• Nenhum resultado encontrado

158 ótica, nós trabalhamos no exercício democrático onde todos participam e todos convivem com as diversidades.

Se eu não concordo politicamente com você, eu não estou ali para atender um apelo meu, eu estou ali para atender um apelo da comunidade.

Essa educação política, a gente percebe um pouco ausente nos Planos de Negócios DRS. Pela dificuldade que a gente tem, mesmo, de exercitar isso.

Educação e Práxis Política

O pessoal do IICA [Agência latino-americana de desenvolvimento regional sustentável, a sigla significa Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura] investe muito em educação política, eles entendem que o caminho é este.

Autonomia e Protagonismo Local

A população tem que cobrar dos nossos administradores, se necessário ocupar espaços, para fazer com que as coisas aconteçam. Isso para nós é muito bom, por que eles têm autonomia para poder fazer isso, não fica aquela coisa dependente do Banco, ou de outra instituição qualquer, ou do município.

Tem que dar autonomia aos empreendimentos. Tem que empoderar, criar lideranças. Isto faz com que as pessoas se apoderem desses empreendimentos e que os toquem junto com a comunidade. Esse é o nosso papel, eu queria que as pessoas[os funcionários do BB e parceiros que executam os projetos] entendessem dessa forma.

Participante 4

Autonomia e Protagonismo Local

A metodologia deve ser participativa. Se não for efetivamente participativa, não consegue o envolvimento das pessoas. À medida que elas participam, elas se apropriam da metodologia de trabalho. Tem alguns gerentes que não promovem junto com os outros parceiros a emancipação das pessoas que estão envolvidas, para que elas próprias cuidem do Plano de Negócios DRS.

Educação e Práxis Política

Dentro do trabalho do DRS, o Banco tem que ter uma atuação de Estado, acima das questões de política partidária.

Participante 5

Educação e Práxis Política

Por que o prefeito, para mim, é a figura principal nesse processo de construção do DRS. É o poder local. Agora fazer DRS com o prefeito completamente descomprometido, eu acho complicado. Eu falo muito no prefeito porque ele tem que ser chamado para o processo, para a participação.

A gente está fazendo educação política com as pessoas quando elas começam a ter a visão do processo de produção não exploratório. Da necessidade de relações econômicas baseadas no ganha-ganha, não de filantropia.

Autonomia e Protagonismo Local

Olha, não é possível uma empresa âncora [grandes empresas compradoras] ganhar sozinha toda a renda da cadeia de valor da atividade produtiva. Todo mundo trabalhar, e só ela ganhar!

Então, você desconstrói este modelo perverso para construir o DRS. Por isso, é muito importante que isso seja suprapartidário, que seja além de um mandato. Esse processo não pode ser construído de repente, para dar votos para fulano, cicrano ou beltrano. Tem que ser uma política de Estado. Mesmo porque, não se faz desenvolvimento em dois ou três anos. Desenvolvimento se faz em quatro, cinco, dez anos. Por isso é muito importante ter em mente que ninguém quer fazer campo de futebol, não é isso. Aqui é um processo de democracia, de acesso ao crédito, de construção coletiva. Então, deve-se ter o cuidado, pois, de repente, uma pessoa inescrupulosa – um coronel político que ainda exista por aí, pode se apoderar disso, e até usar como palanque para sua candidatura de deputado, vereador...

Participante 6

Educação e Práxis Política

Eu acho que a dimensão política tem muito a ver com a dimensão social – com a capacidade de organização social. Onde a organização social é madura, a educação política naquela comunidade é fantástica. Entretanto, onde é incipiente, a dimensão política fica muito por conta do detentor do poder local.

O DRS pretende modificar as estruturas de poder a partir da organização social. As pessoas passam a reivindicar, as pessoas passam a perceber a força que têm, as pessoas passam a ter dignidade. O homem, com dignidade, é muito mais difícil de você dobrá-lo.

A dimensão política é um pouco sonho, mas se não tivermos sonho, não chegaremos a lugar nenhum. A dimensão política acaba sendo conseqüência de uma série de outras causas que chega nela, e aí nós estamos falando aqui da política, não da política partidária, isto é, na participação e manifestação cidadã. Estamos falando na política na sua essência.

Participante 7

A grande virtude do trabalho do BB com o DRS é ser parte. Querer ser parte, mas não querer ser dono. Por exemplo, se tem uma liderança, um gerente com grande capacidade de articulação e que sai daquela agência [por aposentadoria, transferência, ou demissão], e se durante sua gestão não houve a transmissão da metodologia para as comunidades, o DRS acabará morrendo com a saída desse gestor.

A gente ainda depende da disposição e da característica do gestor. E essa é uma fragilidade no programa. Quando o gestor tem vocação a coisa acontece muito mais, mas quando ele faz apenas o que tem que fazer, como mais uma meta, a coisa não tem tanta força. Dessa forma, a gente tem muito desnível.

Por isso é importante que a comunidade se aproprie do programa e consiga construir uma convivência social e política, sem utilizá-lo para fins políticos, partidários.

Educação e Práxis Política

É inevitável que esse programa tenha uma apropriação política. E a gente tem que cuidar para que essa apropriação seja adequada, para que a comunidade se aproprie do programa e consiga construir uma convivência social e política adequada. Sem utilizá-lo para fins políticos, pessoais, partidários ou parciais em si.

Risco de Descontinuidade dos Projetos

Então nós não podemos fugir desse tema porque ele é fundamental, a política está no nosso dia-a-dia. Temos que ter muito cuidado para que uma prática política anacrônica possa inviabilizar, ou se apropriar do DRS.

Participante 8

Autonomia e Protagonismo Local

Quanto mais o BB puder fazer a concertação para que as pessoas se organizem e avancem, sem a tutela dele, e ele passar a ser lá na frente, pura e simplesmente, um agente de crédito, inserido num contexto sustentável, será melhor para o DRS. Isso é igual a criar um filho. Criar um filho é saber perdê-lo.

Educação e Práxis Política

Eu tenho que, na prática, fazer educação política das pessoas se não, não garanto a sustentabilidade. Vai chegar um momento que alguém se apropriará daquilo, e passará por cima de todo mundo.

Mas, tem que arrumar parceiros para ajudar nesta conscientização política. O BB não tem condições de fazer isto sozinho. Até por que o BB foge da dimensão política.

Participação

Expressão do item: Estimular canais e instâncias participativas, tais como fóruns e comissões, compartilhando e democratizando o processo de tomada de decisão. Suscita espaços de concertação institucional.

Participante 1

Concertação Institucional

O pressuposto básico do DRS é a concertação institucional, isso aí a gente vem fazendo com muito cuidado, mas nós estamos de repente fazendo um papel que nem seria nosso.

No nosso planejamento de 2007 a gente está colocando de que forma nós vamos melhorar muito a nossa metodologia para focar mais ainda na importância da concertação. Como envolver efetivamente os parceiros, os beneficiários, aqueles que detêm o poder político?

Instâncias e Canais de Participação

As Equipes de Trabalho DRS são fóruns de discussão locais sobre sustentabilidade. Há mais de 2.000 equipes hoje em funcionamento. Até o final de 2007 deverão ser 4.000 equipes. Isto provocará muita mudança nas localidades, abrindo canais de participação democrática e cidadã.

Os Comitês Institucionais de Gestão Estadual do DRS que estão sendo criados em muitos estados, a partir da provocação do BB, são importantes espaços de concertação estadual institucional e fóruns de discussão. E nisso nós estamos aprendendo muito com os nossos parceiros, e eles conosco. É uma troca com o pessoal que está nos territórios. Nessa troca, nós estamos ganhando muito. Todos nós. É o jogo do ganha-ganha, como disse Paulo Freire: “Ninguém ensina nada a ninguém. O aprendizado é um processo de comunhão, ninguém aprende sozinho”. E é isso que nós estamos fazendo.

Participante 2

Concertação Institucional

A grande ênfase que os beneficiários dão, ao reconhecerem o papel do BB nos projetos locais de DRS, é a sua capacidade de mobilização dos parceiros. De até “ressuscitar” parceiros que tinham desaparecido, e porque o BB entrou nos projetos, eles voltaram a se integrar.

No início a concertação pode ser política apenas. Porque tu tá buscando as lideranças, as instâncias de participação, de governança. Mas, depois ela vai perpassar todo o processo de DRS.

Instâncias e Canais de Participação

Então eu acho que a principal contribuição do BB está na criação de um canal de participação e um canal que se proponha a ser participativo, democrático, aberto a todas as forças, de todas as organizações, sem restrições, porém, na prática, o nosso viés tecnicista – vício da nossa própria formação de bancários – leva a gente a acreditar mais nos técnicos: Técnico do Sebrae, da Emater, dos Governos, do que nas lideranças comunitárias mais simples.

A gente acaba formando Equipes de Trabalho DRS que pecam pela pequena representatividade direta dos beneficiários. Isto é uma coisa que a gente tem que crescer.

Participante 3

Concertação Institucional

O processo de concertação não deve em nenhum momento se ausentar da gestão social. Tem que ter. Se não tiver gestão social, não é concertação.

O processo de concertação é muito falho. Nós temos que trabalhar melhor esta questão. Este processo é o coração, é a alma do DRS. Ele promove instâncias e canais de participação, mobiliza os parceiros e os beneficiários.

Participante 4

Concertação Institucional

Se a gente for pegar hoje o resultado do DRS, se tiver que pinçar os principais efeitos, será a concertação institucional que o BB vem mobilizando. Mas, tem que manter esta concertação.

Nossa preocupação é que o BB não pode ser um agente que formula e na hora de executar, dá as costas. Isto é ruim para a sociedade e para a instituição BB. Às vezes o gerente se transfere e você não tem continuidade. Muitas vezes as ações propostas ficam no papel, ou o próprio gerente não cuida de promover reuniões periódicas para avaliar os trabalhos.

O principal papel do BB está em fazer e manter o espaço da concertação institucional. Instâncias e Canais de Participação

As Equipes de Trabalho DRS, criadas para conduzirem os projetos locais, desde que democráticas representativas e consistentes, são um baita canal de participação.

Participante 6

Concertação Institucional

O Banco é o grande aglutinador nas comunidades. Nós temos uma coisa fantástica, o BB é visto como um órgão de governo e não um órgão de um partido político. Um Banco de Estado.

Então o Banco é o grande aglutinador. Quando o Banco convida, as pessoas não vêem interesse político partidário. Eu me lembro de alguns projetos que a gente teve por aí, que o BB chamou para sentar à mesa e discutir, parceiros que eram irreconciliáveis. E eles vieram e sentaram-se numa boa, pois sabiam que era o Banco que estava mediando a reunião.

Nossos anos de história no Brasil nos qualificam como um Banco de Estado.

Participante 8

Concertação Institucional

O BB tem que fazer também a concertação interna. Tem muitas áreas do Banco que não se articulam não se conversam, em prol do DRS.

Instâncias e Canais de Participação

O povo também está ensinando, muito, a gente. Existem lideranças nos projetos que nos dão aulas de DRS.