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SMART CITIES: Conceitos, Ideologias e objetivos

CAPÍTULO II 2 Smart City

2.2. SMART CITIES: Conceitos, Ideologias e objetivos

Existe ainda uma grande procura/investigação, pela Europa, de conceitos e criticidade do conceito SMART CITY, perguntas às quais se pretende resposta, novos conceitos, ou novas opções de resposta: quando uma cidade pode ser considerada Smart? Quais os objetivos que se devem procurar para se ser Smart? Ou mais substancialmente, poderá na realidade uma cidade tornar-se Smart? As palavras da Fig. 2.2 poderiam ser consideradas possibilidades de resposta.

Figura 2.2. Palavras-chave para o conceito de Smart City (Belissent, 2010). Publicação I-architecture

Segundo esta publicação (ICT architecture, 2010), a temática Smart City é definida como uma cidade onde se investe em capital humano e social e se utilizam infraestruturas de Tecnologia, Informação e Comunicação (TIC) como combustível para um crescimento económico sustentável, uma melhor qualidade de vida, uma boa gestão de recursos naturais através de um governo participativo.

Uma cidade inteligente pode ser definida como um ambiente que integra TIC’s criando ambientes interativos que trazem a comunicação para o mundo real. Pode também ser considerada inteligente quando possui um ambiente físico onde as TIC’s “desaparecem” à medida que se tornam embutidas nos artefactos físicos e nos ambientes do dia-a-dia.

As Smart Cities são um misto de capital humano e tecnologia, visam uma melhoria no desenvolvimento de uma cidade de forma sustentável. As cidades inteligentes teriam muita dificuldade em serem criadas sem as TIC’s, por outro lado, as TIC’s são apenas uma ferramenta para facilitar o desenvolvimento das Smart Cities.

Para se obter uma cidade inteligente é necessário criar uma verdadeira mudança no equilíbrio de poder entre o uso das TIC’s pelas organizações, governo, comunidades e sociedade em geral, bem como procurar o equilíbrio económico com sustentabilidade.

A qualidade e disponibilidade da infraestrutura das TIC’s não são as únicas definições da cidade inteligente. Outras definições enfatizam o papel do capital humano e educação, além da aprendizagem no desenvolvimento urbano.

“As cidades inteligentes usam tecnologias de informação e comunicação (TIC) para serem mais inteligentes e eficientes no uso de recursos, resultando na economia de custos energéticos, melhoria da prestação de serviços e qualidade de vida e redução da pegada de carbono, e apoio à inovação e à baixa economia de baixo carbono” (ICT architecture, 2010).

CityFutures

Segundo Matteoli e Pagani (2009) é necessário um instrumento novo indispensável para canalizar o potente investimento público e privado em políticas de transformação urbana. A plataforma Smart Cities, lançada na Comissão Europeia, pela pesquisa “O desenvolvimento e atuação dos programas de transformação das cidades”, contribui a muitas das prioridades delineadas nos relatórios das Conferências CityFutures em 2009. Esta conferência move importantes investimentos europeus para o desenvolvimento da tecnologia de baixa contenção de carbono e eficiência energética dos edifícios.

Os objetivos que sustêm o conceito do lançamento da plataforma Smart City são os de transportar até 2050 a cidade europeia a uma redução de 40% do CO2 produzido no que

respeita os dias de hoje, e reduzir para um análogo fator a energia consumida pela cidade. A Smart City constitui uma excursão de provas e um desafio para a cidade na construção de regras de requalificar e de infraestruturar o território urbano inserindo a variável ecológica e a consequente tecnologia e soluções construtivas:

- No que respeita o “construir as competências locais” a aproximação que a Smart City faz depende do desenvolvimento do capital humano e profissional.

- Mudança de escala: do simples edifício à escala urbana.

- A articulação dos interlocutores: de simples utente a múltiplos operadores/investidores. “Construir e integrar projetos”, a fertilização plena de experiência entre responsáveis Municipais, profissionais e consultores, construtores e arquitetos constitui um ponto de força metodologica dos projetos integrados na Smart City.

Todos os dias as cidades enfrentam a gestão de problemas complexos de transformação urbana. Os projetos integrados no contexto Smart City representam um ponto de referência para a implementação de soluções energéticas e ambientais inovadoras (Fig.2.3).

- Plataforma demonstrativa urbana: Smart City é um processo que se desenvolve e tende a persistir no contexto urbano. É constituída por uma mistura de intervenções técnicas e processuais e envolve todos os aspetos do processo decisivo.

- Sustentabilidade dos métodos e dos processos: as Smart Cities deverão insistir na sustentabilidade/qualidade intrínseca dos métodos e dos processos decisivos, no que respeita a sustentabilidade dos materiais, dos produtos e dos projetos.

- Da gestão dos projetos à gestão da mudança: as Smart Cities realizam uma passagem crítica da “Gestão dos projetos” à “Gestão da mudança”. As ideias são os ingredientes chave para a gestão da mudança que deve ocorrer nos sistemas urbanos.

Figura 2.3. Exemplo de uma Iniciativa Smart Cities – Smart Ideas (IBM Corporation, Smarter Planet, 2008).

Os objetivos das Smart Cities são, segundo Matteoli e Pagani (2009):

- Unir forças: a Smart City deve promover uma vasta campanha para a ativação de zonas demonstrativas em contexto urbano. As cidades que participaram no programa de Smart

Cities adotaram uma grande parte das iniciativas ativas a nível urbano, de forma a

generalizar a estratégia energética e ambiental. Os projetos integrados na Smart City transformam-se em planos de ação nos quais a vontade de administração municipal se mistura com a capacidade do sistema profissional e produtivo para encontrar e implementar soluções técnicas de forte valor ambiental.

- Unir os orçamentos: As Smart Cities assimilam novos processos de governo urbano, com instrumentos e métodos de tomadas de decisão, que envolvem de modo significativo a comunidade local. Onde ocorre uma etapa substancial da parte dos governos locais no criar

inovação processual para a sua atuação. As Smart Cities poderão ajudar a cidade na sua definição de orçamento global, para a eficácia dos planos estratégicos: considerando os custos de manutenção de modo associado aos custos energéticos e vice-versa, a vantagem da ação de reajustes urbanos; considerando o tempo perdido no tráfego, um dano na produção; considerando os investimentos em infraestruturas urbanas como ocasião para associar intervenções de infraestruturas energéticas e redução dos custos.

- Unir as iniciativas: As Smart Cities desenvolvem novos instrumentos de financiamento, com um papel catalisador no apoio de programas de transformação urbana. As Smart cities devem criar “entidades” especiais na cidade pioneira, para gerir e radicalizar programas de transformação urbana, ligadas ao objetivo ambicioso de alcançar os 40% de redução de CO2.

Atravez: da sociedade, da transformação urbana, divulgação de métodos, de parâmetros de referência, de soluções inovadoras e consentindo a expansão da inovação, com a mistura de mecanismos financeiros existentes e novos.

Numa Conferência de Matteoli, Buckminster Fuller, afirmou que a principal via para a transformação da cidade em Smart seria o desenvolvimento dos “Grids”, evocando a possibilidade de os continentes trocarem energia eléctrica com a consequência de reduzir a metade a necessidade de poder do planeta. As Smart Cities não poderão dispensar os “Grids”, mas será principalmente necessária a Smart Humanity, que tende a ser um tema seriamente preocupante.

M. Giffinger e a sua equipa científica da Universidade Técnica de Viena