II. METODOLOGIA
3. DESCRIÇÃO DOS MÉTODOS UTILIZADOS
3.2. M ÉTODO DE MATRIZ SIMPLES BS8800
O método de matriz simples BS8800 é um método que foi apresentado na norma britânica BS8800 (BSI, 2004).
Trata-se de um método que, à semelhança do anterior, recorre a uma matriz simples mas, desta vez, com duas escalas de dimensão diferente.
Assim, para caracterizar a Gravidade (G) é utilizada uma escala de 3 níveis e para caracterizar a Probabilidade (P) é utilizada uma escala de 4 níveis.
À semelhança do método anterior, a ordem dos níveis das escalas de Gravidade, de Probabilidade e de Índice de Risco foi alterada, de acordo com o requisito pré- estabelecido, ou seja, de modo a que uma ordem crescente na escala de Índice de Risco estivesse associada a uma ordem decrescente da prioridade de intervenção.
Desta forma, segundo o método de matriz simples BS8800, a Gravidade (G) dos danos pode ser graduada numa escala de 3 níveis, de acordo com o critério apresentado no Quadro 8.
Para facilitar a utilização da escala, a cada nível fez-se corresponder um descritivo com exemplos de aplicação, de acordo com as categorias dos danos para a Segurança e para a Saúde.
Quadro 8 – Escala de Gravidade (G) – Método matriz simples BS8800.
Gravidade
Saúde Segurança
1 Extrema Doença aguda que provoque morte; doença terminal; incapacidade permanente significativa.
Lesões mortais; amputações; lesões múltiplas; fraturas graves.
2 Moderada
Perda parcial de audição; dermatites; asma; lesões relacionadas com o trabalho nos membros superiores; doença passível de provocar incapacidade permanente menor.
Dilaceração; feridas abertas ou cortes profundos; queimaduras; entorses e distensões graves; concussões; fraturas menores.
3 Ligeira
Incómodo ou perturbação e irritação (ex.: dores de cabeça); doença temporária que provoque desconforto (ex.: diarreia).
Lesões superficiais; feridas e cortes menores; irritação ocular provocada por poeira.
Nota: as categorias dos danos para a Segurança e Saúde são mais bem definidas através da
apresentação de exemplos; os exemplos acima listados não são exaustivos.
(adaptado de BSI (2004))
Para se determinar a Probabilidade (P), este método recorre a uma escala de 4 níveis conforme apresentado no Quadro 9. À semelhança do que tem sido apresentado,
também neste caso, cada nível é acompanhado de um descritor por forma a minimizar a subjetividade associada à sua aplicação.
Quadro 9 – Escala de Probabilidade (P) – Método matriz simples BS8800.
Probabilidade
1 Muito Provável (Esperado) Tipicamente acontece, pelo menos, uma vez por semestre a um indivíduo. 2 Provável/Possível Tipicamente acontece, pelo menos, uma
vez em cada 5 anos a um indivíduo.
3 Pouco Provável Tipicamente acontece, pelo menos, uma
vez na vida de trabalho de um indivíduo.
4 Muito improvável Menos de 1% de possibilidade de ocorrer
na vida de trabalho de um indivíduo.
(adaptado de BSI (2004))
Determinadas as variáveis Probabilidade (P) e Gravidade (G), há que determinar a Magnitude do risco (R). A matriz esquematizada na Figura 12 apresenta o processo de determinação da Magnitude do risco (R).
(adaptado de BSI (2004))
Figura 12 – Relação entre as variáveis Probabilidade (P) e Gravidade (G), segundo o método de matriz R = f (P; G)
Gravidade (G)
1 2 3
Extrema/Elevado Moderada Ligeira
Pr ob ab ili dade (P) 1 Muito Provável 1 1 4 2 Provável/Possível 1 2 4 3 Pouco Provável 1 3 5 4 Muito improvável 2 5 5
De acordo com a Norma BS8800, as categorias e a assimetria da matriz resultam dos exemplos de “dano” e de “possibilidade” ilustrados na respetiva norma (BSI, 2004). Neste sentido, as empresas e organizações devem adaptar a conceção e tamanho da matriz às suas particularidades e necessidades específicas. No entanto, e por razões de validação da ferramenta, a matriz foi utilizada tal e qual apresentada na norma. Para a determinação das prioridades de intervenção recorre-se ao Quadro 10.
Quadro 10 – Índice de Risco e Prioridade de Intervenção – Método matriz simples BS8800.
Índice de Risco Prioridade de Intervenção
1 elevadoMuito In ac ei táv el
Estes riscos são inaceitáveis. São necessárias melhorias substanciais no controlo do risco, de modo a que este seja reduzido para um nível tolerável ou aceitável. A atividade de trabalho deve ser suspensa até estarem
implementadas as medidas necessárias para que o risco deixe de ser “muito elevado”. Se não houver possibilidade de reduzir o risco, o trabalho não pode ser retomado. 2 Elevado * Ri sc os q ue d ev em ser red uz id os d e f or m a a s er em co ns id er ad os to ler áv ei s o u ac ei táv ei s.
Devem ser desenvolvidos esforços substanciais para reduzir o risco. As medidas de redução do risco devem ser implementadas urgentemente em período de tempo definido; pode ser necessário considerar a suspensão ou a restrição da atividade, ou aplicar medidas de controlo interinas, até às primeiras estarem implementadas. Pode ser necessária a atribuição de recursos consideráveis para a implementação das medidas adicionais de controlo. Devem ser estabelecidos procedimentos para garantir que o controlo é mantido, especialmente se os níveis de risco estão associados a
consequências com danos extremamente graves ou muito graves.
3 Médio *
Deve ser equacionada a redução do risco para um nível tolerável, e
preferencialmente para um nível aceitável, quando aplicável, mas os custos inerentes a medidas adicionais devem ser tidos em conta. As medidas de redução do risco devem ser implementadas num período de tempo definido. Devem ser estabelecidos procedimentos para garantir que o controlo é mantido, especialmente se os níveis de risco estão associados a consequências com danos.
4 Baixo *
Não são requeridos controlos adicionais a não ser que os mesmos possam ser implementados a muito baixo custo (em termos de tempo, dinheiro e esforço). As ações para reduzir estes riscos são consideradas de baixa prioridade. Devem existir disposições para garantir que o controlo é mantido.
5 Muito baixo
Ac
ei
táv
el
Estes riscos são considerados aceitáveis. Não são necessárias outras ações para além daquelas que garantem que o controlo é mantido.
* - Estas 3 categorias são utilizadas de modo a permitir diferentes tipos de ação ou diferentes escalas de tempo para implementação das medidas que tenham de ser aplicadas, em função do Nível de Risco.