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5.2 A Ampliação do Ensino Superior na UFRN

5.2.1 A EaD na UFRN

Desde bem antes de 2003, ano marco da implementação da EAD na UFRN, já existiam nessa instituição iniciativas pontuais sobre o tema, como em 1976, que a universidade assumiu a administração da TV Universitária (TV-U), cujo canal já lhe pertencia e que fora utilizado para a transmissão dos programas educativos na época do experimento. O professor Arnon Alberto Mascarenhas de Andrade teve grande influência para o desenvolvimento desta modalidade de ensino na UFRN:

(...) o professor Arnon é pioneiro dentro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como um articulador de Educação a Distância (GESTORA B).

A UFRN participou da experiência pioneira do Projeto Saci, via TV Universitária, e em 1969, destacou-se por objetivar o uso de satélite para divulgar programas educativos. A Universidade já tinha a concessão de um canal de televisão, então, entre os anos de 1971- 1972, o INPE utilizou-se dos experimentos de transmissão de programas do Projeto SACI, via EaD, para lecionar para o ensino fundamental por meio da TV Universitária (GESTORA B).

Em seguida, ocorreram também outras mobilizações como a gestão do Reitor, professor Otto de Brito Guerra, que antecedeu às duas gestões (2003 a 2011) do Reitor, Ivonildo Rêgo. Nesse período, um grupo de professores de vários departamentos, a exemplo de Matemática e de Física, se articulou e trabalhou inclusive com materiais da Open

University, traduzindo-os com vistas a viabilizar a oferta de cursos a distância (GESTORA

B).

Em período recente, o Plano de Ação 2003-2007 da UFRN apresenta a necessidade de implementar ações para ampliar o acesso de alunos da rede pública aos cursos por ela oferecidos, assim como a permanência bem sucedida desses alunos. Essa é uma das linhas

prioritárias dentro do Programa de Expansão e Qualificação do Ensino, da Pesquisa e da Extensão (BRASIL, 2004a; 2004b; 2004c; 2004d).

Então, em 2003, quando o reitor da UFRN, professor Ivonildo Rêgo, convidou a professora Vera Amaral, ex-secretária de EaD e ex-coordenadora da UAB, para pensar o formato da EaD na UFRN, foi lançado o Programa Nacional de Formação de Professores, Pró-Licenciatura 161 ainda em 2003, via EaD, com o objetivo de melhorar a qualidade de ensino na educação básica por meio de formação inicial consistente e contextualizada do professor em sua área de atuação (BRASIL, 2011t; 2011u). De acordo com o Pró- Licenciatura,

(...) as Instituições de Ensino Superior (IES) serão chamadas a participar do processo tanto para a concepção como para a execução dos cursos a serem oferecidos pelo Programa. São parceiras estratégicas nesse desafio, pois a elas cabe a formação inicial desses profissionais. Além disso, podem dar contribuição inestimável aos processos de formação continuada que venham a ser criados para complementar a ação central do Programa. A parceria entre as universidades e o sistema público de ensino tem grande potencial de transformação sócio-educativa, contribuindo, inclusive, para que as IES avaliem e aprimorem constantemente seus cursos de licenciatura, a partir das demandas concretas da Educação Básica. Assim, as IES assumirão, junto com o MEC, a elaboração dos cursos, contando também com a participação dos Gestores Estaduais e Municipais de Educação para a execução do Programa. Caberá as IES a responsabilidade acadêmica das ações (Anexo III, MEC, 2011, p. 3-4).

De acordo com a SEDIS (2011) a UFRN é a responsável por oferecer 03 (três) dos 04 (quatro) cursos de licenciatura, disponibilizados pelo Governo Federal, a saber, Matemática, Física e Química, articulados com os seus respectivos Centros Acadêmicos17 e Departamentos18. Só não ofereceu o curso de Geografia.

O público-alvo desses cursos são professores em exercício há pelo menos um ano, que estejam sem a habilitação legal exigida para o exercício da função (licenciatura). O programa

16 Pró-Licenciatura - Programa de Formação Inicial para Professores dos Ensinos Fundamental e Médio se

insere no esforço pela melhoria da qualidade do ensino na Educação Básica realizado pelo Governo Federal por meio do Ministério da Educação (MEC), com a coordenação das Secretarias de Educação Básica (SEB) e de Educação a Distância (SEED) e com o apoio e participação das Secretarias de Educação Especial (SEESP) e Educação Superior (SESu) (ANEXO III – MEC, 2011).

17 Centros Acadêmicos da UFRN – são as unidades de ensino, pesquisa e extensão, reunidos em

departamentos, na forma dos artigos 7º e 8º do estatuto desta Instituição de ensino (BRASIL, 2002).

18 Departamentos Acadêmicos da UFRN – De acordo com o Art. 49 do Regimento Geral da UFRN, são

responsáveis por elaborar seus planos de ação, definindo encargos de ensino, pesquisa, extensão e administração, de acordo com a qualificação de seu pessoal docente e técnico-administrativo (BRASIL, 2002).

é desenvolvido no âmbito da UAB de forma gratuita e os professores selecionados para ingresso no curso recebem bolsa de estudos (BRASIL, 2010e).

A UFRN participou de alguns projetos específicos, mas com relação aos cursos de nível superior. Essa experiência iniciou-se somente a partir de 2004, com a abertura dos editais públicos federais. Iniciando com a abertura dos editais para os cursos do Pró- Licenciatura 1, as universidades federais que tivessem interesse em atuar com EaD poderiam fazer suas inscrições atendendo ao requisito de se consorciar, via UNIREDE, às outras instituições de ensino, pois não poderia ser somente a instituição. O objetivo era que outras instituições pudessem compartilhar da EaD, já que poucas tinham a experiência da UFRN (GESTORA A).

A criação de estruturas organizacionais específicas para a EaD foi provocada pelo cenário nacional de desencadeamento de ações voltadas para inserir a modalidade de ensino em todo país. Para viabilizar essas iniciativas, as universidades federais dirigiram suas políticas para atender aos municípios. Assim, cada instituição montou suas estruturas específicas para a modalidade de ensino, com seus projetos, apresentando como iriam se disseminar e nesse contexto, incluiu-se a UFRN, criando um espaço próprio para sediar a EaD, dando identidade as suas ações no âmbito da Instituição.

A discussão sobre os investimento em EaD na UFRN e as políticas públicas voltadas à Educação de uma forma geral são assuntos discutidos pela ANDIFES. A partir dessa iniciativa, o então reitor Ivonildo Rêgo, concretizou a criação da SEDIS e no mesmo período. Vale salientar que outras estruturas de EaD também foram criadas em outras universidades públicas brasileiras. De acordo com a Gestora B:

(...) era um assunto que estava sendo discutido dentro da ANDIFES, que é a Associação Nacional que os reitores participam, então Ivonildo como uma pessoa que visualiza o futuro, criou a Secretaria de Educação a Distância (...) (GESTORA B).

Antecipando-se a essa conjuntura nacional favorável, a SEDIS foi criada em 04 junho de 2003, na gestão Ivonildo Rêgo, a partir da resolução 003/2003, do CONSUNI, por deliberação do Colegiado das Licenciaturas a Distância, resolveu definir essas atividades em 200 (duzentas) horas, divididas em seis categorias de atividades, a saber: didático- pedagógicas; de pesquisa; de extensão; de representação estudantil nas distintas instâncias da universidade; de representação em entidades de classe; entre outras (BRASIL, 2010e; 2010f).

Com a SEDIS, iniciou-se todo um processo de preparação de cursos de licenciatura para atender a uma demanda nacional que era a de ofertar cursos nas áreas de Matemática, de Física, de Química, que são cursos com maior deficiência de professores na rede de ensino médio do país. Informação essa constatada nos dados coletados pelo INEP – Censo Escolar 2002, que serviram de base para a implantação da EaD na UFRN (BRASIL, 2011d).

Para Thoenig (1985, p. 30) por em prática é “aplicar um programa de ação a um problema levantado” e para Subirats (2004) para que se tenha êxito, quanto menor for seu grau de mudança provocado pela aplicação do programa, maiores serão as possibilidades de rendimento.

Para Heidemann et al. (2010), a implementação é a fase em que as decisões políticas são transformadas em ação, ou seja, é a fase em que o processo pelo qual as políticas são executadas na forma de programas e/ou projetos. Diante desse contexto, emergiram políticas públicas de incentivo à mobilização das universidades para ofertar cursos à distância em municípios mais carentes. Na UFRN, a SEDIS foi responsável por toda a infraestrutura de suporte para o funcionamento dos cursos iniciais. Toda essa concepção de educação está alinhada ao PDE (BRASIL, 2007). De acordo com os dados coletados,

A gente pode vincular isso, mas isso é uma estratégia de política nacional já. As políticas nacionais de educação a distância, elas vêem com essa missão, com esse objetivo, de estender o ensino superior aos lugares mais distantes dos centros. Essa é a missão maior do ensino a distância! (GESTORA C).

A Universidade Aberta do Brasil é um sistema integrado por universidades públicas que oferece cursos de nível superior para camadas da população que têm dificuldade de acesso à formação universitária, por meio do uso da metodologia da educação a distância (UAB, 2010).

A UFRN recorre ao uso das tecnologias e à EaD para ampliar e democratizar o acesso ao ensino superior e para superar o problema de falta de professores qualificados na educação básica (BRASIL, s/d).

A SEDIS é uma secretaria com status de pró-reitoria19, logo, hierarquicamente, responde diretamente à reitoria20, apesar da diferença na nomenclatura, tem autonomia de uma pró-reitoria. A explicação para essa decisão refere-se ao feito de Universidade já

19 Pró-reitoria - “Art. 40. As Pró-Reitorias são órgãos de supervisão e coordenação das áreas de sua

competência, cabendo aos pró-reitores respectivos exercê-las por delegação do Reitor, decorrente do ato de designação” (BRASIL, 2002).

20 Reitoria – [...] é o órgão executivo da Universidade, cabendo-lhe administrar, coordenar e supervisionar todas

comportar o número limite de pró-reitorias e a alternativa encontrada foi a de adotar outras classificações para determinados órgãos que compõem sua estrutura organizacional, como foi o caso da SEDIS:

(...) ele (Ivonildo Rêgo), quando assumiu, ele criou uma secretaria com status de pró-reitoria que é esse órgão que eu hoje coordeno (GESTORA A).

A Secretaria foi criada com a missão de articular políticas com os departamentos e envolver os grupos de professores com EaD, na graduação, na pós-graduação, na extensão, na formação continuada, propondo captar recursos para fomentar os cursos de EaD e estimular o uso das tecnologias de comunicação como ferramenta de ensino-aprendizagem. É uma instância de suporte acadêmico, didático-pedagógico e de informática da EaD na UFRN.

(...) a SEDIS tem essa missão de articular, de propor, propositiva de captar recursos, de como, [...], a SEDIS no âmbito da Universidade para essa questão da Educação a Distância (GESTORA A).

A Secretaria hoje, ela tem o status de uma pro-reitoria porque ela é responsável por toda articulação das políticas públicas dentro da instituição e ela é responsável por toda infraestrutura de suporte para o funcionamento dos cursos de graduação, cursos de extensão, cursos de especialização que estão, por sua vez, lotados nos Centros (GESTORA B).

No Brasil, muitas universidades implementaram os cursos de graduação a EaD a partir de 2004, data do primeiro edital lançado pelo governo federal para as licenciaturas. No início outras universidades do NE tinham pouca ou quase nenhuma experiência sobre a modalidade e solicitaram orientação à UFRN quanto à estruturação da modalidade.

Nas reuniões dos representantes da EaD no Brasil que acontecem no MEC, comenta- se muito sobre as decisões da Reitoria/UFRN quanto a nomenclatura e ao status usados para gerir a EaD como medidas determinante para institucionalizar a EaD na UFRN. Quanto à estruturação dos cursos de graduação à distância da UFRN:

(...) o reitor (Ivonildo) pensou grande, ele não pensou em um, dois cursos, ele pensou em enraizar, institucionalizar isso é, ter um órgão que tivesse, digamos, força política dentro da universidade, que é uma pró-reitoria, para implementar isso... Foi realmente uma visão de universidade. Na verdade foi uma tacada de mestre. Entendeu? (GESTORA A).

Atualmente, a UFRN conta com 76 cursos de graduação, sendo 68 na modalidade presencial e 7 cursos a distância”. “(...) sendo responsável por 45% das matrículas

no ensino superior e por 92% das matrículas nos cursos de pós-graduação stricto sensu (BRASIL, s/d, p. 4 e 5).

Observando a utilização dos dois modelos: Top-down e Botton-up e refletindo que está pesquisa busca compreender o processo de implementação da EaD na UFRN por meio dos cursos de graduação, percebe-se que o molelo Top-down foi utilizado durante a fase de formulação das políticas públicas de educação superior à distância, por se tratar de uma atividade explícita, iniciada de cima para baixo e direcionada por metas governamentais. Utilizou-se do modelo Botton-up para o processo de implementação da EaD na UFRN já que a SEDIS é uma secretaria com status de pro-reitoria e tem autonomia para decidir como será implantada a EaD na UFRN.

De acordo com o relato da Gestora A, a SEDIS foi a primeira secretaria de EaD a ser criada no país seguindo esse modelo de trabalho. Nem mesmo na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) que se apresenta com uma vivência vasta, fez uso, uma vez que sua metodologia é isolada nos Centros, principalmente no Centro de Educação que tem história e experiência há mais de 16 anos.

Cada instituição de ensino público optou por um modelo, pois as decisões variam de acordo com os interesses institucionais. Algumas universidades criaram um CEAD ou um NEAD (Núcleo de Educação a Distância). As mudanças de posições no organograma da IES estão, de certa forma, relacionadas com a prioridade que o tema recebe da Reitoria, interferindo no funcionamento da instituição de ensino superior. O formato e a nomenclatura da SEDIS serviram de modelo para outras universidades federais do país, como a UFPB que tem um modelo muito parecido e até a mesma nomenclatura de Secretaria. Mas como em cada instituição,

(...) a educação a distância está definida de uma forma diferente, foi conduzida de uma forma diferente, então como são cargos ligados a determinados cargos dentro da instituição, o nosso caso aqui, a secretaria está ligada diretamente ao reitor... (GESTORA D).

Para Subirats (2004) a hipótese de partida para se verificar a influência da teoria dos processos de decisão racional é a clareza dos objetivos do programa para que se tornam mais fáceis de pô-los em prática. Vale salientar que nenhum curso está vinculado à SEDIS, visto que, são desenvolvidos pelos Departamentos, na esfera dos Centros Acadêmicos da Universidade. Nesse contexto, a SEDIS além de ser a articuladora dos grupos, é também a

incentivadora, oferecendo suporte de informática, de produção de material, de videoconferência, entre outros para os cursos ministrados.

No primeiro vestibular voltado à distância, em 2003, o Governo Federal lançou os editais específicos para as universidades públicas se inscreverem a ofertar os cursos do Pró- Licenciatura 1, no qual as universidades estabeleceram parcerias em si, consorciadas pela UNIREDE para concorrer nesses editais.

A Universidade por já trabalhar em projetos individualizados, na época foi a encarregada pela elaboração dos projetos pedagógicos dos cursos de Matemática, de Física e de Química para responder aos editais desses projetos do governo federais, uma vez que tinha sido a indicação de ser a encarregada por ministrar os cursos. A indicação aconteceu no próprio consórcio de universidades, UNIREDE, que tem representantes em várias instituições no Nordeste, como no RN, PB, PE, AL e SE. E, em discussão, seus representantes chegaram à conclusão de que a UFRN seria a melhor das opções para conduzir os cursos de capacitação, tanto para o próprio corpo docente da Instituição, como para as demais universidades dos estados citados que passariam a receber os cursos em seus pólos de origem (GESTORAS A, B, C e D).

E, a partir de 2005, a UFRN ministrou os 03 (três) cursos de Matemática, Física e Química e a UPE ficou encarregada de ofertar o curso de Ciências Biológicas porque a UFRN não conseguiu estruturá-lo em tempo hábil para atender ao edital federal. Os três projetos pedagógicos desenvolvidos pela SEDIS eram praticamente comuns, inclusive com as mesmas disciplinas no primeiro semestre, pensando toda uma filosofia de elaboração de materiais na área. Diante dessa realidade, a Gestora A relata que:

No início, nós fizemos consórcio com outras universidades porque a universidade que estava propondo Física, Química e Matemática era a UFRN. A Universidade Estadual de Pernambuco (...) Pernambuco estava entrando com Biologia, apenas. Então nós fizemos consórcio com Paraíba, Alagoas e Pernambuco para ofertar os nossos cursos nesses três estados, além do Rio Grande do Norte (GESTORA A).

De acordo com as Gestoras A; B; C e D, os estados do RN, PB, PE e AL aderiram desde o início ao projeto do governo federal, e o estado de SE iria aderir também, mas por questão de gestão política (interna), só entrou posteriormente. Assim,

(...) No nosso entendimento, isso aconteceu para que outras instituições pudessem, ter essa expertise, tentar descobrir pelo curso que estava sendo dado pela UFRN para que essas instituições pudessem aprender também como é que se fazia EaD (GESTORA D).

Para a Gestora D, os resultados positivos desta ação e a experiência adquirida pelas Universidades parceiras, possibilitam que diferentes universidades públicas brasileiras desenvolvessem seus cursos em diferentes regiões.

Os estados de AL, PE e PB começaram a desenvolver seus cursos depois dessa experiência inicial. Lançaram suas próprias metodologias, por já terem experiência, adquiriram segurança e puderam desenvolver suas formas de condução de acordo com as necessidades locais. Sendo assim, essas instituições podem obter um ganho acima do normal na gestão, na forma de conduzir, na metodologia do que se pensava em um curso de EaD, já que tiveram a oportunidade de refletir sobre o modelo vivenciado e de outros que podem ter mais sucesso que o utilizado.

Para Hill (2006), as ações são responsáveis pelos vínculos e pelos níveis de cooperação nessa cadeia de implementação. A contrapartida dos estados que sediavam os cursos foi a de oferecer a infraestrutura física para os cursos ministrados pela UFRN terem o atendimento nos pólos. Essa era uma recomendação da UAB, que os pólos fossem incorporados pelas prefeituras que ofereciam sua manutenção em troca, as instituições de ensino que disponibilizavam seus espaços físicos para a realização dos cursos.

Para as cidades receberam as concessões dos cursos, era preciso que integrantes da SEDIS entrassem em contato com as prefeituras. Nesse caso, os coordenadores da Secretaria iriam às cidades interessadas em ter uma estrutura de pólo da UFRN e mostravam seu portfólio de produtos e serviços. Algumas prefeituras poderiam despertavam ou não o interesse. As cidades interessadas apresentavam os locais que seriam disponibilizados pelas prefeituras para servirem de estrutura física e passariam por uma avaliação do MEC para mensurar se realmente têm condições de passar a ser Pólo de Apoio Presencial.

Os três cursos “funcionavam por meio de videoconferência, material impresso, ambiente virtual de aprendizagem sistema de acompanhamento ao estudante a distância, avaliação e encontros presenciais” (BRASIL, 2006, p. 9). O material didático voltava-se à realidade do aluno nos cursos da modalidade à distância para que pudessem se enxergar nesse contexto e adquirirem conhecimentos específicos sobre determinadas áreas. Esses projetos pedagógicos tiveram toda uma concepção pensada em comum e acordada pelos departamentos dos cursos ministrados pela UFRN.

Pode-se dizer que a experiência da UFRN em EaD, somada às demais experiências das outras universidades do país, serviram de modelo para estruturação da UAB como programa

macro do governo federal de oferta de cursos de nível superior na modalidade a distância, além de interferir na forma de condução dos cursos. Assim,

Não só a da UFRN, quanto às do Brasil que responderam a esse primeiro edital. Então isso acabou servindo de modelo realmente para se estruturar a UAB e a forma com eles [cursos] estão sendo conduzidos hoje (GESTORA D).

A apresentação do projeto da UAB aconteceu em 2005, durante o II Fórum das Estatais de Educação (FEE) (BRASIL, 2011l).

O que se percebe no edital do Pró-Licenciatura 1 é que as instituições federais comunicam ao MEC quais cidades interioranas de cada estado têm campi avançados porque de acordo com a proposta de ampliação do ensino superior, por meio da EaD, de início só poderiam participar, cidades onde as universidades públicas tivessem sede. A interiorização começou a acontecer onde já tinha campi, ou seja, onde já tinha uma infraestrutura mínima da UFRN, ou se pretendia ter. Então em cada uma dessas cidades existia um funcionário da UFRN que era uma pessoa de referência (coordenador de pólo) remunerado por uma Bolsa por sua atuação nesse primeiro projeto. Nas palavras da Gestora D,

(...) O próprio coordenador desses locais terminava fazendo essa intermediação e para que as pessoas pudessem se inscrever fez toda uma divulgação local e nas circunvizinhanças para que outras pessoas de cidades próximas pudessem também ir para lá (GESTORA D).

A chegada da EaD, nessas municípios transportou inovação, como instalação de energia elétrica e de internet e instalação de equipamentos, além de reforma na estrutura física, entre outros benefícios (GESTORA D).

Com relação ao bacharelado em Administração, o curso foi criado para atender a uma