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5 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

H PACIENTES E SOCIEDADE CIVIL.

É POSSÍVEL SOBREVIVER SEM A INFORMATIZAÇÃO.

SEM COMENTÁRIO.

Fonte: elaborado por este autor a partir da coleta de dados, 2005.

5.3.3 Núcleo de Sentido 8 – PEP.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Prontuário Médico (PM) ou Prontuário do Paciente (PP) é a ferramenta mais importante para armazenamento de informações, recuperação e análise do atendimento médico. É o repositório de todas as informações que dizem respeito à saúde do paciente, doenças, riscos, diagnósticos, prognósticos, testes, exames, condutas terapêuticas, seguimentos, etc. É também a principal fonte de informação para a administração de serviços de saúde para assegurar a qualidade, elaborar estatísticas de saúde, analisar a utilização de serviços e os indicadores de saúde. Assim, tentativas de sistemas de suporte à saúde são centradas e começam com o sistema de Prontuário. Embora o sistema seja essencialmente o mesmo entre os diversos níveis de atendimento, o conteúdo

dos registros médicos, armazenados no computador, podem diferir a cada nível. Várias razões são reconhecidas como sendo importantes para o uso de Prontuários Eletrônicos (STUMPF, 1996, p.06).

Esse último aspecto é o que interessa, em particular, a este trabalho. Ele parte do pressuposto que o PEP é como um produto de informação, com a finalidade de subsidiar o planejamento da assistência e gestão hospitalar, por conseguinte, uma fonte de transferência de informação para o Ministério da Saúde (MS), conseqüentemente, para o SUS.

Ressalta-se que não foi encontrada nenhuma referência de estudo à eficácia do PEP na gestão hospitalar, nem da sua eficiência como ferramenta de gestão da informação na própria organização hospitalar. No entanto, este pesquisador, destaca alguns trechos da conferência intitulada “Por que uma infra-estrutura para sistemas de informação hospitalar é necessária para manter a competitividade?”, tendo como conferência subordinada “Prontuário Médico Eletrônico”:

[...] O tema a ser abordado é muito controverso. [...] o prontuário médico, que todos conhecem (suporte papel)... Tem páginas difíceis de ler, escritas a mão, rasuradas... Mas apesar de um documento de difícil recuperação, existem algumas vantagens em sua forma atual: seu manuseio é fácil, sem dúvida, ele é um volume na mão. A forma com que eu escrevo é absolutamente livre, não é preciso alguém com treinamento especial para manusear o prontuário. Teoricamente todos os que escrevem devem ter um treinamento absolutamente especializado. E ele não sai do ar, está sempre lá. Às vezes ele desaparece isso é verdade, mas ele independe da energia elétrica. [...] quando passo para o prontuário eletrônico, tenho uma serie de vantagens. A primeira é que consigo recuperar a informação, o que, no papel, é absolutamente impossível... Em um sistema, utilizando um computador, posso ter uma forma de comunicação mais adequada, através da voz, linguagem natural. Nestes sistemas,..., posso trabalhar com padrões universalmente aceitos e vocabulários ponte para troca de mensagens. Com ele poderei fazer estudos multicêntricos, comparar resultados de fato entre uma instituição e outra. Posso interagir sinais e imagens, acessarem simultaneamente vários locais. E se não pudesse nada disso, poderia ler o prontuário, porque muitas vezes não consigo lê-lo no papel. [...] prontuário eletrônico melhora a assistência ao paciente, porque a qualidade da informação melhora... (grifo nosso) (CLASS, 1997, p. 65-6).

No tangente à utilização do PEP na amostra dos hospitais pesquisados, os resultados sinalizam, conforme trechos transcritos abaixo e o Quadro 16, que apenas uma está implantando na perspectiva de interagir com o SIH. Há outros três hospitais em fase inicial, sendo que dois destes trabalham apenas com a prescrição eletrônica de medicamentos em unidades fechadas (UTI’s), e outro, sinaliza que para implantar o PEP é imperioso quebrar a barreira da equipe assistencial no uso do computador. No geral não associam o PEP ao processo de G.I. e integração de sistemas, nem como um produto de informação a subsidiar a gestão hospitalar.

• Sei que há toda uma prioridade para implantar o PEP, mas ainda não foi viabilizado. O eletrônico permite essa variedade de usuários fazendo análise, utilizando o mesmo banco de dados e no manual não tem isso. Tem que ficar o papel para lá, quando não está lá, aqui, e aí some, demora de chegar. Com certeza é uma prioridade assim zero. E05a.

• Agente já implantou na UTI e alguns módulos no hospital, mas agente mantém o dois, ainda, eletrônico e papel. E23g.

• Estamos pensando agora em implantar as prescrições eletrônicas, mas o PEP não. A prescrição eletrônica por causa da dispensação de medicamentos, porque as pessoas não conseguem entender a letra dos médicos. A dificuldade vai ser pedir pro médico digitar a prescrição. Acho que para implantar o PEP, a dificuldade é os médicos interagir com o computador. Vai ter que dar treinamento para todos os médicos. E26h.

• Atualmente temos prescrições eletrônicas que estão sendo implantadas nos andares. Mas, aonde temos mais informatização é na UTI, lá há a evolução médica e prescrição já há algum tempo, além das solicitações de exames, que são feitas via sistema. Na verdade não sei o que mudaria em termos de SAME (Serviço de Arquivo Médico e Estatística), o prontuário seria arquivado da mesma forma. Não deixaria de ter esse prontuário, não deixaria de existir, o que mudaria seria a questão da segurança, assim no que diz respeito na circulação do prontuário. Nessa circulação eu posso perder uma folha e com o PEP, isso não aconteceria. Acho que as definições não são claras quanto à redução do papel, continuaríamos tendo que ter o prontuário impresso e arquivado. Tudo que é gerado hoje via sistema é gerado no papel para ir pro prontuário do paciente. E29g.

• Estamos orientando o pessoal de informática pra iniciarmos através da prescrição médica, entendemos a importância do prontuário, mas entendemos também a necessidade de romper uma serie de barreiras culturais, particularmente com o profissional médico. E esse ponta pé inicial nós já demos, com as unidades intensivas, unidades fechadas, que temos cinco. Quatro delas hoje já fazem a prescrição eletronicamente, mas ela faz dentro do seu ambiente, ela é impressa lá mesmo, ela não esta ainda

on-line na dispensação de medicamento, ela não esta integrada ainda com o sistema GGG no global do hospital, essa é a fase. E25h.

• Incipiente. Para vencer a barreira das pessoas na utilização do computador, no próprio consultório para agente começar o PEP, é muito difícil. A barreira é muito grande, quebrar com os médicos esse comportamento. Quebrar o paradigma de estar escrevendo no papel e depois escrever no computador é um trauma muito grande para eles.E01a.

• A previsão é para o ano que vem, pois temos algumas prioridades para este ano, como tecnologia. E o PEP não depende só da gente, depende muito mais dos médicos. Temos que prepará-los. E10c.

• Nós temos informações acumuladas desde 1996 referentes a uma parte de informações necessárias ao PEP, ao uso do sistema que fazíamos. Hoje nós estamos mudando para um novo sistema pra uma solução de PEP mais moderna e abrangente. Então estamos avaliando ainda se há a possibilidade de migrar essas informações históricas pra esse prontuário no novo formato, acho muito mais dinâmico, diria até, um acesso pra consultas ao prontuário anterior e é a partir do primeiro de janeiro que passaremos a usar esse sistema. Estamos fazendo estudos pra compartilhar com as normas do Conselho Federal de Medicina no que diz respeito ao PEP. Não podemos abandonar o papel, porque não há uma solução especificada, pois é necessária a certificação pra poder abandonar esse suporte. E tem muito caminho ainda pela frente. E21f.

Quadro 16: Núcleo de Sentido 8 – PEP

HOSPITAL ADMINISTRATIVO ARQUIVO ASSISTÊNCIA INFORMÁTICA

A

HÁ UMA PRIORIDADE EM