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A Fase da Pesquisa do Material Escrito

No documento da indústria madeireira (páginas 66-70)

lustração 4 Rodada no Corcord do WordSmith Tools

3. METODOLOGIA

3.1 A REALIZAÇÃO DA PESQUISA

3.1.2 A Delimitação e Constituição do Corpus

3.1.2.1 A Fase da Pesquisa do Material Escrito

Nesta fase, foi realizada a triagem do material escrito sobre a atividade da indústria madeireira, produzido entre 1970 e 200851, disponível nas bibliotecas52:

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Alguns materiais publicados em 2009 foram incluídos no banco de dados: trata-se de documentos de legislação, três revistas da madeira (REMADE), um dicionário socioambiental, dentre outros (cf. na referência bibliográfica do Dicionário, p. 352).

a) da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM-PA);

b) do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, da Universidade Federal do Pará (NAEA-UFPA);

c) da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária da Amazônia Oriental (EMBRAPA-PA);

d) da Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente do Pará (SECTAM-PA);

e) da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).

Foram mais de oito meses de pesquisa nas bibliotecas, coletando e catalogando o material encontrado. As obras eram levadas para ser reproduzidas (fotocopiadas) em três em três, já que não era permitido sair das bibliotecas com uma quantidade maior. O número total de obras reproduzidas (fotocopiadas) soma mais de 160, num total de mais de 7.500 páginas.53

Outra parte do material que compõe o corpus, não mais que 25% do volume total do banco de dados, foi conseguida na internet, nos (ou a partir dos) seguintes sites:

1. www.abimci.com.br; 2. www.aimex.com.br; 3. www.bndes.gov.br; 4. www.imazon.org.br; 5. www.sectam.pa.gov.br; 6. www.sefa.pa.gov.br; 7. www.sema.pa.gov.br.

Uma pequena parcela (em torno de 7%) do corpus, mas não menos importante, foi obtida durante a VIII Feira Internacional de Máquinas e Produtos do Setor Madeireiro, realizada, de 28 a 31 de outubro de 2009, em Belém. Trata-se de livros, revistas, folhetos de divulgação, CD-ROM (com arquivos contendo artigos científicos sobre: secagem, tratamento da madeira, nomes de espécies madeireiras, painéis), fotos e filmes de divulgação de máquinas.

52 Essas bibliotecas foram escolhidas por serem os locais onde estão depositados os maiores acervos, sobre a

atividade da indústria madeireira, disponível no Pará.

53 Algumas obras não foram reproduzidas no todo, mas apenas em parte. Isto aconteceu, principalmente com as

Reunindo todo o material coletado (nas bibliotecas, na internet e durante a VIII Feira Internacional de Máquinas e Produtos do Setor Madeireiro), o resultado foi um banco de dados (corpus) com mais de 11.000 (onze mil) páginas, mais de 4 milhões de palavras.

Devido o volume de material escrito sobre a indústria madeireira, entre livros, teses, dissertações, relatórios, censos industriais, normas, leis, artigos científicos, revistas, ser muito grande, determinou-se como critério, para um primeiro recorte desse volume de material, que somente as publicações feitas a partir de 1970 fossem consideradas. Ficaram excluídas desse critério, porém, as publicações que dizem respeito à legislação, tais como leis, normas, resoluções (relacionadas à atividade madeireira), ou de caráter lexicográfico, tais como dicionários, glossários, catálogos.

Todo esse material escrito foi organizado em três grupos, correspondentes a três fases de publicação das obras: fase A: corresponde às obras publicadas entre 1970 e 1985; fase B: corresponde às obras publicadas entre 1986 e 1999; e fase C: corresponde às obras publicadas entre 2000 e 200854. O objetivo desta divisão é, num momento posterior, poder observar a variação dos termos da indústria madeireira no espaço temporal.

3.1.2.1.1 Seleção e Classificação dos Textos

Como critério de seleção e classificação dos textos que compõem corpus, levamos em conta a relação escritor-leitor e os gêneros textuais, pois, como adverte Pearson (2004, p. 55), devemos procurar “construir um corpus que nos permita apontar não apenas termos, mas

também elementos definitórios”. Para Pearson (2004, p. 55) “toda discussão sobre o que é um

texto especializado deve considerar um elemento muito importante que é extra-textual, isto é,

a relação entre o autor e o leitor”.

Este critério extra-textual (ou pragmático), adotado por Pearson, diz respeito à identificação da área e do nível de especialização do escritor do texto e a depreensão da área e do nível de especialização dos leitores a quem o texto se destina. Pearson observa que texto altamente especializado (como artigos científicos, escritos por especialistas para especialistas) apresenta, geralmente, alta densidade terminológica, mas baixa densidade de elementos definitórios (pois se pressupõe que os leitores deste tipo de texto já dominem os termos, não sendo necessário parafraseá-los ou explicá-los); enquanto textos menos especializados (como manuais, escritos por especialista para não-especialistas ou para pessoas da mesma área, mas

54 A razão para a diferença da duração de cada período se deve, obviamente, à quantidade de material publicado

de nível de formação menos especializado do que o do escritor) têm, geralmente, baixa densidade terminológica, mas alta densidade de elementos definitórios (pois, neste caso, pressupõe-se que estes leitores não dominem, totalmente, os termos técnicos, sendo necessário explicá-los ) (cf. PEARSON, 2004. p 54-56). Ora, como os textos que compõem o

corpus não se prestam apenas à extração das unidades terminológica, mas também (e principalmente) à extração dos elementos que compõem a definição, ou seja, os elementos definitórios, a dimensão escritor-leitor e a diversidade de gêneros se impõe, não só como uma necessidade para garantir relevância ao corpus, mas também como condição que facilita o trabalho de extração das informações necessárias para elaborar os repertórios terminológicos.

Portanto, considerando as observações de Pearson (2004 e 1998), classificamos todos os textos em três grupos, como seguem:

1. Textos altamente especializados: são os textos escritos por especialistas da área da madeira ou florestal55 (tais como: engenheiros civis, engenheiros de madeiras, engenheiros florestais, engenheiros de produção, designer de produtos, agrônomos, botânicos, químicos industriais, economistas) e destinados a especialistas da mesma área e de mesmo nível de especialização. São os textos do gênero: a) artigos científicos publicados em revistas especializadas; b) teses e dissertações; c) relatórios técnicos; d) livros técnicos (que tratam de um assunto específico da área); e) catálogos; f) palestras.

2. Textos especializados: são os textos escritos por especialista da área, destinados a pessoas da mesma área, mas de nível menos especializado, ou a especialistas de outras áreas. São incluídos neste grupo os textos do gênero: a) artigos científicos publicados em revista de divulgação (como a “Revista

da Madeira”); b) normas técnicas (de controle de qualidade); c) leis, normas

e portarias; d) censos industriais; e) livros técnicos (que tratam de assuntos gerais da área); f) glossários e dicionários (da área específica, ou de áreas afins, tais como: glossário agropecuário e florestal, dicionário ambiental, vocabulário de meio ambiente) ; g) manuais.

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Ou especialistas de outras áreas que tenham envolvimento com a atividade madeireira ou florestal, tais como os bioquímicos que trabalham na produção de produtos para a indústria madeireira (tais como imunizantes, resinas, fungicidas etc.).

3. Textos menos especializados: são os escritos por especialista da área (ou por pessoas não-especialistas, mas que dominam o assunto), destinados a um público geral, que possa ter interesse no assunto, embora não seja um especialista da área. São os textos do gênero: a) artigos de revistas (como os

publicados na revista “Globo Rural”); b) relatórios de atividade industrial ou

relatórios institucionais (como os da ABIMCI e o do SFB e IFT); c) cartilhas; d) livretos de divulgação publicitária; e) boletim de preços.

Este acolhimento da ralação escritor-leitor e da diversidade de gêneros textuais na composição do corpus deste trabalho tem dois propósitos muito claros: a) garantir representatividade à amostra; b) garantir uma gama considerável de textos com alta densidade de termos técnicos, mas também permitir a presença de textos com densidade considerável de elementos definitórios, a fim de se otimizar a tarefa de extração das unidades terminológicas e dos elementos definitórios.

No documento da indústria madeireira (páginas 66-70)

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