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2. INGREDIENTES TEÓRICOS

2.3 ESTÉTICA ORGANIZACIONAL

2.3.1 A estética e o percurso organizacional

O que um administrador sente enquanto prepara um relatório e escuta o sinal sonoro da escola ao lado do prédio do seu escritório, começando a partir de então a ouvir o barulho das crianças gritando e cantando durante os 30 minutos da hora do "recreio"? Esse, essencialmente, não constitui um problema racional, nem organizacional, nem muito menos cognitivo (pelo menos de modo geral). O administrador não teve dificuldade em encontrar as planilhas onde estão dispostas as informações, de compreender os dados, nem mesmo teve problemas em sintetizar as informações em gráficos, tabelas e textos. Contudo, um problema é percebido pelo profissional enquanto tenta exercer sua função, uma vez que ele não pode evitar que seus ouvidos escutem. Mas esse não é necessariamente um problema

organizacional e sim estético.

A Estética pode ser definida como um campo da Filosofia que se debruça sobre as ideias, os conceitos e as categorias da arte e os valores artísticos, principalmente a beleza, mas não se limita a ela (WOOD JR., CSILLAG, 2001; RODRIGUES, 2008). Camargo (2009) explica que foi desenvolvida por A. Baumgarten no Século XVIII e envolve a percepção, a sensação e o conhecimento sensível. Wood Jr. e Csillag (2001) enfatizam que o conceito surgiu na Grécia Antiga e se relacionava às representações artísticas. Explicam ainda que a estética é também estudada pelas artes, a arquitetura o design e a psicologia. No contexto dos estudos organizacionais, a influência da estética advém dos estudos dos filósofos Alexander Gottlieb Baumgarten, entre 1735 e 1750, e de Giambattista Vico em 1725 (STRATI, 2000).

A estética na vida organizacional relaciona-se com o conhecimento humano percebido pelas "faculdades perceptivas da audição, da visão, do tato, do olfato e do paladar, além da capacidade de fazer o juízo estético". O juízo estético é semelhante a um sexto sentido com o qual é possível discernir se o que foi percebido pelos órgãos sensitivos "é agradável ou não, se corresponde ao nosso gosto ou não, se nos envolve ou nos deixa indiferentes, ou mesmo, se nos repugna" (STRATI, 2007a, p.11).

As faculdades sensoriais aqui tratadas não são apenas referentes à percepção humana, à percepção física dos órgãos dos sentidos. Na realidade, são faculdades apuradas e educadas socialmente, como explica Strati (2007a, p.77):

(...) saliento que as faculdades sensoriais às quais faz referência a abordagem estética das organizações, não são tanto as faculdades inerentes à percepção humana e, sim, às faculdades educadas e sofisticadas desenvolvidas por processos de construção social e coletiva. A razão principal disso é que juízos estéticos têm sua própria história: eles são moldados por negociações sócias complexas, sendo muito menos imediatos do que se crê normalmente.

A estética está presente na vida organizacional e pode ser útil para o estudo das organizações. Estudar a maneira como as organizações compreendem e formam o conhecimento estético, assim como o julgamento que fazem sobre eles, corresponde a um novo olhar, capaz de evocar aspectos novos e surpreendentes nuances da vida cotidiana e das relações sociais. Mas nem sempre esse estudo foi possível porque existia uma resistência de lançar luz sobre um novo olhar para os estudos organizacionais.

Tradicionalmente, mais especificamente até a metade da década de 1970, a teoria das organizações e os estudos administrativos ignorava a presença da estética como disciplina na vida organizacional. No máximo, admitia-se a ideia de que ela exercia uma influência restrita sobre as organizações, em relação às características do produto, do ambiente de trabalho e da cultura organizacional. Ou seja, a estética era tida como restrita apenas a

"pedaços" da organização e não a sua totalidade (STRATI, 1992, 2007a).

De acordo com Reed (2007), esses pressupostos devem-se ao racionalismo defendido e difundido por Max Weber. O racionalismo teve forte influência na análise organizacional (desenvolvimento histórico e conceitual) e deslocou a análise organizacional do pragmatismo artístico para o status de ciência, possível de ser prescrita e verificada. Assim, acreditava-se que as organizações eram racionais, desprovidas de materialidade e corporeidade. Desta maneira, não carregavam elementos eróticos, belos ou feios, odores agradáveis e desagradáveis, fascinação ou repulsão e eram estritamente idealizadas (STRATI, 2007a).

No entanto, esse mundo "perfeito" das organizações não é real, só existe no discurso reducionista e simplista do racionalista instrumental. O mundo real é marcado por cores, cheiros (WOOD JR., CSILLAG, 2001), texturas, sabores, sons dos mais diversos que não podem ser expressos por meio de números ou estatística. Essas características, de acordo com os pressupostos da estética organizacional, são melhor compreendidas pelas nossas faculdades sensoriais, pois, por meio delas, é possível trazer à tona aspectos até então ignorados. A estética corresponde a uma lente que permite aos estudos organizacionais estudar aspectos que sempre existiram nas organizações, mas que nunca foram de interesse dos pesquisadores.

Assim, muitas vezes existe um estranhamento por parte de acadêmicos e empresários quando o assunto é a estética organizacional. Aqueles que convidam seus pares a adentrarem nesse novo mundo são tidos como indignos de seriedade ou correm o risco de serem mal compreendidos, sendo vistos como exóticos ou herméticos – hermetismo – (WOOD JR., CSILLAG, 2001).

Mesmo assim, a curiosidade sobre a estética nos estudos organizacionais e o endosso à corrente de pensamento não tem sido ignorados por periódicos e eventos científicos, o que possibilita acompanhar alguns marcos significativos no desenvolvimento do tema.

Em 1985, foi realizada na França a conferência Standing Conference on Organizacional Symbolism – SCOS, e o Dragon, revista do SCOS, publicou artigos sobre estética. Em 1987, foi realizado em Milão o terceiro encontro da SCOS, que teve como tema "The Symbolics of Corporate Artifacts" e durante o qual foram discutidos vários trabalhos que permeavam o conceito de estética. Em 1992, o Academy of Management Review publicou um número especial sobre as novas correntes dos estudos organizacionais; em 1993, publicou o ensaio "Tailored meanings: on the meaning and impact of organizational dress" escrito por

Anat Rafaeli e Michael Pratt. Em 1995, o Bolton Institute promoveu, no Reino Unido, um encontro para pesquisadores e interessados no tema com o título "The Aesthetics of Organization". Em 1995, foi criado o Studies in Cultures, Organizations and Societies. Em 1996, a Organization publicou um número especial sobre estética (WOOD JR., CSILLAG, 2001; STRATI, 2007a).

Em 2012, Steven Taylor e outros autores, se reuniram e fundaram a Organizational Aesthetics, uma revista online sobre estética organizacional, com publicação anual, a qual tem como preocupação central discutir de maneira teórica e prática a estética organizacional, reunindo todos os interessados na área (TAYLOR et al., 2012), o que reforça a tese de Strati (2007a) de que os estudos sobre estética na área de pesquisa organizacional não são incipientes, o que não se observava antes da década de 1980. Com o passar do tempo, cada vez mais pesquisadores têm se interessado por tal abordagem teórica e compreendido a sua importância.

A estética da vida organizacional apresenta alguns aspectos únicos, dentre os quais encontra-se o juízo estético, componente indispensável para a compreensão da estética nas organizações. O julgamento que fazemos das percepções que experimentamos nas organizações chama-se juízo estético. Ele representa a expressão da nossa apreciação ou rejeição de algum aspecto percebido pelas nossas faculdades sensoriais. Exemplos simples e expressos que evocam os juízos estéticos são vivenciados todos os dias nas organizações. É comum ouvir “que trabalho bonito”, “que cheiro ruim”, “ficou engraçado”, “gostei do layout”: frases nos ajudam a compreender como o juízo estético é parte do cotidiano organizacional.

O termo “juízo” (judicium), em sua origem latina, envolve a capacidade de julgar sobre algo a qual não é possível realizar prova lógica. Mesmo assim, não é uma atividade arbitrária, mas uma forma subjetiva de um ator qualificar uma realidade organizacional. O juízo surge da sensação percebida pelo que é visto, ouvido, degustado. Mas essa percepção não se limita apenas aos órgãos dos sentidos, pois é também uma construção social e coletiva (STRATI, 2007a).

Apesar de a estética kantiana não ser útil para a abordagem estética das organizações pois “adota uma perspectiva que difere da visão fenomenológica, existencialista, hermenêutica e desconstrutivista” (STRATI, 2007a, p. 169), Kant nos ajuda a entender três aspectos essenciais para a compreensão do juízo estético. O agradável é aquilo que “engrandece a pessoa humana”, o belo é o que proporciona o prazer e o bom é o que é valorizado, pois é aprovado (STRATI, 2007a, p. 170). O juízo estético, de acordo com a

construção social do sujeito, leva em consideração o agradável, o belo e o que tem valor moral.

Como exemplo de juízo estético, apresentamos a análise de Brillat-Savarin (1995) sobre a sensação do gosto. O autor explica a influência do olfato na formação do gosto e categoriza a sensação deste em três fases: (1) sensação direta – é a primeira impressão resultante da apreciação do alimento pela parte anterior da língua; (2) a sensação completa - quando o alimento passa ao fundo da boca e cobre toda a língua com o gosto e o odor; (3) “sensação refletida é o julgamento feito pela alma sobre as impressões que o órgão lhe transmite” (Brillat-Savarin, 1995, p. 47). Esse julgamento de que o autor fala é a própria expressão do juízo estético. Para ficar ainda mais claro, vamos apreciar o exemplo que o autor nos proporciona:

Quem come um pêssego, por exemplo, é primeiro afetado agradavelmente pelo odor que ele emana; colocá-lo na boca e experimenta uma sensação de frescor e acidez que o incita a continuar; mas é somente quando engole e o bocado que passa sob o orifício nasal que o perfume lhe é revelado, completando a sensação que deve causar um pêssego. Enfim, é só depois de ter engolido, e julgando o que acaba de sentir, que ele diz a si mesmo: “Esse está delicioso!” (Brillat-Savarin, 1995, p. 47).

Apesar de o autor começar apresentado um aspecto fisiológico (que não é o objeto da discussão deste trabalho), a “sensação refletida” demonstra a própria expressão do juízo estético.

Na formação do juízo estético dois aspectos são considerados: o sujeito que julga e a organização julgada e o que permite essa relação é a utilização da categoria estética. Logo, compreender as categorias estéticas envolve uma sobreposição entre vida organizacional, juízo estético e categorias estéticas (STRATI, 2007a). Os sujeitos imersos em uma realidade organizacional fazem uso da sua percepção e julgam se o que veem, ouvem, experimentam, cheiram e sentem é bom ou ruim e ao expressá-lo fazem uso dos mais variados adjetivos. Na próxima seção, são apresentadas as categorias estéticas para uma melhor compreensão do juízo estético e da estética organizacional.

2.2.1.2 Categorias estéticas

Anteriormente, os estudos sobre estética em organizações não faziam menção detalhadas das categorias estéticas, com exceção do belo que era sempre explorado. Antonio Strati tem inovado explorando as categorias em seus trabalhos (1992, 1999, 2007a) por compreender que são essenciais. No Brasil, outros autores já seguiram o mesmo caminho, como é o caso de Oliveira (2012) e Lopes, Souza e Ipiranga (2014).

As categorias estéticas são intrínsecas à vida organizacional, pois fazem parte da linguagem cotidiana utilizada pelas pessoas que formam a organização, como também pelo pesquisador. São adjetivos adotados pelos atores organizacionais para expressar sua percepção em relação à vida cotidiana na organização e fazem parte da experiência do pesquisador quando emerge na vida organizacional e quando participa do dia a dia da organização investigada. Portanto, contribuem de forma explicita para a compreensão do conhecimento organizacional porque são a própria expressão desse conhecimento (STRATI, 2007a). Os estudiosos organizacionais dispõem das categorias como sendo uma forma muito útil para orientação, permitindo análises mais precisas e ajudando o pesquisador a perceber que o conhecimento estético difere do racional (STRATI, 2000).

As várias formas de vivenciar a experiência estética nas organizações são representadas pelas categorias. É interessante perceber que a própria estética não só transforma as organizações, mas também a forma como a contemplamos. As categorias nos permitem uma compreensão mais ampla do conteúdo estético. Da mesma forma que a pesquisa instrumental pergunta sobre a eficiência e a eficácia e que a ética pergunta sobre o certo e o errado, a estética pergunta sobre as categorias estéticas. Assim, emerge o belo, o cômico, o grotesco, entre outras (TAYLOR, HANSEN, 2005).

Sabe-se que, nessa abordagem, a atenção se volta para a categoria, mas uma análise unicategórica não produz grandes resultados, pelo contrário, limita a análise organizacional. Mais precisamente, como explica Strati (2007a, p. 180):

“(...) cada categoria estética em si mesma não exaure todo conhecimento de determinado contexto organizacional. Ou seja, nenhuma delas considerada em separado produz uma compreensão completa da organização investigada. Ao contrário, cada uma delas convida à utilização de outras categorias estéticas.” No entanto, cabe destacar que ainda existem debates teórico-filosóficos sobre esta questão, pois enquanto alguns acreditam que exista a necessidade de diversas categorias, outros compreendem que apenas o belo é suficiente. Na verdade, a multicategorialidade surge da negação da hegemonia do belo sobre o feio. Assim, no século XX, surge a multicategorialidade como um fenômeno complexo que separa a estética da beleza, defendendo a existência de valores estéticos múltiplos (STRATI, 2007a).

Na literatura existe uma diversidade de categorias, mais precisamente entre 6 e 64 (STRATI, 1992), dentre as quais destacam-se o feio, o belo, o sublime, o gracioso, o trágico, o pitoresco, o cômico, o sagrado, e as categorias agógicas que se referem ao ritmo. E cada categoria se relaciona com as faculdades perceptivas de ouvir, ver, degustar, tocar, cheirar e

sentir.

As categorias adotadas pela abordagem da estética organizacional propõem um caminho para a análise da vida organizacional. Apesar de sua raiz teórica ter como base a filosofia e da teoria da arte, elas são autônomas pois representam uma hibridização, uma evolução própria da teoria organizacional. Com o objetivo de melhor apresentar as categorias estéticas organizacionais, na sequência são feitas breves descrições de cada uma delas. (STRATI, 2007a).

A beleza tem importância especial para o estudo das organizações, também denomina a categoria do “belo”, e tem recebido uma variedade de definições como luminosidade, simetria, capacidade de atrair ou enganar, força percussiva, entre outras (STRATI, 2000). A beleza pode ser aplicada a uma grande quantidade de contextos, envolve o conhecimento direto por meio das experiências e do que os próprios atores organizacionais compreendem como belo (STRATI, 1992).

O sagrado envolve os fenômenos lendários e fantásticos que representam aquilo que é maravilhoso, inexplicável, invisível, incomum, inesquecível, excepcional e divino. Representa as características invisíveis e visíveis do divino. A categoria do sagrado é advinda do relacionamento com o divino e seu poder, como também expressa a ideia de que realidade e ficção não são marcadamente separadas na experiência estética do sujeito na organização (STRATI, 2000, 2007a).

O trágico é a categoria que enfatiza tudo que é heroico e coloca em evidência as paixões individuais e coletivas na rotina da organização. A tragédia exige um comportamento de enfrentamento, uma atitude heroica frente aos desafios da resistência e do desconhecido, a qual não precisa ser moral, mas é estética e lúdica. Pode ser exemplificado com um líder que investe tudo, mesmo contra as probabilidades, um grupo de trabalho que permanece unido e luta por melhores condições na fábrica, trabalhadores que se posicionam contra uma aquisição ameaçadora (STRATI, 2000, 2007a).

O pitoresco pode se referir a paisagens grosseiras e rústicas, que são bizarras e incomuns, como também para descrever uma ação cotidiana colorida, agradável e incomum, que evoca emoções estéticas e se relaciona com outras paisagens familiares. O pictórico é uma esfera que nos parece bizarra e estranha e ao mesmo tempo divertida e lúdica. O pitoresco nos remete sempre a algo familiar que nós apreciamos, já observamos, sentimos ou experimentamos (STRATI, 2000, 2007a).

O feio relaciona-se diretamente com o belo, assim, a ausência do belo é denominado feio. A feiura ameaça a beleza e, por esse motivo, deve ser eliminada. Provoca

mal estar, é perigosa, agressiva, chocante, impura, assimétrica, desagradável e repugnante. Feio é tudo aquilo que resulta de ódio e desprezo. A feiura não é escolhida para a organização, mas de alguma maneira emerge, mesmo com todos os recursos embelezadores advindos da cultura organizacional. É feio tudo aquilo que não deveria existir nas organizações, como as relações não saudáveis entre chefe e subordinados ou entre pares, um trabalho feio por causa do seu conteúdo ou mesmo um ambiente físico feio (STRATI, 2000, 2007a).

O cômico é a expressão do grotesco na vida organizacional. A ironia, o riso, o sarcasmo, o senso de humor. O grotesco e o ridículo são feios, mas como recebe um elemento do humor se tornam mais leves. São ironias feitas entre colegas, brincadeiras no lugar de piadas malvadas, comentários “espirituosos” no lugar das fofocas. Esses acontecimentos representam o cômico. O cômico é muito relacionado com o feio, mas é aliviado pela comédia. As organizações são repletas de elementos cômicos, as ditas “piadas internas”. Algumas vezes alguns chefes começam uma reunião contando um fato bem humorado mesmo ou zombarias com os aspectos formais da organização (STRATI, 2000, 2007a).

As categorias agógicas estão relacionadas com o ritmo. Debruçam-se sobre todo o ritmo das atividades organizacionais, relacionam-se com o andante da música, com a ordenação da sequência dos passos de dança, com os movimentos em uma pintura, bem como o tempo de pico e folga de trabalho, o desdobramento de um processo decisório, o movimento dos dedos em um teclado de computador, os intervalos para o café em um dia de trabalho (STRATI, 2000, 2007a; RINK, 2012).

O sublime é a categoria que mais se aproxima do belo. É o produto da nobreza de uma alma que se apega à santidade e à pureza. Valoriza a retidão moral, a dignidade e a nobreza de espírito na vida organizacional. É muito controversa, pois se relaciona com o êxtase e a perturbação, o prazer misturado com a dor, de alguém que experimenta a estética de um evento organizacional. Refere-se ao pathos dos artefatos materiais e não materiais presentes na vida organizacional, como também do pathos do sentimento estético de um evento que faz ou não parte do trabalho ou da organização (STRATI, 2000, 2007a).

O gracioso é muito importante para o estudo das organizações, sendo uma categoria muito presente. Pode ser representada pela elegância das relações pessoais no trabalho, pela cortesia, simpatia, gentileza e evoca ao mesmo tempo beleza e charme. É o prazer visual e auditivo provocado pelas pessoas, pelos artefatos. Coloca em evidência a gentileza e o charme das pessoas e do trabalho que elas realizam. Graça provoca conforto e ao mesmo tempo surpreende e encanta, é doce e terna. Manifesta-se, por exemplo, no sorriso da comissária de bordo, no cuidado com que as camas são feitas no hotel, na prestação de um

serviço público (STRATI, 2000, 2007a).