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A CULTURA ORGANIZACIONAL NO PROCESSO DE RECRUTAMENTO E

No documento Tópicos em Gestão de Pessoas Volume I (páginas 53-55)

visualizada como um fator que pode contribuir para o desenvolvimento estratégico das empresas A cultura proporciona uma estabilidade e coesão nos

4. A CULTURA ORGANIZACIONAL NO PROCESSO DE RECRUTAMENTO E

SELEÇÃO

Após o estabelecimento da cultura de uma organização é necessário desenvolver ações para consolidá-la, de modo que venha a ser mantida e percebida pelos novos integrantes. As políticas de RH tem participação direta na manutenção da cultura, iniciando desde o processo de recrutamento e seleção. O objetivo do processo seletivo é atrair e contratar indivíduos com competências necessárias para o desempenho da função na empresa, porém segundo Robbins, Judge e Sobral (2010, p. 509) “A decisão final sobre quem será contratado é significativamente influenciada pelo julgamento do selecionador sobre quem parece mais bem ajustado à organização, que indica pessoas cujos valores condizem com pelo menos parte dos valores dela”. Isso é possível analisar, conforme afirmam Zanelli et. al. (2014, p. 507): Já no momento de entrada (atração e filtragem) dos novos membros organizacionais, por meio dos processos de recrutamento e seleção, considerando a cultura compreendida e compartilhada “pelos de dentro”, é possível avaliar se os novos membros sintonizam seus valores pessoais com os valores básicos da organização. Para obter vantagem competitiva e mantê-

la, cada empresa traça suas estratégias e gerencia as fontes que lhe dão origem. Entre essas fontes, destaca-se a capacidade das pessoas, que será transformada em trabalho e, consequentemente, em algum tipo de produto.

Tópicos em Gestão de Pessoas - Volume 1

Dessa forma, o setor de Recursos Humanos mostra sua grande relevância no processo de construção e manutenção da identidade cultural da organização através de suas políticas. Segundo Zanelli et. al. (2014) os critérios usados pelos líderes para recrutar, selecionar, promover, aposentar e demitir os membros da organização são mecanismos primários de criação e implementação de cultura organizacional. Godoy et. al. (2008, p. 33) afirmam que:

Do ponto de vista da análise cultual, o papel da área de recursos humanos das empresas é de fundamental importância, mas não só na implementação de um programa formal de identificação e fixação de uma cultura organizacional, como, principalmente, pela sua manutenção e gestão ao longo do tempo. Dessa forma torna-se essencial o desdobramento dos valores e de todos os componentes da cultura organizacional nas políticas de RH, inclusive nas de recrutamento e seleção, para a relação dos indivíduos com a organização. “Ao mediar a relação entre capital e trabalho em uma organização, as políticas de recursos humanos desempenham um papel relevante no processo de construção de identidade da organização” (PETTIGREW 2007, p.24). Marras (2000, p. 84) afirma que:

[...]. É importante deixar claro os contornos econômicos, financeiros, físicos e humanos da organização, bem como seu perfil cultural, ressaltando, inclusive, os pontos fortes da empresa e eventuais dificuldades a serem superadas, para completo conhecimento do candidato, incluindo, obviamente, as informações referentes ao perfil daquele que será o superior imediato do cargo a ser. Quando a cultura passa a ser compreendida e vivida pelos novos membros torna-se mais sólida e difícil de ser alterada. Essa compreensão permitirá ao ingressante uma visão mais aguçada da organização, facilitando sua relação com os demais membros e o enfrentamento das problemáticas inerentes às atividades. Desta forma a cultura organizacional poderá facilitar o desenvolvimento individual e organizacional, chegando a ser considerada como uma vantagem competitiva. Kotter (1994) afirma: “Em um mundo cada vez mais competitivo muitas culturas são como verdadeiras âncoras do desenvolvimento competitivo de empresas”.

5. METODOLOGIA

Pode-se definir pesquisa como um processo de investigação, que através de um método científico, proporciona conhecimento em determinada área. Gil (2008) confirma que a pesquisa é um processo, que se utiliza da metodologia científica e que permite a obtenção de novos conhecimentos no campo da realidade social. Collis e Hussey (2005) afirmam que não há um consenso na literatura sobre a definição de pesquisa por haver vários significados, todavia das muitas definições, parece haver um consenso que a pesquisa é um processo de perguntas e investigação, que é sistemática e metódica e que aumenta o conhecimento.

A população estudada neste trabalho é o setor industrial de Sobral, cidade de médio porte, localizada na região norte do estado do Ceará. Segundo o SINE/IDT Sobral, essa população de indústrias compreende dezenove empresas de pequeno, médio e grande porte. Porém, após análise foi possível verificar que das dezenove indústrias citadas pelo órgão, quatro não possuem RH, duas não se caracterizam como indústria, uma está sem operações no momento, duas responderam negativamente a solicitação de visita, cinco empresas responderam positivamente e outras cinco não se posicionaram mediante as tentativas de contato.

O método inicialmente desenvolvido neste trabalho foi o de pesquisa bibliográfica a partir de livros e artigos de periódicos, com o objetivo de trazer subsídios para a discussão acerca do problema. Segundo Gil (2008, p. 50):

A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente. Esta vantagem se torna particularmente importante quando o problema de pesquisa requer dados muito dispersos pelo espaço.

Quanto à forma de abordagem do problema, a pesquisa se classifica em qualitativa, pois parte do entendimento que a relação entre o mundo real e o sujeito não podem ser traduzida em números. “A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não requerem o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte

direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave” (PEREIRA 2012, p. 87). Esta pesquisa possui caráter descritivo, pois busca estudar as características de um grupo. Gil (2008, p. 28) afirma que “As pesquisa deste tipo têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis”. Para Pereira (2012, p.89), “Pesquisa descritiva: visa descrever as características de determinada população ou fenômeno, ou o estabelecimento de relações entre as variáveis”.

Para a coleta de dados foi realizada uma pesquisa de campo, onde o objeto da pesquisa foi abordado em seu próprio ambiente. As informações foram obtidas através de uma entrevista semiestruturada dividida em três blocos. O bloco um contém seis questões direcionadas aos aspectos culturais da empresa, o bloco dois contém quatro questões que visam compreender o processo de recrutamento e seleção da organização. O bloco três faz uma intercessão entre o um e o dois abordando a cultura organizacional dentro do processo de recrutamento e seleção.

Os dados foram analisados através da análise de conteúdo que segundo Gil (2008, p. 152) é uma técnica que tem por finalidade a interpretação. Para Bardin (2011, p. 15), “a análise do conteúdo é um conjunto de instrumentos de cunho metodológico em constante aperfeiçoamento, que se aplicam a discursos (conteúdos e continentes) extremamente diversificados”. Os dados obtidos refletem a cultura organizacional e o processo de recrutamento e seleção como objetos isolados e a intercessão dos mesmos.

No documento Tópicos em Gestão de Pessoas Volume I (páginas 53-55)