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Quadro 3: Caracteristicas de Urbanização

2.4 10 – Á GUA E SUSTENTABILIDADE

A água é um dos recursos ambientais que não podemos questionar a importância, já que não existe nenhuma forma de vida conhecida que não necessite deste recurso para poder sobreviver e se desenvolver. Além de ser indispensável para a vida, a água doce é o suporte para sectores económicos, sociais, como abastecimento público, agricultura, geração de energia, indústria, pecuária, recreação, transporte e turismo.

Encontramos a água de maneira abundante, mas o uso irracional está provocando um grande impasse, principalmente por causa da degradação, do desperdício, da explosão demográfica, da má distribuição e do modelo insustentável de desenvolvimento económico eleito pela maioria dos países. Desta forma, de todas as problemáticas ambientais, a carência quantitativa e qualitativa da água doce parece ser o mais grave e urgente para a sustentabilidade do planeta.

Nos últimos quinhentos milhões de anos a quantidade de água no planeta não se alterou; em contrapartida, o crescimento demográfico atinge números nunca antes previstos, ameaçando a sustentabilidade e o ciclo hidrológico natural da água.

No entanto, o consumo da água cresce cada vez mais num ritmo acelerado; seu consumo é duas vezes maior do que o aumento da população. Isso nos faz deduzir que se uma das causas da falta de água é o aumento populacional, de outro lado encontramos o aumento de consumo por pessoa.

Além da grande falta, esta escassez também pode ser qualitativa em virtude das descargas de esgoto, sejam elas pontuais ou difusas, infrigindo os acordos ambientais estabelecidos.

Um outro aspecto importante dessa problemática ambiental é a distribuição de água pelo planeta, pois enquanto em alguns países os recursos hídricos existem em abundância, em outros há bem pouco e noutros mais quase não há disponibilidade, e esta é a tendência, pois cada vez mais aumenta o número de países que apresentam escassez de água.

Diante desse quadro, faz-se necessário que cada país passe a controlar e a utilizar a água, principalmente as fontes de água potável, por meio de um sistema de agenciamento dos seus recursos hídricos, de forma a manter a quantidade e a qualidade desse bem e a promover o acesso a toda população.

Ao estabelecer o direito à água para as gerações presentes e futuras e a utilização de forma racional e integrada dos recursos hídricos, consagrou-se o desenvolvimento sustentável e a sustentabilidade dos recursos hídricos.

A seguir apresentaremos um quadro de como utilizar a água de maneira sustentável evitando o desperdício e fazendo a sua reutilização.

Quadro 1474: Utilização da água de forma sustentável

Local O que devemos fazer

Banheiro  Procure não tomar um banho demorado, um duche com 15 minutos consome 135 L de água, numa casa se fecharmos o

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registo ao ensaboar, o consumo cai para 45L;

 Coloque um balde em baixo do chuveiro para armazenar a água enquanto não esquenta. Esta água pode ser usada para outras actividades;

 Escove os dentes com a torneira fechada e a abra somente para o enxagúe. O mesmo vale para o fazer a barba;

Cozinha  Ao lavar a louça, primeiro limpe o resto de comida dos pratos e panelas com esponja e sabão e só ai abra para molhá-los. Ensaboe tudo que tenhas para ser ensaboado e abra a torneira novamente para o enxagúe;

 Só ligue a máquina de lavar louça quando ela estiver cheia;  Na higienização das frutas e verduras utilize o cloro ou água

sanitária de uso geral (uma colher de sopa para cada litro de água, por 15 min.) depois, coloque 2 colheres de vinagre em 1L de água e deixe 15 minutos, economizando assim o máximo de água potável;

 Cada copo de água que você bebe, exigem pelo menos 2 copos de água para ser lavado. Por isso evite o desperdício em qualquer circunstância.

Lavandaria  Junte bastante roupa suja antes de ligar a máquina ou use o tanque. Caso use uma máquina, procure utilizá-la no máximo três vezes por semana, se na sua casa as roupas são lavadas no tanque, utilize a água do molho para esfregar e ensaboar a roupa, use água nova apenas no enxágue, e esta aproveite para lavar o quintal ou a área de serviço.

No jardim  Use um regador para molhar as plantas os invés de mangueiras, no verão a rega deve ser feita pela manha ou noite, o que reduz a perda da agua por evaporação, já no inverno a rega pode ser feita em dias alternados pela manhã.

Piscina  Se tens uma piscina de tamanho médio, saiba que com a acção do sol e do vento, você perde aproximadamente por mês o suficiente para suprir as necessidades de água potável de 4 pessoas por cerca de um ano e meio aproximadamente, com uma cobertura esta perda é reduzida em 90%.

Contudo, sabemos que a questão da água, seja ela no âmbito da sua quantidade, da qualidade e do acesso bem distribuído é mais urgente que qualquer outra problemática ambiental. A água não é um mero insumo dentro da cadeia produtiva, como os que têm acesso ao capital gostariam que fosse, devendo ser

101 compreendida como um direito fundamental para qualquer ser humano, e o seu acesso não deve ser negado.

2.5 – Poluição Atmosférica

O ar consiste numa mistura gasosa, constituída por oxigénio, azoto e dióxido de carbono, responsáveis pelos processos vitais da vida do planeta.

Gráfico 29: Constituição do ar75

Sem oxigénio não é possível a existência de formas evoluídas de vida. Quando é alterada a composição do ar, por contaminação ou por alteração da proporção dos seus constituintes (excesso de dióxido de carbono, metano, ozono ou óxido nitroso, por exemplo) ou pela existência de poeiras em suspensão, a capacidade respiratória dos seres vivos é afectada. (FADIGAS. L., pág. 40, 2007)

A atmosfera terrestre é o escudo protector da Terra que se dispõe em camadas que são diferenciadas por sua temperatura e composição.

Ilustração 13: Camadas atmosféricas76

75Fonte: www.wikipedia.org/wiki/Polui%C3%A7%C3%A3o_atmosf%C3%A9rica, visitado em 1 de Julho de 2009 76 Fonte: www.achetudoeregiao.com.br/animais/gerais.gif/atmosfera.jpg, visitado em 14 de Setembro de 2009

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A poluição atmosférica ocorre quando encontramos alguma presença de uma substância estranha, ou quando ocorre uma variação na proporção dos seus componentes, podendo causar efeitos nocivos ao ambiente. No quadro a seguir listamos alguns dos principais poluentes atmosféricos.

Quadro 1577: Os principais poluentes atmosféricos

Poluentes Fontes Processos Efeitos

Óxido de Enxofre (SOx)

Antropogênicas Térmicas, veículos (diesel), processos industriais;

 Afecta o sistema respiratório;

 Chuvas ácidas;  Danos em materiais; Naturais Vulcanismo, processos

biológicos Óxido de Azoto

(NOx)

Antropogênicas Combustão (veículos e Indústrias)

 Afecta o sistema respiratório

 Chuvas ácidas Naturais Emissão da vegetação

Compostos Orgânicos Voláteis Antropogênicas Petroquímicas; Veículos; Evaporação e combustão de solventes;  Poluição Fotoquímica;  Incluem compostos tóxicos e carcinogênico Monóxido de Carbono

Antropogênicas Combustão (veículos)  Reduz a capacidade de transporte de oxigénio no sangue

Natural Emissões de vegetação

Dióxido de

carbono

Antropogênicas Combustão  Efeito estufa

Natural Fogos Florestais Chumbo Antropogênicas Gasolina com chumbo

Incineração de resíduos

 Tóxicos acumulativos  Anemia e destruição de

tecido cerebral Partículas Antropogênicas Combustão;

Processos industriais; Condensação de outros poluentes Extracção mineral  Alergias respiratórias;  Vector de outros poluentes (metais pesados, compostos orgânicos carcinogenicos) Naturais Erosão eólica;

Vulcanismo

103 CFC’s e Halons Antropogênicas Aerossóis;

Sistemas de refrigeração; Espumas, sistemas de combate a incêndios

 Destruição da camada de ozónio;

 Contribuição para o efeito estufa

Os contaminantes da atmosfera têm origem em inúmeras fontes, tais como as fábricas, centrais termoeléctricas, automóveis, poluentes provocados pela actividade humana mas que também podem se originar de meios naturais, os incêndios florestais, a poeira provocada pelos desertos, as erupções vulcânicas, entre outros.

Os poluentes atmosféricos podem ser classificados como: os poluentes primários, que são os responsáveis pela contaminação directa do ambiente, por exemplo os gases provenientes dos automóveis. Os principais poluentes primários são, o óxido de enxofre (SOx), óxido de azoto (NOx), monóxido de carbono (CO), os compostos orgânicos voláteis (COV), as partículas finas ou inaláveis. Os poluentes secundários, são o resultado das reacções dos poluentes primários na atmosfera. Um exemplo é o Ozono troposférico (O3), que é o resultado da reacção fotoquímica entre o óxido de azoto e o monóxido de carbono ou com os compostos orgânicos voláteis (COV).

As fontes de poluição atmosférica podem ser classificadas como antropogênicas ou naturais, ou ainda por sua especificidade, quanto às características destas fontes, que podem ser apresentadas de várias formas, tais como:

 Fontes Estacionárias – São as emissões de poluentes que têm a origem num ponto fixo, tais como as emissões provenientes de centrais eléctricas e termoeléctricas, instalações de produção incineradora, fornos e aparelhos de queima;

 Fontes Móveis – Ao contrário das estacionárias, correspondem às emissões que têm origem em fontes poluidoras que se encontram em movimento, os exemplos de fontes móveis são o tráfego rodoviário, aéreo, marítimo e fluvial.

 Fontes em Área – É o caso de poluições difusas, que apresentam uma distribuição homogénea.  Fontes em linha – estas fontes estão associadas às fontes móveisl de poluição, aos veículos

automóveis, pois embora móveis, a sua emissão de poluentes é feita de forma linear.

 Fontes Pontuais – Eis um caso especial de fontes de emissão de poluentes na atmosfera, cuja sua análise requer um tratamento específico, um exemplo para este tipo de fonte são as chaminés de uma central termoeléctrica.