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SUMÁRIO

Mapa 3. Área dos municípios com influência dos AHE’s Capim Branco I e

Fonte: Geominas (1996)

Organização: Lívia R. Tomás (2005)

A Área de Influência total dos 2 AHE’s é de 1.151,91 km2

. A Área de Entorno ocupa uma superfície de 261,41 Km2, que corresponde a 22,7% da área de influência.

Tabela 3. Caracterização da dimensão da Área de Influência do Complexo Energético Amador Aguiar ÁREA DE INFLUÊNCIA (AI)

MARGENS Municípios CB1*(km2) CB2*(km2) TOTAL (KM2) TOTAL (%)

Araguari 191,11 377,75 568,86 49,38 Indianópolis 9,12 0 9,12 0,79 Margem Direita Araguari/ Indianópolis 200,23 377,75 577,98 50,18 Margem Esquerda Uberlândia 246,48 327,45 573,93 49,82 446,71 705,2 1151,91 100,00 Fonte: Ribeiro, M. R. M. (PDR, 2005, p.10) Org.: Hudson Rodrigues Lima (2012) *CB1 – Capim Branco I

*CB2 – Capim Branco II

Observa-se que no AHE Amador Aguiar I, a Área de Influência (446,71 km2) e a sua

Área de Entorno (125,79 Km2), abrangem 3 municípios: Araguari, Uberlândia e Indianópolis.

O AHE Amador Aguiar II, a Área de Influência (705,2 Km2) e a Área de Entorno (135,62 Km2),

restringindo-se apenas aos municípios de Uberlândia e de Araguari. Conclui-se que a área de

maior extensão sujeita a impactos e efeitos foi a do AHE de Amador Aguiar II, tanto em sua

AI, quanto em sua AE. As duas áreas foram elucidadas, pois interessou-nos pesquisar nessa

investigação apenas a Área de Entorno dos dois GPIH, que podem ser conhecidas no mapa 4.

De acordo com a legenda do mapa 4, é perceptível que o Complexo Amador Aguiar -

considerando todas as polêmicas que envolveram este GPIH, desde os estudos de viabilidade

até a Licença Prévia, Licença de Instalação, o Plano de Controle Ambiental (PCA), exigido por

força de legislação - conduziu o empreendimento a adoções tecnológicas que foram

importantes tanto para o empreendedor quanto para o território onde foi instalado. Isto

principalmente na Área Diretamente Afetada (ADA), local que efetivamente é o ponto inicial

do impacto do empreendimento, fazendo com que em AA I, por exemplo, chegasse à

alteração do Projeto para que uma área menor fosse inundada. Para uma compreensão

melhor, observando a legenda do mapa 4 a cor em azul escuro representa o leito original do

reservatório ou represa, que destina a riqueza natural, água, para a geração de energia

elétrica nas UHE’s Amador Aguiar I e II.

Nessa pesquisa, interessou-nos focalizar como se deu e como se dá o

(re)conhecimento das pessoas que viveram e foram deslocadas, vivem e/ou fazem parte da

Área de Entorno e que, portanto, fazem parte do território à margem dos reservatórios e do

rio ou estão afastadas das margens, mas dentro do que se considera AE. Sobre isso convém

esclarecer que a ADA de Amador Aguiar I ocupou a área existente até a cota de 625 metros

da região e a ADA de Amador Aguiar II inundou o espaço e o território até a cota dos 565

metros. A partir da consideração dessas cotas pelo GPIH, foram disparados todos os

processos de apropriação do espaço e toda uma interferência nos processos de

territorialização-desterritorialização-reterritorialização (TDR), conforme apontamos no

capítulo I.

No levantamento de dados dessa Pesquisa, considerou-se o Relatório de Avaliação de

Desempenho Ambiental (RADA), elaborado pelo empreendedor, com pedido de renovação

da Licença de Operação, para Amador Aguiar I (RADA, 2009) e para Amador Aguiar II (RADA,

2010) porque se trata de um GPIH em operação (Amador Aguiar I teve sua LO concedida em

09/12/2005, mas seu funcionamento se deu a partir de 21/02/2006; implicando, por Lei, o

pedido de renovação de licença depois de 4 anos da data de autorização; Amador Aguiar II,

teve sua LO concedida em 25/08/2006 e seu funcionamento ocorreu a partir de

09/03/2007). Considerando esses extensos documentos, é possível conhecer e avaliar os

diversos programas, projetos e ações de políticas ambientais, sociais, que foram propostas

e/ou exigidas pelos organismos de licenciamento e que, para obtenção de nova licença, é

preciso prestar contas do cumprimento destas condicionantes. Estas informações

toda uma trajetória que o Consórcio percorreu para construir e administrar o GPIH e obter

os devidos licenciamentos, particularmente os constantes nos EIA e RIMA, nos

procedimentos constantes do PCA e nas Licenças para o empreendimento seguir o seu curso

por meio de medidas mitigadoras e de compensação, o que traduz os pontos mais

conflitantes relacionados à existência do GPIH no território investigado.

Na leitura do RADA (2009 e 2010), identifica-se os dados de envergadura que

caracterizam a relação de um GPIH com a apropriação do espaço e a geração de impactos e

efeitos. O reservatório da UHE Amador Aguiar I possui 19 Km2 (RADA, 2009) de área

inundada para gerar 1.357.800 MWh/ano de energia elétrica. A barragem foi construída de

forma singular, como visto na introdução desse trabalho, pois o barramento é separado da

casa de força, sendo que a tomada de água, que passa por um túnel, desencadeou em uma

obra realizada em um trecho de 9 km do rio, denominada de Trecho de Vazão Reduzida

(TVR), abrangendo uma extensão de aproximadamente 9 Km, onde foram construídas 5

soleiras para garantir perenidade de água. Isso com a finalidade de manter o perfil de

escoamento que ocorreria em vazões mínimas das condições naturais no período da seca;

minimizando impactos e efeitos ainda mais negativos ao meio biofísico.

O Reservatório da UHE Amador Aguiar II possui 45 Km2 (RADA, 2010) de área

inundada e foi formado por meio de uma barragem convencional, para gerar 1.147.560

MWh/ano.

Com esses dados totaliza-se uma área inundada de 64 km2, ou 6.400 hectares, que,

excetuando-se as áreas ocupadas por construções edificadas das barragens e operações,

representam a maior parte da Área Diretamente Afetada. Ocorre que os empreendimentos

devem ser vistos em seu conjunto para ser coerente com as discussões e princípios teóricos

Entre as UHE’s Amador Aguiar I e Amador Aguiar II existe uma distância hidrográfica de aproximadamente 75 km, registrada da foz do rio Araguari com o rio Paranaíba, a partir

da barragem de AA II. Além disso, é verificado nos próprios relatórios do Consórcio que

A usina está inserida em um contexto de empreendimentos hidrelétricos em cascata. Situadas a montante encontram-se as Usinas Hidrelétricas de Pai Joaquim, Nova Ponte, Miranda e Amador Aguiar I, todas no rio Araguari (Figura 1). A Usina Hidrelétrica de Amador Aguiar II está submetida à influência do remanso da UHE Itumbiara, situada a jusante, no rio Paranaíba, sendo o rio Araguari afluente ao seu reservatório. (CCBE/RADA, 2010, p.8)

Ressalta-se que além dos GPIH presentes na citação, existe uma Pequena Central

Hidrelétrica (PCH) denominada de Macacos; portanto, conforme visto na Introdução desse

trabalho, trata-se de um rio intensamente impactado.

Consideradas essas informações, retomamos a representação cartográfica constante

no mapa 4 para referir especificamente ao território da Área de Entorno (AE), referenciada

pela legenda na cor rosa. Na tabela 4 temos as seguintes informações:

Tabela 4.Caracterização da dimensão da Área de Entorno do Complexo Energético Amador Aguiar