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4.3 Análise da Ação Administrativa

4.3.2 A compreensão dos Pilares da Ética da Responsabilidade e da Convicção

Focaliza-se, portanto, nas entrevistas coletadas, outro conceito de origem weberiana, a ética da responsabilidade e a ética do valor absoluto ou da convicção. Guerreiro Ramos (1983, p. 43) afirma que “as duas éticas não são necessariamente antagônicas” podendo entre elas haver coerência na extensão em que as considerações e o tipo de trabalho se ajustem com os valores das pessoas. O resultado natural é que, salvo em casos extraordinários, nenhum indivíduo forma o seu comportamento sob a espécie exclusiva de nenhuma das duas éticas.

Do ponto de vista ético, a análise registrou que o comportamento dos gestores é responsável pela garantia da integridade dos servidores, fortalecendo o compromisso com a Instituição, renovando e colocando em prática o poder criativo e produtivo, cumprindo os critérios normativos, definindo as decisões a serem tomadas, enfim, procurando viabilizar as condições necessárias à manutenção dos trabalhos nas varas, sem perder a consciência da dimensão humana, sempre atentos que estão lidando com pessoas e não com máquinas, apesar das dificuldades enfrentadas em face do grande número de processos distribuídos nas varas.

No âmbito Jurisdicional, em que a função do juiz tem um forte conteúdo social, demonstraram se encontrar empenhados a observar a ética da responsabilidade. No entanto, alguns servidores não se acham investidos sob o vínculo de compromisso com a Instituição, impossibilitando, neste momento, de se extrair do contexto das entrevistas, se as causas dessa desmotivação estão relacionadas com a ética da convicção. Este aspecto poderá ser mais bem analisado, posteriormente, por envolver servidores que não foram objeto de pesquisa.

Na análise da ação administrativa dos gestores à luz da dualidade ética da responsabilidade e ética da convicção, não se verifica tensão ou conflito nas varas que impeçam de operarem de acordo com as perspectivas de produtividade e de eficácia. Ao

contrário, os gestores demonstraram a existência de um bom clima ético, com raras exceções, no ambiente de trabalho de modo que juntos enfrentam as dificuldades a serem vivenciadas diariamente.

No presente estudo, ressalta-se o interesse do juiz em dar o bom exemplo, portando-se de forma a incentivar o compromisso com o trabalho, promovendo e implantando o clima ético nas varas. Portanto, a ética da responsabilidade corresponde a um elemento da administração do dia-a-dia, juntamente com outras atitudes e estratégias.

Vê-se, então, que os gestores buscam atingir uma maior produtividade, não só pautado no único objetivo de vencer a morosidade processual, mas também de atingi-la com premissas ético-valorativas, embora algumas situações encontrem-se fora de suas gestões, quando cabe ao Estado interferir, no sentido de procurar solucioná-las.

Evidencia-se, por fim, que os gestores nos processos de tomada de decisões, divisão do trabalho e de comunicação objetivam alcançar níveis consideráveis de autorrealização. Mas, quando se trata de programar rotinas de trabalho estas são orientadas pelas leis, regras internas, padrões formalizados e metas previamente estabelecidas, prevalecendo a lógica individualista, a demonstrando a coexistência da ética da responsabilidade e da ética da convicção, nas ações administrativas dos gestores das varas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realização desta pesquisa teve por finalidade estudar o problema da morosidade processual, a partir de dados empíricos demonstrando e identificando o fato administrativo nas estruturas de três varas comuns, bem assim como se concretizam as práticas administrativas que articulam os elementos desse fato, nessas unidades judiciárias, com o objetivo de se verificar os procedimentos internos adotados pelos gestores quanto a assegurar à razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.

Numa perspectiva geral, observa-se que os elementos constitutivos do fato administrativo, localizados nas estruturas das varas comuns, constituem peças que se intercalam na estruturação da Instituição, dinamizadas por atitudes de seus agentes, concretizadas tanto pela razão instrumental, assim como pela razão substantiva.

Como se pode depreender do estudo realizado, a análise revelou que a existência de um fator preponderante externo que limita o agir com mais autonomia, quanto a modificar a situação complexa que contrapõe na baixa produtividade do desempenho das varas, e ao lado de outros fatores condicionantes, conforme se verificam nos fragmentos das entrevistas restringem os efeitos das iniciativas dos gestores, que, por suas vezes, procuram valer-se de técnicas operacionais e métodos de gestão, adotando novos procedimentos, redefinindo tarefas, disseminando novos métodos de trabalho, objetivando assim, minimizar o problema da morosidade processual

Os gestores demonstraram que, apesar desse fator externo não se encontram paralisados, tentam com os recursos de que dispõem, ainda que sem técnica adequada a gerenciar as práticas administrativas, a despeito de não terem formação gerencial, solucionar, através de tentativas, erros e acertos, vencer o tempo do processo judicial.

Essa situação referente à formação gerencial dos gestores, vigente no âmbito do judiciário, está a exigir uma reflexão multidisciplinar que seja capaz de propiciar não só aos magistrados, mas, em especial, aos diretores que ora se encontram à frente da execução de gerência, curso de capacitação específica, abstraindo-se dos métodos originais de trabalho, e introduzindo-se novas concepções sobre o gerenciamento de atividades de natureza administrativa, a partir dos instrumentos baseados na teoria organizacional.

Características relevantes observadas nas ações dos gestores encontram-se relacionadas a alguns princípios basilares de uma gestão democrática, quais sejam: eficiência, eficácia e participação. Eficiência a partir do entendimento de que jurisdicionar tem por

finalidade administrar a justiça procurando melhorias contínuas nas práticas administrativas, com aplicação inovadora de técnicas gerenciais. Eficácia na entrega da prestação jurisdicional com celeridade.

A participação encontra-se atrelada aos servidores no que se refere ao gerenciamento a representar um tipo de ferramenta utilizado pelos gestores, no sentido de obter bons resultados na produtividade dos trabalhos. Contudo, a existência, as possibilidades, as condições, a forma e as conseqüências de incentivo dos servidores, sob o aspecto motivacional, requer um exame mais específico, a fim de se ter uma resposta efetiva, a respeito de se constatar se a motivação aumenta ou reduz a produtividade no interior das varas comuns.

Na coleta das respostas dos gestores, observa-se, ainda, que diante da submissão às legislações processual e constitucional, agem norteados por uma racionalidade instrumental, com relativa autonomia e liberdade de ação, implementando meios e recursos para atingir os fins no que tange à entrega da prestação jurisdicional com celeridade.

Por sua vez, as práticas administrativas guiam-se pelos ditames de suas consciências, demonstrando um padrão de conduta responsável, o que faz com que atuem não só orientados no sentido de atingir os objetivos da Instituição, mas, também, guiados por valores dinamicamente relacionados entre si, demonstrando uma conduta ordenada e refletida sobre o próprio atuar, procurando evitar que os modos de agir conduzam a caotização interna dos trabalhos desenvolvidos nas varas.

Fatores, como preocupação com o jurisdicionado, com os servidores, confiança, e respeito entre o grupo, culminam por contagiar os procedimentos requeridos pela racionalidade instrumental. Encontra-se nos gestores certo grau de atitude racional instrumental, ao lado de ingredientes de natureza tradicional e afetivo. Nesse sentido, os gestores demonstraram atuar ora com objetividade e racionalidade, ora com sensibilidade e intuição.

No relato dos entrevistados, verifica-se que as escolhas e as decisões são orientadas pelo que querem e podem fazer, no sentido de criar condições favoráveis, buscar e identificar oportunidades de ação e propor soluções, de forma assertiva, inovadora e adequada, a fim de que os trabalhos possam ser desenvolvidos numa configuração organizacional que melhor atenda às necessidades dos jurisdicionados. Nesse contexto, uns mais do que outros são empreendedores, criativos, adaptam-se às mudanças, aptos a liderar os

servidores, são flexíveis e estão comprometidos em obter os resultados pretendidos com os seus trabalhos.

Desse modo, o sistema de organização-interação - reordenamento das varas enfrentam situações de conservação e mudança, tradição e contemporaneidade, estabilidade e instabilidade, rigidez e flexibilidade, centralização e descentralização, padronização e criatividade, rotina e motivação. O relacionamento desses conjuntos vetores antagônicos origina nas varas uma configuração organizacional-administrativa híbrida, onde se constata um equilíbrio dinâmico entre a ordem, a conservação e a mudança.

Dado o problema de lidar com o tempo de tramitação do processo, observa-se que as unidades jurisdicionais, estudadas, procuram ajustar o campo de atuação do potencial humano para enfrentar os desafios da “explosão de litigiosidades” Assim, tem-se que a estruturação do tempo representa o coração das varas comuns. Quando impulsionado em excesso é possível um grande resultado, mas se corre o risco de paralisação pelo cansaço ou pela fadiga das pessoas. Se impulsionado, lentamente, o risco é não gerar força para conduzir a avalanche de processos distribuídos, podendo ocasionar um colapso nas varas, ou seja: a paralisação dos processos por anos e anos, causando um grande prejuízo às partes. O ideal é que o tempo do processo seja controlado, continuamente, de forma que se possam atingir bons resultados.

O controle é uma dimensão do conceito de gestão no sentido de alcançar as expectativas do gestor pelo agente controlado. No entanto, evidenciou-se nas respostas dos gestores que inexistem instrumentos de acompanhamento quanto ao desempenho dos servidores, no sentido de avaliar a produtividade quanto a alcançar os objetivos eficientemente.

O estudo realizado nas varas comuns proporcionou o despertar para a proposição da aplicação de algumas melhorias tais como: monitoramento e avaliação do desempenho dos servidores quanto às suas atividades internas; otimização da comunicação entre os gestores das varas comuns com outras unidades jurisdicionais a fim de se permitir o conhecimento com programas de gerenciamento instalados; proposição ao Conselho da Justiça Federal e ao Conselho Nacional de Justiça, de critérios de adequação dos servidores com o abono de permanência; capacitação obrigatória, dos gestores, como política de formação gerencial.

Ressalte-se, por oportuno, que umas das evidências encontradas nas entrevistas remetem a um aprofundamento da pesquisa no que se refere às pessoas que formam o quadro administrativo das varas, a fim de que se possa avaliar a questão do desdobramento do tempo

de serviço após aposentadoria, incorporação de todas as vantagens pecuniárias, rotinização das tarefas, enfim outros aspectos que vieram à superfície com as respostas dos gestores.

A sincronização do tempo constitui fator crítico numa organização, daí a necessidade de ações específicas e coordenadas para que o tempo possa ser bem distribuído nas atividades que o consomem, de maneira mais eficiente e possível. O gerenciamento das varas é dirigido no sentido de procurar vencer a morosidade processual, no entanto, as técnicas de gerenciamento das varas comuns, para reduzir o tempo de tramitação do processo, precisam ser revistas quanto a conduzir uma coordenação especializada na resolução dessa problemática.

A resposta à questão de pesquisa proposta para o estudo permitiu que o objetivo geral do trabalho fosse alcançado. Observou-se a presença de elementos do fato administrativo a contribuir para a compreensão do problema estudado. As ações condicionantes ligadas aos elementos do fato administrativo se entremostraram interligadas às ações dos gestores estabelecidas racionalmente, com vistas a alcançar objetivos aos fins a que se propõe, nas quais predominam a instrumentalização da ação social. Por outro lado, também demonstraram agir com intencionalidade, posto que suas ações se apresentaram ditadas pelo mérito intrínseco dos valores que a inspiram, como restou demonstrado por meio da ética da responsabilidade.

Dessa forma, o exercício das práticas administrativas nas varas comuns permite verificar a viabilização do gerenciamento da morosidade processual, uma vez que os gestores se permitem a funcionalidade racional dos interesses da Instituição.

Os resultados alcançados, na presente pesquisa, sugerem a necessidade de número maior de pesquisa na área. Assim, recomenda-se aos estudiosos e pesquisadores do setor público o aprofundamento de alguns pontos nevrálgicos, encontrados neste estudo:

Monitoramento e Avaliação do desempenho dos servidores independentemente do tempo de serviço.

Integração dos gestores com outras unidades jurisdicionais que se encontrem com programas de gerenciamento instalados.

Proposição de critérios quanto à percepção do abono de permanência.

Cursos de gerenciamento de pessoas para os juízes e diretores de varas, em especial, no sentido de compreender as intenções que motivam a conduta do indivíduo na Instituição.

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APÊNDICE- A

ROTEIRO DE ENTREVISTA ESTRUTURADA

QUESTIONÁRIO FUNDAMENTADO NOS CONCEITOS DE GUERREIRO RAMOS E MAX WEBER

A pretensão desta entrevista tem por finalidade compreender e identificar os elementos constitutivos do fato administrativo quanto a sua aplicabilidade nas varas comuns e verificar a natureza das ações praticadas pelos gestores no que diz respeito ao gerenciamento das práticas administrativas quanto à problemática da morosidade processual.

ELEMENTOS DO FATO ADMINISTRATIVO

Pressuposto Tempo - Dado que existe o problema da morosidade processual como se entremostra a possibilidade de eliminá-la ou reduzi-la ao mínimo de perfeita aceitabilidade?

Guia da entrevista

• Existem metas a serem alcançadas semanalmente, mensalmente, anualmente?

• Que atitudes são tomadas para alcançar a celeridade processual?

• Os servidores tomam iniciativa de se conduzirem no trabalho, independentemente de ordens administrativas quanto a reduzir o tempo do processo?

Força do Trabalho – Entendimento dos gestores sobre os servidores nas varas

Guia da Entrevista

• Existe compromisso dos servidores com a Instituição?

• A distribuição de atividades é por faixa etária?

• Os servidores têm liberdade para opinar sobre mudanças?

• Existe treinamento para os servidores?

Hierarquia – Ordenação progressiva das atividades nas varas

Guia da Entrevista

• Como se dá a distribuição de atividades nas varas?

• Há interferência dos juízes e diretores nas práticas administrativas?

• Existem superposições de tarefas para os servidores?

Decisão – eficácia e comunicação

• Como se dá a interação juízes-diretores-servidores

• É comum a realização de reuniões entre juízes-diretores-servidores

• A decisão é tomada de forma compartilhada ou não existe participação dos servidores nas tomadas de decisões em que envolva o interesse das práticas administrativas?

AÇÃO ADMINISTRATIVA

Ações dos gestores no combate a morosidade processual

Guia da Entrevista

• Considerando o problema da morosidade processual como se efetua o gerenciamento dos servidores?

• Existe planejamento estratégico: como metas a serem atingidas mensalmente, divisão de tarefas?

• Os servidores participam do gerenciamento das práticas administrativas?

Guia da Entrevista

• Considerando que é complexo gerenciar pessoas, como fazem para motivá-los?

• Procura observar se os servidores estão realizados nas funções que estão exercendo?