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5 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

H HÁ CAPACITAÇÃO SIM, UMA AÇÃO CONJUNTA ENTRE RH E O CPD.

5.4.5 Núcleo de Sentido 16 – Profissionais de Informação

Para finalizar a apresentação e discussão dos resultados desta pesquisa, será analisada nesta seção, a existência de profissionais de informação na amostra dos hospitais pesquisados. Para tanto, foi questionado aos respondentes se eles tinham formação específica nas áreas de

administração, informação e informática. O foco de análise é perceber o conhecimento desses sujeitos a respeito do profissional de informação.

Independentemente da sociedade em rede suscitar no sistema produtivo a atuação desses profissionais, a PNIIS (BRASIL, 2004, p.16) arquiteta em uma de suas diretrizes, o desenvolvimento e a manutenção deles nas três esferas governamentais. Por conseguinte, o propósito dessa política se concretizará, acredita este pesquisador, caso haja a extensão dessa diretriz a todos os sujeitos que compõem a networking de saúde.

Apesar de o PNIIS preconizar a capacitação e a manutenção da categoria dos profissionais de informação em suas diretrizes, observa-se nesse documento que não há nenhuma referência a respeito das cores desses. Tal observação exige deste pesquisador uma análise complementar pertinente a essas cores. Em conseqüência, recorre-se a alguns pressupostos para a formação deste profissional:

1. monitorar informações sobre o ambiente social, cultural, político, econômico e de mercado;

2. exercitar visão critica sobre os vários tipos de informação e respectivas fontes, para que possa produzir, selecionar, organizar e disseminar as informações requeridas para o desempenho de distintos usuários;

3. analisar o conteúdo e dialogar com o produtor e o consumidor sobre a qualidade da informação e seu adequado tratamento;

4. dominar dois níveis de linguagem: a terminologia da fonte ou produtor, e a linguagem para a comunicação com o usuário;

5. combinar competência de gerenciamento e tratamento de informações com o domínio do uso das Tecnologias de Informação e Comunicação com o usuário;

6. reconhecer o valor da informação, do ponto de vista cultural, social, econômico e político, seja para uma organização determinada, seja para a sociedade como um todo. (JAMBEIRO; SILVA, 2004).

A corroborar com esses pressupostos, Carvalho (2002), sinaliza que este profissional deverá estar sempre testando as suas experiências e ser receptivo a novos aprendizados. Para essa autora, o profissional da informação é o humano multifacetado.

É ainda Carvalho quem afirma que:

[...] O trabalhador do século XXI deve distinguir as competências técnicas das competências relacionais e sociais e a sua permanência no trabalho depende dele próprio. Ele deve saber comunicar e interpretar a informação disponível e planejar ações. Entre as competências podem ser citadas criatividade, dinamismo, iniciativa, uso da informação, aprendizado da leitura e da escrita, domínio do espaço cultural onde se insere a capacidade de liderança. [...] São muitas as denominações utilizadas para se referir aos profissionais que lidam com a informação. Profissional de informação, agente de informação, profissional do conhecimento, entre tantas outras.[...] Ele é cada vez mais o mediador, entre a informação e o usuário, representa o elemento humano nas relações com o meio no mundo em transformação com um modelo de economia global baseada no conhecimento (CARVALHO, 2002).

O resultado da análise deste núcleo, revela que há um desconhecimento a respeito de profissionais de informação no âmbito da amostra pesquisada. Chega-se a esta suposição, quando questionado aos sujeitos se haviam feito algum curso específico em área de administração, informação e informática, a maior parte dos sujeitos não sabia diferenciar formação em informação de formação em informática.

Por meio do gráfico nº 08 abaixo, é possível visualizar que: nove sujeitos realizaram formação em administração; apenas dois em informação, sendo um deles graduado em Biblioteconomia e curso de extensão em Recuperação da Informação e um outro iniciou curso de especialização em Inteligência Competitiva, porém não concluiu.

Registra-se ainda, que cinco sujeitos não responderam a este quesito e vinte e três deles assumem uma formação em informática. No entanto, para um melhor esclarecimento, descartando dos vinte e três, os oito sujeitos relacionados à área de informática, observa-se que os quinze sujeitos restantes realizaram cursos básicos de informática: Word, Excel, PowerPoint; e não, uma formação específica em informática.

Gráfico 08: Formação Especifica: Administração, Informação e Informática

Fonte: elaborado por este autor a partir da coleta de dados, 2005.

Nesse sentido, há de haver ações rápidas dos planejadores da PNIIS em concretizar as diretrizes que pontuam investimentos na formação e capacitação nas áreas de informação e informática em saúde por meio de:

• [...] Articulação entre os Ministérios da Saúde, da Ciência e Tecnologia e da Educação, com vistas a inclusão de conteúdos relacionados à área de informação e informática em saúde em cursos de graduação e pós-graduação de profissionais de saúde e de informática;

• Inserção na lógica dos Pólos de Educação Permanente enfatizando o uso da tecnologia da Informação na operação do sistema de saúde e na utilização das informações de saúde, atendendo as necessidades especifica do controle social, da melhoria da capacidade de gestão e da geração de conhecimento em saúde;

• Desenvolvimento de programas específicos de capacitação na área tais como: cursos de extensão, cursos técnicos, pós-graduação senso latu e senso stricu e outros (BRASIL, 2004, p.19).

Paralelo a isso, objetivando dar ênfase ao profissional de informação se faz necessário promover a manutenção e atuação da rede de centros colaboradores (Rede GeAH) e estimular a produção científico-tecnológica voltada a:

• [...] formação e capacitação de recursos humanos;

• análise de situação de saúde;

• pesquisa e desenvolvimento;

• produção e disseminação de informações, inclusive cientifico- tecnológica;

• avaliação de alternativas e controle de qualidade de produtos

• [...] desenvolvimento, implantação e avaliação de impacto de sistemas de informação;

• padrões para representar a informação;

• protocolos clínicos;

• avaliação de serviços e necessidades de saúde da população; 0 5 10 15 20 25 Formação N ú m e ro de pr o fis s ionai s Administração Informação Informática Não Responderam

• estratégias de disseminação e comunicação em saúde (BRASIL, 2004, p.20).

Conforme Jambeiro e Silva (2004), a demanda por profissionais de informação se dá dado ao fato de grandes bancos de dados estarem interligados em redes nacionais e associados a serviços personalizados de informação voltados a usuários com interesses específicos. Associado a esse dado, as TIC’s possibilitam amplas prestações de novos serviços, tais como: captar, filtrar, tratar, recuperar, distribuir, disseminar informações. Para esses autores, as TIC’s elegem, assim, a gestão da informação como atividade vital a organizações nos níveis internacional, nacional e local da sociedade contemporânea.

Em particular, nos serviços de saúde, este profissional terá a missão de ampliar os acervos de dados e informações existentes nestes serviços, disponibilizando-os a uma comunidade de usuários com interesses customizados. Isto é, ter a criatividade em habilitar os diversos usuários de informações em saúde a acessar esses acervos.

Dado ao fato que existe um leque de demandas por informações em saúde, com vistas a transformá-las em conhecimento e em ação. Estes profissionais trabalham na perspectiva que:

[...] o conhecimento sobre [...] saúde requer informações sobre o perfil de morbidade e mortalidade, os principais fatores de riscos e seus determinantes, as características demográficas e informações sobre os serviços, como a disponibilidade de recursos humanos, de infra- estrutura e financeiros. Esse conhecimento se aplica ao planejamento, a organização e à avaliação de ações e serviços. Além disso, na atenção à saúde, as informações são imprescindíveis ao atendimento individual e à abordagem de problemas coletivos, utilizando-se o conhecimento que gera desde a assistência direta nas unidades de saúde até o estabelecimento de planos e programas (MOTA; CARVALHO, 1999, p.505).

Isto posto, encerra-se a apresentação e discussão dos resultados, inferindo que a missão maior do profissional de informação em saúde, no primeiro momento, será o de facilitador e intermediário entre os produtores e os usuários das informações em saúde. Supõe-se que, a partir destes hospitais pesquisados é recorrente a ação emergencial a colocar os serviços de saúde, ao menos os de Salvador-Ba, no contexto da sociedade em rede. Ressalta-se ainda, parafraseando Jambeiro e Silva (2004), a necessidade de erradicar a herança das rígidas delimitações do campo profissional absorvida historicamente e que fundamenta as corporações de trabalhadores e profissionais liberais.