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CAPÍTULO II 2 Smart City

M. Giffinger e a sua equipa científica da Universidade Técnica de Viena Smart Cities – Ranking of European médium-sized cities

3. CARACTERIZAÇÃO DA ZONA DE ESTUDO

3.3. A Cidade Atual

Atualmente Bragança distingue-se das outras cidades do interior, pela sumptuosidade do seu património monumental circunscrito à cidadela: o Castelo, a Domus Municipal e a Igreja de Santa Maria (Fig.3.5). A velha cidade é uma das mais antigas cidades portuguesas, afirmando- se como um ardente exemplo de compromisso com o futuro, apoiado num presente transbordante de realizações e estratégias que a transformaram numa das mais agradáveis urbes no contexto nacional.

Figura 3.5 Património arquitetónico de Bragança: 1.Castelo, 2.Igreja Santa Maria e 3.Domus Municipal,

(GDB, 2013). 1

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A cidade comemora este ano, em 2013, 549 anos, com um grande valor patrimonial, cultural e histórico. È das poucas cidades portuguesas do interior de Portugal que conseguiu, durante muito tempo, fixar e aumentar a população. É nos últimos anos, como referência nacional de desenvolvimento ao nível das cidades médias que surge a grande e complexa transformação arquitetónica, urbanística, cultural e socioeconómica da cidade de Bragança.

Bragança é uma cidade de perfil europeu com elevada qualidade urbanística e ambiental, bons equipamentos culturais e uma boa rede de infraestruturas. A cidade mudou a sua imagem para melhor, adquiriu padrões de qualidade e de sustentabilidade. É um concelho dinâmico, atrativo e moderno, com instituições bem organizadas e empresas competitivas, bem infraestruturadas, instituições de ensino superior de qualidade, melhoria das acessibilidades, de equipamentos coletivos de qualidade e a existência de uma economia cada vez mais global e competitiva (C.M.B., 2013).

3.3.1. Ordenamento da Cidade

Para além do seu património arquitetónico e histórico excecional, Bragança possui um enorme potencial em termos naturais e paisagísticos, que constituem um fator importante para o desenvolvimento da região.

Ao longo dos últimos anos, Bragança assume uma orientação clara e firme, os objetivos para o seu desenvolvimento urbano, baseiam-se na construção de uma cidade ecológica, determinada a crescer em qualidade ambiental e urbanística, executando obras de qualificação do espaço verde-urbano, criar parques de lazer, equipar jardins e rotundas com obras de arte e elementos escultóricos com qualidade estética. Pretende-se também a requalificação da área interior da cidade, de forma a devolve-la ao peão integrando parques verdes, onde predomina a qualidade do espaço envolvente e onde o cidadão possa usufruir de equipamentos integrados com o espaço que o rodeia.

A evolução da cultura dá um passo com a construção do Teatro Municipal, marcando de forma positiva a preocupação emergente de intervir na malha urbana de forma positiva e sustentável, conferindo ao espaço físico uma qualidade estética e formal. O Centro de Exposições temporário e permanentes, a Biblioteca Municipal, a Conservatória de Música, o Centro de Arte Contemporânea e o Museu da Máscara são espaços dedicados às “Memorias da Cidade”, de forma a “reescrever” a sua história, recuperando edifícios, no coração da cidade – a Cidadela, dedicados à cultura.

Bragança tem como objetivos futuros, apesar dos constrangimentos, desenvolver e dinamizar as oportunidades e recursos locais, melhorando acessibilidades, potenciar o turismo patrimonial, cultural e natural, enriquecer o saber, contribuindo de forma positiva para extenuar a “perifericidade” em relação ao litoral (C.M.B., 2013).

Em termos urbanos o desenvolvimento da cidade subentende o equilíbrio entre o espaço edificado e o não edificado, contribuindo para a revitalização da cidade, reforçando a sua posição na região e promovendo a multifuncionalidade e competitividade. A evolução/expansão da cidade desenvolve-se no sentido norte, tendo como objetivo principal o reordenamento da estrutura urbana, conferindo-lhe coesão e funcionalidade (Fig.3.6).

Figura 3.6 Planta da cidade de Bragança (C.M.B., 2009).

Visto que o planeamento da cidade também se faz com o existente, a cidade pretende elaborar estudos em zonas de expansão e zonas a recuperar (Fig.3.7). Ambiciona-se a obtenção de um desenvolvimento urbano coerente, onde o espaço público verde seja imprescindível em relação ao edificado, garantindo maior qualidade de vida à população. Pretende-se que a orientação a seguir tenha como premissa o desenvolvimento sustentável, sustentado na componente ambiental. A intervenção no espaço urbano deverá ser entendido numa dimensão holística, de forma a conjugar componentes físico, ambiental, histórica,

social e económica. As premissas para o desenvolvimento futuro são: a mobilidade, o crescimento sustentável e o ambiente (Fernandes, 2009).

Figura 3.7. Plano de Urbanização de Bragança (adaptado do Plano director Municipal de Bragança, C.M.B, 2009). A cidade

A cidade apresenta um tipo de malha urbana aberta, ligada à dinâmica e às exigências da racionalidade comercial. A “parte recente” da cidade tem como principal característica o predomínio da linearidade, dispondo os edifícios ao longo de um ou dois eixos principais, que seguem, geralmente, a direção nascente poente, mais largos do que antes, e terminam na praça pública (Fig3.7). Paralelamente a este eixo desenvolver-se-ão ruas hierarquicamente inferiores, de aparência mais residencial e menos comercial, demonstrando, com o seu número, o vigor da cidade. Estas ruas paralelas ligam-se entre si por ruelas, usualmente de intersecção quadrangular, formando pequenos largos: espaço semipúblico e semiprivado.

O domínio da igreja na praça pública, faz parte do alinhamento dos edifícios (denotando a submissão aparente à racionalidade laica), é outra característica da planta da cidade. A estrutura urbana exterior Às muralhas joaninas pertence a esta característica urbanística, até porque as ruas não seguem as curvas de nível do terreno, opondo-se-lhes perpendicularmente, apontando um critério de racionalidade e funcionalidade estranho nos séculos anteriores. Assiste-se a um enriquecimento de funcionalidade nos arruamentos, onde surgem praças e logradouros que quebram a linearidade do discurso das artérias, assumindo funcionalidades diversas: religiosas, económicas e administrativas (Fernandes, 2009).

Cidadela

A estrutura atual da cidadela define-se pela sua rua principal que une as duas portas da cidadela, as ruas transversais são muito menores e estreitas, perpendiculares à principal, mas seguindo as curvas de nível, apresentam já uma hierarquização, revelando uma menor circulação e uma submissão política, económica e religiosa ao largo da igreja e do castelo limítrofe. A planta do castelo é, aproximadamente, radio-centrica medieval, sempre com o centro/núcleo centrifugante, com múltiplas variantes, geralmente de composição condicionada pela topografia ou pelo carácter militar da ocasião, Figura 3.8 (Fernandes, 2009).

Figura 3.8. Plano de Urbanização da Zona Histórica de Bragança (adaptado do Plano director Municipal de Bragança, C.M.B, 2009).