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Conceitos Hierarquia

TOMADA DE DECISÃOINFORMAÇÃOCONHECIMENTO

G. I.: PLANOS E DIMENSÕES Ambiente Externo

3 A GESTÃO DA INFORMAÇÃO NA REDE HOSPITALAR

No campo da saúde a gestão hospitalar destaca-se como um desafio frente às autoridades de saúde e gestores dessas organizações. Apontam-se a necessidade de novas perspectivas de gestão a partir de uma cultura que priorize o poder de comunicação dos sujeitos inseridos nesta rede, com vistas a reduzir as iniqüidades do setor.

Com tudo isso, a utilização de produtos e serviços informacionais, novos modelos e ferramentas de gestão são prioridades nas ações de assistência e promoção da saúde, se utilizados pelos sujeitos que executam os serviços, bem como, entre aqueles que planejam e controlam essas ações como os governos. Estes, sejam os regionais ou locais, assumem maior responsabilidade e dedicação na gestão e no financiamento dos serviços de saúde em geral. Há um reconhecimento do papel do Estado como provedor e protetor dos direitos dos cidadãos (OPAS, 2001).

Para tanto, os hospitais precisam adequar-se ao novo papel do Estado, quando este é responsável por desenvolver mecanismos de proteção social em saúde. No Brasil, ações estão sendo promovidas, quais sejam: a implementação do Sistema Único de Saúde (SUS), a construção da Política Nacional de Informação e Informática em Saúde (PNIIS), o Programa para a Qualidade da Gestão e Assistência Hospitalar dentre outros.

A utilização da informação nesse contexto é imprescindível, esta condição só acontecerá a partir da gestão efetiva da informação em consonância com a adoção de produtos e serviços informacionais em saúde, como o uso do PEP integrado ao Sistema de Informação Hospitalar (SIH), com vistas à interoperabilidade dos Sistemas de Informação em Saúde (SIS). Tudo

indica que estes fatores, uma vez adotados, venham fortalecer a práxis da gestão e ações em saúde e dos serviços pertinente a esta rede.

3.1 O SISTEMA DE SAÚDE BRASILEIRO

O Sistema Único de Saúde (SUS) nasce no contexto da sociedade brasileira, no final da década de oitenta do século passado, com a promulgação da Constituição Federal. É fruto de um processo de reforma sanitária nos anos setenta, cujo o cenário político econômico no país registra uma ebulição nos processos sociais de mudanças institucionais e inovação em ações sanitárias. No ano de 1978 é preconizado na declaração de Alma Ata a eqüidade em “Saúde”, e que esta nada mais é que questões de oportunidade e qualidade de vida que uma Nação possibilita a sua população

Registra-se um marco de um novo compromisso ético entre as nações e início de uma corrida tecnológica a promover “saúde para todos no ano 2000”. Nesse sentido, o Art. 196 da Constituição Brasileira pontua que “a saúde é direito de todos e dever do Estado”, levando a concepção do SUS. Esta ação é vista como uma inovação, entendida por Bernardes (2003) como “a imagem ideal, sistêmica, de uma rede ou malha de interações dinâmicas e complexas – networking”, estabelecidas entre agentes dos setores públicos e privados, os quais englobem: um contexto instrucional (leis, regras sociais, normas culturais, rotinas, padrões técnicos); organizações, entendidas como estruturas formais; e, indivíduos.

Esse sistema tem como princípios doutrinários a integralidade, a eqüidade e a universalidade. Para a consecução dessa inovação, são instituídos princípios operacionais, re-ordenando o setor a exercer a descentralização do sistema por meio da municipalização, hierarquização e

regionalização na práxis dos serviços e contar com a participação social na consecução de suas ações (Brasil, 1988). Na perspectiva de operacionalizar esses princípios (doutrinários e operacionais) é sancionada em 1990 a Lei de nº 8.080, na qual dispõe sobre a organização de um Sistema Nacional de Informação em Saúde (SNIS).

Vale reproduzir alguns pontos dessa Lei como demonstração da concepção do SUS como uma networking social, destacando pontos associados à concepção de Sociedade em Rede, produtos e serviços informacionais, e Gestão da Informação :

Art. 1º - Esta lei regula, em todo território nacional, as ações e serviços de

saúde, executados, isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito público ou privado. (grifo nosso) (caracteriza no contexto de uma sociedade em rede).

Art. 2º - A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado

prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício,

# 1º - O dever do Estado de garantir a saúde consiste na reformulação e

execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a promoção, proteção e recuperação.

# 2º - O dever do estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e

da sociedade.

#3º - A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros,

a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do País (ênfase para a prática de indicadores em saúde; exige-se registros informacionais em saúde).

Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do

disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e social. (ênfase para o recurso

Informação a gerar Conhecimento promovendo atitudes = ações).

Art. 4º - O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e

instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde –SUS.

#1º - Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições públicas federais,

estaduais e municipais de controle de qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos, inclusive de sangue e hemoderivados, e de equipamentos para a saúde.

#2º - A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde-SUS,

Art 5º - São objetivos do Sistema Único de Saúde-SUS:

I – a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da

saúde; (cabe aqui a adoção de produtos e serviços informacionais)

II – a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos

econômico e social, a observância do dispositivo no # 1º do artigo 2º desta Lei;

III – a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção e

recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas.

Art 6º - Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de

Saúde-SUS:

I - a execução de ações:

a) de vigilância sanitária; b) de vigilância epidemiológica; c) de saúde do trabalhador; e

d) de assistência terapêutica integral, inclusive a farmacêutica.

(inovação -exige informações e ações, também, no contexto dos hospitais; elemento diferenciador).

Art 7º - As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados

contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde-SUS são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios:

I – universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de

assistência;

II – integralidade de assistência, entendida como um conjunto articulado e

contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema; (ênfase para a adoção da G.I. na rede do SUS).

III – preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade

física e moral;

IV – igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de

qualquer espécie;