir um parque aquático, constrói uma pequena cabana ao lado da casa de Pacha e uma piscina para que a família camponesa possa usar também.

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3.3.1 Produção

É um filme de animação que foi lançado no dia 2 de novembro de 2001. Produzido pelo Pixar Animation Studios, apoiado e distribuído pela Walt Disney Pictures e dirigido por Pete Docter, o filme arrecadou mais de US$ 255 milhões de dólares só nos Estados Unidos (BOX OFFICE MOJO, 2002?). Os gastos com a produção foram de US$ 155 milhões de dólares e o grande sucesso fez com que a parceria Disney-Pixar lançasse, em 2013, um filme adicional sobre a história dos monstros. A Universidade Monstros não é, portanto, uma continuação, mas uma animação que conta a história dos personagens principais antes de estrelarem o primeiro filme (IMDB, 2013).

3.3.2 Personagens

Boo: Humana que aparece no filme e consegue entrar no mundo dos monstros. Boo é extremamente carinhosa e engraçada. É, de fato, uma criança com

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dois anos de idade que morre de medo dos monstros do armário. Supreendentemente, ela se encanta com Sulley, o qual chama de “gatinho”. Boo também aprende a falar o nome do melhor amigo de Sulley e fica repetindo “Michael Wazowski! Michael Wazowski!”

Nos Estados Unidos, Boo foi dublada por Mary Gibbs e aqui, no Brasil, por Ana Elena.

Célia Mae: Namorada de Mike Wazowski, também chamado por ela de “zoiudinho da mamãe”, Célia é dona de um cabelo chamativo que tem pequenas cobras nas pontas e, assim como seu namorado, tem um olho só. Atua como recepcionista da fábrica Monstros SA e se demonstra muito atenciosa, apaixonada, embora seja muito exigente.

Celia é dublada por Jennifer Tilly na versão original e por Miriam Ficher aqui no Brasil.

S

Mike Wazowski: Baixinho, redondo, verde, pequenos chifres e de um olho só. Mike não tem talentos assustadores, mas é imbatível na comédia. Criativo, Mike está presente em todas as cenas cômicas. Trata-se do assistente de Sulley e responsável pela parte burocrática do trabalho. Colegas de apartamento, Mike e Sulley se divertem muito. De fato, Mike atua como uma espécie de treinador de Sulley.

Mike foi dublado por Billy Crystal em inglês e por Sérgio Stern em português. Célia - Fonte: http://disneyscreencaps.com/monsters-inc-2001

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Mike - Fonte: http://disneyscreencaps.com/monsters-inc-2001

Randall Boggs: Randal é o vilão da história. Trata-se de monstro assustador que tem a habilidade de se camuflar e ficar invisível. Boggs passa a maior parte do tempo tentando bater os recordes de Sulley, mas sem sucesso. Com inveja da fama e sucesso do rival, Randall faz de tudo para derrubar o colega de trabalho e seu assistente.

Randall ganha a voz de Steve Buscemi nos Estados Unidos. Já aqui, no Brasil, Márcio Simões é responsável pela interpretação.

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Roz: Secretária financeira do andar dos sustos, está sempre de olho em Mike Wazowski. Com a aparência de uma lesma gigante, Roz é muito exigente e não gosta de atrasos na papelada. Ao final do filme, ela se revela uma funcionária da Agência Detectora de Crianças (CDA).

Aqui, no Brasil, foi dublada pela cantora e atriz Sandra Maria Braga Gottlieb, também conhecida como Gottsha e, em inglês, por um animador da Pixar chamado Bob Peterson.

Senhor Waternoose: Presidente e herdeiro da Monstros SA. Monstro com patas de caranguejo e centenas de olhos no rosto, Waternoose ainda acredita que crianças são altamente tóxicas e que, se entrarem no mundo dos monstros, podem causar grande destruição. Gosta muito de Sulley, até porque ele é o responsável por grande parte dos gritos que, mais tarde, serão transformados em energia. O presidente sempre gosta de usar Sulley como exemplo para quem está entrando na fábrica, pois o considera o melhor monstro.

O Sr. Waternoose foi dublado por James Coburn em inglês e por Ednaldo Lucena em português.

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Sr. Waternoose - Fonte: http://disneyscreencaps.com/monsters-inc-2001

Sulley – Fonte: http://disneyscreencaps.com/monsters-inc-2001

Sulley: Monstro alto e peludo de coloração azul e roxa. Muito popular e talentoso, é o dono do recorde de sustos na Monstros SA. O monstro assustador e respeitado por todos, é um companheiro sensível. Apega-se muito facilmente às pessoas e está sempre querendo fazer a coisa certa.

Nos Estados Unidos, Sulley foi dublado por John Goodman, já no Brasil, por Mauro Ramos.

Referências

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