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2.2 Estado da arte

2.2.2 Órteses para rizartrose

Kjeken et. al., 2016, desenvolveu um protocolo de ensaio aleatório para estudo do efeito

da terapia ocupacional na redução da necessidade de cirurgia de pacientes afetados pela

rizartrose. O protocolo ainda está em fase de implantação e não há resultados publicados. Em

sua revisão da literatura sobre cirurgias voltadas para rizartrose, concluiu que pacientes

submetidos a trapeziectomia podem apresentar efeitos adversos, como sensibilidade à cicatriz,

ruptura do tendão, mudanças sensoriais, entre outros efeitos. As demais cirurgias para

tratamento da rizartrose podem também apresentar efeitos indesejáveis ao paciente. O autor

chama a atenção à estudos sobre o efeito do tratamento convencional da rizartrose. Nos estudos

in vivo realizados até a data constatou-se que a terapia ocupacional reduz a necessidade de

intervenção cirúrgica. Exemplo disso é o estudo de caso realizado por Berggren et. al., em que

33 pacientes portadores da rizartrose em fila de espera para intervenção cirúrgica foram

submetidos ao tratamento ortótico. Após 7 meses de uso das órteses, 23 indivíduos da população

estudada foram dispensados do tratamento cirúrgico (KJEKEN, 2016).

Souza et. al., 2015, documentou os diferenças do uso de órteses dorsal e ventral no

tratamento da rizartrose. Foi realizado um estudo de caso único de duas fases sobre dois

pacientes do sexo feminino portadores de rizartrose estágio II, diagnosticadas clínica e

radiologicamente. A duas fases tiveram duração de quatro e seis semanas e consistiram em

tratamento de Terapia Ocupacional tradicional e Terapia Ocupacional tradicional acrescido de

tratamento ortótico. O uso da órtese ventral levou a um aumento nas forças de preensão e pinças

trípode e polpa-a-polpa e redução na força de pinça lateral. A órtese dorsal levou à diminuição

das forças de pinça, sem interferência na força de preensão (SOUZA, 2015).

Moran et. al., 2016, realizou um estudo qualitativo sobre a eficácia do tratamento

ortótico para indivíduos portadores de rizartrose. O foco do estudo foi a identificação dos

fatores que influenciam a aderência do cliente ao uso das órteses. Na pesquisa, analisaram

formulários contendo 16 questões a respeito das órteses usadas pelos indivíduos entrevistados.

Foram observadas diferenças e semelhanças nos pontos de vista dos pacientes. O autor afirma,

a partir de sua análise da bibliografia, que o opinião geral dos terapeutas ocupacionais é de que

“conforto, eficácia, aparência e conveniência” (MORAN, 2016, tradução nossa) são fatores

determinantes para a aceitação do uso das órteses. Os resultados do estudo mostraram que os

fatores citados realmente influência na preferência do paciente pelo uso da órtese. “Status de

emprego, passatempos e estilo de vida” (MORAN, 2016, tradução nossa) são também fatores

que interferem na aceitação do cliente. O autor conclui que os terapeutas recomendam órteses

que estabilizarão a ATCM. Todavia, é o uso da órtese, dependente da aderência do paciente,

que determina sua eficácia. Se levados em consideração, os fatores citados melhorarão a

aderência dos pacientes e portanto, trarão melhores resultados no tratamento (MORAN, 2016).

Becker et. al., 2013, implementou um estudo aleatório comparativo do uso de órteses

pré-fabricadas em neoprene

®

e customizadas em termoplástico no tratamento da rizartrose. O

estudo partiu do pressuposto que ambas as órteses teriam efeitos semelhantes sobre os pacientes

em relação à dor, incapacidade e satisfação com a órtese dentro de um período de uso de 5 a 15

semanas. Os critérios de inclusão compreenderam: idade superior à 18 anos, diagnóstico clínico

de rizartrose e indivíduos não cirurgicamente tratados para correção da rizartrose. Não houve

análise de diagnóstico radiológico na seleção da população. Os paciente foram aconselhados a

usar a órtese nas atividades diárias que provocassem dor na articulação e durante a noite. Outros

métodos para redução de sintomas não foram proibidos no período observado. A escolha da

órtese usada por cada paciente foi aleatória e eles poderiam optar pela troca de órteses. Após 5

a 15 semanas os indivíduos deveriam retornar para encerramento do estudo. Ao início e final

do estudo os pacientes preencheram os questionários Disabilities of the Arm, Shoulder and

Hand (DASH), Pain Anxiety Symptoms Scale (PASS), e Pain Catastrophizing Scale (PCS),

Center for Epidemiological Studies e Depression Scale (CES-D) e Whiteley Index. Além de

responder questões sobre satisfação com o uso da órtese, alívio da dor, eficiência da órtese no

auxílio às atividades diárias e conforto. De 122 participantes elegidos apenas 62 completaram

o estudo. Desses, 32 usaram órtese de neoprene

®

e 30 de termoplástico. Os resultados

mostraram diferenças significativas apenas no quesito conforto. O autor concluiu pelo estudo

realizado que não se pode afirmar que há vantagens clínicas significativas de uma órtese sobre

outra (BECKER, 2013).

Bani et. al., 2013 projetou uma órtese customizada em neoprene

®

contendo um

componente de termoplástico voltada para o tratamento da rizartrose. Esse modelo de órtese

caracteriza uma órtese híbrida. A órtese foi usada por um período de 90 dias por um paciente

do sexo feminino dois meses após os diagnósticos clínico e radiográfico de rizartrose estágio 2.

Houve redução nos níveis dor e aumento das funções de pinça e preensão. A órtese foi testada

em ensaio não controlado por outros seis pacientes, também diagnosticados clínico e

radiológico de rizartrose, Os resultados obtidos foram semelhantes ao resultado do ensaio

inicial (BANI, 2013).

Hermann et. al., 2014, coordenou um teste controlado aleatório com o intuito de

verificar a viabilidade do uso de órteses flexíveis pré-fabricadas no tratamento da rizartrose. De

acordo com sua revisão da literatura, o autor frisa que o tratamento ortótico reduz os níveis de

dor de pacientes acometidos por rizartrose. Ele também afirma que não há evidência clara de

que algum tipo de órtese tenha efeitos superiores aos demais, mas há indícios de que há maior

aceitação entre os pacientes por órteses flexíveis. O estudo parte do pressuposto que órteses de

matérias flexíveis promovem alívio imediato da dor enquanto usadas pelo paciente, assim como

a longo prazo reduz a dor também quando não usada, devido a redução da inflação durante o

tempo de uso. O grupo estudado foi composto por 59 indivíduos diagnosticados clinicamente

com rizartrose. O grupo de controle incluiu 29 pacientes, que receberam apenas exercícios para

as mãos durante o estudo. Os 30 demais pacientes receberam exercícios para as mãos e

tratamento ortótico. A pesquisa durou dois meses e 55 indivíduos concluíram a participação.

Dor, forças de preensão e pinça, performance nas atividades diárias e auto relato de sintomas

foram analisados ao final do estudo. A órtese flexível foi efetiva no alívio da dor enquanto

usada. No entanto, a longo prazo não houve diferenças significativas entre os resultados do

grupo de controle e demais pacientes enquanto não usavam órtese. O autor conclui que as

órteses pré-fabricadas em material flexível apresenta efeito imediato no alívio da dor apenas

enquanto usada (HERMANN, 2014).

Sillem et. al., 2011, comparou os efeitos do uso de órteses pré-fabricadas híbridas e

flexíveis sobre o tratamento da rizartrose. Segundo a revisão sistemática da autora, há

evidências conclusivas de que o uso de órteses durante o tratamento da rizartrose reduz a dor

na articulação dos pacientes. No entanto, há uma grande variedade de modelos de órteses e de

materiais de fabricação disponíveis no mercado e poucos estudos sobre a eficácia de cada um

deles, surgindo a necessidade de um estudo comparativo. As órteses flexíveis usados no estudo

apresentado pela autora foram confeccionadas em neoprene

®

e as híbridas contém a estrutura

de neoprene

®

e um componente de termoplástico localizado na base do polegar. A comparação

foi feita via ensaio randomizado cruzado de duas fases, de 4 semanas cada, e uma fase de

washout de uma semana, totalizando em 9 semanas de pesquisa. O grupo estudado foi

composto por 59 indivíduos com diagnóstico clínico de rizartrose e não houve confirmação

radiográfica do diagnóstico, sendo que 54 concluíram o protocolo. Ambas as órteses

apresentaram melhoria nas funções da mão e forças de preensão e pinça, sem diferenças

significativas nos resultados. No controle da dor, a órtese híbrida apresentou maior efeito em

comparação à órtese flexível (SILLEM, 2011).

Algar et. al., 2014, avaliou ensaios clínicos sobre o tratamento ortótico da rizartrose

disponíveis na literatura até a data de sua publicação, 2014. O objetivo da autora foi a

investigação da eficácia do uso de órteses no tratamento e identificar qual é a órtese mais efetiva

no tratamento. Segundo ela, os estudos de efetividade de órteses disponíveis consistem em

ensaios de cruzamento e randomizados de múltiplos testes que envolvem outros tratamentos

durante o uso das órtese e testes dessas naturezas são fracos para esse tipo de análise. Ela

concluiu que há comprovações consistentes de que o uso da órteses auxilia no tratamento da

rizartrose, no entanto não há até o momento evidências de quais órteses são mais efetivas. Além

disso, a autora Afirma que indica aos seus pacientes órteses customizadas em termoplástico.

Essas órteses garantem a estabilidade da ATMC além de envolver a opinião do cliente quanto

ao formato da órtese (ALGAR, 2014).

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