Resumo: Doença de JorgeLobo (DJL) é infecção granulomatosa cutânea crônica produzida pelo fungo Lacazia loboi, cujas lesões mais típicas têm aspecto queloidiano, com localizações preferenciais em membros e orelhas. As lesões restringem-se à pele, havendo apenas uma referência, do conhecimento dos autores, à localização em semimucosa labial. Apresenta-se caso de doença de JorgeLobo em paciente masculino, com lesão papulonodular no vermelhão do lábio superior, à esquerda, de dez anos de evolução, exitosamente submetida a tratamento cirúrgico, sem recidiva após oito anos.
A remodelagem vascular é controlada por mediadores pró e anti-angiogênico. Entre os diversos sistemas de sinalização que controlam a estabilidade vascular, destacamos a família TGF- β. Na doença de JorgeLobo, estudos imunohistoquímicos revelaram intensa marcação para TGF- β provavelmente produzido por macrófagos, queratinócitos, células T, células dendríticas e fibroblastos (VILANI-MORENO et al., 2005; XAVIER et al., 2008). Além da ação anti- inflamatória, TGF- β exerce importantes funções no desenvolvimento vascular, sendo seus efeitos altamente dependentes do microambiente. Em baixas concentrações, TGF- β é estimulatório das funções endoteliais, enquanto em altas concentrações pode inibir a proliferação endotelial e migração atenuando estímulos angiogênicos e limitando o crescimento do vaso (MANDRIOTA et al., 1996; MURAKAMI, 2012; PARDALI et al., 2010). Portanto, a regressão dos vasos observada em nossos resultados corrobora com a intensa produção de TGF- β e riqueza de macrófagos no local da lesão descrita na literatura o qual pode ser um fator positivo para a redução da densidade de vasos.
Os mecanismos envolvidos na suscetibilidade e re- sistência do hospedeiro frente ao L. loboi não estão ainda elucidados. Entre os diversos mecanismos sugeridos en- contra-se a constituição genética dos indivíduos. Mas, até o momento, não encontramos na literatura muitos estudos sobre marcadores genéticos envolvidos na suscetibilidade da doença de JorgeLobo, exceto o trabalho realizado por Marcos, 6 que pesquisou a freqüência dos antígenos HLA
aplicando-se o teste da antiglobulina humana. Os resultados mostram que a distribui- ção fenotípica do sistema Duffy nos pacientes difere significativamente daquela obser- vada nos controles, pela alta freqüência de indivíduos com fenótipo Fy(a-b-). Observa- se claramente que os pacientes apresentam maior freqüência do alelo FY e menor do alelo FYA do que os controles. O alelo FYB (não inclui os alelos que não são expressos) tem praticamente a mesma freqüência nos dois grupos. Com relação à comparação entre distribuição do grupo sangüíneo Duffy com as formas clínicas, sugere maior número de pacientes com forma localizada da doença de JorgeLobo apresentando um predomínio do fenótipo Fy(a-b+) seguido do fenótipo Fy(a-b-) e inexistência do fenótipo Fy(a+b-). Por outro lado, temos a forma disseminada com maior incidência de fenótipo Fy(a+b-). A forma multifocal foi menos expressiva. Desse modo, podemos inferir uma provável prevalência de fenótipo Duffy negativo na região por nós estudada e os poucos dados disponíveis até o momento tornam clara a necessidade de elaborar tabelas de freqüências fenotípicas para a população acometida pela doença de JorgeLobo, bem como realizar pesquisas para melhor entendimento da função biológica dos antígenos do sistema Duffy. Rev. bras. hematol. hemoter. 2006;28(4):264-268.
Ainda que para algumas doenças infecciosas um gene principal de suscetibilidade tenha sido proposto, a suscetibilidade para o agente infec c ioso, bem c omo a patogênese da doenç a, são, geralmente, c arac terístic as multifatoriais. Em alguns c asos, o componente genético não foi esclarecido, como na doença de JorgeLobo, mas, para a maioria das doenç as, os genes, seus produtos e o mecanismo de atuação estão sendo identificados. Dos genes que atuam na resposta imune, o HLA parece estar mais relac ionado à modulaç ão da forma e manifestaç ão c línic a da doença do que à suscetibilidade para infecção propriamente dita 9 .
Muitos estudos têm sido realizados na tentativa da reprodução experimental da doença de JorgeLobo e somente alguns mostraram resultados positivos. A inoculação do L. loboi na bolsa jugal do hamster (SAMPAIO & DIAS, 1970) e em alguns quelônios, (SAMPAIO et al., 1971), segundo os autores, mostraram lesões semelhantes às do homem. Em 1977, SAMPAIO & DIAS realizaram trabalho inoculando um tatu do gênero Euphractus e relatam obtenção de lesão macroscópica rica em fungos. Em 1999a, OPROMOLLA et al. inocularam camundongos Suíços, por via intradérmica, e obtiveram alterações histológicas semelhantes à doença humana, entretanto, sem lesões macroscópicas. Mais recentemente, MADEIRA et al. (2000), ao inocularem camundongos isogênicos da linhagem BALB/c com o fungo L. loboi, obtiveram lesões macroscópicas com grande número de fungos viáveis, semelhantes às lesões do homem. Com os resultados desse trabalho, essa linhagem se tornou um modelo experimental para o estudo da doença de JorgeLobo.
A doença de JorgeLobo (DJL), também conhecida, entre outras denominações, como lobomicose, blas- tomicose queloideana e lacaziose, é infecção cutânea profunda causada pelo fungo leveduriforme Lacazia loboi (L. loboi). A doença deve seu nome ao dermato- logista brasileiro JorgeLobo, que descreveu o primei- ro caso em 1931. 1 Os indivíduos afetados são, em sua
doença sistêmica em primatas Aotus sp, no Peru, observaram infecção por fungo leveduriforme ainda não classificado, com período de incubação de meses a anos, sintomatologia inespecífica, evolução lenta, cujas culturas foram negativas. O estudo de órgãos do primata por microscopia óptica e eletrônica revelou células leveduriformes em macrófagos, livres no teci- do e grande similaridade com L. loboi. Esse achado inusitado é mais um desafio ao estudo da lacaziose.
A doença de JorgeLobo (DJL) é uma infecção fúngica profunda, causada pelo Lacazia loboi, que acomete preferencialmente homens agricultores, com forma clínica queloidiana e localização nos membros inferiores. A maior incidência é encontrada na Amazônia brasileira. Há poucos relatos sobre a resposta imune tecidual nas lesões dos pacientes. Este estudo objetiva avaliar uma possível participação na patogenia da doença, dos dendrócitos dérmicos fator XIIIa (DD FXIIIa) em lesões cutâneas, através da técnica da imuno-histoquímica. Foram analisados 33 biopsias cutâneas de pacientes com DJL. O grupo controle foi representado por 10 biopsias de pele normal procedente de pacientes sem doenças dermatológicas e por 61 biopsias de pacientes com paracoccidioidomicose (PCM). Os resultados obtidos com a análise dos prontuários revelaram que a DJL acomete principalmente homens (84,8%), agricultores (72,7%), com 46-65 anos (51,5%), procedentes da região nordeste do estado do Pará (51,5%), com forma clínica queloidiana (81,8%) e localização preponderante das lesões nos membros inferiores (45,5). Os valores da contagem de DD FXIIIa nas lesões cutâneas de DJL não foram influenciados pelas variantes de gênero, idade, profissão, procedência, forma clínica e localização das lesões. A quantidade de DD FXIIIa nos pacientes com DJL foi maior do que a encontrada no grupo controle de pacientes com pele sã e no grupo de pacientes com PCM, tanto no aspecto histopatológico de granuloma frouxo (GF), como granuloma bem organizado (GBO). Em virtude dos DD FXIIIa serem considerados precursores das células de Langerhans (CLs), pode-se sugerir que o aumento deles na DJL represente um reservatório dérmico para as CLs epidérmicas e se transformariam nelas continuamente, não permitindo sua diminuição. Já foi demonstrado o aumento de citocinas do perfil Th2 (TGF- β) na DJL e o aumento de DD FXIIIa que é capaz de secretar o fator de TNF-α, observado neste estudo, mostra um predomínio do perfil Th1. Quando há uma coexpressão de citocinas de ambos os perfis na mesma doença, sugere-se a existência de padrões mistos. Então, os resultados obtidos neste trabalho sugerem que a DJL é uma doença espectral, com pólos de resistência e suscetibilidade. O que talvez explique a existência de casos localizados mesmo com longa evolução da doença e casos disseminados como manifestação precoce da DJL.
A doença de JorgeLobo é micose cutânea-subcutânea de evolução crônica causada pelo fungo Lacazia loboi. Esta micose é predominante na região Amazônica e afeta principalmente trabalhadores rurais que vivem em contato constante com a vegetação e o solo, como é o caso dos seringueiros dessa região. Até o momento não existem estudos sobre a participação do estado nutricional na resposta imunológica abordando a doença de JorgeLobo; assim, este estudo tem por finalidade avaliar os efeitos da desnutrição protéico-calórica na resposta imune de camundongos isogênicos da linhagem BALB/c inoculados com L. loboi, empregando parâmetros imunológicos e histopatológicos. O presente estudo foi desenvolvido com 120 camundongos do sexo masculino, da linhagem BALB/c, com idade aproximada de 12 semanas e cerca de 25g de peso corporal. Foram constituídos quatro grupos: G1: 30 camundongos inoculados com o fungo L. loboi, recebendo restrição dietética de 20% da dieta normal; G2: 30 camundongos não inoculados, recebendo restrição dietética de 20% da dieta normal; G3: 30 camundongos inoculados, recebendo dieta normal; G4: 30 camundongos sadios. Os animais dos grupos G1 e G2 foram submetidos previamente, por 20 dias, antes do início do estudo, a restrição dietética com oferta diária de 80% da quantidade ingerida pelos grupos G3 e G4. Após instalada a desnutrição, os animais foram inoculados no coxim plantar, via intradérmica, com fungo L. loboi e depois de 4 meses (período de aparecimento das lesões macroscópicas no coxim plantar), os animais foram sacrificados e submetidos ao lavado peritoneal e à necrópsia para a retirada dos órgãos: fígado e baço. Os coxins plantares foram removidos para determinação da viabilidade e do número total de fungos, além do histopatológico. As células do lavado peritoneal foram utilizadas para: cultura de células totais para dosagem da citocina IFN-γ, cultura de macrófagos para quantificação do NO, H 2 O 2, O 2
Em 1977, SAMPAIO & DIAS inocularam um tatu Euphractus sexcinctus, na região pélvica, com 0,5ml de uma suspensão rica em fungos. Após cinco meses, os autores observaram a formação de um nódulo palpável no local da inoculação que evoluiu rapidamente em tamanho. Aos onze meses da inoculação, o animal foi sacrificado e a lesão removida. O exame histopatológico da lesão revelou a presença de extensas áreas de infiltrado granulomatoso, composto por células gigantes com muitos fungos em seu citoplasma, circundadas por histiócitos. Alguns linfócitos e raros plasmócitos e eosinófilos foram vistos entre os histiócitos. Grande quantidade de fungos foi vista, muitos deles em brotamento ou formando cadeias de cinco ou seis células fúngicas. O que chamou a atenção dos autores foi a presença de áreas de necrose acompanhadas de infiltração neutrofílica, fato que geralmente não se observa na doença humana. Embora os achados histopatológicos encontrados na lesão tenham sido, em parte, diferentes do que são observados no homem, eles concluíram que o tatu era mais susceptível ao fungo do que o homem e que esse animal poderia ser adequado para o estudo experimental da doença de JorgeLobo. Apesar de os autores considerarem o tatu um animal adequado para o estudo da doença, mesmo utilizando apenas um único animal, nenhum outro trabalho experimental for realizado com essa espécie.
A paciente fez uso de várias DAEs sem alteração im- portante na freqüência de crises. Os EEGs de escalpo interictais mostravam ondas lentas intermitentes e irregu- lares muito freqüentes em lobo temporal direito e um dos exames revelou ondas agudas freqüentes em região fronto- temporal direita. A paciente foi então submetida a um pri- meiro exame de RM que não evidenciou alterações con- clusivas, sendo, então, submetida a um novo exame com técnica de reconstrução multiplanar (RMP) evidencian- do perda de nitidez da transição cortico-subcortical com atrofia localizada subjacente em regiões pré-central esquer- da e direita. Estes achados foram interpretados como pos- sível área de displasia cortical ou artefato devido a volume parcial.
O diagnóstico serológico é feito pela deteção de IgM para vírus dengue na fase aguda da doença [ no sangue e também no líquor se houver sinais ou sintomas de afeção do Sistema Nervoso Central (SNC)] ou subida de 4 vezes o título de IgG entre uma primeira amostra, colhida no início dos sintomas e uma 2ª amostra, cerca de 2 semanas depois
RESUMO – Introdução - As doenças inflamatórias intestinais são enfermidades crônicas, que afetam significativamente a qualidade e expectativa de vida dos pacientes. Existe polimorfismo clínico e a abordagem terapêutica tem sido modificada nos últimos anos. Objetivo – Reavaliar o perfil dos pacientes em acompanhamento ambulatorial analisando o comportamento das doenças, sua prevalência e conduta terapêutica. Métodos - Foi realizado um estudo transversal da última atualização da base de dados dos pacientes de ambulatório de doença inflamatória intestinal em 2010. Os itens analisados foram sexo e idade dos pacientes, tipo da doença (retocolite ulcerativa ou doença de Crohn), localização da doença, tipo de medicação em uso, e se os pacientes estavam sintomáticos ou assintomáticos na última consulta. Resultados - Foram estudados 171 pacientes. O sexo feminino mostrou-se predominante (60,8%) e a média de idade dos pacientes foi de 42,3, variando de 16 a 84 anos. Em relação ao tipo de doença inflamatória, a retocolite ulcerativa mostrou-se mais prevalente (58,5%). As localizações mais frequentes na retocolite ulcerativa foram pancolite e retite, ambas com 26% (n=26). Na doença de Crohn a localização ileocolônica foi a mais prevalente, com 47,9% (n=34), sendo seguida pela colônica com 25,4% (n=18). A monoterapia foi a mais utilizada, correspondendo a 54,4% dos pacientes, sendo que os imunossupressores foram as drogas de uso mais frequente (35,5%). A associação de medicamentos foi necessária em 36,3% dos casos, sendo a combinação mais frequente salicilato local com sistêmico em 33,9%. Nos portadores de retocolite ulcerativa 82% estavam em uso de salicilatos, seja local ou sistêmico. Na doença de Crohn 57,7% faziam uso de imunossupressores. Em relação à atividade da doença na última consulta, 71,3% dos pacientes apresentavam-se assintomáticos. Conclusão - A retocolite ulcerativa foi pouco mais prevalente que a doença de Crohn, sendo pancolite e retite as localizações mais frequentes. Na doença de Crohn a localização ileocolônica foi a mais encontrada seguida pela colônica. A monoterapia com imunossupressores foi o esquema terapêutico mais utilizado. A maioria dos pacientes apresentava-se assintomático na última consulta. ABCDDV/793
Ao longo das últimas décadas, o tratamento farmacológico tem sofrido avanços muito significativos no campo da manutenção e melhoria da função endotelial. O tratamento farmacológico em conjunto com o reconhecimento da necessidade de tratar outros fatores de risco específicos e do benefício de determinadas modificações comportamentais de estilo de vida, são premissas indispensáveis para a proteção do normal funcionamento do aparelho cardiovascular. Apesar de existirem muitos estudos que sugerem a existência de diversas opções farmacológicas, cuja utilidade na prevenção e progressão da doença aterosclerótica e do dano endotelial foi comprovada, o tratamento concreto destes distúrbios tem-se revelado uma realidade difícil de alcançar. Isto deve-se, em especial, à inexistência de um método reconhecido para prevenir e/ou remodelar toda a superestrutura vascular. Assim, uma abordagem terapêutica individualizada com avaliação abrangente da saúde vascular através da função endotelial pode revelar-se benéfica para proporcionar um tratamento adaptado e de acordo com as especificidades da condição patológica de cada doente (48).
A toracotomia exploratória associada à CAAF foi essencial para que se chegasse a um diagnóstico, uma vez que exames radiográficos não foram precisos. Além disso, a toracotomia permitiu a abertura do mediastino, o que facilitou a expansão dos lobos pulmonares direitos, que ainda apresentavam um parênquima viável. Apesar da cultura negativa, o exame citopatológico por aspiração com agulha fina pôde confirmar a doença, o que mostra a importância do exame.
Versão definitiva da monografia - a versão final da monografia deverá ser entregue ao coordenador do curso com a assinatura de todos os membros da banca examinadora em uma [r]
No que concerne à sobrevivência de priões, agentes de doenças neurológicas degenerativas (caso da doença de Creutzfeldt-Jakob, do Kuru, entre outras), parecem ser muito resistentes à acção de muitos agentes físicos e químicos habitualmente usados para descontaminar materiais que contenham microrganismos patogénicos. Desinfectantes químicos como o álcool, amónia, fenóis e outros são completamente inefi cazes na sua descontaminação. Mesmo após temperaturas de 600ºC ainda apresentam alguma infecciosidade. A resistência do prião foi comprovada no meio ambiente, especialmente no solo, podendo manter-se infeccioso pelo menos durante três anos.
No Capitulo 2 é apresentada uma revisão sobre as barragens de rejeitos enfatizando as características dos sistemas de disposição, as características dos rejeitos de minério de ferro, o[r]
Um sistema que cria um ônus para a escola, seja em termos de gratificação não recebidas ou de medidas administrativas, sempre será visto como injusto em um ambiente [r]