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A contribuição da família do idoso

A Contribuição da Família do Idoso

Aula 5 A contribuição da família do idoso

Segundo o Estatuto do Idoso (2003), em seu artigo 3o:

É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. (Brazil, 2003 – grifo nosso)

É necessário que o Brasil desenvolva mecanismos de assistência ao idoso conscientizando-os em relação aos direitos, agregando princípios de respeito e autonomia, o que submete ao poder público o desafio de criar condições e estratégias que possibilite à população idosa, melhor qualidade de vida.

Figura21 – Elementos presentes no cuidar de promoção de bem-estar:

o “tornar-se idoso”.

O conceito família remete à imagem imediata de um conjunto de pessoas ligada sem regime de coabitação.

A autora em seu livro “A Psicomotricidade e o Idoso, 2013, p.79” descreve:

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A interação entre os membros de uma família é almejada por uma atmosfera afetiva com interação entre os membros da mesma.

A ausência de convívio familiar acarreta um declínio prejudicial na qualidade de vida e saúde do idoso.

Todo mundo, talvez todo ser humano passa por diversas turbulências na vida. A família muitas vezes acha que domina o mundo de fora, mas não consegue dominar o mundo de dentro. Esse mundo de dentro é sua alma, onde habita a emoção e que tece a colcha de retalhos da sua capacidade. As pessoas têm que saber que a vida tem que ter significado, tem que existir simplicidade, respeito, solidariedade, sensatez e sabedoria. Simplicidade para saber respeitar o velho, ser solidário com ele, ser sensato para entender com sabedoria o que ele pode responder.

A família deve atender a seus idosos com amor e respeito, aceita-los com seus defeitos e qualidades, preservar sua dignidade dar-lhes autonomia enquanto puderem responder por si, incentivá-los a viver e aproveitar a vida integrá-los à comunidade, ouvi-los atentamente, acolhê-los nos momentos difíceis, tratá- los nos momentos de enfermidade e 2 partilhar com ele a fé e os sentimentos (CNBB, 2003, p.95).

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Figura22 – Unidade Temática: Percepção da velhice na sociedade e na

família.

É no âmbito da família, como pontua Neri (1999), que o idoso realiza as relações afetivas e é em seu seio que ele almeja obter segurança e apoio. Caldas (2002, p.51) afirma que a família e os amigos são a primeira fonte de cuidado para com os idosos.

Precisamos ficar atentos já que muitas características e até mesmo alguns comportamentos são determinados pelo ambiente familiar. Então a família precisa ser sadia, predominando uma atmosfera saudável e harmoniosa entre as pessoas dessa família, possibilitando o crescimento de todos, incluindo o próprio idoso, nas suas funções, papéis, lugares e posições e nas diferenças de cada um, com respeito e consideração. Caso contrário, famílias desarmônicas, onde não há respeito e reconhecimento de limites, o relacionamento é carregado de frustrações, dando margem às pessoas adquirirem depressões e serem agressivas. Promovendo retrocesso na vida de cada um e o idoso por sua vez se torna mais isolado socialmente e amedrontado ao cometer erros, com receio de ser punido.

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A família é considerada extremamente importante na vida dos seus idosos, no entanto o convívio familiar pode gerar grandes conflitos, neste sentido é necessário que seus integrantes entendam o comportamento dos seus idosos.

Figura23 O papel da família no apoio ao idoso passa por valorizar a pessoa em questão: os seus conhecimentos, opiniões e aconselhamentos. Além disso, passa a garantir que em caso de necessidade, o idoso tem acesso ao apoio e cuidados necessários à sua saúde.

Sarti (2004) destaca a tendência atual nas políticas sociais, em especial as políticas de saúde, que consideram a família e não o indivíduo como uma “unidade de atendimento”, não levando em consideração as implicações que essa estratégia possa resultar. No contexto familiar, enfatiza a importância das políticas sociais atentarem ao “mundo de relações, em todo seu emaranhado de situações e ponto de vista” que isso implica, e os problemas quando isso não é considerado. Aborda família como “algo que se define por uma história que se conta aos indivíduos desde que nascem, ao longo do tempo, por palavras, gestos, atitudes ou silêncios e que será, por eles, reproduzida e ressignificada, à sua maneira, dado os distintos lugares

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e momentos dos indivíduos na família” (SARTI, 2004, pp.12- 13).

O número de idosos vem aumentando e é fundamental adotar um estilo de vida ativo não apenas para que o idoso tenha longevidade mas também qualidade de vida. A atividade física pode e deve ser um dos meios para promover melhoras psico- fisiológicas e retardar o envelhecimento. Facilita também mudanças de hábitos, sai do cotidiano, motiva, mexe na auto-estima, dá força de vontade. A família tem um papel efetivo nesse ponto, aderindo e garantindo a permanência do idoso em programas físicos, garantindo qualidade de vida, dignidade e saúde do idoso. Essa relação família e idoso e atividade física devem ser incentivados.

Através de um trabalho psicomotor há grande possibilidade de contribuição na construção e preservação da saúde do idoso para uma melhor qualidade de vida. Por meio de um trabalho elaborado pode dar ao idoso a continuidade à utilização de seu corpo e seus movimentos da melhor forma possível. Assim sendo, métodos pautados na Psicomotricidade é o campo investigativo. Um programa de psicomotricidade baseado nos preceitos da formação pessoal propicia melhorias nas relações interpessoais do idoso, mostrando-se um instrumento valioso para a satisfação do idoso nas suas necessidades.

Não podemos esquecer que o envelhecimento reflete nas várias possibilidades das atitudes diante de alguns ambientes, sendo que os problemas que mais afligem o idoso são os da saúde, porque, a partir do momento em que esta é debilitada, vem o temor de tornar-se dependente, tornando-o apático e sem perspectiva.

Figura24

O envelhecimento atinge o corpo e os aspectos psicológicos, de acordo com Gonçalves, (2010, p. 23), “proporcionando perdas na tomada de decisões, lentidão na capacidade de analisar e sintetizar informações, insegurança, dependência e confusões mentais.” Acrescenta ainda que outras características como dificuldade no equilíbrio, nas relações interpessoais e perda de autoridade podem também ocorrer. Essas mudanças levam o idoso a tornar-se intolerante, irritável e impaciente.

O idoso muitas vezes tem dificuldade de adaptação a novos papéis e se faz necessário trabalhar com a intenção de planejar o avanço da idade, permitindo um amadurecimento saudável, adaptando- se a mudanças, envolvendo a natureza humana de forma integralizada. O ideal é envelhecer saudavelmente, mostrando que sua condição existencial não precisa mudar radicalmente porque envelheceu. Levando a ele sentimentos destrutivos de inutilidade, perda, desmotivação e conflitos internos.

A Psicomotricidade oferece a possibilidade de trabalhar as mudanças, preparar meios para envelhecer bem, interna e externamente, considerando, descobrindo e conquistando todos os aspectos, novas aptidões, experiências, ampliando seu relacionamento

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social, ajudando numa nova organização de vida. A psicomotricidade traz uma proposta para que o idoso explore sua expressão corporal desenvolvendo sua habilidade motora, como também o cognitivo, o afetivo e o social. Através de atividades lúdicas diferentes a psicomotricidade traz possibilidades ao idoso uma proposta diferente. O processo psicomotor pode ser utilizado com atividades corporais alternativas e atividades lúdicas, gerando bons resultados. A família em todo este contexto tem um papel fundamental.

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