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Inicialmente, foi selecionado o Parque Estadual Marinho de Areia Vermelha (PEMAV), unidade de conservação inserida no território paraibano e de gestão estadual, por tratar-se da única unidade de gestão estadual em ambiente marinho costeiro, bem como a mesma passa por períodos de intensos conflitos de uso territorial, em especial no período do verão, durante os meses de novembro, dezembro, janeiro e fevereiro, destacando-se como ponto turístico de elevada frequência pelos visitantes.

Também foi considerada a condição de ser uma área aberta à visitação constante e por ser Unidade de Conservação de proteção integral, inserida no bioma marinho costeiro – ambientes recifais, o PEMAV apresenta as seguintes características básicas:

- Parque Estadual Marinho de Areia Vermelha, inserido no bioma Marinho Costeiro, localizado no município de Cabedelo, situado na área de influência do estuário do Rio Paraíba, maior sistema fluvial dessa região, com área de 230, 91 ha, decretada UC em 07 de Fevereiro de 2000, através do Decreto Estadual n° Decreto N.º 21.263 publicado no Diário oficial Estadual em 07 de Fevereiro de 2000.

O PEMAV é um banco de areia situado no litoral do município de Cabedelo - Estado da Paraíba, próximo à Praia de Camboinha, sob as seguintes coordenadas geográficas 07° 00’

41,95” S e 034° 48’ 58,02” O, possui uma extensão de 3 km (sentido norte-sul), formada por um extenso cordão recifal que margeia um banco de areia, o qual emerge apenas durante a maré baixa e que dá nome ao local (Figura 1):

Figura 1 – Mapa de localização do PEMAV.

Fonte: SUDEMA, 2014.

O PEMAV ostenta beleza natural singular, representando um atrativo turístico de grande importância econômica para o Estado e em especial para o município de Cabedelo, chegando até a triplicar a população local no período de alta estação (meses de dezembro e janeiro), o parque vem ganhando cada vez mais destaque, configurando-se como um dos cartões postais

da região metropolitana de João Pessoa. Apesar de não haver, plano de manejo, guia de visitação ou infraestrutura adequada, é comum pacotes turísticos que oferecem a visita aos ecossistemas recifais sem profissionais com capacitação adequada para guiar os visitantes ao local, tão pouco essa visitas possuem caráter educativo. Todavia, a EA consta nos objetivos legais de todos os tipos de unidades de conservação.

No parque é possível encontrar um vasto ecossistema recifal que abriga diversos organismos como peixes, corais, zoantídeos, algas, moluscos, crustáceos, etc., que formam várias piscinas naturais. O acesso ao Parque realiza-se por meio de embarcações que partem das praias do Poço e de Camboinha, sempre que a maré permite, ou seja, quando o nível do mar deixa exposta a pequena ilha, por catamarãs ou embarcações particulares que partem de qualquer área da costa (LOURENÇO, 2010).

A visitação turística na área é intensa e desordenada, considerada um risco potencial para a conservação deste ecossistema frágil, formada por recifes de corais33, o fluxo de embarcações e pessoas na área representam extremo estresse para este ambiente, conforme é possível observar na Figura 2:

Figura 2 - Visitação no Parque Estadual Marinho de Areia Vermelha – PEMAV

Fonte: PB Tur, 2016 – Imagens disponíveis em: <https://www.pbtur.com.br/>

Não apenas no PEMAV como em todo o litoral paraibano, na zona costeira ocorrem diversos conflitos entre o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental. Conforme explica Lourenço (2010) muitos discordam de políticas ambientais severas, principalmente quem sobrevive de práticas exploratórias desses ecossistemas, pois temem que a diminuição

33 Um recife de coral, sob o ponto de vista geomorfológico, é uma estrutura rochosa, rígida, resistente à ação mecânica das ondas e correntes marinhas e construído por organismos marinhos, animais e vegetais portadores de esqueleto calcário Sob o ponto de vista biológico, recifes coralíneos são formações criadas pela ação de comunidades de organismos denominados genericamente “corais” (LEÃO, 1994).

das atividades turísticas traga prejuízos econômicos para o local, enquanto outros, como algumas ONG e pessoas sensíveis ao tema, querem zelar pela diversidade ambiental, mantendo os ambientes intocados, para garantir a preservação.

Assuntos relacionados com a biodiversidade do ecossistema recifal no PEMAV vem sendo mais divulgados nos últimos três anos. Uma série de medidas protetivas, provocadas pelo Ministério Público da Paraíba, articulado com órgãos governamentais corresponsáveis pela gestão do parque, têm sido consideradas visando a conservação desse ambiente, decorrendo assim, acordos e termos de compromisso firmados entre o poder público e as entidades dos trabalhadores e sociedade civil com o fim de disciplinar a visitação e comercialização de alimentos e bebidas na área do parque. O PEMAV possui Conselho consultivo e seu respectivo Plano de Manejo está em processo de elaboração por uma consultoria ambiental contratada pelo órgão gestor. No ano de 2002 o parque passou por um processo de delimitação do território e através do Decreto estadual n° 28.872/2002 teve o seu perímetro definido e descrito (ANEXO B).

Diversos estudos apontam para a singularidade do PEMAV. Em maré 0,0 praticamente toda a plataforma recifal fica exposta, o que pode dificultar o desenvolvimento dos corais. Esta exposição natural à atmosfera deve influenciar diretamente na quantidade de indivíduos e na diversidade de espécies. Estima-se que o Parque seja habitat de aproximadamente, nove espécies de corais, nove tipos de esponjas-do-mar, 41 de moluscos, 31 de crustáceos, 55 de peixes, entre outros grupos da fauna recifal (LOURENÇO, 2010). Espécies de peixes comercialmente valorizadas ocorrem nos recifes do PEMAV, como pargos, sirigados, garoupas e meros (COSTA, 2007, FARIAS; SAMIGUEL,2008, LOURENÇO, 2010).