• Nenhum resultado encontrado

A demanda estratégica por recursos de diversidade biológica.

O GLOBAL E O LOCAL NA SOCIOLOGIA DE PIERRE BOURDIEU

1.2 AS DEMANDAS GLOBAIS

1.2.3 A demanda estratégica por recursos de diversidade biológica.

O problema da perda da biodiversidade47desponta dentre os principais temas ambientais planetários nos anos oitenta48. A diversidade da vida é um elemento essencial para o equilíbrio ambiental planetário, capacitando os ecossistemas a melhor reagirem às alterações sobre o meio ambiente causadas por fatores naturais e sociais, considerando que sob o ponto de vista ecológico, quanto maior a simplificação de um ecossistema, maior a sua fragilidade (ALBAGLI, 2001, p.6).

A devastação dos habitats naturais, particularmente das florestas tropicais, é considerada o fator determinante das atuais e projetadas taxas de extinção da biodiversidade.

do ato firmado pela empresa estatal, que transferiu ilegitimamente o direito de posse da comunidade indígena, e reconheceu a esta comunidade novas terras de igual tamanho e condições ambientais na região (EDITORIAL. Instituto Sócio-ambiental, 2002).

45 Essas duas companhias, além da CVRD e da Camargo Correia Metais, ainda desfrutam de contratos de subsídio tarifário, com cláusula especial sobre faturamento, o que lhes diminui consideravelmente os custos de operação. Por outro lado, a ELETRONORTE acumula um prejuízo de dez anos de um política de benefícios orçada em U$ 1,2 bilhões (BERMANN, 1996, p.15-25).

46 A manutenção desse tipo de política de financiamento, no Governo Lula, e os efeitos ao meio ambiente e às populações da região das UHE licenciadas de Santo Antônio e Jirau serão objeto do capítulo 4. 47A destruição da biodiversidade tem sido considerada a mais drástica já ocorrida nos últimos 65milhões. No final do século XX, calculava-se a perda de 10% das espécies atuais em relação aquele período, nas próximas duas décadas, essa perda poderá chegar a mais de 25% (ALBAGLI, 2001, p.06)

48 Além desse, existem outras questões ambientais que remetem a uma mobilização mundial, como por exemplo, a diminuição da camada de ozônio, a mudança climática global associada ao efeito estufa, a poluição dos ambientes marinhos e a devastação das florestas.

A despeito de ocuparem 17 milhões de km², menos de 5% do planeta, as florestas tropicais compõem o bioma terrestre biologicamente mais rico do planeta e são responsáveis por 26% da produtividade primária global49. Por tudo isso, as florestas tropicais são um dos mais ameaçados ecossistemas terrestres. Dados oficiais estimam que, entre 1990 e 1997, foram desmatados 1,4 milhões de hectares por ano, e cerca de 0,7 milhões de hectares já foram bastante degradados.

É de acordo com esse grau de degradação, que as florestas tropicais podem ser divididas em dois grandes grupos: os hotspots e as “grandes regiões naturais”. Entre os exemplos de florestas tropicais que já perderam mais de 70% de sua vegetação natural (hotspots) estão a Mata Atlântica, as florestas da Mesoamérica, as florestas das Filipinas e as florestas costeiras do leste africano. Entre as florestas que mantêm mais de 70%, de sua vegetação natural (grandes áreas naturais) estão as florestas do Congo, da Nova Guiné e a Amazônia (Figura 1.6) (FONSECA & SILVA, 2005, p. 15).

Figura 1.6 Hotspots e Grandes Áreas Naturais do mundo

Fonte: FONSECA & SILVA, 2005, p.15

49 Estima-se que abriguem cerca de 50% das espécies existentes, e que tenham uma biomassa média de 44kg por m², ou cerca de duas vezes maior do que nas florestas boreais e em torno de 40 vezes a biomassa presente em savanas e ecossistemas marinhos (FONSECA & SILVA, 2005, p. 14).

Apesar de algumas iniciativas da comunidade internacional50 sinalizando para as conseqüências das práticas humanas predatórias ao meio ambiente, a questão sócio- ambiental continua a ser pensada e administrada a partir de pressupostos econômicos capitalistas. Assim é que mesmo as declarações internacionais sobre o meio ambiente não se impõem, e nem se opõem, à racionalidade do processo produtivo51, preferindo delegar aos Estados a responsabilidade (?) de estimularem um modelo adequado de exploração de recursos naturais que atenda às necessidades das gerações presente e futuras52.

No caso brasileiro, a política de meio ambiente, de forma geral, parece ter optado pela conservação do paradigma econômico dominante. Neste sentido, é a posição do então Secretário Executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Ribeiro Capobianco (2004):

[...] diversidade biológica, ou biodiversidade, refere-se à variedade de vida no planeta terra, incluindo a variedade genética dentro das populações e espécies, a variedade de espécies da flora, da fauna e de microrganismos, a variedade de funções ecológicas desempenhadas pelos organismos nos ecossistemas; e a variedade de comunidades, hábitats e ecossistemas formados pelos organismos. [...] A Biodiversidade é uma das propriedades fundamentais da natureza, responsável pelo equilíbrio e estabilidade dos ecossistemas, e fonte de imenso potencial de uso econômico. [grifo nosso] [Secretário Executivo do Ministério do Meio Ambiente]. Se a biodiversidade se tornou uma commodity no mercado internacional, ou seja, tornou-se uma mercadoria comum sujeita a compra e venda, nos moldes das estruturas comerciais internacionais, o poder público53 passou a atuar como seu agente catalisador, patrocinando esse avanço da chamada “economia de fronteira”.

50 Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio/1992), Convenção- quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima/1992, Convenção sobre Diversidade Biológica/1992, Protocolo de Quioto à Convenção-quadro sobre Mudanças do Clima/1997, etc.

51 Declaração das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio/1992).Princípio 2: “Os Estados, de conformidade com a Carta das Nações Unidas e com os princípios de direito internacional, têm o direito soberano de explorar seus recursos naturais segundo suas próprias políticas de meio ambiente e desenvolvimento, [...]”[grifo nosso]

52Declaração das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio/1992). Princípio 3: “O direito do desenvolvimento deve ser exercido, de modo a permitir que sejam atendidas eqüitativamente as necessidades de gerações presentes e futuras.”

53 No mesmo sentido, tem razão a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, quando denuncia a sociedade, de modo geral, na participação desse processo: “a sociedade brasileira tem que parar com o senso oco de querer preservar a Amazônia e, muitas vezes, não olha que fica o ano todo incentivando as atividades produtivas insustentáveis. Compram madeira cuja origem não sabem, não se preocupam com o que vai para a sua mesa, se isso está sendo feito ou produzido à custa da perda da biodiversidade” (AMATO, F. Para Marina, sociedade é culpada. In:Folha de S. Paulo 20/mai/2005, p.A-18).

Seja improvisando projetos desenvolvimentistas54, seja apoiando grupos econômicos e políticos, beneficiados pela infra-estrutura e pelos incentivos fiscais55, o Estado acaba promovendo os efeitos deletérios da intensificação dessa atividade econômica (LEITE, 2005, p.09).

Nesse sentido é a política executada e fiscalizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), que no período de 2001- 2004, ampliou consideravelmente o número de emissões de autorização de extração e manejo florestal56. Se bem que a fiscalização ambiental tenha relativamente aumentado, por meio de aplicação de multas, a arrecadação das mesmas ainda é insuficiente (BARRETO, 2005, p.101).

Relativamente às áreas exploradas pelas empresas madeireiras, controle e garantia de seu suprimento, um levantamento elaborado por Barreto (2005, p.88) indicava que, em 1998, somente 28% das toras eram provenientes de áreas pertencentes àquelas, enquanto 72% saíam de áreas de terceiros, incluindo terras privadas, devolutas, Unidades de Conservação e Reservas Indígenas.

A despeito dessas práticas históricas, ao longo dos últimos anos, o próprio Estado brasileiro vem se consolidando como o maior produtor e o maior consumidor de madeira tropical do mundo (Tabelas 1.4 e 1.5). Neste sentido, deve-se observar que a extração vem aumentando no período, bem como a grande capacidade de consumo interno de madeiras, pois cerca de 80% do que é produzido é consumido internamente57 pelos segmentos da indústria de embalagens, moveleira e a construção civil.

54 Dados de Marcelo Leite (2005, p.09), sobre a execução parcial de programas de desenvolvimento, “Brasil em Ação” (1996-1999) e “Avança Brasil” (2000-2003) ambos no Governo Cardoso, demonstram que as obras inacabadas ou previstas originam a especulação de terras nas imediações, a intensificação da grilagem e da exploração predatória da madeira, primeiro elo da cadeia produtiva agrícola.

55 Segundo Paulo Barreto, pesquisador do Imazon, há uma relação direta entre o crescimento das atividades econômicas na região, extração madeireira e fixação agropecuária, e os financiamentos concedidos pelo Banco da Amazônia (Basa), do que se conclui que as facilidades de crédito influenciaram o aumento do desmatamento na região. De acordo com o pesquisador, de 2003 a 2007, por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), o Basa destinou R$ 1,9 bilhão em 14 mil contratos de empréstimo. Neste contexto, o Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), criado pela Constituição Federal de 1988, para o desenvolvimento econômico e social da Região Norte, foi desvirtuado em seus objetivos de desenvolvimento em bases sustentáveis para subvencionar práticas exploratórias. Outras formas de subvenção serão explicadas no item sobre a “oferta local amazônica” (1.3). (CRAIDE, S. Estudo relaciona aumento do desmatamento com créditos

financeiros In: Agência Brasil disponível:

http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2008/01/30/materia.2008-01-30.7539261718/view acesso em: 30/jan/2008).

56 As autorizações para exploração variaram de 250 mil ha (1999) a 800 mil há (2000), e a exploração em áreas de manejo de 4,1 milhões de ha (2000) a 9,4 milhões ha (2001).

57 Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o Estado de São Paulo é o maior consumidor mundial de madeira tropical. Estima-se que do total consumido 1/3 seja destinado ao poder público sendo utilizada em obras

Tabela 1.4 Consumo e exportações no ano de 2000 (em 1000m³)

Produto Consumo Exportações

Serrados 17.840 1.800

Compensados 1.040 1.000

Aglomerados 1.762 157

Chapas de fibras 369 195

Fonte: PICOLI, 2004, p. 21.

Tabela 1.5 Produção de madeira processada 2001-2003 (em 1000 m³)

Produto 2001 2002 2003 Serrados 20.850 21.700 22.560 Compensados 1.600 1.600 1.600 Aglomerados 2.440 3.120 3.120 Chapas de fibras 1.000 1.610 1.620 Fonte: PICOLI, 2004, p. 21.

O aumento dessa participação nas exportações de madeira mundial coincide com o período em que os grandes conglomerados asiáticos ingressaram no mercado nacional para a exploração nessas áreas potenciais. Como se observa, há um declínio de produção nos países tradicionalmente exportadores (Malásia e Indonésia) e uma ascensão da produção em países da África (Costa do Marfim e Gabão) e no Brasil (Figura 1.7).

Figura 1.7 Relação exportação/produção por países selecionados

0 20 40 60 80 100 120 1989 1995 Malásia Indonêsia C. do Marfim Gabão Papua N. Guiné Brasil

Fonte: International Trade Timber Organization (1995) apud PICOLI, 2004, p. 25.

Conforme dados estatísticos, houve um forte investimento externo direito (IED) das empresas transnacionais que compraram milhares de hectares (ha.) para fins de

viárias, escolas, hospitais e mobiliário em geral (BALAZINA, A. São Paulo bane uso de madeira ilegal em obra pública. In: Folha de S. Paulo, 5/jun/2005, p: C7).

exploração. Entre as principais empresas, que nos últimos anos investiram na compra de áreas florestais, no Estado do Amazonas, estão: a Amaplac/WTK (313.717,90 ha.), e os Grupo KTS (400.000 ha.) e Carolina/Rimbunam Hijau (189.136,32 ha.) todos com maioria acionária malaia. Apesar dos grupos transnacionais serem ainda a minoria (21) em relação às 6.000 empresas exploradoras de madeira da região, “no Estado do Amazonas, esse grupo domina o setor industrial da produção de laminados, representando mais de 50% da capacidade instalada e 93% do valor da exportação” (PICOLI, 2004, p. 29) (ver ANEXO1 sobre Principais pólos madeireiros na

Amazônia).

Observa-se que além da participação mediata do Estado, é o setor madeireiro que acumula os ganhos e o reconhecimento socioeconômico58 e é ele o segmento que imediatamente expande a fronteira capitalista nacional e multinacional.

A despeito desses “bons resultados” econômicos, um mapa dos conflitos socioambientais na Amazônia (FASE, 2005)59 detectou 675 enfrentamentos em curso na região. Entre os 14 tipos de conflitos pesquisados, as questões relativas à regularização fundiária, ao ordenamento territorial e às atividades de exploração de madeira ilegal60 são as principais razões para a degradação ambiental e o desrespeito ao modo de vida dos povos amazônicos.

58 O setor de exploração madeireira é responsável em 2003 pelo PIB de: US$22 bilhões (4,5% do PIB do país); desse valor, os índices de exportação são da ordem de US$ 5,5 bilhões (7,5% da exportação total), o que representa um Superávit comercial de US$ 4,9 bilhões (19,8% do total do país). Conforme apresentado, os investimentos privados cresceram depois de 2001, somando US$ 19 bilhões (15,4% do total do país). Em tributos, o setor arrecada cerca de US$ 4,8 bilhões (2,7% do total arrecadado pelo país), os empregos diretos na cadeia produtiva mobilizam US$6,5 milhões (7,4% da PEA brasileira). (CASTANHEIRA NETO, O setor florestal e o desenvolvimento da Amazônia. In: Folha de S. Paulo, 10/mar/2005, p. A-11).

59 A construção desse mapa baseou-se em informações coletadas em eventos promovidos por movimentos sociais, redes e ONGs da região em 2005, que identificaram conflitos, suas localizações, atores envolvidos, atividades e práticas que causam a degradação. Este mapa contou com a participação de diversas entidades e redes: Fórum Amazônia Oriental (Faor), Grupo de Trabalho da Amazônia (GTA), Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri), Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase), Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH), Movimento Nacional dos Direitos Humanos (MNDH), Programa de Articulação e Diálogo (PAD), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Fórum de Mulheres da Amazônia Paraense (FMAP), Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais (Abong), Pastorais Sociais (CNBB) e foi entregue sob a forma de representação ao Ministério Público do Pará. (FASE (Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional) Fórum de Entidades Nacionais de Direitos Humanos. Organizações entregam mapa de conflitos da Amazônia ao Ministério Público.Disponível: http://www.direitos.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=1522&Itemid=2 acesso em 02/jan/2009.

60 Não é uma simples coincidência que a freira norte-americana Dorothy Stang tenha sido assassinada no município de Anapu, nas imediações do projeto da UHE de Belo Monte, às margens da Rodovia BR-163, localizado em uma das últimas regiões intocadas de floresta do Pará. A análise desse caso e a pseudo- solução oferecida pelo poder público sob a perspectiva de um mosaico de terras serão abordadas no capítulo 3.

1.3 AS OFERTAS LOCAIS AMAZÔNICAS

Com 6.683.926 km², a Amazônia é a maior região de floresta tropical do mundo e também uma das mais bem conservadas, já que menos de 20% da vegetação natural foi severamente alterada pelo homem. Ela não é restrita ao Brasil e distribui-se por nove países sul-americanos, mas de sua extensão, quase 50% está situada em território brasileiro (FONSECA & SILVA, 2005, p. 15).

A Amazônia é uma região de superlativos. Representa 53% do que resta das florestas tropicais do mundo, estimadas em 9,2 milhões de km², e 72% das regiões de florestas tropicais classificadas como “grandes regiões naturais”, como um único e contínuo bloco de floresta. Somente as florestas boreais da Rússia são maiores, apesar de mais “pobres” em termos de biodiversidade.

Importante no metabolismo global, a Amazônia representa cerca de 10% da produção primária líquida terrestre. Em suas bordas, incorpora uma grande parte da maior bacia hidrográfica do planeta, a Bacia do Amazonas, que possui pelo menos 6.144.727 km² e talvez 7.050.000 km², dependendo de como é definida por sua drenagem61.

Em termos de cumprimento, o rio Amazonas é geralmente considerado o segundo maior rio do mundo, depois do Nilo. Descobertas recentes incluíram o igarapé Carhuasanta nos Andes Peruanos, o que fez variar sua extensão de 6.275 km para 7.872 km. O seu tamanho e precipitação média de 2300 mm ao ano, o Amazonas descarrega em média 175.000 m³ de água por segundo no Oceano Atlântico correspondendo a um percentual de 1/5 a 1/6 das descargas de todos os rios do mundo (FREITAS, 2004, p. 95).

Além do rio Amazonas, a Amazônia possui outros rios importantes como o rio Madeira, que é a 14ª bacia hidrográfica do planeta com 1.485.218 km², o rio Orinoco que possui cerca de 2500 km de comprimento e uma bacia estimada em 830.000 km², e o rio Negro que sozinho contribui com 15% da água que o Amazonas descarrega no Atlântico, ultrapassando a descarga de todos os rios da Europa.

61Para alguns geógrafos excluem-se os rios das Guianas, da Bacia do Orinoco e da Bacia do Tocantins- Araguaia, para outros, há a inclusão dos rios das Guianas e da Bacia do rio Tocantins-Araguaia. Esta diferença entre incluir ou não esses rios e bacias hidrográficas varia conforme a concepção que se tenha quanto à extensão da floresta. De qualquer forma, a Bacia do Amazonas é pelo menos uma vez e meia maior que a Bacia do Congo, segunda maior do mundo.