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CAPÍTULO II ENQUADRAMENTO PEDAGÓGICO DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONAD

2.2. Área 2 – Participação na Escola e Relação com a Comunidade Educativa

Neste capítulo procuramos narrar toda a ligação que tivemos no seio da comunidade escolar, desde a sala de aula até todo o meio envolvente. Os professores atuais não devem chegar à escola e estar apenas restrito à preparação e instrução das suas aulas, ou seja, estes não podem regerem-se só por um trajeto: casa - sala de aula e sala de aula – casa. Devem ser muito mais do que isso, devem procurar estar em constante ligação com a comunidade escolar, participando em todas as atividades existentes, promovendo as relações internas escolares.

Assim, pretendemos nesta parte do relatório, descrever as atividades, que nós professores estagiários estivemos envolvidos, onde o calendário das atividades para o ano letivo, já se encontrava elaborado pela entidade escolar.

2.2.1. Atividades Realizadas pelo Núcleo de Estágio de Educação Física

No inicio do ano letivo, na reunião com os professores constituintes do núcleo de EF, para além das atividades já programadas, os mesmos propuseram que o NEEF organizasse e realizasse atividades de modo a promover, no seio da comunidade escolar, a prática regular e o gosto pela atividade física. Assim sendo, após a reunião, o NE iniciou logo de imediato a realização de projetos a serem apresentados à direção escolar para os mesmos serem aprovados. Tínhamos como projetos idealizados, Desportos Radicais (Rappel, Slide e Escalada), Torneio de Futsal e Mega Aula de Zumba.

O único projeto possível de realizar foi a Mega Aula de Zumba no dia designado de “Escola Aberta”, onde alunos juntamente com os professores, estavam responsáveis pela programação e realização de atividades físicas de todas as áreas de modo a preencher o dia, este que tem um valor simbólico para a escola, não fosse este o dia em que os alunos provenientes de escolas do 3º ciclo do concelho visitavam a mesma. O projeto a ser realizado pelo NE, foi então programado para a manhã do dia “Escola Aberta”, onde tinha como objetivos a promoção de hábitos e estilos de vida saudáveis e a interação entre alunos e professores, educando os participantes de que a prática de exercício físico ajuda no desenvolvimento holístico do ser Humano, proporcionando o bem-estar físico, cognitivo e social.

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2.2.2. Desporto Escolar

No que respeita às atividades já programadas, o núcleo de EF designou responsável o NE por organizar, construir e conduzir uma equipa de Desporto Escolar da modalidade de Futsal na categoria de juvenis (sub-17) e implementar livremente processos e métodos de treino de modo a criar um grupo com qualidade a todos os níveis, tendo como objetivo uma boa prestação na realização do campeonato de Futsal entre as entidades escolares de Portugal, competição esta subdividida por duas fases, onde o vencedor representaria a Coordenação do Desporto Escolar de Braga nas Fases Finais Regionais.

Os treinos foram programados para o início da tarde de todas as quintas-feiras, tendo à disposição do grupo dois campos com diferentes superfícies (sintético e taco flutuante). A maior parte dos mesmos foram realizados no pavilhão (taco), com duração a variar entre uma hora e uma hora e meia.

Com o decorrer do campeonato de futsal observamos uma boa aderência por parte dos alunos, onde com as regras estabelecidas e aceites pelos mesmos, conseguimos criar um grupo homogéneo, coeso, participativo e pontual quer nas sessões de treino quer nas sessões de competição. Foi possível assim averiguar melhorias significativas nas performances individuais e coletivas, contribuindo assim para que a escola este ano passasse a primeira fase, ficando em segundo lugar na segunda, pois nos anos anteriores não conseguira ficar nos lugares que dariam acesso à segunda fase, reforçando assim a ideia de que a mesma competição tem o seu determinado grau de dificuldade. É importante frisar que por pouco que não conseguimos vencer a segunda fase e representar assim a Coordenação do Desporto Escolar de Braga nas fases regionais.

2.2.3. Outras Atividades

No início do ano letivo, foi-nos lançado um desafio pelo núcleo de EF, relativamente à instrução de atividade física a alunos com NEE. Nós professores estagiários teríamos assim de auxiliar os professores de EF nas suas respetivas aulas, os quais ficaram responsáveis pela instrução de atividade física a alunos com NEE. Sem hesitar, tivemos todo o prazer em aceitar o desafio, tornando-se assim um dos mais empolgantes e gratificantes nesta PES por ser vivenciado

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num contexto completamente diferente daquele que estávamos habituados, apesar de eu na minha Licenciatura em EF e Desporto, ter já vivenciado um pouco do mesmo. Em certas e determinadas aulas ficamos responsáveis em programar exercícios adequados aos alunos que carecem de necessidades especiais. De facto, foi sem dúvida alguma uma experiência enriquecedora tornando-nos assim profissionais mais competentes.

Por outro lado, algumas atividades realizadas durante o ano foram programadas e conduzidas por alunos que estavam a preparar a sua Prova de Aptidão Profissional (PAP). Como tal nós professores do NE tentamos ao longo da nossa PES ajudar os alunos em todas as atividades possíveis de ser auxiliadas.

Como tal a atividade do “Corta Mato”, foi preparada e conduzida por uma aluna do 12º ano de escolaridade de um curso profissional, onde os professores estagiários propuseram estar sempre presentes para ajudar em tudo aquilo que fosse necessário, desde a preparação até ao dia da realização da atividade. No dia da respetiva atividade, o NE ficou responsável por informar e descrever os percursos que cada escalão teria de percorrer respetivamente e organizar também de forma coerente a chegada à meta dos alunos que participavam no corta-mato escolar.

2.2.4. Projetos Educativos (Erasmus)

Esta foi uma das atividades que mais me marcou pois na fase da minha Licenciatura não tive oportunidade de estar envolvido num projeto desta dimensão. Foi através do clube europeu da escola na qual realizei a minha PES que tive oportunidade de me envolver neste tipo de projeto educativo. Este tipo de programas estão regidos pela Comissão Europeia, abrangem alunos de todas as idades, desde o pré-escolar até ao ensino secundário e tem como finalidade ajudar os jovens a adquirir competências contribuindo assim para o desenvolvimento de uma aprendizagem de qualidade ao longo da vida, ajudar os jovens a aprenderem e melhorarem línguas estrangeiras, sensibilizar para os diversos tipos de cultura existentes na Europa e reforçar a satisfação pessoal de modo a os jovens tornarem-se mais ativos na sociedade.

No primeiro programa realizado em Vilnius na Lituânia, participaram trinta e seis estudantes e dezoito professores, teve como tema “Music To Drecrease Inequality At Scholl” e estiveram envolvidos países como Portugal, Itália, Turquia, Grécia, Roménia e a própria organizadora do evento, Lituânia. Neste programa foram realizadas atividades de carácter mais cultural sobre música, na qual cada escola de cada respetivo país teve de fazer uma breve apresentação sobre

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a sua história musical preparando posteriormente um miniconcerto de modo a realizarem um evento musical a apresentar aos restantes alunos e professores envolvidos no programa. Pelo meio destas duas atividades, os alunos estavam agrupados de maneira a que cada grupo tivesse no máximo dois alunos provenientes de cada país de modo a incentivar à diversidade cultural e criação de laços de amizade. De frisar que atividades de carater desportivo também foram incutidos no programa semanal de Erasmus, mas o foco estava direcionado para a música.

O projeto educativo (“Job sharing”) realizado em Espanha, no colégio CEIP Las Rehoyas, na cidade de Las Palmas de Gran Canaria, consistia em observar métodos e estratégias que os professores utilizavam nas aulas de EF. Este colégio, que serviu há muitos anos atrás como quartel militar, muros altos, edifício com janelas protegidas com grades, recintos exteriores enormes e um segurança vestido a rigor, abrangia alunos do primeiro e segundo ciclo escolar, onde a maioria deles possuíam comportamentos estranhos, agressivos e fora do vulgar, derivado das condições familiares e sociais no meio onde se inseriam.

Em frente a este espaço e especialmente facultado para as crianças do colégio, a cidade possuí um enorme campo de futebol onze em relvado sintético e piscinas municipais que colmatavam as necessidades dos alunos relativamente às atividades físicas. De outro ponto de vista, foi possível acompanhar e observar as aulas de dois professores de EF, quais os métodos e estratégias que eles utilizavam para cada ano letivo, constatando assim que os alunos desde muito cedo, adquiriam já habilidades motoras bastantes desenvolvidas face à idade deles.

Posteriormente e percebendo o ponto de vista da direção do colégio, o horário escolar para os alunos do primeiro e segundo ciclo, regia-se pelo um intervalo entre as nove e as treze horas, onde os alunos após este período de aulas tinham uma hora para almoçar na cantina, ficando estes com as todas tardes livres para descansar e até mesmo para realizarem qualquer tipo de atividades extracurriculares que os encarregados de educação pretendessem. Podemos afirmar que este foi um dos pontos mais marcantes nesta viagem, pois os professores do colégio entendem que não se deve sobcarregar os alunos com muito tempo de estudo.

Em suma, no último dia do “Job Sharing”, fomos convidados a participar num evento designado pelo “Dia das Canarias”, na qual o mesmo tinha como objetivo fazer referência ao povo dos séculos passados, sendo de caracter obrigatório a participação por todos os alunos e professores, vestidos a rigor, para posteriormente preparar e mostrar o espetáculo aos encarregados de educação presentes nesse mesmo dia.

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