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5 ORGANIZAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

EMPRESAS RESUMO DAS RESPOSTAS

5.3.3 A combinação estratégica entre os parceiros 1 Empresa Alfa

Para o declarante, a escolha dos parceiros foi feita baseada no conhecimento pessoal entre os donos das empresas, isto é, pelos proprietários das construtoras nos movimentos empresariais que se iniciam logo após a publicação dos editais das licitações públicas ou privadas. Conforme sua exposição, tais movimentos são articulados em conversas informais entre os donos das empresas, sendo que o diálogo e a persuasão (arte do convencimento) para a união das empresas, no caso do consórcio pesquisado, existiram e foram praticados durante a formação do consórcio.

Sua empresa avaliou informalmente as capacidades técnicas e financeiras dos parceiros, seus históricos, e se tinham um pouco da mesma cultura da sua empresa, ou seja, se elas eram geridas de maneira semelhante.

Em conformidade ao seu relato, a combinação estratégica ideal entre empresas construtoras que atuam no setor da construção civil é quase que impossível. Isto seria devido ao fato de na maioria destas empresas os seus fundadores ainda serem os maiores dirigentes. O que se percebe, analisando seu relato, é a existência de uma carência de administradores com capacitação profissional específica da área no nível institucional destas empresas.

5.3.3.2 Empresa Beta

Segundo as informações, a escolha dos parceiros se deu através da amizade e conhecimento que a empresa possuía com as outras empresas consorciadas. Ela utilizou também informações fornecidas pelo sindicato de classe para o reconhecimento das empresas que estavam interessadas em participar do certame licitatório e que não tinham capacidade

para isto. De acordo com seu relato, a escolha não foi de imediato e sim um processo longo, uma triagem, que buscou parceiros mais próximos da cultura da empresa.

5.3.3.3 Empresa Gama

A combinação estratégica que a empresa buscou realizar, inicialmente, foi através de 1 (um) parceiro que tivesse características similares à sua empresa e estivesse em situação semelhante quanto ao fato de não poder participar da licitação por motivos de falta de capital e currículo.Então, procurou em um parceiro a completude para que juntas participassem da licitação, ganhassem as obras e executassem os empreendimentos.

Segundo o relato do informante, o parceiro inicialmente pretendido pela empresa Gama, foi a empresa Delta. Tal escolha inicial deu-se em função de sua experiência em obras de saneamento (empresa Delta) e do próprio conhecimento pessoal já existente entre os donos das empresas. Ele explica que ambas já haviam realizado, anteriormente, obras de saneamento de forma conjunta. Assim, a empresa desejava, como parceira, uma empresa que já executava obras de saneamento, uma empresa em que os donos já se conheciam bastante, com experiência na área, com currículo, com capital, para agregar recursos e executar os empreendimentos.

Entretanto, segundo seu relato, por “questões políticas” houve a necessidade de se agregar mais duas empresas.O relator salienta que este fato deveu-se muito à amizade entre as empresas, não existindo uma negação absoluta a participação das mesmas, porém, no seu ponto de vista, tal união (quatro empresas) se deu muito em função de considerações políticas em detrimento às considerações analíticas de formação de uma aliança estratégica do tipo consórcio. Explica que “(...) o consórcio ele é feito para somar forças, não para somar, digamos assim, condições para a participação em um edital”.

Assim, de acordo com o exposto pelo representante da Gama, bastava a Delta para a formação do consórcio, devido suas características e afinidades com a sua empresa.

5.3.3.4 Empresa Delta

Segundo o informante, normalmente a criação de um consórcio está vinculada à confiança e amizade entre os donos das empresas. Para ele a “boa relação” entre os proprietários das empresas é fundamental para o sucesso do consórcio.

“Normalmente se cria um consórcio com empresas amigas, empresas conhecidas, que tenham pessoas mais ligadas, mais íntimas. Então, eu acho que a maneira mais correta é você procurar quem é mais íntimo, porque isto é um casamento”.

Para ele, outro ponto importante da combinação estratégica é o reconhecimento da importância da parte técnica. Ele expõe que em primeiro lugar está o bom relacionamento, conforme exposto anteriormente, porém quando as empresas aliadas não possuem experiência no segmento em que atuará o consórcio, isto dificulta um pouco as atividades do mesmo.

“Inicialmente, em primeiro lugar, está o relacionamento que eu te falei. Em segundo, vem à parte técnica, ou seja, o conhecimento da equipe das empresas em relação à obra no caso, porque daqui a pouco uma tem e a outra não tem nada de conhecimento daquela área. Já dificulta um pouco, começa a criar alguns problemas”.

Tabela 5.3 –Resumo da combinação estratégica entre os parceiros

EMPRESAS RESUMO DAS RESPOSTAS

α α α

α ββ ββ γγγγ ∆∆∆ f

Possui fundamentos no conhecimento pessoal (confiança e amizade)

entre os donos das empresas. X X X X 4

É realizada mediante avaliações informais sobre as capacidades

técnicas e financeiras, o histórico e a cultura dos parceiros potenciais. X X X X 4 Utiliza informações disponíveis no sindicato de classe. - X - - 1

Poderia ser maximizada se fosse reduzida a carência de administradores com

capacitação profissional específica da área no nível institucional das empresas. X - - - 1

É influenciada por considerações políticas em detrimento às

considerações analíticas. - - X - 1

É prejudicada, parcialmente, pela carência de conhecimentos técnicos

específicos dos parceiros menos experientes no segmento. - - - X 1

Fonte: Dados da pesquisa

Todas as empresas expuseram que a combinação estratégica do consórcio possuiu fundamentos no conhecimento pessoal (confiança e amizade) entre os proprietários das empresas e foi realizada mediante avaliações informais sobre as capacidades técnicas e financeiras, o histórico e a cultura dos parceiros potenciais.

Importante observar que, segundo o relato do representante da empresa Gama, existiram fatores políticos, porém não revelados explicitamente, que influenciaram a combinação estratégica do consórcio em detrimento a fatores analíticos de sua formação, enquanto uma aliança estratégica.

A importância da valorização do conhecimento técnico é levada à tona pelo representante da empresa Delta, pois segundo suas palavras, é fundamental para uma perfeita combinação, o reconhecimento“(...) do tipo de obra e do conteúdo técnico que a equipe da empresa possui daquela área”.

Finalizando, a empresa Beta mostrou que o sindicato da classe pode servir como uma fonte de dados para a detecção de parceiros potenciais, enquanto o representante da empresa Alfa, admite que a união das empresas consorciadas poderia ser otimizada se fosse reduzida a carência de administradores com capacitação profissional específica da área (Administração) no nível institucional das empresas.

5.3.4 Os fatores determinantes da estrutura organizacional do consórcio