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1 POLÍTICA E EDUCAÇÃO: ESPECIFICIDADES, DIFERENÇAS E

3.2 A aprendizagem escolar na mediação da docência

O processo pedagógico faz parte da dinâmica de aprender a ser humano, e na medida em que os adultos optam por conduzir essa aprendizagem nas crianças passam a existir espaços destinados à educação dos novos. A educação conduz os recém-nascidos a serem humanos, bem como, contribui para que, aos poucos, os jovens percebam seu papel na esfera pública. Com esse intuito, cabe à escola ser espaço de transição entre o mundo privado da família para o mundo público da sociedade.

A escola é o espaço de diferentes vivências para crianças e adolescentes. Além de aprenderem conteúdos que a humanidade construiu, aprendem modos de ser e de se relacionar com os iguais e com as autoridades que, nesse caso, estão representadas pelo/a professor/a e pelos/as demais educadores/as desse espaço. Cabe aos profissionais da educação em uma sociedade republicana saberem conduzir esse processo de aprendizagem em que professor e aluno são sujeitos que vivenciam diferentes experiências, com papeis diferentes, mas como membros de uma mesma espécie em busca sempre de humanizar-se através do diálogo.

O ser humano, diferente dos outros animais, precisa aprender com os demais para constituir-se socialmente em indivíduo de sua espécie. Ao nascer, a criança encontra-se em um ambiente de estranhamento, não conhece seu entorno, nem a si mesma. O reconhecimento de si é um processo que passa pelo conhecimento de seu corpo biológico, mas principalmente pela construção de um eu que se dará na convivência.

Ao deparar-se com o outro, a pessoa vai se constituindo humana, tornando-se membro não somente de uma espécie animal, mas de uma espécie que se relaciona pelo diálogo. Conforme Jacquard,

Com toda a certeza eu poderia existir sozinho, mas não poderia ter conhecimento disso. [...] Só consegui dizer “eu”, graças ao “tu” que ouvi. A pessoa que sou não é o resultado de um processo interno solitário; só pode construir-se encontrando-se no foco dos olhares dos outros (1998, p. 2).

Daí que, no processo de humanizar-se, a convivência com os demais, especialmente aqueles que já estão inseridos no contexto social, seja indispensável. A criança aprende a se tornar humana, com suas especificidades, na medida em que enxerga o outro e o nega ou o afirma na sua própria formação.

Dessa forma, o eu só se constitui através do outro que, por sua vez, também passa a constituir-se nessa troca. É na relação que os sujeitos vão se constituindo para fazerem parte e serem co-responsáveis no contexto social.

Como a humanização é um processo no qual os participantes dão uns aos outros aquilo que ainda não têm para, por sua vez, recebê-lo dos outros, o

reconhecimento do humano pelo humano é um imperativo na via do

amadurecimento pessoal de cada um dos indivíduos (SAVATER, 1998, p. 64, grifos do original).

Na medida em que se reconhece o humano na pessoa do outro, o indivíduo estabelece a noção de humano e pode passar a elaborar o processo de humanização que lhe cabe com maior clareza, envolvimento e maturidade. Humanizar-se também é reconhecer a humanidade do outro.

Nesse sentido, a educação escolar precisa dar-se conta de que toda educação ocorre entre humanos e, especialmente, é responsável pelo processo de humanização. A escola é lugar de construção de conhecimentos para que a criança possa se inserir na história e, como adulta, ser co-responsável politicamente pela sociedade. Dessa forma, as relações que se estabelecem no âmbito escolar conduzem a uma concepção de humano que é formada pelas crianças e jovens.

Na escola há diferentes relações, porém os dois sujeitos que se relacionam por excelência nesse meio são professor e aluno. Ambos sujeitos da espécie humana que vão se constituindo na medida em que constroem laços e partilham conhecimentos. Ser professor, nesse contexto, não é ser detentor de todo conhecimento possível, mas ser sujeito, ser humano e estar sempre se constituindo, aprender com o olhar do aluno, ensinar e aprender a ser humano.

É no diálogo que se consolidam certezas, se colocam dúvidas e surgem novidades para si mesmo sobre sua existência. No espaço pedagógico o diálogo possibilita ao sujeito afirmar-se sobre suas ideias ou, ainda, transformá-las pela intervenção do outro. As novas gerações não serão capazes de decidir, opinar, indignar-se diante de diferentes situações se a escola cumprir o papel de reprodução de formas de ver o mundo, impossibilitando o diálogo. Caso seja assim, as crianças verão a realidade como algo totalmente bom, pois assim foi construído até então.

Mas o processo educativo não aceita uma transmissão exata já que cada criança constrói um conhecimento próprio a cada informação recebida. Assim, o processo educativo exige que tanto o professor seja sujeito no ensino, quanto os alunos sejam sujeitos de suas próprias aprendizagens.

A relação pedagógica implica ensinar e aprender. Porém, esse processo não ocorre através de uma simples transferência. Se assim fosse, as novas gerações seriam cópias das gerações anteriores, não teriam nada de novidade para contribuir para a sociedade. Toda criança que nasce é uma novidade em um mundo que já está posto e em constante construção há muito tempo. A escola é o local de construção de conhecimentos novos acerca de um mundo que já é antigo. Aprender, assim, não é assimilar puramente conhecimentos construídos pela humanidade, mas contextualizá-los em seu mundo que foi constituído através de suas vivências.

Para Arendt,

[...] do ponto de vista dos mais novos, o que quer que o mundo adulto possa propor de novo é necessariamente mais velho do que eles mesmos. Pertence à própria natureza da condição humana o fato de que cada geração se transforma em um mundo antigo, de tal modo que preparar uma nova geração para um mundo novo só pode significar o desejo de arrancar das mãos dos recém-chegados sua própria oportunidade face ao novo (2007b, p. 226).

A escolarização, nesse contexto, é uma forma de inserir as crianças em um mundo que já existia antes dela, tornando-as parte desse contexto. Essa inserção contribui também para que cada criança que nasce não tenha que se adaptar sozinha à humanidade, recriando os conhecimentos através de suas próprias experiências, mas possa aprendê-los e desenvolver outros saberes a partir deles.

Ao pensar assim, é necessário entender o aluno como sujeito no processo educativo. Afinal, cada criança e adolescente precisará aprender os conhecimentos que a escola oferece, mas precisará ser sujeito na elaboração de sua forma de aprender. E nesse aspecto cada pessoa é única, sujeito insubstituível na sua própria aprendizagem e da forma como conduzirá o conhecimento adquirido nas experiências e conhecimentos que já possui.

Cada criança que chega à escola já tem conhecimentos provenientes das experiências que fez desde o início de sua vida. Assim, o conhecimento dos professores é o conhecimento formal e institucionalizado por seu caráter de

importância histórica, porém, a criança também traz conhecimentos que, muitas vezes, não são conhecidos pelos professores.

Acerca disso, Savater afirma que

[...] a sabedoria tem sua própria forma de temporalidade e a existência cria um passado de descobertas que sempre podemos transmitir a quem não o compartilha, mesmo que seja alguém anterior a nós na cronologia biológica. Daí todos os homens sermos capazes de ensinar alguma coisa a nossos semelhantes e até ser inevitável que cedo ou tarde, embora de nível mínimo, todos nós sejamos professores em alguma ocasião (1998, p. 51).

É na relação que professor e aluno vão se fazendo gente. O aluno, na medida em que aprende o conteúdo escolar, adentra a história; o professor, ao se relacionar com o aluno, aprende de sua realidade e historicidade pessoal, ainda que seja mais curta do que a do próprio professor.

A sala de aula precisa ser um espaço que possibilite esse encontro de saberes, pois é esse o ambiente em que professor e aluno se relacionam e constroem formas de ser humano a partir do olhar do outro. A experiência de autonomia frente a diversas circunstâncias escolares colabora para que o aluno sinta-se parte desse ambiente e possa forjar formas de usar os conhecimentos escolares com seu próprio dinamismo.

Quando professor e aluno estabelecem uma relação suficientemente dialógica passam a construir mundo a partir do outro. Nesse caso, “[...] o educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado, também educa” (FREIRE, 1987, p. 68).

Assim, professor e aluno são sujeitos no processo de construção do conhecimento e não há mais apenas um polo que detém conhecimento, mas ambos têm conhecimentos diferentes. O professor, além de suas vivências, possui o conhecimento escolar e o aluno conhecimentos que são próprios da sua realidade e das experiências feitas até então.

O aluno aprenderá os conhecimentos escolares a partir de sua forma de ver o mundo, com os conhecimentos que já possui. Daí que o professor deva considerar a realidade vivida pelas crianças e adolescentes, sabendo que é através daquele contexto que eles enxergam sua humanidade e é nesse mesmo contexto que utilizarão os conhecimentos que construírem na escola.

Os conhecimentos só têm significado e valor real para os alunos na medida em que se relacionam com sua realidade e suas vivências. O que cabe ressaltar é que o professor está dentro de um universo de conhecimento que o aluno ainda não está. Não é apresentando novas e várias informações ao aluno que o professor obterá sucesso no ensino de um determinado conteúdo, ou ainda, que o aluno de fato estará construindo conhecimento. É indispensável compreender que “[...] para chegar lá é necessário partir daqui, não de nosso aqui, mas do aqui dos educandos, pois nosso aqui como educadores é muitas vezes o lá dos educandos” (TORRES; FREIRE, 1987, p. 83, grifos do original). Ensinar exige perceber que a educação é um processo em que o aluno construirá conhecimentos que o professor já possui, através do diálogo, da compreensão de seu mundo e do respeito ao que cada um traz consigo para o ambiente educativo.

Nesse sentido, pode-se afirmar que “há uma dependência que o discípulo guarda para com o mestre, ao mesmo tempo em que é alguém distinto, alguém novo” (BOUFLEUER, 1991, p. 119). Professor e aluno são parte de um processo próprio de construção de conhecimento em que o aluno depende do professor que o ensina, ainda assim, o aluno traz sua humanidade e vivências construídas até então e que serão a base para uma educação dialógica e, por isso, reflexiva acerca da realidade na qual o aluno está inserido.

Assim, é necessário que o aluno seja sujeito na escola, inserindo-se de forma participativa e construindo conhecimentos que lhe possibilitarão ir constituindo-se mais humano socialmente e capaz de opinar. O professor conduz esse processo na medida em que percebe de onde parte esse aluno e lhe dá espaço para viver a experiência da participação. Afinal, ambos são sujeitos em interação que aprendem nesse processo.

Professor e aluno, porém, não são sujeitos iguais. Os dois fazem parte do processo educativo e da espécie humana. Somente nessa interação com o diferente é que se forma uma pessoa. Na diferença se pode identificar o que é próprio do ser, já que se tem um parâmetro em outro humano. Esse aspecto de interação com o outro é uma vivência necessária desde o início da vida.

Ao nascer, a criança precisa ser colocada no convívio humano, caso contrário, agirá como outro animal, menos como um ser humano. A humanidade precisa ser vivenciada com os outros. Através do outro, o ser humano constitui sua individualidade. É no diálogo, mas principalmente no olhar, no reconhecimento do

humano que é o outro, na sensibilidade de ver-se no olhar do outro e perceber-se humano é que cada um se constitui. “A possibilidade de ser humano só se realiza efetivamente por meio dos outros, dos semelhantes, ou seja, daqueles com os quais a criança, em seguida, fará todo o possível para se parecer” (SAVATER, 1998, p. 33).

A relação que se estabelece é de troca de jeitos de ser. Esse contato não é programado, induzido ou ainda com algum interesse, mas ocorre naturalmente. Esse convívio educa na medida em que se aprende com o olhar do outro. Os sujeitos que se encontram não transformam o outro em seu objeto de manipulação a fim de aprender com ele ou ainda poder estudá-lo, mas o interpelam em sua humanidade.

De acordo com Levinas,

[...] na nossa relação com outrem, a questão será deixá-lo ser? A independência de outrem não se realiza na sua função de interpelado? Aquele a quem se fala é, previamente, compreendido no seu ser? De forma alguma. Outrem não é primeiro objeto de compreensão e, depois, interlocutor. As duas relações confundem-se. Dito de outra forma, da compreensão de outrem é inseparável sua invocação (2005, p. 27).

É através do diálogo com o outro que passamos a conhecê-lo e, com isso, estamos em igual condição de existência. Essa igualdade de condição humana potencializa a necessidade de professor e aluno estabelecerem um diálogo verdadeiro em que ambos sejam pólos que se manifestam para trocar humanidades. Enquanto humanos, não há um que esteja acima na relação com o outro, mas há dois sujeitos em interação.

Tornar-se humano é um processo que ocorre na interação. Na medida em que se encontra no olhar do outro, o indivíduo se percebe humano e reconhece suas limitações diante do humano. Para Zitkoski,

[...] a constituição da consciência não se dá de modo egocêntrico e individual, pelo contrário, nós, seres humanos, fazemos a nós mesmos por meio de uma gama de relações intersubjetivas que implicam em trocas, contradições, recuos e avanços (2010, p. 40).

A consciência de humanidade é formada por cada pessoa nas relações que estabelece. É na troca de experiências, conceitos e modos de ser que se constrói subjetividade e a capacidade de compreensão do próprio ser. A formação da

humanidade perpassa a formação de cada indivíduo que se relaciona com toda a humanidade para formar-se como tal.

O autor ainda aponta que “através do diálogo podemos olhar o mundo e a nossa existência em sociedade como processo, algo em construção, como realidade inacabada e em constante transformação” (ZITKOSKI, 2008, p. 130). Nessa interação é possível perceber aspectos da realidade que se encontram fora do ambiente vivido, pois o outro passa a ser interlocutor de uma realidade e, ao mesmo tempo, dá suporte para que, no diálogo, se vislumbrem novos elementos e possibilidades para a ação e a participação na mesma.

Os dois sujeitos que dialogam são diferentes, têm histórias de vida diferentes e, por isso, formas distintas de ver o mundo. No diálogo se potencializa a capacidade de sistematização, de reflexão e argumentação frente à realidade concreta, podendo-se vislumbrar um ser humano que está permanentemente em formação através do diálogo com o outro.

[...] somente na comunicação tem sentido a vida humana, porque é por meio da relação dialógica de quem se comunica que é possível o verdadeiro conviver, ser com os outros e humanizar-se em comunhão. Ou seja, o diálogo que alimenta a comunicação é a alavanca do verdadeiro processo educativo do ser humano (ZITKOSKI, 2010, p. 23).

A educação, como processo em que a criança que nasce na espécie vai tornando-se humana, se dá por meio da comunicação. Na medida em que tem a vida humana narrada por outros humanos, a criança passa a percebê-la diferente e, da mesma forma, desenvolve sua potencialidade de narração a partir de sua subjetividade. É no diálogo que se forma a humanidade em cada ser humano.

Tal qual Sherazade dos contos árabes das Mil e Uma Noites, o ser humano também se educa e é educado através da linguagem com o outro. Na lenda, o rei Shariar se tornou um perverso que matava todas as noites uma nova esposa e, Sherazade, com muita sabedoria, valeu-se da linguagem narrativa não somente para postergar o tempo de sua morte, mas para humanizar aquele homem que havia perdido a capacidade de pensar sua existência. Dessa forma, ao fim das mil e uma noites, Sherazade parou de contar histórias, mas não foi morta porque seu marido, Shariar, havia constituído parte de sua humanidade no processo.

Da mesma forma, cada ser humano se constitui através de narrativas suas e dos outros. Através da comunicação cada ser humano passa a reconhecer-se em

processo de busca, se encanta, se inquieta e se deixa provocar pelo outro que o interpela na fala. O diálogo é um desprender-se de si para entrar no universo do outro e também abrir ao outro seu próprio universo. “[...] o próprio diálogo, em sua autenticidade, nutre-se pela abertura do outro, oportunizando, assim, a revelação do novo na história” (ZITKOSKI, 2010, p. 56).

O acolhimento ao universo simbólico e cultural do outro potencializa a reinvenção de modos de ser, de agir e de viver. Somente na medida em que se comunica a pessoa se torna humana e possibilita que sua humanidade seja ouvida, sentida, experimentada e realizada no mundo. O diálogo, por isso, é uma abertura para o mundo. É a possibilidade de trocar conhecimentos teóricos em busca da realização de ações concretas.

Nesse contexto, a escola é lugar por excelência de abertura para o mundo público e precisa abranger, com toda a sua função pedagógica, o diálogo. O professor inquieta seus alunos potencializando a aprendizagem dos conhecimentos necessários, na medida em que dialoga com eles, se expondo, mas também adentrando o mundo deles.

A dialogicidade é a prática do diálogo radical, que mantém viva a dialeticidade entre ação e reflexão. Essa prática dialógica e dialética da nossa vida concreta é uma exigência primordial do ser humano por ser a própria vocação de nossa espécie radicalmente aberta ao mundo e, por isso mesmo, é histórica, incompleta e sedenta de humanização (ZITKOSKI, 2010, p. 20).

Essa incompletude, referida por Zitkoski, encontra sua capacidade de pensar- se na própria dialogicidade. A prática do diálogo na educação escolar possibilita, assim, que cada aluno consiga olhar para si e refletir sobre o sentido de sua existência na mesma medida em que pode mudá-la a partir disso. Daí que o autor afirme que essa prática “mantém viva a dialeticidade entre ação e reflexão” (ZITKOSKI, 2010, p. 20).

Na relação pedagógica, apesar de existirem dois polos distintos quanto à questão do conhecimento, a relação que se estabelece é dialógica. O aluno possui conhecimentos próprios da realidade já vivenciada e o professor possui os conhecimentos construídos pela humanidade e que aprendeu para poder ensinar. Ambos, como seres humanos, possuem uma história de vida e experiências obtidas ao longo de sua existência.

Para Boufleuer, “há um momento em que o mestre escuta o discípulo, respeitando-o no que tem de novo e criador, como também, há um momento em que o discípulo escuta o mestre, buscando aprender o legado que ele tem a transmitir” (1991, p. 119). O papel pedagógico da relação professor e aluno é a transmissão dos conhecimentos para que os mais novos na tradição possam ter a possibilidade de aprendê-los, ainda assim, não há como o professor negar a humanidade e novidade que há naquele aluno que ainda não sabe os conhecimentos que ele possui. É necessário escutar para transmitir e transmitir baseado no escutar.

Uma educação que visualize a realidade do aluno e compreenda o diálogo como parte do processo pedagógico percebe que cada membro da espécie humana se constitui pessoa em diálogo com os demais e, com isso, passa a construir sua cidadania, isto é, sua capacidade de participação e decisão frente à sociedade. Uma escola que concebe o aluno como mero receptor não potencializa aprendizagens significativas, que são fundamentais à consciência da importância e participação na sociedade com novas ideias, novos jeitos de ser, embasados naquilo que se aprendeu de conhecimento da tradição.

“E só o diálogo autêntico, que envolve reflexão e ação, é capaz de conduzir à inserção crítica dos homens na história” (BOUFLEUER, 1991, p. 118). Pensar a sociedade em constante transformação exige uma atitude ética frente à capacidade do outro de dialogar. A educação, assim, necessita do constante diálogo para que os alunos possam compreender a sua realidade diante dos conhecimentos trabalhados no processo educativo. Assim, poderão perceber sua influência e possibilidade de inserção crítica na realidade para, se preciso, transformá-la.

A realidade de nossos semelhantes implica que todos nós protagonizamos a mesma história: eles contam para nós, contam-nos coisas e, com sua escuta, tornam significativa a história que nós também vamos contando... Ninguém é sujeito na solidão e no isolamento, sempre se é sujeito entre outros sujeitos: o sentido da vida humana não é um monólogo, mas provém