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2.2.3 – U RBANIZAÇÃO ACELERADA EM P ORTUGAL

Quadro 3: Caracteristicas de Urbanização

2.2.3 – U RBANIZAÇÃO ACELERADA EM P ORTUGAL

O fenomeno da expansão urbana portuguesa é relativamente tardio, estando intimamente ligado ao pocesso de industrialização do pós II Guerra Mundial, e mais com processo da tercerização da economia, na medida em que apenas a partir de 1950, o crescimento da população urbana passa a ser superior ao da população rural, verificando-se na decada de 60 do seculo XX, em consequência do êxodo rural paras as cidades, principalmente para Lisboa e Europa Ocidental. Tal processo será representado no gráfico que se segue.

Gráfico 12: Processo de cressimento populacional nas cidades portuguesas39

O procedimenro da urbanização portuguesa, pode ser caracterizado por três principais aspectos, que citaremos a seguir;

 Concentração populacional nas duas grandes cidades, Porto e Lisboa e suas poximidades;

38Fonte: United Nations Statistics Division

39Fonte: SALGUEIRO, Teresa Barata, A cidade em Portugal Uma geografia urbana, Porto, Edições Afrontamento,

439p

As cidades foram-se alterando nas últimas décadas; com o crescimento delas e do desenvolvimento das áreas suburbanas, o crescimento populacional e o êxodo rural, o grande crescimento do modo de vida urbano para além das cidades, tornando cada vez mais difícil a distinção entre as diversas formas de espaços urbanos, entre estas e a área rural.

57  Urbanização difusa e a densificação da dispersão, principalmente no litotal norte,

 Algum crescimento da população nas pequenas cidades, que existem em grande número, mas são de reduzidas dimensões, provocando uma rede urbana nacional distorcida, com falta de centros urbanos de dimensão intermediária.

O grande destaque desde o processo de urbanização é a bipolarização e litoralização do sistema urbano, provocando assim um aumento no desequilíbrio espacial já existente.

O que contribuiu muito para alguns desses fenómenos, foi a grande mobilidade geográfica, uma das mais elevadas do mundo e a maior da Europa no período entre 1960 a 1981, da população portuguesa. O êxodo rural, a emigração e o retorno das ex-colonias associados ao crescimento natural da população, ajudaram à desertificação do interior e ao aumento do desequilíbrio espacial urbano.

Para além da expanção generalizada com raras excepções das povoações já existentes, principalmente nos grandes centros urbanos, com a proliferação dos subúrbios e a criação de verdadeiras áreas metropolitanas.

As cidades portuguesas são essencialmente, o resultado do processo de evolução existente há vários séculos, em Portugal só encontramos poucas cidades relativamente novas, que são Fátima, ligada aos motivos religiosos; Entroncamento, construída e constituída pela confluência das ligações norte e sul; Lisboa e interior da rede ferroviária nacional e Santo André, uma cidade projectada para atender as necessidades do projecto de Sines, que no princípio abrigaria mais de cem mil habitantes. Em 1981 Santo André apresentava uma população de 5.000 habitantes.

Todos esses processos de urbanização que abordamos levantam sérios problemas de diferentes espécies que citaremos em seguida alguns dos mais importantes.

 Expansão da urbanização ilegal, aumentos dos “bairros de lata”, fenómeno favorecido pela completa desarticulação do mercado habitacional;

Segregação espacial das diferentes camadas populacionais e formação de “ghettos”com a possibilidade de promover conflitos étnicos – raciais ou pontos de marginalidade;

 Desertificação e necessidade de preservação dos centros históricos;  Poluição e degradação;

 Carência de infra-estruturas e congestionamento das redes viárias e de transporte, principalmente nos maiores pólos urbanos, Porto e Lisboa;

 Grande dependência do sistema urbano português com o exterior, principalmente com o turismo, remessas de emigrantes, energia e actividade económica em geral;

 Necessidade de adaptações de áreas urbanas a novas situações, e consequentemente um planeamento urbano;

 Uma política urbana eficiente, articulada com outros tipos de acções, em diferentes níveis, fazendo um aproveitamento das potencialidades das cidades como objecto de desenvolvimento;

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 Os problemas mais gerais ao processo de urbanização de carácter psicológico ou sociológico. Relacionado com todos estes aspectos está o problema da evolução futura do sistema urbano português, pois num futuro próximo com a manutenção da diminuição do crescimento populacional e da mobilidade geográfica, e, não obstante, as consequências que possam advir de uma maior integração no espaço comunitário e de uma maior internacionalização.

2.2.4 – Os efeitos da urbanização acelerada ao meio ambiente

O meio ambiente tem vindo a sofrer as alterações promovidas pelo homem. A harmonia que havia antes do processo de industrialização do planeta, foi quebrada devido ao crescimento populacional desordenado, apresentando como consequência a desqualificação urbana e o comprometimento do meio ambiente natural.

A cidade converteu-se pelo capital em lugar onde se aglomera a produção, se congestiona o consumo, se amontoa a população e de degrada a energia. Os processos urbanos se alimentam da suprexploração dos recursos naturais, da desestruturação do entorno ecológico, do esvaziamento dos lençóis freáticos da sucção dos recursos hídricos, da saturação do ar e da acumulação de lixo. A urbanização como via inelutável do desenvolvimento humano é questionada pela crise ambiental, que discute a natureza do fenómeno urbano, seu significado, suas funções e suas condições de sustentabilidade (LEFF. E., 2001)

Os espaços urbanos estão crescendo cada vez mais, mas de forma desordenada e desrespeitando as condições naturais do meio ambiente. A grande densidade populacional associada à desorganização espacial urbana, à falta de inclusão social e principalmente à falta de integração entre a cidade e o meio ambiente natural, tem provocado como resultado a degeneração das cidades e de todos os seus ecossistemas.

O problema não é o efeito da urbanização sobre o ambiente, mas a sua relação com ela mesma, pois está faltando organização nas nossas cidades. (GORE, A. 1992)

Essa desorganização urbana tem desencadeado um vício envolvendo o ambiente natural associado aos processos de urbanização, promovendo alterações ambientais, algumas destacamos a seguir;

 Afugentamento e ou extinção de animais silvestres pouco adaptados ao convívio urbano. Como resultado, as espécies mais adaptáveis ao novo ecossistema apresentam predominância. O que também pode ocorrer é a introdução de espécies exóticas;

 Diminuição da área coberta por vegetação original e a introdução de espécies exóticas de vegetação original e a introdução de espécies exóticas de vegetação que alteram definitivamente as características naturais do ecossistema original;

 A retirada da vegetação provocando o descobrimento do solo, proporcionando o aumento da erosão, favorecendo a perda da camada fértil e a desertificação;

A alteração do solo, induz à mudança da reflectividade da radiação solar (albedo), promovendo assim o aquecimento da camada inferior da atmosfera;

59  Emissão de poeiras do solo modificado e a queima de combustíveis fósseis no meio urbano

provocam alterações de ordem qualitativa da composição atmosférica;

 Alterações climáticas, o processo da urbanização provoca uma alteração no clima e na entrada da radiação solar que impulsiona os mecanismos da atmosfera, e todos os elementos climáticos como temperatura, padrões de pressão, vento e a precipitação pluviométrica e apresentam como efeito secundário a diferença de aquecimento da atmosfera e da superfície terrestre;

 O ambiente urbano promoveu a compactação do solo, provocando as alterações topográficas (escavações e aterros), modificando a superfície do solo e desfigurando a paisagem.

Sabemos que com a urbanização e a evolução das cidades não é possível manter a natureza intacta, pois várias regiões já apresentam o seu ecossistema alterado, mas ocorre que as outras paisagens ainda estão intactas ou podem ser recuperadas, ou transformadas utilizando o planeamento e ordenamento do território a favor da sociedade e respeitando as leis ambientais que o regem. Desta forma teremos uma cidade harmónica, através da criação de um novo ambiente urbano baseado no equilíbrio, na qualidade de vida da população e na sustentabilidade, tanto para o ambiente como para as estruturas urbanas.

2.3–DESMATAMENTO

Com o aumento impressionante do desmatamento das florestas do planeta que o homem vem promovendo nas últimas décadas, em muito pouco tempo só restará uma área muito restrita de floresta nativa.

Gráfico 13: Desmatamento ocorrido no cobertor vegetal do planeta40

O desmatamento é o processo de destruição das áreas verdes, destruição causada principalmente pela acção do homem sobre a natureza. Algumas actividades promovidas pelo homem para provocar o desmatamento são: a extracção de árvores para a exploração da madeira, ampliação das áreas cultiváveis e a expansão urbana. Estes processos caracterizam o desmatamento do cobertor vegetal do nosso planeta.

40 Fonte: Instituto ecológico Aqualung

De uma área de quase 70 milhões de km2 que apresentava o planeta, hoje só restam um pouco mais de 20 milhões de km2, um total de dois terços desse cobertor vegetal original não existem mais.

As florestas são os locais mais ricos, que apresentam a maior diversidade do planeta, mas as florestas são as maiores vítimas do processo de desenvolvimento do planeta.

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