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Ações por intervalos de custo

No documento MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS (páginas 102-110)

Figura 49 – Ações de Manutenção Corretiva por intervalos de custo, referentes ao período em estudo.

0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32

(€)

Canal 5: custos MPS e (MC +MPC)

Manutenção Reativa Manutenção Preventiva

(<100) € 1200

57%

(100 a 250) € 656

31% 184

9%

(500 a 1000) € 41 2%

(1000 a 2000) € 9 1%

(> 2000) € 5 0%

Intervalos de Custo das ações MC

(<100) € (100 a 250) € (250 a 500) € (500 a 1000) € (1000 a 2000) € (> 2000) €

81 Das 2095 ações de MC, 57 % tem valor inferior a 100 € e 31 % tem custo inferior a 250 €. Ou seja, a grande maior parte das intervenções com carater imediato enquadram-se nestes valores.

Figura 50 - Ações de MPC (e equiparadas) por intervalos de custo, executadas no período em análise.

Nas intervenções denominadas MPC (ou equiparadas – SEXT e SINT) apenas 5 % tem valor acima de 20 %. O intervalo de custo que engloba o maior número de ações – 39 % do total - situa-se entre os 1000 e 5000 €.

(<500) € 53 19%

(500 a 1000) € 48 (1000 a 5000) € 17%

109 39%

(5000 a 20000) € 54 20%

14 5%

Intervalos de Custo das ações MPC (e equiparadas)

(<500) € (500 a 1000) € (1000 a 5000) € (5000 a 20000) € (>20000) €

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CONCLUSÕES 5

Em resultado da investigação efetuada aos desenvolvimentos científicos na área em estudo, ressalta a ideia da manutenção integrada. Esta perspetiva foi abordada por vários autores, com destaque para o modelo SIM do professor Rui Calejo Rodrigues (2001) e para a proposta apresentada pelo Engenheiros David Albrice e Mathew Branch, denominado “Modelo de deterioração otimizado da combinação

“Time-Based Maintenance” e “Condition-Baseed maintenance”. Deste conceito retira-se a conclusão que a manutenção deve ser o resultado de uma combinação dinâmica entre as ações preventivas - base-adas no tempo e na condição - e ações de manutenção reativa, dentro dos valores aceitáveis para repa-ração.

No âmbito do estudo das tecnologias de informação aplicado à manutenção, efetuou-se a descrição da aplicação SIGMA, desenvolvida como suporte da gestão de manutenção de ativos, com o propósito de evidenciar as suas potencialidades e limitações. É uma ferramenta eficaz no registo das ações de manu-tenção e na comunicação com os prestadores de serviço, mas peca na dificuldade de pesquisa de infor-mação morta, como fotografias.

Neste capítulo, fez-se ainda referência a duas ferramentas – SIG e BIM - que agrupadas com o SIGMA poderiam potencializar as suas capacidades no apoio à atividade da manutenção.

O parque imobiliário em estudo é de grandes dimensões e encontra-se disperso por uma ampla área geográfica. Alem disso, é constituído por instalações com diferentes tipologias e diversas utilizações que fizeram da sua descrição um desafio por si só. No entanto, apesar destas caraterísticas heterogéneas, foi possível efetuar uma descrição do conjunto das instalações em causa, com realce para a definição de tipologias.

Este estudo englobou ainda a descrição da estratégia da entidade gestora do parque de instalações. Com relevo para a definição dos meios e recursos envolvidos na atividade de manutenção de edificações. De entre os quais, salientou-se o enquadramento do contrato de manutenção de construção civil responsável pela execução dos trabalhos

Da análise efetuada à base de dados foram retiradas diferentes elações. Em primeiro lugar, referentes à atividade de manutenção de edifícios, objeto principal deste estudo; Em segundo lugar, relacionadas com os procedimentos de manutenção da IP e da própria aplicação SIGMA.

Os elementos fonte de manutenção existentes no sistema SIGMA são muito generalistas. Agrupam numa só gaveta vários elementos com ciclos de vida muito diferentes. A classe edificações inclui apenas três sub-classes de ativos, “Edifícios”, “Cais de passageiros” e “Outras construções”.

84 Por exemplo, a subclasse de ativos denominada “Cais de passageiros” engloba num bolo indiferenciado, as plataformas de passageiros, os abrigos, a sinalética, os bancos, os caixotes do lixo e as respetivas coberturas.

A subclasse de “Edifícios” envolve no mesmo saco os edifícios mais comuns, tais como as habitações, os edifícios técnicos, os armazéns, as instalações sanitárias exteriores os edifícios de passageiros, etc.

Nestas condições, para se fazer uma análise dos custos de manutenção de um grupo destes elementos, é necessário pesquisar as ações uma por uma, pois não existe um filtro que possa apresentar de imediato o respetivo histórico.

Figura 51 – janela da pesquisa de ativos do SIGMA.

Desta forma, como se pode analisar no capítulo 4.3, não é possível retirar uma fotografia imediata de alguns dos dados mais relevantes para a tomada de decisão do gestor das infraestruturas, como por exemplo, o registo das anomalias mais frequentes. Para se obter informação focalizada é necessário fazer pesquisas através da designação das ações, ou dentro da ação, uma por uma.

Esta limitação dificulta a perceção imediata das ocorrências reincidentes e a tomada de medidas de fundo que as possam corrigir.

O melhor exemplo do referido é o número de entupimentos de urinóis nas instalações sanitárias do C4-E33, C2-E8 ou C1-E2, que se repetiram durante o período em estudo, sem terem sido evidenciadas como merecem, com vista à tomada de medidas de fundo para as evitar.

Assim, com vista à atribuição detalhada dos custos de manutenção pelas várias instalações e para po-tencializar o processo de pesquisa de informação de manutenção no SIGMA deixam-se as seguintes sugestões:

• Criar dentro das Subclasses novos EFM para individualizar os equipamentos/espaços com mais histórico de problemas.

• Dividir a subclasse de “Edifícios” em novos EFM, como sejam as instalações sanitárias, as cai-xilharias, coberturas, pavimentos, ou como indicado no Quadro 3.

• Para a subclasse Cais de passageiros, sugere-se criar os seguintes EFM: Plataforma de passa-geiros; cobertura de plataforma de passapassa-geiros; abrigos de passageiros, sinalética, mobiliário urbano.

• Classificar a subclasse “Outros”, em parque de estacionamento, jardins, cais cobertos, etc Durante o estudo da base de dados foram detetados alguns erros na atribuição do número de ativo, ou seja na identificação da instalação. Estas situações podem desvirtuar a análise financeira dos custos de manutenção destes ativos e dificultam a pesquisa de ações.

Para solucionar estes problemas sugere-se a nomeação de um gestor “local” da aplicação para verificar os registos inseridos no sistema.

85 Com a criação da IP em 2015, através da fusão da ex-REFER com a ex-EP, foram acrescentadas novas instalações ao catálogo da manutenção existente na empresa ferroviária, sem atribuição de novos núme-ros de ativo. Por este motivo, as ações de manutenção nestes novos espaços foram registados com ativos de outros edifícios, desvirtuando assim os custos de manutenção das instalações envolvidas.

Para corrigir esta situação, sugere-se atribuir novos ativos a estes edifícios.

As ações denominadas MPC – Manutenção Preventiva Condicionada são, ao contrário de que o nome deixa antever, um tipo de manutenção reativa.

Sugere-se alterar esta denominação para MC-D, Manutenção Corretiva Diferida.

Em segundo plano, propõe-se reformular a denominação MC para:

MC-U de Manutenção Corretiva Urgente;

MC-I de Manutenção Corretiva Imediata;

Como referido, este contrato inclui um capítulo financeiramente muito relevante no âmbito da manu-tenção preventiva, denominada de Manumanu-tenção Preventiva Sistemática, ou MPS. Os seus custos corres-pondem a 38% dos custos de manutenção reativa do contrato durante 3 anos. O que parece excessivo.

Assim, sugere-se melhorar o processo de manutenção preventiva MPS, através da alteração do respetivo roteiro, de acordo com o histórico de ocorrências e com base na relação custos/benefícios envolvidos nesta atividade,

Outra questão fundamental a melhorar na especialidade de construção civil está relacionada com o con-trolo de qualidade de empreitadas de manutenção, atividade comumente conhecida como fiscalização.

Como as ações de MPS (e as restantes) podem ser efetuadas sem a presença da fiscalização, fica sempre a dúvida se foram ou não efetuadas, como por exemplo, as limpezas de coberturas de difícil acesso.

Para melhor acompanhamento destas ações sugere-se a aplicação de etiquetas de identificação física de equipamentos / ativos, ou “tags”, como são habitualmente conhecidos.

Com estes identificadores colocados em pontos estratégicos, o gestor de manutenção fica a saber quando o prestador de serviço passou naquele local, ou em que data efetuou a manutenção do equipamento.

Possíveis locais para colocar o equipamento: em todas as coberturas de edifícios; em algerozes críticos;

portas, etc.

Existem no mercado vários tipos destes equipamentos, com destaque para o sistema infraespeak desen-volvido na FEUP.

Por último falta referir a conclusão mais evidente deste estudo: o principal fator de degradação dos equipamentos de edifícios resulta da interação com os seus utilizadores. Quanto maior a frequência de utilização, maior a probabilidade do surgimento de anomalias em elementos fonte de manutenção ex-postos.

Em locais sujeitos a grande estresse de utilização, neste estudo traduzido pelo do fluxo de passageiros, ou pelo número dos ocupantes dos espaços, maior o número de anomalias. São exemplos destes factos

86 os elevados números de anomalias em instalações sanitárias, a quantidade de vidros partidos em estações muito frequentadas, como C1-E1, ou, a frequência de reparação de fechaduras.

5.1 DESENVOLVIMENTOS FUTUROS

Deixa-se para desenvolvimento futuro o estudo dos valores adequados a considerar para as ações pre-ventivas. Quais os custos a alocar neste tipo de manutenção nos diversos locais em análise? Quais os fatores de referência a tomar em conta nessa avaliação?

Fica também para referências futuras a melhoria dos roteiros de manutenção preventiva, a basear na frequência, tipo de anomalias, e localização da instalação.

87 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] Rodrigues, R. Manutenção de Edifícios; análise e exploração de um banco de dados sobre um parque habitacional. Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, 1989.

[2] Kardec, A. Nascif, J. Manutenção. Função estratégica, Qualitymark, Rio de Janeiro, 2012.

[3] BS 3811:1964 – Glossário de termos gerais usados na organização da manutenção [4] NP EN 13306:2007 – Terminologia de manutenção.

[5] ISO 15686-1:2011 – General principles

[6] Stanford, H. Effective Building Maintenance: Protection of Capital Assets, CRC Press, Lilburn, 2010

[7] Ferreira, T., Vicente, R., Silva, R. Estratégias e processos de inspeção para avaliação e diagnóstico do património edificado, Dezembro de 2013: https://www.researchgate.net/publica-tion/260297507, 20/05/2019

[8] Rocha, P. Maintenance as a tool to avoid building pathology. The Oporto building exemple, março 2015: https://www.researchgate.net/publication/301346280, 19/05/2019

[9] Rodrigues, R. Gestão de Edifícios. Modelo Simulação técnica económica. Dissertação de Douto-ramento, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, 2001.

[10] Santos, A. A vida dos edifícios, abril de 2011, http://home.fa.utl.pt/~jaguiar/documen-tos/2011/ASantosFAUTL2011.pdf, 19/05/2019

[11] ISO 13823:2008. General Principles on the Design of Structures for Durability

[12] Langdon, D. “Life cycle costing (LCC) as a contribution to sustainable construction: a common methodology, David Langdon Management Consulting, Ref. Ares(2014)1138306, 2007

[13] Lee, H., Scott, D. Overview of maintenance strategy, acceptable maintenance standad and resou-rces from a building maintenance operation perspective, Journal of Building Appraisal Vol. 4,4, 269–278, Palgrave Macmillan, 2009

[14] RICS Pratice Standarts, Building mainenance: strategy, planning and procurement, Conventry UK, 2009

[15] www.assetingsights.net, 20/04/2019

[16] BS EN 13306:2010, Maintenance — Maintenance terminology, British Standards Institution. 2010

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