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Área 3 – Desenvolvimento Profissional

4. ENQUADRAMENTO FUNCIONAL

4.3. Área 3 – Desenvolvimento Profissional

Nesta área específica tentei aplicar e potenciar os conhecimentos científicos e didático-metodológicos adquiridos e desenvolvidos durante a minha formação inicial. Ao procurar colocar estas aprendizagens em prática e ao serviço da docência, consegui uma melhoria constante da minha forma de atuar, como futuro professor.

Ao longo do ano confirmei algumas situações que já entendia como essenciais para alcançar o sucesso profissional. Pude, ainda, confirmar que a capacidade de adaptação e decisão são cruciais nesta profissão. Pois, quase todos os dias me deparei com situações inesperadas, que rapidamente tive de ser capaz de dar resposta, contornando as adversidades da melhor forma possível. Esse foi um desafio constante e, durante o ano letivo, foi necessário realizar várias adaptações, designadamente quando tinha os grupos de alunos previamente selecionados e eles faltavam, tendo que reajustar os grupos; quando o material era insuficiente para determinados exercícios; quando os lesões de alunos; exercícios eram demasiadamente complexos, obrigando-me a retornar a exercícios mais básicos; entre outras situações que poderiam ser aqui mencionadas. No entanto, importa referir que esta capacidade de adaptação, foi sendo melhor conseguida com o tempo, pois com o adquirir de alguma experiência, tornei-me capazes de reagir aos contratempos que surgem no dia a dia da Escola.

As dificuldades foram naturalmente muitas, mas tentei ter em cada uma dessas dificuldades oportunidade de crescimento e de enriquecimento profissional. Na minha perspetiva, entendo que é fundamental ter uma mente aberta e sempre disposta à aprendizagem, sendo que esta capacidade de “absorver” o máximo possível de aprendizagens com todos os intervenientes que nos rodeiam.

Deve partir sempre de nós, EE. Muitas foram as modalidades que não dominava na totalidade e que obrigou a um trabalho mais aprofundado de estudo dos conteúdos, antes da elaboração das UD. Adicionalmente, procurei uma panóplia de exercícios para trabalhar esses conteúdos e selecionava a

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que, na minha opinião, se ajustavam melhor às circunstâncias e às carateristicas da minha turma.

Ao longo deste percurso, foi também importante manter um empenho em todas as atividades e tarefas realizadas na Escola, tal como o corta mato, a ação de formação, os torneios, as aulas, o DE. Toda a minha participação nestas atividades, foi importante para o meu crescimento enquanto EE, na medida em que toda a minha presença foi útil na absorção de aprendizagens e conhecimentos que serão uma mais valia para o desempenho da nossa profissão.

Para o reconhecimento e melhoria de todo este processo educativo as reflexões realizadas, através do diário de bordo, assumiram-se como uma tarefa permanente da minha evolução do professor. Refletir é fundamental, pois é o momento em que de forma ponderada pensamos sobre a nossa ação, realizando um balanço sobre o processo e as estratégias utilizadas. Este processo reflexivo, permite-nos partir para o uso de novas estratégias que, por vezes, se tornam fundamentais no succeso da prática pedagógica.

Um dos aspetos mais importantes para o EE, durante o anos, prende-se com a observação que é uma fonte que alimenta a compreensão das nossas práticas, que desvenda muitos enigmas e indica muitos caminhos que podemos seguir, quando bem absorvidos.

De acordo com Alarcão (1996), a observação de aulas constitui o ponto de partida para o desenvolvimento profissional do professor, para que, através da compreensão das suas ações e das ações dos colegas ou de outros professores, possa controlar melhor o seu próprio processo de ensino.

Para que a prática tenha um efeito formativo, é fundamental que a observação seja criteriosa e analisada à luz de quadros teóricos e de valores educativos consciencializados. O professor deve ter a oportunidade de se ver ao espelho, de se ver em situação, pela mediação da observação de outros, para que, através de uma prática reflexiva, possa estabelecer uma relação teórico-prática que resulte numa maior consonância entre o pensamento e a ação (Rodrigues, 2001). Neste mesmo seguimento, é minha convicção de que a observação dos meus colegas me permitiu aceder um crescimento pessoal e

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autocrítico. Como tal, sempre que possível, procurei assistir ao maior número de aulas, aproveitando esses momentos para fazer registos, debater e esclarecer dúvidas que foram surgindo, bem como refletir acerca dos registos, antes e durante as reuniões após as observações.

Para mim, a observação dos diferentes modos de atuar dos meus colegas e dos restantes professores de EF foi fundamental para colher ideias e, posteriormente, interpretar e melhorar a minha ação. Ao longo do tempo, esta ação torna-se uma mais valia na minha planificação e, também, no meu modo de agir.

Um dos aspetos de maior preocupação, como já referi, deveu-se aos registos durante as aulas, acerca dos aspetos mais importantes, ou seja, da postura adotada, dos feedbacks, do modo de organizar a turma e gestão do tempo de aula, entre outros aspetos que considerei relevantes. Desta forma, ao centrar-me nos pontos chave, fui adquirindo informações essenciais para enriquecer a minha prática.

As reuniões de núcleo, a par das observações das aulas, tornaram-se momentos de partilha, que tiveram como principal objetivo refletir em torno das nossas atuações. Era uma forma de reviver as aulas, na perspetiva de quem as observou, o que considero ter sido uma excelente estratégia para promover o nosso processo formativo. Obviamente, que perante este cenário, tornou-se essencial adotar uma postura (auto e hétero) crítica, mostrando-me recetivo às criticas dos meus colegas, para que cada elemento do núcleo pudesse tirar ensinamentos e repensar a sua ação.

Concluindo, foi determinante a observação das aulas dos meus colegas do núcleo de estágio e também de outros professores de EF, pois enriqueci as minhas práticas, retirei ideias, analisei diferentes estratégias e formas de atuar, aprendendo, inclusive, a nomeadamente contornar determinadas adversidades. Sem esta ação, restringindo-me apenas à minha experiência singular, certamente que a prática seria menos inovadora e mais fechada.

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